Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BIOÉTICA BIOÉTICA 1927: Fritz Jahr (filósofo - Alemanha) utilizou pela primeira vez a palavra bioética (bio + ethik) - reconhecimento de obrigações éticas, não apenas com relação ao ser humano, mas para com todos os seres vivos 1970: Van Rensselaer Potter (bioquímico - EUA), caracterizando-a como a ciência da sobrevivência Uma disciplina que une a biologia, ecologia, medicina e os valores humanos, a fim de alcançar a sobrevivência do ser humano e de todas as espécies BIOÉTICA: 1970: André Hellegers (médico - Holanda) - utilizou esse termo para denominar os novos estudos que estavam sendo propostos na área de reprodução humana 1980: Potter enfatizou a característica interdisciplinar e abrangente da Bioética, denominando-a de global. Propôs discussões e reflexões nas questões da medicina, da saúde e dos desafios ambientais. Definição de Bioética: Estudo sistemático de caráter multidisciplinar da conduta humana na área das ciências da vida e da saúde, na medida em que esta conduta é examinada à luz dos valores e princípios morais. O comportamento ético em atividades de saúde não se limita ao indivíduo, devendo ter um enfoque na responsabilidade social, direitos da cidadania e da liberdade. BIOÉTICA CLÍNICA Identificação, análise e resolução de problemas ou dilemas morais que surgem no cuidado individual de pacientes •Descarte de embriões •Aborto •Eugenismo (“pureza racial” – eugenia nazista) •Modificação patrimônio hereditário •Transplantes: tráfico de órgãos •Experimentação •Eutanásia •Esterilização feminina não voluntária • A Bioética sustenta quatro princípios que norteiam as decisões, discussões e procedimentos na esfera dos cuidados da saúde, são eles: • Beneficência; • Não-maleficência; • Autonomia; • Justiça ou equidade. Bioética Beneficência • Reconhecer o valor do outro; • Ajudar ou promover os interesses do outro; • Neste princípio o profissional se compromete em avaliar os riscos e benefícios potenciais (individuais e coletivos) e buscar o máximo de benefícios. Não-maleficência • Dever de se abster em fazer qualquer mal o indivíduo, não causar danos ou colocá-lo em risco. • Escolhas de tecnologias, técnicas procedimentos e tratamentos que possam prejudicar de alguma maneira. Autonomia • Autodeterminação ou autogoverno, poder de decidir sobre si mesmo; • Respeitar a autonomia é reconhecer que cabe ao indivíduo deliberar e tomar as decisões seguindo seu próprio plano de vida. • Cabe ao profissional de saúde orientar e não manipular! Cuidado com a frase “é para o seu próprio bem”, sem levar em consideração a vontade do indivíduo. Justiça ou equidade • Equidade: distribuição coerente. • Justiça: igualdade a todos Constituição Brasileira de 1988: “Saúde como um direito de todos e dever do Estado”. Sistema Único de Saúde PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE • PRESERVAÇÃO DE INFORMAÇÕES (PRIVACIDADE) • As informações que os pacientes fornecem são de sua propriedade. Os profissionais de saúde e administrativos tem apenas autorização para ter acesso às informações do paciente em função de sua necessidade profissional, mas não têm o direito de usá-las livremente Código Civil e Códigos de Ética Profissional • Privacidade: É a limitação do acesso às informações de uma dada pessoa, de sua intimidade, no sentido de preservar seu anonimato • Confidencialidade: resguardo das informações dadas pessoalmente em confiança e a proteção contra a sua revelação não autorizada • Quebras de confidencialidade ou de privacidade podem ocorrer em situações comuns entre os profissionais de saúde - comentários sobre pacientes em elevadores, corredores, em cantinas ou refeitórios - utilização destes dados para exemplificar situações clínicas ou administrativas - quando necessária para ensino, deve ter o cuidado de descaracterizar plenamente a identificação do paciente Exceções legais à preservação da privacidade • Doença de informação compulsória (cólera, dengue, raiva, rubéola) ou de suspeita de maus-tratos em crianças ou adolescentes A quebra de confidencialidade eticamente admitida 1) um sério dano físico, a uma pessoa identificável e específica, tiver alta probabilidade de ocorrência; 2) um benefício real resultar desta quebra de confidencialidade; 3) for o último recurso, após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens; 4) este procedimento deve ser generalizável, sendo novamente utilizado em outra situação com as mesmas características, independentemente de quem seja a pessoa envolvida. ABORTO • temas mais difíceis e polêmicos da reflexão em Bioética - Atualmente no Brasil o aborto é considerado crime, exceto em duas situações: de estupro e de risco de vida materno -Nova proposta: inclui uma terceira possibilidade quando da constatação de anomalias fetais (feto anencéfalo) • "A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.“ CARACTERIZAÇÃO DO INÍCIO DA VIDA DE UMA PESSOA ALOCAÇÃO DE RECURSOS ESCASSOS O processo de tomada de decisão complexo -envolvendo aspetos referentes ao recurso em si, ao critério utilizado na alocação do recurso, e quanto a forma, âmbito e abrangência do processo. Estes aspectos têm que ser contempladas de forma integrada para garantir a adequação das decisões tomadas. TRANSFUSÃO DE SANGUE EM GRUPOS RELIGIOSOS ESPECÍFICOS: Esta situação envolve um confronto entre um dado objetivo com uma crença, entre um benefício médico e o exercício da autonomia do paciente. No livro do Gênesis (9:3-4) está escrito: "Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com sua alma - seu sangue - não deveis comer.“ TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS: inúmeros questionamentos éticos A utilização de órgãos de doadores cadáveres tem sido a solução mais promissora para o problema da demanda excessiva. A partir de 1997 houve a mudança para a possibilidade da utilização dos cadáveres sem a participação da família, salvo manifestação individual em contrário. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE PACIENTES TERMINAIS: Aquele que vai morrer num período relativamente curto de tempo, de 3 a 6 meses, independentemente das ações médicas colocadas em prática. -medidas para manter o paciente vivo: Ordinárias – baixo custo, pouco invasivas, convencionais e tecnologicamente simples Extraordinárias- caras, invasivas, heróicas e de tecnologia complexa Ex: alimentação por sonda enteral – medida ordinária na maioria das vezes Se for utilizada em paciente em estado vegetativo persistente ela passa a ser uma medida extraordinária para mantê-lo vivo??? EUTANÁSIA: “BOA MORTE” OU “MORTE APROPRIADA” -quando uma pessoa causa a morte de outra pessoa que está fraca, debilitada ou e sofrimento, como uma forma de evitar um sofrimento acarretado por um longo período de doença. Eutanásia ativa: intenção de realizar gerando uma ação Eutanásia passiva: omissão, a não realização de uma ação que teria indicação terapêutica naquela circunstância. Do ponto de vista da ética, ou seja, da justificativa da ação, não há diferença entre ambas. EUTANÁSIA: “BOA MORTE” OU “MORTE APROPRIADA” Se a eutanásia for aceita como um ato médico, os médicos e outros profissionais terão também a tarefa de causar a morte. A participação na eutanásia não somente alterará o objetivo da atenção à saúde, como poderá influenciar, negativamente, a confiança para com o profissional, por parte dos pacientes. A Associação Mundial de Medicina, desde 1987,- eutanásia como sendo um procedimento eticamente inadequado. Suicídio Assistido: O suicídio assistido ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer e solicita o auxílio de um outro indivíduo. -uma prática moralmente aceitável? Princípio da autonomia e direito do paciente de dispor de seu corpo A maioria das sociedades médicas questiona a validade desta prática Clonagem Instrução Normativa 08/97 – Comissão Técnica de Biossegurança – vedada as atividades de clonagem em seres humanos. Polêmica desde a ovelha Dolly Esta possibilidade reduziria a diversidade entre os indivíduos, com o objetivo de selecionar características específicas de indivíduos já existentes. Conseqüência perda da individualidade, com a possível despersonalização destas pessoas. PESQUISA COM CÉLULAS TRONCO EMBRIONÁRIA Vários segmentos da população - posição contrária bem da sociedade não pode ser obtido a partir da morte de alguns indivíduos, mesmo que ainda em fase embrionária. Tem-se defendido a posição de que a vida de uma pessoa tem início na fecundação, desta forma não há justificativa eticamente adequada para tal tipo de pesquisa. Várias questões éticas permanecem na área da pesquisa em células tronco embrionárias: -É adequado utilizar embriões produzidos para fins reprodutivos e não utilizados, cujos prazos legais de utilização foram ultrapassados, para gerar células tronco embrionárias ? -É aceitável produzir embriões humanos sem finalidade reprodutiva apenas para produzir células tronco ? Várias questões éticas permanecem na área da pesquisa em células tronco embrionárias: -Por que não incentivar as pesquisas utilizando células tronco obtidas de outras formas, que também tem demonstrado bom potencial ? -É justo criar um clima de expectativa para pacientes e familiares de pacientes sobre a possibilidade de uso terapêutico de células que sequer foram testadas em experimentos básicos ? • COMITÊS DE BIOÉTICA Corpo interdisciplinar de pessoas que têm por objetivo ensinar, pesquisar, prestar consultorias e sugerir normas institucionais em assuntos éticos. Representam um avanço nas instituições de saúde por auxiliarem as equipes a tomar decisões difíceis, que envolvem múltiplos aspectos de natureza moral e representam verdadeiros dilemas. • CASOS QUE SÃO LEVADOS AOS COMITÊS DE BIOÉTICA casos mais freqüentemente levados à consideração do Comitê de Bioética • a) conflitos de conduta, quando pelo menos dois caminhos técnica e cientificamente corretos, mas com repercussões morais distintas, podem ser seguidos; • b) suspensão de tratamentos que impliquem na morte do paciente - por exemplo, retirada do respirador daqueles em coma irreversível; • c) conflitos entre a vontade das partes: paciente, sua família e equipe de saúde; • d) ordens de não reanimar; • CASOS QUE SÃO LEVADOS AOS COMITÊS DE BIOÉTICA casos mais freqüentemente levados à consideração do Comitê de Bioética • e) malformações congênitas: interrupção de gravidez ou definição de limites • de tratamento no recém-nascido; • f) introdução ou retirada de medidas extraordinárias de tratamento em pacientes com mau prognóstico por variáveis médicas; • g) problemas de confidencialidade e privacidade de pacientes da instituição, principalmente os HIV positivos. • COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA • órgãos colegiados, compostos por profissionais de diferentes áreas do conhecimento e por representantes da comunidade • responsáveis pela avaliação ética e metodológica dos projetos de pesquisa que envolvam seres humanos • COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE -garantir a autonomia do sujeito da pesquisa garantindo que ele obtenha total conhecimento dos objetivos, da metodologia, sobre riscos e benefícios que a pesquisa possa lhe proporcionar -Termo de Compromisso de todas as Instituições envolvidas no Estudo. • COMITÊ DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS • conscientização de que os animais, quando utilizados na pesquisa, devem ser tratados de modo a não sofrerem principalmente estresse ou (de) serem submetidos a processos dolorosos de qualquer natureza • Brasil, seguindo o exemplo das universidades européias e americanas: • as universidades e algumas instituições de pesquisas já constituíram comitês de ética em experimentação animal. INFORMAÇÕES SOBRE O PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Animais Experimentais (Informe SRD - sem raça definida- se for o caso, a exemplo de alguns cães; Idade e Massa Corporal: médias estimadas) Espécie: Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. Idade: Peso: Local de Execução do Projeto Condições Ambientais do Local Controle da temperatura? Sim Não Controle da ventilação? Sim Não Controle do ciclo da luz? Sim Não Acondicionamento e descarte adequados dos dejetos Sim Não Limpeza e desinfecção das instalações/compartimentos? Sim Não Manejo dos Animais: Água (origem e tratamento): Outros tipos de hidratação: Alimentação Tipo de alimentação: Suplemento alimentar: Outros: Restrição alimentar: Sim Não Restrição hídrica: Sim Não Justifique a necessidade e a duração da restrição, quando aplicável:
Compartilhar