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ATIVIDADE DE CONCLUSÃO DE MÓDULO 1. Sobre a posse, está INCORRETA a seguinte proposição (1,0): a) Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. b) O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. c) Para a teoria clássica (ou subjetiva) de Savigny, é a vontade (animus) de possuir para si que origina a posse jurídica, e quem possui por outrem é mero detentor. d) Para Ihering (teoria objetiva), a posse é a simples exteriorização da propriedade e dos poderes a ela inerentes, sendo possível, pois, existir sem que o possuidor tenha intenção de dono. e) Considera-se possuidor todo aquele que tem de direito o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 2. Em 2021, Gertrudes adquiriu, de boa-fé, um imóvel rural mediante contrato de compra e venda. Posteriormente, em 2023, descobriu que o vendedor não detinha a titularidade do domínio. Durante o período em que acreditava ser proprietária legítima, Gertrudes realizou no imóvel diversas benfeitorias, classificadas como necessárias, úteis e voluptuárias, tais como: instalação de cercas de proteção, construção de uma casa de alvenaria e de um lago ornamental. Em 2024, o verdadeiro proprietário ajuizou ação reivindicatória, obtendo sentença favorável que determinou a restituição do imóvel. Ao ser intimada a desocupar o bem, Gertrudes requereu indenização pelas benfeitorias realizadas e o direito de retenção até o recebimento do valor correspondente. Considerando a situação hipotética apresentada, é correto afirmar que (1,0): a) O possuidor de boa-fé faz jus à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis realizadas; em relação às benfeitorias voluptuárias, caso não sejam indenizadas, podem ser levantadas, desde que não haja detrimento da coisa. b) O possuidor de boa-fé é obrigado a compensar o legítimo proprietário pelos frutos obtidos durante o período de posse, no entanto, as despesas de manutenção e investimento devem ser deduzidas. PROF. GUSTAVO TERRA c) Durante a posse de boa-fé, o possuidor é responsável pela perda ou danos à coisa, mesmo que sejam acidentais ou imprevistos, a menos que possa demonstrar que as mesmas circunstâncias teriam ocorrido se o objeto estivesse na posse do reclamante. d) Os frutos pendentes no momento em que cessar a boa-fé pertencem ao possuidor, cabendo ao legítimo proprietário indenizá-los pelo valor de mercado, acrescido das despesas de produção e custeio. e) O possuidor de boa-fé é responsável por todos os frutos colhidos e percebidos, assim como por aqueles que, por sua culpa, deixou de perceber. No entanto, assiste-lhe o direito ao ressarcimento das despesas de custeio e produção. 3. De acordo com o Código Civil e a doutrina sobre a posse, assinale a alternativa correta (1,0): a) A posse indireta ocorre quando há o exercício pleno e direto dos poderes possessórios sobre um bem, sem qualquer desdobramento. b) A posse justa é aquela que não apresenta os vícios da violência, clandestinidade ou precariedade. c) O possuidor de má-fé tem direito à indenização por benfeitorias necessárias e voluptuárias, independentemente de sua conduta. d) A composse não admite que os compossuidores pratiquem atos possessórios isoladamente sobre a coisa comum. e) A posse nova é aquela exercida há mais de ano e dia, garantindo ao possuidor a concessão automática de liminar em ação possessória. 4. Quanto aos efeitos correlatos à natureza da posse, assinale a alternativa correta (1,0). a) A forma de aquisição da posse, lícita ou ilícita, implicará o caráter justo ou injusto, que não comportará conversão. b) Os atos de permissão ou tolerância induzem posse à medida que implicam transferência de direitos, irrevogáveis. c) Presume-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida, admitindo-se a conversão da posse injusta em justa e vice-versa, mediante inversão do título. d) A detenção injusta, violenta ou clandestina, eivada de vício de origem ligado à causa ilícita, não autoriza ao possuidor a tutela possessória em face de terceiro (que não a vítima), mesmo que cessada a violência ou clandestinidade. e) A posse depende da propriedade, não sendo reconhecida como direito próprio. Pode ser exercida sobre coisas móveis ou imóveis, corpóreas ou incorpóreas. 5. Qual das alternativas abaixo descreve corretamente a definição de posse segundo o Código Civil Brasileiro (1,0)? a) A posse é a situação de quem tem a coisa em nome próprio, sem necessidade de exercício de poderes sobre ela. b) A posse é o exercício pleno e exclusivo de todos os poderes inerentes à propriedade, independentemente de relação com a coisa. c) A posse é a mera detenção de coisa alheia, sem qualquer intenção de domínio ou propriedade. d) A posse é a relação de fato entre a pessoa e a coisa, caracterizada exclusivamente pela intenção de domínio. e) A posse é o exercício pleno ou não de alguns poderes inerentes ao domínio ou à propriedade, desde que haja intenção de dono. 6. A antiga sede da Procuradoria do Município de Sorocaba foi desativada, restando o imóvel, de propriedade do Município, desativado sem nenhuma destinação pública. Miguel, que havia perdido seu imóvel em uma enchente, decidiu ocupar a antiga sede da Procuradoria para lá fixar sua nova residência, realizando, para tanto, diversas benfeitorias. Passados seis anos, Marcelo, desempregado e sem ter onde morar, ameaça invadir o imóvel em que Miguel fixou residência. O Município de Sorocaba, verificando a confusão em seu imóvel, decide requerer a desocupação de Miguel. Diante da situação hipotética, de acordo com o atual entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que Miguel (1,0): a) Terá direito à indenização, pelo Município, em razão das benfeitorias realizadas. b) Tem direito à proteção possessória apenas em face do Município, uma vez que ele exerce a detenção de um bem dominical. c) Tem direito à proteção possessória apenas em face de Marcelo, uma vez que entre eles a disputa será relativa à posse. d) Apenas teria direito à proteção possessória em relação ao Município, caso se tratasse de bem de uso comum do povo. e) T em direito à proteção possessória tanto em relação ao Município quanto a Marcelo. 7. Questão aberta - João trabalhava como administrador de uma fazenda pertencente a uma empresa agropecuária. Durante anos, ele residiu no imóvel rural, exercendo suas funções de gestão em nome da empresa, sob ordens diretas dos proprietários. No entanto, após uma divergência contratual, João foi desligado da empresa, mas permaneceu no imóvel, recusando-se a sair, alegando possuir direito sobre a posse da propriedade (2,0). Diante do cenário, analise juridicamente a situação e responda: 1. João pode ser considerado possuidor ou mero detentor do imóvel antes de seu desligamento? Justifique sua resposta com base na legislação. A relação de joão com o imovel é de mero detentor, pois seguia a ordem do proprietário, O artigo 1.198 do Código Civil considera detentor aquele que conserva a posse em nome de outro e em cumprimento de ordens ou instruções suas 2. Com sua permanência no imóvel após o desligamento e sem seguir ordens dos legítimos proprietários, houve alteração na sua situação jurídica em relação à posse? Fundamente sua resposta. A partir do momento em que acabou o vinculo normal estabelecido em boa fé através recusa em deixar o imovél, a posse se tornou injusta,De acordo com o artigo 1.200 do Código Civil, a posse é justa quando não for violenta, clandestina ou precária. Nesse caso a posse é precaria Posse precária: Obtida por meio do abuso de confiança em uma relação obrigacional ou contratual 3. João poderia pleitear usucapião sobre o imóvel? Em quais circunstâncias a detenção poderia se converter em posse apta à usucapião?. A detenção pode ser convertida em posse quando a subordinação é rompida e os atos possessórios são exercidos em nome próprio, Para que a detenção seja convertidaem posse ad usucapionem, é necessário: Romper a subordinação, Exercer os atos possessórios em nome próprio, Demonstrar que a posse deixou de ser exercida apenas de forma direta, para ser exercida em nome próprio. Nesse caso não caberia pois a forma foi precária. 8. Questão aberta - Regina e sua família moram desde 1970 em um terreno localizado em São Paulo. Ela herdou apenas a posse do imóvel de seus pais, que começaram a ocupar o local construindo uma pequena casa de alvenaria. Ao longo dos anos, a família foi fazendo melhorias no imóvel, cultivando uma horta, instalando cercas e utilizando o espaço como se fossem realmente a proprietária. Em 2009, a Construtora Alfa, que consta como proprietária do terreno nos registros imobiliários, descobriu a ocupação e registrou um Boletim de Ocorrência contra Regina. A construtora alega que sempre pagou o IPTU do terreno e que não havia autorizado ninguém a ocupá-lo. Com base na distinção entre posse e detenção no ordenamento jurídico brasileiro, bem como nos elementos fáticos e normativos apresentados no caso de Regina, responda fundamentadamente às seguintes questões, indicando a legislação pertinente (2,0), 1. Qual a principal diferença jurídica entre posse e detenção? Explique se a ocupação do imóvel por Regina e sua família configurou posse ou mera detenção, fundamentando sua resposta com base nos artigos do Código Civil. Possuidor é aquele tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes a propriedade. Desta maneira, o possuidor, ao contrário do detentor, será aquele que de fato exerce alguns ou todos os poderes do proprietário. Já o detentor detentor é aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens e instruções suas. Logo, será o detentor aquele que só está na posse devido a determinações de outro (possuidor ou proprietário). artArt. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 2. O animus domini é um requisito essencial para a usucapião. Como ele pode ser demonstrado em um caso como o de Regina? O não pagamento do IPTU influencia a caracterização da posse com intenção de dono? Qual a alternativa sugerida para superar o pagamento de IPTU pela empresa que consta em matrícula? O animus domini é um dos principais pressupostos para a ação de usucapião e para outras ações possessórias. Podendo ser brevemente conceituado como a íntima vontade, intenção ou convicção de ser dono de um determinado bem. As ações possessórias possuem uma série de pressupostos relativos à posse. Este requisito psíquico é essencial, porque é o que permite o animus rem sibi habendi, excluindo todo contato físico com a coisa que não se faça acompanhar dele, como é o caso do detentor, já que lhe falta vontade de ter a coisa para si. O mesmo se diga com relação ao locatário, ao usufrutuário e ao credor pignoratício, que possuem a coisa com base num título que os obriga à restituição da mesma.Embora seja importante, a nosso ver, o elemento assim chamado psíquico, quer-nos parecer que não se constitua efetivamente em traço característico, mas mera decorrência da causa da posse. Portanto, com razão Orlando Gomes e Lenine Nequetem, quando asseveram que para caracterizar-se o animus domini não basta somente a vontade (do contrário, admitir-se-ia, assim, para o ladrão que sabe que a coisa não lhe pertence), sendo o elemento característico e identificador da posse ad usucapiem, a causa possessionis, ou, o título em virtude do qual se exerce a posse. Logo, se a posse se funda em contrato, não há que se falar em animus rem sibi habendi, salvo se houver, posteriormente, inversão da causa de possuir" (PINTO, NÉLSON LUIZ. Ação de usucapião. 2ª edição. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, pág. 101). 3. A Construtora Alfa argumenta que Regina detinha posse precária por não arcar com as despesas do imóvel. Explique a diferença entre posse precária e posse ad usucapionem e justifique se a posse exercida por Regina se enquadra em alguma dessas categorias. Posse precária É provisória e pode ser conferida pelo vendedor ao comprador no momento da assinatura do contrato de compra e venda É obtida por abuso de confiança Não convalesce em usucapião, Posse ad usucapionem . É exercida com a intenção de dono. Deve ser contínua, pacífica, incontestada, mansa e pública. Deve ser exercida sem que ocorram intervalos. Deve ser exercida pelo prazo legal exigido. Pode levar à aquisição da propriedade do bem ou propriedade que está sendo possuído de forma prolongada e ininterrupta. Regina se enquadra na posse ad usucapionem, devido ter morado e herdado da familia a posse. 4. Se ficasse demonstrado que Regina era mera detentora do imóvel e não possuidora, quais seriam as consequências jurídicas para sua pretensão de usucapião? Indique as normas aplicáveis. Apesar da detenção ser uma forma de posse, o detentor ele não tem a posse apenas o direito de deter o bem atraves do proprietario, utilizando dos beneficios do mesmo, mas sendo detendor atraves de um contrato, ou acordo entre as partes, podendo utilizar do imovel mas mas cumprindo ordem de terceriros, que no momento que cessa o vinculo cessa a detenção;