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1 Institutos Jurídicos Romanos Prof. Fabrício Ferreira 2008 História do Direito 2 Das Pessoas • PESSOA FÍSICA OU NATURAL: – Origem do termo: pessoa deriva do latim ‘persona’, que por sua vez deriva do grego (prosopa), máscara usada pelos artistas do teatro grego nas arenas ao ar livre, com o objetivo de representar personalidades públicas sem ser identificados. • Daí derivam os personagens teatrais e a personalidade de cada um, como sendo a nossa forma social externa. • Cf. Cretella Junior, a palavra ‘pessoa’ deriva do etrusco ‘phersu’, não teria origem grega. 3 Das Pessoas� • PESSOA FÍSICA OU NATURAL: – Entre os romanos, a pessoa era entendida como o ser humano, significando o sujeito de direitos e obrigações. – Sujeitos de direito são as pessoas (físicas ou jurídicas) que atuam no mundo do direito; – Em Roma, o conceito de PESSOA é diferente do conceito de HOMEM; • para “ser pessoa” necessitava-se de “personalidade completa”, ou seja, era preciso preencher duas condições básicas: – Uma natural: nascer com vida e ser perfeito; – Uma civil: o status (criação da doutrina romana); é a condição civil de capacidade; 4 Das Pessoas – Pessoa é toda a entidade capaz de assumir a posição de autor ou réu em uma relação jurídica; • Ex. Escravo (ser) é coisa (res), não pode ser sujeito de direito, por que não é pessoa; • Não basta ser homem (humano) para ser pessoa; – Para os romanos, para ser pessoa, é preciso ser homem, ter forma humana, e não estar na condição de escravo; – Só o homem que reúne certos requisitos é pessoa; e, pessoa, é o ser humano acompanhado de atributos, chamados 'status' ou 'caput': liberdade, cidade e família 5 Das Pessoas – Pressupostos de existência da pessoa natural: • ter nascido com vida; – Dicotomia entre os sabinianos (respiração) e proculeianos (vagido); – Justiniano encerra a discussão (respiração) • ter vida extra-uterina; – Separação total do feto com o organismo materno (rompimento do cordão umbilical) – enquanto permanecesse “conectado” à mãe, não teria vida própria, mas sim, seria simplesmente parte de suas entranhas; 6 Das Pessoas • ter a forma humana; – Não apresentar qualquer anormalidade física; do contrário, poderia ser morto pelo pai por ser um “monstro”; – A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida... (art. 2º CC); 7 Das Pessoas • Os direitos do nascituro: – Nascituro: “Aquele que ainda não nasceu”; “Aquele que, concebido, ainda está no ventre da mãe”; – Dispunham os romanos que: “Protege-se aquele que se encontra no útero como se já se encontrasse entre os nascidos, sempre que se trate de seus interesses”; – o nascituro era considerado como já nascido, porém, era uma condição a ser observada após o nascimento. – Importância para o direito sucessório; – “... Mas a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro.” (art. 2º CC); – A gestação é presumida entre 180 e 300 dias; – Não é pessoa o nati-morto; 8 Das Pessoas • EXTINÇÃO DA PESSOA FÍSICA: – Com a morte, extingue-se a pessoa física; – a verificação desta não dependia de maiores formalidades nos casos concretos. – Não era bem definida entre os romanos a presunção da morte pelo desaparecimento do indivíduo por longo tempo. – Para os romanos, a “personalidade” do falecido permanecia em seus bens até que estes fossem totalmente repartidos entre os herdeiros; – Herança jacente: para os romanos, esta conserva a personalidade do defunto; • “A existência da pessoa natural termina com a morte” (art. 6º do CC). 9 • COMORRIÊNCIA: – Situação de morte concomitante de duas ou mais pessoas; – Conflitos para o direito sucessório; – Comorriência de pessoas da mesma família (Justiniano) – para os romanos: Pai e filho impúbere; pai e filho adulto; mãe e filho púbere em naufrágio; (presunção iuris tantum) – “Se dois ou mais indivíduos faleceram na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.” (art. 8º CC) Das Pessoas 10 • CAPACIDADE JURÍDICA, OU DE DIREITO, E CAPACIDADE DE FATO: – Capacidade Jurídica ou de direito: é a aptidão jurídica ou legal de uma pessoa para ser titular de direitos e obrigações; • É uma capacidade inerente ao ser humano e que nasce com ele, permanecendo até o fim de sua existência; • Capitis Deminutio: status familiae; civitatis; libertatis; – De fato: é a aptidão que a pessoa tem para praticar diretamente os atos da vida civil, sem a necessidade de autorização ou interferência de quem quer que seja; • Dicotomia entre capacidade de direito e de fato (menor/bens/ alienação – relativamente capaz); Das Pessoas 11 • Principais causas restritivas da capacidade de fato: – Para o direito romano as principais causas restritivas da capacidade de fato eram: 1. a idade; 2. o sexo; 3. enfermidades físicas e mentais; 4. Prodigalidade; 5. a infâmia (desonra); 6. a turpitude (desonestidade); 7. a religião; Das Pessoas 12 1. Idade (Art. 4º e 5º do CC) • Os menores eram considerados incapazes para os atos da vida civil e, assim, necessitavam de um tutor (menor) ou curador (quem não pode gerir seus bens) para representar seus interesses perante a sociedade: • Conforme a idade, eram considerados “infantes” ou “impúberes”: – Infantes: aqueles que ainda não podiam falar, e que, por via de conseqüência, “ainda não tinham consciência de seus atos” » eram considerados absolutamente incapazes; » Esta fase dura até os sete anos de idade; » Dos sete até a puberdade, os menores eram cons iderados re la t ivamente incapazes – necessitavam de um tutor para gerir seus bens; Das Pessoas 13 – Impúberes: eram aqueles que ainda não apresentavam o desenvolvimento f ís ico necessário para o casamento; » Os homens eram submetidos a uma “inspeção corporal” (inspectio corporis) para que ficasse comprovada a sua puberdade; » Com o passar do tempo, em razão do constrangimento de ambas as partes, menores e fiscais, fixou-se a idade para o início da puberdade: aos 14 para os homens e aos 12 para as mulheres; – Lei Plaetoria (190 a.C.) fixou a maioridade aos 25 anos; Das Pessoas 14 2. Sexo: • As mulheres eram consideradas incapazes para a prática dos atos da vida civil; • necessitavam sempre de um tutor (tutela perpétua); • Jamais poderiam ocupar qualquer cargo público; • Se eram solteiras eram pessoas “alieni iuris” (sujeitas ao poder do pater familia); • Após o casamento, passavam ao manus (autoridade) do marido; • Se o marido fosse também o pater familia sua esposa passava a ser considerada como sua “filha”, ficando em igualdade de condições com os próprios filhos; • Quando a mulher fosse sui iuris, ou seja, não sujeita ao poder do pater ou do marido, ainda sim, ficava submetida a tutela (tutela mulierum) – relativamente capaz Das Pessoas 15 3. Enfermidades físicas e mentais: • Físicas: males considerados permanentes: – Castração e esterilização: não podiam casar ou adotar filhos – Cegos: não podiam fazer testamentos válidos se não observassem um procedimento especial; – Surdos-mudos: impedidos de testemunhar e de fazer testamentos orais; • Mentais: furiosus e mentecaptus – O furiosus era o alienado que tinha momentos de lucidez – nos momentos de lucidez o furiosus é plenamente capaz, mas o furor sobrevindo, pode-se recear que ele dissipe os seus bens e comprometa dessa forma os direitos dos seus herdeiros legítimos – nesta hipótese era considerado absolutamente incapaz – um curador administrava seus bens; – O mentecaptus e o demente eram loucos irrecuperáveis, necessitando, pois, de um curador permanente; Das Pessoas 16 4. Prodigalidade (art. 4º do CC): é a pessoa que esbanja os próprios bens; o gastador que faz se perder os seus direitose o de seus herdeiros legítimos; • Considerado como relativamente incapaz, n e c e s s i t a n d o d e u m c u r a d o r p a r a a administração de seus bens; Das Pessoas 17 5. Infâmia (perda da boa fama): a honra era uma virtude e os romanos lhe imputavam elevada relevância; aos que prat icassem um ato considerado “ofensivo à dignidade pública” era considerado infame e tinha diminuída a sua capacidade jurídica. Eram considerados infames: • O bígamo; • O caluniador (falsa imputação); • O injuriador (dignidade); • O ladrão (furto ou roubo); • Os comerciantes falidos; • As viúvas que se casassem antes de terminar o prazo do luto, ou seja, um ano após a morte do marido; Das Pessoas 18 • As pessoas que exercessem determinadas profissões consideradas desonestas, tais como: atores; usurários; rufião; • As adúlteras; • O tutor infiel; – A infâmia era declarada por lei ou por um édito do pretor, e quem assim fosse considerado, não poderia ser procurador, testemunha, ocupar cargo público ou servir no exército romano. – A pecha de infame só poderia ser retirada pelo imperador ou pelo senado (restitutio in integrum); Das Pessoas 19 6. Turpitude: comportamento indecoroso que ofendia o com conceito do indivíduo romano na sociedade; era aquele que vivia em desacordo com a moralidade pública – pessoa torpe (infame, vil, desonesto, impudico, nojento, asqueroso); Das Pessoas 20 7. Religião: A partir de Constantino, os não-cristãos passaram a sofrer uma capitis deminutio media, ou seja, uma diminuição na sua capacidade de praticar determinados atos da vida civil; • Os ateus, os judeus e os hereges, de modo geral, não puderam mais ser testemunhas ou herdeiros; • Os judeus, especificamente, não podiam exercer qualquer cargo público; possuir escravos cristãos e nem contrair matrimônio com cristãos; Das Pessoas 21 – Justas núpcias (o que é conforme o direito) ou matrimônio, é o casamento legítimo, contraído observando-se as normas de direito civil. – Instituição, para os romanos, monogâmica; – Forma legal de coabitação de duas pessoas de sexos distintos, visando a procriação e a educação dos filhos; – “O matrimônio é a união do homem e da mulher, um consórcio completo de vida, uma associação de direito divino e humano.” (Modestino) – Institutas de Justiniano: • Perenidade da união O Casamento no Direito Romano 22 – Era, no início, celebrado conforme os costumes das “gentes” (famílias patrícias), possuindo um caráter semi- religioso: primeiro consultavam-se os arúspices (sacerdotes) e invocavam-se os deuses particulares. Caso os auspícios fossem favoráveis, passava-se a celebração; – Somente os patrícios possuíam o jus connubium (direito ao matrimônio); – Os plebeus não podiam nem casar entre si, nem com os patrícios. • Este impedimento dura até a Lei Canuléia; • Existência do affectio maritalis: vontade espontânea dos cônjuges de se tratarem como marido e mulher; O Casamento no Direito Romano 23 • Espécies de casamento: – Cum manu e sine manu. • Manu = mão – poder do marido sobre a mulher (poder marital); • Manus = poder do pater familias sobre a mulher casada. O Casamento no Direito Romano 24 • Casamento cum manu: – Era a espécie de casamento pelo qual a mulher saía da esfera de poder do pater de seu grupo familiar, e ingressava na esfera de poder do pater da família de seu marido. – O pater familias tinha poder sobre a própria esposa e a esposa de cada um de seus descendentes; – Todos os bens trazidos pela esposa, ao ingressar na nova família, passavam a integrar o patrimônio da família de seu marido, que passava a ser o administrador destes bens; O Casamento no Direito Romano 25 – Duas situações da mulher: • Se esposa do pater familias, tornava-se filha deste, em igualdade de condições com os filhos do pater familias (era considerada irmã dos próprios filhos); – Se o marido morresse, seus bens eram repartidos em igualdade de condições entre a mulher e seus próprios filhos; • Se esposa de um homem sujeito ao pater familia, era considerada neta do pater familias; • Existiam três tipos de casamento cum manu: – Confarreatio (Confarreação); – Coemptio (Coempção); – Usus (Uso) O Casamento no Direito Romano 26 – Confarreatio: • Casamento solene e religioso • Era o tipo de casamento cum manu mais antigo, exclusivo da classe patrícia, e se revestia de grande solenidade; • Após consultados os arúspices e recebida a aprovação dos deuses; a mulher era conduzida, de forma solene, à casa do marido, e, depois, os noivos desfilavam pelas ruas e se dirigiam ao tempo de Júpiter, onde, na presença do sumo sacerdote e de dez testemunhas, celebrava-se o casamento. • Após o casamento, havia uma grande festa onde se consumia uma espécie de bolo de cereais denominado farreus panis, que se pode ter como precursor do “bolo de noiva”; • Esta forma de casamento dos patrícios perdurou até a conversão do império romano ao cristianismo como religião oficial -- fins do séc. I a.C.; O Casamento no Direito Romano 27 – Coemptio: • Espécie de casamento cum manu exclusivo dos plebeus; • Era a venda simbólica da mulher pelo seu pater familias ao pater da família de seu marido; – Se o marido fosse o próprio pater familias, a venda era feita diretamente a ele; • Realizava-se por meio da mancipação (mancipatio): tradição do “bem”; • Os noivos, acompanhados de cinco testemunhas, compareciam perante um funcionário público (o libripens), que portava uma pequena balança de dois pratos, onde, nesta, pesava o pagamento que o noivo fazia ao pai da noiva, pela entrega de sua filha; • É a própria mulher que se vende (objeto), que se mancipa ao marido; • Desapareceu nos primeiros séculos depois de Cristo; O Casamento no Direito Romano 28 – Usus • Não era um casamento propriamente dito; era uma preparação para o casamento; • Consistia numa espécie de posse da mulher pelo marido, durante certo tempo (paralelismo com usucapião – Paulo Cesar Cursino de Moura e Cretella Júnior) – aquisição da propriedade através de posse contínua e prolongada; • A mulher deixava a casa de seu pai, e passava a coabitar com o homem, na residência deste, durante um ano inteiro; • Após esse período, o casamento era automaticamente legalizado; • No entanto, se a mulher passasse três noites consecutivas (trinoctium) fora da casa, perderia todos os seus direitos, podendo ser expulsa pelo homem, sem maiores formalidades; – Não havia qualquer conseqüência ou limite caso o homem passasse noites fora de casa; • Desapareceu por volta do primeiro século antes de Cristo; O Casamento no Direito Romano 29 • Casamento sine manu: – No período Antigo e em parte no Clássico, predominava o casamento cum manu; – No início do Principado (meados do período Clássico) ele foi sendo substituído pelo matrimônio sine manu; – Não há qualquer formalidade (o que é contrário à tradição romana); – Haviam alguns requisitos essenciais: • A afeição marital (affectio maritalis), ou seja, o desejo da vida em comum; • Condução da mulher para a casa do marido; O Casamento no Direito Romano 30 – A mulher não cai sob o poder do marido, continuando sob o poder do pater familias da família de que provém; – Nessa espécie de casamento a mulher não se subordinava ao marido ou a qualquer membro de sua família, mas continuava a manter a relação de subordinação anterior, que tinha em sua família de sangue. • Se era sui juris (de direito próprio) assim permanece; • Se era de direito alheio (alieni iuris), não cai sob a nova manus; O Casamento no Direito Romano 31 – Era um casamento, geralmente, celebrado com separação de bens; • Se fosse pessoa de direito próprio, poderia administrar seus bens, por meio de um tutor– bens parafernais – adquiridos antes do casamento; • Os que fossem adquiridos após a constância do casamento, eram administrados pelo marido; – A mulher poderia casar-se com o ausente, por carta, ou por representante, desde que fosse conduzida até a casa do marido; – Ausente a mulher, o casamento não se realizava, porque esta não poderia ser conduzida; – No século III d.C. esta modalidade substituiu, definitivamente, o casamento cum manu; O Casamento no Direito Romano 32 • O Dote (res uxoria – coisas da esposa): – É o conjunto de bens oferecidos pela mulher ao marido, por ocasião do casamento, com o fim de amenizar os encargos da nova situação; – Pode ser em dinheiro ou não; pode vir da mulher, do pai, ou de terceiro; – Nos casamentos cum manu os bens dotais constituem um só patrimônio, onde o pater familias é quem os administra; – Nos casamentos sine manu, os bens do marido e da mulher não se comunicam; – O dote visa a resolver o problema da incomunicabilidade dos bens nos casamentos sine manu; O Casamento no Direito Romano 33 • Alterações introduzidas por Justiniano: – Estendeu o direito de casamento a todas as pessoas – bastava apenas o affectio maritalis; – Determinou a obrigatoriedade de prestação de alimentos entre os cônjuges; – Estabeleceu o dever de fidelidade; – Determinou que os pais deveriam constituir um dote a favor da filha; • Esses bens (dotais) eram administrados pelo marido após o casamento, em benefício do casal, e não podiam ser alienados sem o consentimento de ambos; • Em caso de separação ou divórcio, esses bens eram devolvidos à esposa ou a seus herdeiros; • O mesmo ocorria com as doações propter nuptias, ou seja, aqueles que haviam sido feitas pelo marido à esposa após o casamento; O Casamento no Direito Romano 34 • Dissolução do casamento: – Para os romanos, não obstante o seu caráter permanente, o casamento não era indissolúvel, podendo ser rompido livremente por iniciativa de um ou de ambos os cônjuges; – Dissolve-se o matrimônio pelo divórcio, pela morte, pelo cativeiro, por outra servidão que sobrevenha a qualquer dos cônjuges, ou pelo repúdio; O Casamento no Direito Romano 35 – A separação nos casamentos cum manu era rara, mas, em alguns casos, o homem podia repudiar a mulher, e excluí-la de sua família, quando ocorressem infrações comprovadas após um processo judicial; • A exceção era o caso de flagrante adultério, onde o marido poderia até mesmo matar sua esposa, sem sofrer qualquer punição; – Nos primeiros tempos de Roma, somente o homem poderia repudiar a mulher, fixando o jus civile as seguintes hipóteses: • Adultério; • Aborto criminoso, desconhecido pelo marido; O Casamento no Direito Romano 36 – Quando a mulher fosse ébria contumaz; • O consumo de bebidas alcoólicas era vedado às mulheres; se encontradas ébrias, deduzia-se que teriam utilizado-se da adega do marido, ou o haviam feito fora de casa, o que consistia em uma infração gravíssima; – Quando o marido abandonava a mulher por outros motivos, deveria devolver-lhe metade de seus bens; a outra metade deveria ser doada aos deuses; – O repúdio deveria ser oral, ou por escrito, sem direito de defesa – era uma ordem para que abandonasse o lar O Casamento no Direito Romano
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