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OBRIGAÇÃO DE FAZER E DE NÃO FAZER

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OBRIGAÇÃO DE FAZER
1 – CONCEITO
	É aquela que o devedor presta atos ou serviços.
2 - ESPÉCIES
a) personalíssima, intuitu personae, infungível ou imaterial: só o devedor pode cumprir a obrigação, seja porque assim se estabeleceu (o contrato diz que o devedor cumprirá pessoalmente a obrigação), seja porque sua própria natureza impede a substituição do devedor (contratação de um cantor famoso);
b) impessoal, fungível ou material: em que não é necessário que o devedor cumpra pessoalmente a obrigação, ou seja, para o credor o importante é que o objeto seja prestado, ainda que por terceiro.
3 – REGRAS EM CASO DE NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
a) se a obrigação for personalíssima e se tornar impossível sem culpa do devedor, ficará resolvida (art. 248 do CC). Ex: se o cantor não conseguir chegar a tempo ao show por ter ficado preso na estrada em virtude de deslizamento de terra na pista (impossibilidade);
b) se a obrigação for personalíssima e se tornar impossível por culpa do devedor, ficará transformada em obrigação de indenizar por perdas e danos (art. 248). Ex: se o cantor sair com muito atraso para fazer o show e não chegar a tempo (impossibilidade)
c) se a obrigação for personalíssima e houver recusa do devedor, ficará transformada em obrigação de indenizar por perdas e danos (art. 247).
Por exemplo, se o cantor, por vontade própria, avisar, a uma semana do show, que não irá comparecer para a apresentação (recusa). Nesse caso a obrigação ainda não se tornou impossível. A solução dada pelo CC para o caso (perdas e danos) não é a única. O CC parte do pressuposto de que não se pode constranger fisicamente o devedor a cumprir a obrigação. Há duas saídas para o caso:
pleitear a transformação da obrigação de fazer em obrigação de indenizar perdas e danos;
exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, por meio da demanda cominatória, sem prejuízo de indenização por demais perdas e danos.
d) se a obrigação for impessoal e se tornar impossível sem culpa do devedor, ficará resolvida (art. 248 do CC). Por exemplo, se o eletricista não puder comparecer para fazer um reparo nas instalações elétricas de uma casa por ter ficado preso na estrada que dá acesso ao local em virtude de deslizamento de terra na pista;
e) se a obrigação for impessoal e se tornar impossível por culpa do devedor, ficará transformada em obrigação de indenizar por perdas e danos (art. 248 do CC). Ex: se o eletricista não puder comparecer para fazer um reparo nas instalações elétricas de uma casa por ter saído com muito atraso e não chegar a tempo;
f) se a obrigação for impessoal e houver recusa ou mora do devedor, o credor tem três opções:
f.1) pleitear a transformação da obrigação de fazer em obrigação de indenizar perdas e danos;
f.2) exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, por meio de demanda cominatória, sem prejuízo de indenização por demais perdas e danos;
f.3) fazer executar a obrigação por terceiro à custa do devedor (art. 249 do CC).
O parágrafo único do art. 249 do CC faculta ao credor, em caso de urgência, executar ou mandar executar o fato independentemente de autorização judicial, sendo depois ressarcido.
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
1 – CONCEITO
	É aquela em que o devedor deve se abster de praticar um ato ou uma atividade. Também é chamada de obrigação negativa ou de abstenção. São exemplos a obrigação de não construir acima de certa altura ou de não divulgar determinado segredo.
2 – REGRAS PARA O CASO DE NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER.
a) se a obrigação se tornar impossível sem culpa do devedor, ficará resolvida (art. 250 do CC). Tal ocorre quando se tornar impossível a abstenção do ato. Ex: e alguém que se obrigou a não construir um muro for obrigado pelo Município a fazê-lo;
b) se a obrigação se tornar impossível por culpa do devedor, ficará transformada em obrigação de indenizar por perdas e danos (art. 248 do CC, por analogia);
c) se o devedor praticar o ato a cuja abstenção se obrigara, o credor terá duas opções:
c.1) pleitear a transformação da obrigação de não fazer em obrigação de indenizar por perdas e danos;
c.2) exigir judicialmente o cumprimento da obrigação, por meio de demanda cominatória, sem prejuízo de indenização por perdas e danos (art. 248 do CC, por analogia).
Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido (art. 251, parágrafo único).

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