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6- Obrigacoes de Fazer e nao Fazer

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Obrigação de Fazer
 
É a que vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em benefício do credor ou de terceira pessoa. (MHD).
Conceito – nas obrigações de fazer, a prestação consiste num ato do devedor, ou num serviço deste”. (Washington de Barros)
Qualquer forma de atividade humana, lícita e possível, pode constituir objeto da obrigação. Podem ser as mais variadas atividades, tais como:
a prestação de trabalho físico ou material (pintar uma casa, podar as roseiras de um jardim), a realização de um serviço intelectual ou artístico (pintar um quadro, escrever artigos para um jornal) ou a prática de certo ato ou negócio jurídico, que não configura a execução de qualquer trabalho (outorgar a escritura definitiva de um imóvel, renunciar a certa herança, prometer determinada recompensa, votar numa assembleia).
Espécies de Obrigações de Fazer
Obrigação de Fazer Infungível, Imaterial ou Personalíssima– quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação.
A infungibilidade pode decorrer de cláusula expressa ou da própria natureza da prestação, ou seja, das qualidades profissionais, artísticas ou intelectuais do contratado.
Pode ser portanto, convenção explícita ou tácita.
Se determinado pintor, de talento e renome, comprometer-se a pintar um quadro, subentende-se ter sido convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestação.
Tanto no caso de haver cláusula expressa, quanto nas convenções tácitas, o devedor só se exonerará se ele próprio cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão de seus atributos pessoais. É incogitável a sua substituição por outra pessoa, preposto ou representante.
Nas convenções tácitas, o devedor não poderá se fazer substituir por outrem, mesmo inexistindo cláusula expressa nesse sentido.
Obrigação de Fazer Fungível, ou Material ou Impessoal (CC, art. 249)
 Quando não há exigência expressa, nem se trata de ato ou serviço cuja execução dependa de qualidades pessoais do devedor, ou dos usos e costumes locais, podendo ser realizado por terceiro, diz-se que a obrigação de fazer é fungível.
São fungíveis todas as prestações que não requerem para sua execução aptidões pessoais, além dos requisitos comuns da especialização profissional.
Para que o fato seja prestado por terceiro é necessário que o credor deseje, pois ele não é obrigado a aceitar de outrem a prestação, nessas hipóteses.
Inadimplemento da Obrigação de Fazer Personalíssima
Com base no princípio da obrigatoriedade dos contratos, na regra pacta sunt servanda dos romanos, a obrigação deve ser cumprida. O cumprimento é a forma normal de extinção da obrigação. Se não for cumprida espontaneamente, acarretará a responsabilidade do devedor.
As obrigações de fazer personalíssimas podem ser inadimplidas porque a prestação tornou-se impossível sem culpa do devedor, ou por culpa deste, ou ainda porque, podendo cumpri-la, recusa-se a fazê-lo.
Consequências do Inadimplemento nas Obrigações de Fazer Infungíveis
A) Por Recusa de Devedor
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Exemplo 1: Se um compositor se recusa a escrever a música que lhe foi encomendada, se um pintor se nega a fazer o retrato a que se obrigara, se resolve em perdas e danos o descumprimento do fazer.
A recusa ao cumprimento da obrigação de fazer infungível resolve-se, tradicionalmente em perdas e danos, pois não se pode constranger fisicamente o devedor a executá-la
No entanto, atualmente, admite-se a execução específica das obrigações de fazer.
NCPC, Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine prazo para cumpri-la.
Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o procedimento de execução por quantia certa.
 
Art. 499 NCPC: “a obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente”.
Art. 500, NCPC: “a indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa.
B) Por Impossibilidade da Prestação
CC, Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Neste caso, é preciso verificar se o fato tornou-se impossível sem culpa ou por culpa do obrigado. 
No caso de impossibilidade da prestação sem culpa do devedor, resolve-se a obrigação, sem consequências para o devedor. 
Exemplo: O espetáculo não se realiza em razão do sequestro do artista.
Nesse caso, as partes são reconduzidas ao status quo ante, restituindo-se, portanto, o dinheiro porventura adiantado. No entanto, não há de se falar em indenização por perdas e danos.
Ressalta-se, porém, que quem invoca o caso fortuito ou força maior tem o ônus da prova de sua ocorrência.
Se o devedor concorreu com culpa para a impossibilidade, responderá pelos prejuízos causados ao outro contratante.
Consequências do Inadimplemento nas Obrigações de Fazer Fungíveis
Se a prestação for fungível e o devedor for inadimplente ou moroso, o Código Civil, art. 249, dá ao credor plena liberdade de mandar executar o fato, à custa do devedor, por terceiro, sem prejuízo do pedido da cabível indenização por perdas e danos. 
Mas para tanto deverá recorrer à via judicial, para que haja comprovação da recusa ou da mora do devedor faltoso.
Haverá, então, um processo de conhecimento que se encerrará por um sentença condenatória em que o órgão judicante fixa prazo para o devedor cumprir o julgado (NCPC, art. 815).
 E “se, no prazo fixado, o devedor não satisfizer a obrigação, é lícito ao credor, nos próprios autos do processo, requerer que ela seja executada à custa do devedor, ou haver perdas e danos; caso em que ela se converte em indenização” (NCPC, art. 816). 
Competindo ao credor a escolha, e se este optar pela execução específica à custa do devedor, observar-se-á o disposto no NCPC, arts. 817 a 821.
Em caso de manifesta urgência, poderá o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, pleiteando depois, contra o devedor inadimplente, o ressarcimento das despesas feitas (CC, art. 249, § único).
Obrigação de não Fazer (C05)
Conceito – A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor assume o compromisso de se abster de algum ato, que poderia praticar livremente se não tivesse obrigado para atender interesse jurídico do credor ou de terceiro. (MMHD)
Caracteriza-se por uma abstenção de um ato, por parte do devedor, em benefício do credor ou de terceiro.
É uma obrigação negativa, pois o devedor se conserva numa situação omissiva.
1º) Pela impossibilidade da abstenção do fato, sem culpa do devedor, que se obrigou a praticá-lo. Havendo força maior ou caso fortuito, resolver-se-á a obrigação, resultando exoneração do devedor (CC, art. 250)
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Exemplo: Se ele se obriga a não impedir a passagem de pessoas vizinhas em certo atravessadouro de sua propriedade, e recebe ordem do poder público para fechar essa passagem, ter-se-á extinção da obrigação sem culpa do obrigado, por ser-lhe impossível abster-se do ato que se comprometera a não praticar.
Se, porventura, em alguma hipótese, o credor fez algum adiantamento ao devedor, este deverá restituí-lo, não como indenização, mas porque a extinção dessa obrigação repõe os contratantes ao statu quo ante.
2º) Pela inexecução culposa do devedor, ao realizar, por negligência ou por interesse, ato que não podia, caso em que o credor pode exigir dele que o desfaça (reposição ao statu quo ante – CC, art. 251), sob pena de se desfazer à sua custa e de o credorobter ressarcimento das perdas e danos.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Se for impossível ou inoportuno desfazer o ato, o devedor sujeitar-se-á à reparação do prejuízo (RT, 139:208)
Pelo art. 390 do CC, “nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que devia se abster”.
Praticado o ato cuja abstenção estava obrigado o devedor pela lei ou pelo contrato, o credor tem direito subjetivo de requerer ao magistrado que assine prazo para o seu desfazimento (NCPC, art. 822).
O NCPC art. 823 dispõe que “ Havendo recusa ou mora do devedor, o credor requererá ao juiz que mande desfazer o ato à sua custa, respondendo o devedor por perdas e danos”., e acrescenta, no § único que: “não sendo possível desfazer o ato, a obrigação resolve-se em perdas e danos”. 
No entanto, se houver urgência, o credor está autorizado a desfazer ou mandar desfazer, independentemente de prévia autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido (CC, art. 251, § único) em razão dos danos e gastos suportados com o inadimplemento culposo de obrigação de não fazer.
Se o credor vier a abusar desse seu direito, deverá reparar as perdas e danos que causou.
CNJ 2013 - CESPE - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
1- Paulo e Marcelo celebraram contrato por meio do qual Marcelo, notório artista, contraiu obrigação intuitu personae de restaurar um quadro de grande valor artístico, devendo receber, para tanto, vultosa contraprestação pecuniária.
Com referência à situação hipotética acima apresentada, julgue os itens subsequentes.1Ao celebrar o referido contrato, Marcelo contraiu obrigação de fazer infungível.
A- Certo B) errado
 
2- Considere que um artista tenha-se comprometido a fazer uma escultura para uma pessoa por determinado valor, que seria pago no momento da entrega, mas que a realização da escultura tenha-se tornado impossível em razão das condições climáticas de sua região, e não por culpa do artista. Nessa situação, estará resolvida a obrigação, sem a necessidade de imposição de reparação de perdas e danos.
A- Certo B) errado
3 - Jacqueline encomenda a Afrânio, artista de prestígio, um quadro representando seu retrato. Dois dias após a celebração do contrato, antes de iniciar a execução do quadro, Afrânio sofre um acidente de automóvel e fratura seus dois braços, ficando impossibilitado de voltar a pintar. Neste caso, a obrigação é 
A) de dar e personalíssima, tendo se impossibilitado por culpa do devedor, rescindindo o contrato.
B) de fazer e personalíssima, tendo se impossibilitado sem culpa do devedor, resolvendo o contrato. 
C) de fazer e personalíssima, tendo se impossibilitado por negligência do devedor, resolvendo o contrato. 
D) de dar e personalíssima, tendo se impossibilitado sem culpa do devedor, resolvendo o contrato.
Relativamente às obrigações, assinale dentre as proposições seguintes aquela que é incorreta:
A) Incerta é a obrigação de entregar coisa insuscetível de ser indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
B) Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a cumprir obrigação de fazer à qual se obrigou pessoalmente, ou que só pode ser por ele executada em função das suas habilidades pessoais.
C) Em caso de urgência, e podendo ser cumprida a obrigação de fazer por terceiro, o credor pode executá-la ou mandar executá-la independente de autorização judicial, sendo ressarcido posteriormente.
D) Nas obrigações em que a coisa seja determinada pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação, mas não poderá dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.
Manoel e Sebastião, agricultores e pecuaristas, comprometeram-se a entregar cinco touros para Artur em 25/05/2013, mediante pagamento à vista, em razão da proximidade de realização de um rodeio organizado por este, previsto para 01/06/2013, no qual os animais seriam utilizados. Ocorre que em 15/05/2013, sem que houvesse a concentração, todos os touros da fazenda de Manoel e Sebastião pereceram em razão de um desastre natural, do qual estes não tiveram culpa. Neste caso, é correto afirmar que
A) resolve-se a obrigação sem perdas e danos, por se tratar de obrigação de dar coisa certa, cujo objeto pereceu sem culpa Manoel e Sebastião.
B) por se tratar de obrigação pendente de condição resolutiva, qual seja, o pagamento à vista, e não havendo culpa das partes, resolve-se a obrigação sem perdas e danos.
C) não subsiste a obrigação de Manoel e Sebastião, pois esta apenas existiria caso tivesse ocorrido a concentração, hipótese em que se trataria de obrigação de dar coisa certa.
D) subsiste a obrigação de Manoel e Sebastião, pois, tratando-se de obrigação de dar coisa certa, a coisa se perde para os donos, tendo em vista que não houve a tradição do objeto.
E) subsiste a obrigação de Manoel e Sebastião, pois, mesmo diante de caso fortuito ou força maior, por se tratar de obrigação de dar coisa incerta, não é possível, no caso, a alegação de perecimento do objeto.

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