Buscar

Pele e anexos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

INTRODUÇÃO
A pele é o maior órgão do organismo animal. Funciona como barreira anatômica e fisiológica entre os organismos e ambiente, é sensível ao frio, calor a dor ao prurido e a pressão.
Este órgão é responsável por 30% a 70% dos atendimentos nas clinicas.
Suas principais funções são:
Proteção contra perdas liquidas
Proteção contra lesões externas, químicas, físicas ou microbiológicas
Produção de estruturas queratinizadas-pêlos, unhas e a camada córnea
Flexibilidade
Termorregulação
Reservatórios de água, eletrólitos
Imunorregulação
Secreção- glândulas sebáceas e sudoríparas
Produção de vitamina D
DESENVOLVIMENTO
Características gerais
Espessura da pele
A espessura da pele varia entre as espécies domésticas.
As principais espécies domésticas e suas respectivas espessuras de pele estão listadas abaixo:
Caninos: 0,5 a 5mm
Felinos:0,4 a 2mm
Felinos:0,4 a 2mm
Ovelhas:2,6mm
Caprinos: 2,9mm
Equinos:3,8mm
Equinos:3,8mm
A superfície cutânea é levemente ácida, o pH varia de 5,5 a 7,5, sendo que as maiores variações são encontradas nos bovinos : 4,8 a 6,8 e nos equinos : 4,8 a 6,8, na sudorese pode chegar a 7,9.
Estrutura da pele
A pele está dividida nas seguintes camadas:
Epiderme: camada mais externa da pele, é constituída por células epiteliais (queratinócitos) com disposição semelhante a uma "parede de tijolos". Esta camada dá origem aos anexos cutâneos: unhas, pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas. A abertura dos folículos pilossebáceos (pêlo + glândula sebácea) e das glândulas sudoríparas na pele formam os orifícios conhecidos como poros.
Derme: camada localizada entre a epiderme e a hipoderme, é responsável pela resistência e elasticidade da pele. É constituída por tecido conjuntivo (fibras colágenas e elásticas envoltas por substância fundamental), vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e terminações nervosas.
Hipoderme: também chamada de tecido celular subcutâneo, é a porção mais profunda da pele. É composta por feixes de tecido conjuntivo que envolve células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias.
Manchas Pigmentares ou Discrômicas
Hipopigmentação ou Hipocromia: Diminuição do pigmento melânico.
Acromia: Ausência do pigmento melânico, também denominada leucodermia.
Significado clínico de ambas: perda do pigmento por lesão dos melanócitos (exemplo: após crioterapia), ou imunidade contra os melanócitos, como nas dermatopatias auto-imunes e vitiligo.
Hiperpigmentação ou Hipercromia: Aumento de pigmento de qualquer natureza na pele (hemossiderina, pigmentos biliares, caroteno e tatuagem). Quando decorrente do aumento de melanina, o termo mais apropriado é melanodermia, que pode se apresentar com diferentes tonalidades de castanho como claro, escuro, azul-acastanhado e preto.
Significado clínico do aumento de melanina: dermatopatia crônica.
Há ainda a mancha senil decorrente da maior deposição de melanina em indivíduos de idade avançada. Geralmente ocorre na região abdominal ventral dos animais e na região dorsal das mãos dos humanos.
Formações Sólidas
Significado clínico: as formações sólidas resultam de processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico, atingindo, isolada ou conjuntamente, a epiderme, derme e hipoderme. Podem ser classificadas em:
Pápula: Lesão sólida circunscrita, elevada, que pode medir até 1 cm de diâmetro.
Placa: Área elevada da pele com mais de 2 cm de diâmetro, geralmente pelo coalescimento de pápulas.
Nódulos: Lesão sólida circunscrita, saliente ou não, de 1 a 3 cm de diâmetro.
Tumor ou Nodosidade: Lesão sólida circunscrita, saliente ou não, de mais de 3 cm de diâmetro. O termo tumor deve ser utilizado preferencialmente, para neoplasia.
Vegetação: Lesão sólida, exofítica (cresce se distanciando da pele), avermelhada e brilhante, pode ocorrer pelo aumento da camada espinhosa.
Verrucosidade: Lesão sólida, exofítica, acinzentada, áspera, dura e inelástica, ocorre pelo aumento da camada córnea. Lesão clássica da papilomatose e sarcóide equino.
Coleções Líquidas
Dentre as coleções líquidas, incluem-se as lesões com conteúdo seroso, sanguinolento ou purulento.
Vesícula: Elevação circunscrita de até 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro. Esse conteúdo inicialmente claro (seroso) pode se tornar turvo (purulento) ou avermelhado (hemorrágico).
Bolha: Elevação circunscrita maior que 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro.
Pústula: Elevação circunscrita de até 1 cm de diâmetro, contendo pus.
Significado clínico das vesículas e bolhas: ao se deparar com esses três tipos lesionais, o clínico deve incluir no seu plano de diagnóstico as lesões cáusticas, farmacodermias e doenças auto-imunes. Ainda no caso das pústulas, além desses três diagnósticos, as piodermites devem ser consideradas.
Alterações de Espessura
Hiperqueratose ou Queratose: Espessamento da pele decorrente do aumento da camada córnea. A pele torna-se áspera, inelástica, dura e de coloração acinzentada. Denominada leucoplasia, quando ocorre em mucosas.
Liquenificação ou Lignificação: Espessamento da pele decorrente do aumento da camada malphigiana com acentuação dos sulcos cutâneos, dando à pele aspecto quadriculado ou em favos de mel.
Significado clínico da queratose e lignificação: Processo inflamatório crônico ou região de traumas repetidos (calo ou calosidade).
Cicatriz: Lesão de aspecto variável, saliente ou deprimida, móvel, retrátil ou aderente. Não apresenta estruturas foliculares, nem sulcos cutâneos, decorrente da reparação do processo destrutivo da pele. Associa atrofia, fibrose e discromia.
Perdas Teciduais e Peparações
São lesões decorrentes de eliminação ou destruição patológicas do tecido cutâneo.
Escama: Placas de células da camada córnea que se desprendem da superfície cutânea, por alteração da queratinização. Podem ser classificadas em farinácea, furfurácea ou micácea.
Significado clínico: Queratinização precoce ou aumento da epidermopoiese, decorrentes de fatores genéticos, processos inflamatórios ou metabólicos.
Erosão: Perda superficial da epiderme ou de camadas da epiderme.
Úlcera: Sinônimo de ulceração crônica. Denomina-se de úlcera tenebrante, aquelas muito profundas.
Colarinho Epidérmico: Fragmento de epiderme circular que resta aderido à pele após a ruptura de vesículas, bolhas ou pústulas.
Glândulas anexas
Glândulas Sebáceas
Estas glândulas estão presentes em toda a superfície da pele, com exceção dos coxins e do plano nasal. Sempre desembocam suas secreções no folículo piloso. A secreção é do tipo holócrina, e recebe a denominação de sebo e tem como função principal manter a maciez e a hidratação da pele, além de funcionar como uma barreira física e química contra patógenos.
As glândulas sebáceas podem sofrer influência nutricional e controle hormonal, os andrógenos causam hipertrofia e hiperplasia e os estrógenos e glicocorticóides involução.
Glândulas Sudoríparas
São as glândulas responsáveis pela regulação de temperatura e eliminação de substâncias através da sudorese.
Estão classificadas em epitriquiais, exercendo ações antimicrobianas e de feromônios, localizadas logo abaixo das glândulas sebáceas, e em atriquiais, localizadas na derme profunda ou no tecido subcutâneo, presente nos carnívoros.
Sudorese
A frequência com que a sudorese ocorre em felinos e caninos ainda é pouco compreendida.
Estudiosos afirmam que nas raças caninas pastor alemão e golden retriever apresentam uma pequena sudorese nas regiões axilar, inguinal e abdominal ventral.
Os eqüinos apresentam intensa sudorese em resposta a exercícios, neste caso a sudorese é principalmente uma forma de termorregulação, assim como nos bovinos.
Vascularização da Pele
O sistema vascular cutâneo está subdividido em:
Plexo profundo
Plexo intermediário
Plexo superficial
O plexo profundo é a principal rede vascular para a pele sobrejacente. A preservação desse plexo é fundamental para a sobrevivência da pele.
O plexo intermediário mostra variações evolutivas
e posicionais variando de acordo com a distribuição dos folículos pilosos na pele.
O plexo superficial é irrigado por raízes do plexo intermediário e está situado na camada externa da derme. Esse plexo é pouco desenvolvido em cães e gatos, o que explica, por exemplo, por que a pele dos caninos geralmente não forma bolhas nas queimaduras superficiais.
Músculo eretor do pêlo e inervação da pele
O músculo eretor do pêlo está presente em toda a superfície da pele recoberta por pêlos. Recebe inervação colinérgica e contrai em resposta a epinefrina, produzindo a piloereção.
As fibras nervosas tem ação sensitiva e estão inter conectadas com órgão sensitivos, como:
Corpúsculos de Pacini (sensibilidade à pressão)
Corpúsculos de Meissner (sensibilidade tátil)
Corpúsculos de Ruffini (sensibilidade térmica)
Hipoderme
É a camada mais profunda e geralmente a mais fina da pele.
Funcionalmente, além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e proteção mecânica e facilitando o deslizamento da pele em relação as estruturas subjacentes.
Exame da Pele
Identificação
Devido a algumas doenças fazerem parte de peculiaridades entre espécies como o sárcoide, característico de equinos, o clínico deve identificar em primeiro lugar a espécie animal em questão.
Ainda dentro de uma mesma espécie deve-se observar também a idade, a raça, o sexo e coloração da pelagem.
Anamnese
Pode ser responsável por até 50% do diagnóstico final.
As principais perguntas a serem feitas, neste caso para dermatopatias, são:
Queixa principal: de todos os sintomas apresentados pelo animal qual ocorre com maior incidência
Antecedentes: verificar parentesco, procedência geográfica do animal
Inicio do quadro e tempo de evolução: a quanto tempo a animal começou a apresentar o problema
Tratamentos já efetuados e suas consequências: se o animal já tomou algum tipo de fármaco ou se já foi em alguma outra clínica.
Periodicidade: se já ocorreu outras vezes e se é em determinado período do ano
Ambiente, manejo e hábitos: qual ambiente o animal vive, com qual frequência esse lugar é limpo, com qual freqüência o animal toma banho
Alimentação: qual tipo de alimentação desse animal, com que freqüência se alimenta
Contactantes: se animais da mesma propriedade ou vizinhos ao animal estão enfermo estão apresentado esta mesma sintomatologia
Ectoparasitos: se foi observado à presença de carrapatos, pulgas, ácaros no animal
Prurido
Sensação desagradável que manifesta no paciente o desejo de se coçar.
A abordagem deve ser feita minuciosamente para que se definam pontos, tais como:
Avaliação da presença de prurido
Tomar cuidado com determinadas frases prontas ditas pelos donos, por exemplo: “meu cão está com coceiras”
Intensidade
Deve-se avaliar, por exemplo, se o animal apresenta prurido patológico, neste caso, o animal se coça acima de 30% do tempo disponível ou mais.
A classificação da intensidade:
Leve, moderado ou severo
Manifestação do prurido
Trauma com os membros (modo clássico de manifestação do prurido)
Ato de lambedura
Roça em parede
Ato de mordiscar
Localização do prurido
Local que se apresenta mais traumatizado pelo animal no ato de se coçar
Depois, deve-se buscar lesões dermatológicas nesse local
Listar prováveis diagnósticos
O uso de exames complementares
Exame físico
É feito logo após a identificação do paciente, por exemplo, raça, sexo, idade do mesmo e da anamnese.
Dentre os exames físicos usados na semiologia da pele, podemos citar:
Palpação
Através desse método, é possível avaliar a temperatura do animal, o volume, a elasticidade, a umidade e a consistência da pele.
No caso de encontrar-se edema, deve-se dar uma atenção especial ao mesmo.
Se o animal não tiver apresentado prurido durante a avaliação, mas o dono
queixa-se que o animal coça-se, esse exame pode estimular também o animal a se coçar, através de estímulos na área onde há alopecias e até mesmo traumas causados pelo ato de coçar do animal.
Olfação
É um dos métodos mais utilizados na dermatologia, contudo é um método que depende muito da experiência profissional.
Temos como exemplo casos de miíase, em que o animal apresenta um odor característico causado pela necrose.
Inspeção direta
Este método é o principal com relação a orientação para diagnóstico, desta maneira, deve ser realizado em ambiente bem iluminado.
A observação deve ser feita em primeiro lugar, à distância, atentando-se para falhas nos pêlos, levando-se sempre em consideração a espécie e a raça em questão, já que de acordo com essas variantes, a pelagem muda.
Classificação das lesões cutâneas
As lesões cutâneas podem ser classificadas da seguinte maneira:
1-Distribuição
Localizada: o animal apresenta entre 1 a 5 lesões individualizadas pela superfície corporal
Disseminada: mais de 5 lesões individualizadas pelo corpo do animal
Generalizada: acometimento difuso de mais de 60% da superfície corporal do animal
Universal: quando há comprometimento total da superfície corporal do animal
2- Topografia
Podem ser classificadas em simétricas e assimétricas
3- Morfologia
Classificadas em lesões superficiais e profundas
4- Configuração
Esta classificação depende da forma ou contorno que a lesão apresenta. Vale ressaltar que algumas lesões apresentam formatos típicos de determinadas dermatopatias.
5- Morfologia
Alterações de cor
Manchas ou máculas planos sem relevo ou depressão
Manchas vasculo- sanguíneas
Eritema: coloração avermelhada da pele decorrente da vasodilatação. Ocorre geralmente em dermatopatias inflamatórias.
Púrpura: coloração avermelhada da pele devido a extravasamento de hemácias na derme. Podem ser ainda classificadas em:
- petéquias: púrpura de até um cm de diâmetro
- eqimose: púrpura maior que um cm de diâmetro
- víbice: púrpura linear
Há um processo denominado de Telangiectasia decorrente de hiperadrenocorticismo e cicatrização atrófica, que nada mais é do que a evidenciação dos vasos sanguíneos cutâneos da pele, devido ao seu adelgamento, revelando-se desta maneira sinuosos.
Lesões associadas
As lesões elementares podem ocorrer isoladamente ou associadas umas às outras. Os termos que podem ser utilizadas para essas lesões são papulocrostosas, eritêmato-papulosas, vesiculobolhosas, ulcerocrostosas entre outras
Lesões particulares
Essas lesões não pertencem a nenhum dos cinco grupos lesionais e são tidas como lesões especiais. São elas:
Celulite: inflamação da derme e/ou tecido subcutâneo
Comedão: acúmulo de corneócitos no infundíbulo folicular (cravo branco) ou de queratina e sebum em um folículo piloso dilatado (cravo preto)
Corno: excrescência cutânea circunscrita e elevada, formada por queratina. É o grau máximo de hiperqueratose
Milium: pequeno cisto de queratina branco-amarelado, na superfície da pele
Sinais específicos da dermatologia
Sinal de Nikolsky: pressão friccional sobre a pele, determinando a separação da epiderme.
Sinal de Godet ou cacifo: pressão sobre a pele obtendo-se depressão. Na presença de edema, a depressão permanece, mesmo quando não se exerce mais a pressão.
Sinal de Auspitz: surgimento de pontos hemorrágicos quando se raspam as escama, numa área recoberta por escamas.
Sinal de Larsson:fricção dos pêlos contra o sentido do crescimento, evidenciando acúmulos paralelos de escamas, característico do quadro de disqueratinização.
INSPEÇÃO INDIRETA
Diascopia ou vitropressão
É uma pressão sobre a lesão para provocar isquemia feita com uma lâmina de vidro ou lupa e é indicada para diferenciar eritrema de púrpura. O eritrema adquire mesma coloração da pele subjacente e na púrpura pele continua com coloração vermelha
Luz de Wood
É um exame feito através da fluorescência e é usado para diagnóstico de dermatofitoses
Teste da fita adesiva
Tem como finalidade a busca de ectoparasitas e ovos. A fita é colada e descolada várias vezes e em várias regiões do corpo do animal e posteriormente a fita é posta sobre a lâmina. O material então é levado ao microscópio óptico para ser analisado e constatado
ou não a presença de ectoparasitas.
Exame direto do pelame
É indicado para a observação de esporos fúngicos. Não é possível identificação da espécie de dermatófito nem de macroconídeos
Tricograma
O tricograma avalia o ciclo biológico do pêlo, assim como suas alterações fisiológicas e anatômicas. É um exame detalhado do bulbo, haste e da extremidade do pêlo.
Parasitológico de Raspado Cutâneo
Uma das técnicas mais utilizadas na dermatologia veterinária, com grande importância no auxilio do diagnóstico, para a identificação de parasitas dos gêneros demodex, sarcoptes, psoroptes, notoedris e cheyletiella.
Indicação 1- sarna demodécica
Independente da espécie animal examinada e, por conseguinte, da espécie demodex procurada, o parasitológico de raspado cutâneo nos casos de demodicidose deve ser realizado em lesão representativa do quadro, preferencialmente em pele íntegra, buscando-se evitar as lesões ulceradas. com a lâmina de bisturi perpendicularmente colocada em contato com a pele pregueada o clínico deve fazer movimentos de fricção até obter o material composto por debris celulares e sangue; consequentemente haverá o sangramento da região. após o inicio do sangramento, a região deve sofrer grande pressão, na tentativa de expulsar os ácaros que usualmente ocupam os folículos pilosos e, em seguida, continuar a coleta. o material coletado deve ser colocado em uma lâmina e coberto por uma lamínula. esse material deve ser levado ao microscópio óptico para ser analisado e constatado ou não a presença de ácaros desse gênero.
Indicação 2- sarna sacóptica
há na família sarcoptidae, algumas variedades de sarcoptes scabiei que acometem as espécies canina, suína, bovina e caprina. o exame parasitológico é realizado da mesma forma ao qual foi descrito para a sarna demodécica. as lesões de escabiose frequentemente se localizam na borda de pavilhões auriculares, mormente na espécie canina. Sendo assim, o clínico deve ter cuidado ao raspar esta região com lâmina de bisturi e o cão deve estar devidamente contido para que evite acidentes.
Indicação 3 - sarna notoédrica dos felinos
Também conhecida como escabiose dos felinos, é causada pelo notoedris cati, ácaro pertencente a família sarcoptidae. o parasitológico de exame cutâneo é semelhante ao abordado para sarna demodécica.
Cuidados devem ser tomados quando as lesões se localizam em regiões anatômicas delicadas, como na região periorbital e as bordas de pavilhões auriculares, uma vez que o quadro envolve quase exclusivamente a cabeça.
Indicação 4- sarna psoróptica
Acomete as espécies bovinas e ovinas, podendo acometer também, porém com menos frequencia, equinos e caprinos. a coleta do material para exame parasitológico é semelhante ao método utilizado para sarna demodécica.
Indicação 5- cheiletielose
É uma dermatite parasitária que acomete com frequencia felinos, podendo acometer caninos, causado por ácaros da família cheyletidae. Esses ácaros se alimentam de debris celulares e vivem na superfície da célula. o parasitológico deve ser realizado em lesões descamativas, pois frequentemente as escamas, além de estarem associadas ao quadro, podem ser confundidas com o parasita, preferencialmente em pele íntegra. o processo de coleta do raspado é semelhante ao utilizado para sarna demodécica.
Exame Micológico
Tem fundamental importância na determinação do diagnóstico de diferentes quadros provocados por fungos, como dermatofitose, malassezíase, esporotricose e criptococose.
Indicação 1- dermatofitose
Constitui uma micose superficial causada por fungos filamentosos nas diferentes espécies animais. as principais espécies fúngicas são microsporum canis, microsporum gypseum, trychophyton mentagrophytes, trychophyton equinum e trychophyton verrucosum.
A dermatofitose classicamente é apresentada por lesões alopecias e descamativas de contornos circulares.o material enviado ao laboratório deve ser representado por pêlos e escamas coletados da periferia da região alopecia.
Os felinos são a única espécie doméstica que pode portar o microsporum canis sem apresentar lesões de pele.
Independente da técnica escolhida para confirmação da dermatofitose, os animais que já estiverem submetidos à terapia tópica ou sistêmica devem ser afastados do tratamento por, no mínimo, sete dias, para que o material seja coletado.
Indicação 2- dermatite por malassezia
A dermatite por malassezia pachydermatis é uma dermatopatia relevante principalmente em cães. Os animais acometidos apresentam lesões descamativas, eritematosas ou hiperpigmentadas. A coleta do material é semelhante ao método utilizado em dermatofitose.
Indicação 3 - esporotricose
É uma micose subcutânea que pode acometer diferentes espécies animais, como cães, gatos e equinos. é uma importante zoonose clinicamente representada por lesões nodulares ou em goma com ou sem secreção. O material enviado ao laboratório deve ser representado por secreção coletada por swab ou por fragmento de tecido acometido coletado por biopsia.
Indicação 4- criptococose
É uma micose sistêmica que pode acometer os carnívoros domésticos. clinicamente representada por lesões nodulares ou em goma com ou sem secreção, além de acometimento pulmonar ou de tecidos neurológicos.
Teste Radioalerdossorvente (Rast) E Ensaio Imunossorvente Ligado À Enzima (Elisa)
São duas metodologias de detecção quantitativa de ige, em soro de animais, para diagnóstico diferencial de dermatopatias alérgicas. esses testes são indicados para confirmação de diagnóstico de dermatite alérgica à picada de pulgas (dapp), hipersensibilidade alimentar (ha) e atopia.
Citologia
Esse exame pode fornecer rápidos resultados que podem ser importantes na orientação do diagnóstico ou, muitas vezes, podem determinar o diagnóstico definitivo de diferentes enfermidades. é um método que pode ser utilizado em diferentes dermatopatias de etiologia inflamatória, neoplásica ou infecciosa.
CONCLUSÃO
Após as pesquisas realizadas para o presente trabalho, pôde-se perceber que a primeira variável determinante para um bom diagnóstico é a semiologia da pele, levando-se em consideração que esta é o espelho do corpo.
REFERÊNCIAS
LUCAS, R. Semiologia da Pele. IN: FEITOSA, F.L.F. Semiologia Veterinária: a arte do diagnóstico. São Paulo: Roca, 2004, p. 641-676.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais