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CIÊNCIAS SOCIAIS AULA 2 A SOCIOLOGIA tem uma base teórico-metodológica voltada para o estudo dos fenômenos sociais, tentando explicá-los e analisando os seres humanos em suas relações de interdependência. A ESTRUTUTRA DO SER HUMANO •O ser humano não é "programado" biologicamente (instintos naturais) nem pelo destino ou uma vontade exterior. •Os demais animais vêm ao mundo prontos e seus impulso, instintos, sentidos são altamente especializados e dirigidos. Vivem num mundo muito particular. •Temos pouquíssimos comportamentos instintivos natos. O nosso mundo é aberto. Não está dado. O mundo precisa ser modelado pela nossa atividade. Precisamos construir um mundo para nós. CULTURA: UMA SEGUNDA NATUREZA • Cultura: totalidade dos produtos da atividade humana (materiais e espirituais). •A cultura é uma segunda natureza que procura suprir a ausência parcial de estruturas instintivas em nós. •A interiorização da cultura da sociedade/grupo social a que pertencemos é que nos permite agir de uma forma quase instintiva e automática. •Não é possível viver sem pertencer a um grupo e não é possível pertencer a um grupo sem compartilhar uma determinada visão de mundo, de valores, normas morais, linguagem, instituições, etc. Isto não significa não ter identidade pessoal ou particularidades. • A origem da cultura está na exteriorização criativa das gerações que nos precederam. Forma-se a TRADIÇÃO, transmitida de geração em geração. • Os indivíduos ao nascerem entram em relação com esta exteriorização dada assimilando-a (interiorizando, subjetivando) e contribuindo com novas perguntas e novas soluções. • Neste processo a cultura modifica-se sem perder a tradição que lhe dá identidade social. •As soluções, na verdade, podem ser de dois tipos: –técnicas (não conflitivas) –paradigmática (conflitivas): tem o poder de alterar os principais valores, princípios e modelos de funcionamento CULTURA E SOCIEDADE Quando uma cultura determinada se torna nossa segunda natureza, temos muita dificuldade de perceber isso. Ela é "a realidade" e não uma realidade entre as possíveis. A construção social assume um caráter objetivo e passa a ser uma verdade auto-evidente. A cultura passa a exercer, então, um poder coercitivo. Os que não compartilham de determinadas normas ou valores são considerados anormais. Esta anormalidade ou "desvio" sofre sanção subjetiva (a culpa). Há, porém, também sanções objetivas, que são acionadas quando as sanções subjetivas são transgredidas. Entra em cena a autoridade constituída das instituições sancionadas pela cultura com seu respectivos aparato de força (moral, legal ou física) e os mecanismos de punição. Quando uma cultura determinada se torna nossa segunda natureza, temos muita dificuldade de perceber isso. Ela é "a realidade" e não uma realidade entre as possíveis. A CONSTRUÇÃO SOCIAL assume um caráter objetivo e passa a ser uma verdade auto-evidente. Obviamente, a reprodução desse processo "dá às pessoas um forte sentimento de segurança e de normalidade, o que as leva a rejeitar os diferentes e as novidades que questionam e conflitam com a ordem que está estabelecida e aceita. TIPOS DE SOCIEDADE Há dois grandes modos de legitimar a ordem conforme o tipo de sociedade: TRADICIONAL - Tudo é legitimado em nome da tradição. Nada de fundamental pode ser modificado. A religião é base de legitimação desta ordem estática. O sistema moral, com seus valores e normas divinamente justificados, tem papel fundamental na reprodução da ordem vigente e nos mecanismos de sanção e repressão às tentativas de inovação. MODERNA - Com as mudanças geradas com o mundo, o progresso (ético e material) torna-se um elemento fundamental. Neste aspecto a tradição transforma-se em obstáculo. Agora é bom ser inovador, progressista. - Surge o sujeito, o indivíduo autônomo. Ele é valorizado em detrimento do coletividade. Não há limites para ação do indivíduo moderno e o novo passa ser o sinônimo do que há de mais elevado. Há uma crença forte que progresso conduz a um amanhã melhor. • Esta é uma visão extremamente otimista da história humana. Esta visão assume a forma de um mito, legitimando a classe burguesa (nascente) e o seu projeto de acabar com a morte (violenta, miserável e natural). Este otimismo alimenta o forte empenho "missionário" da sociedade moderna, isto é, o anseio de propagar e implementar esta visão de sociedade. A religião e a moral tradicional são descartadas, pois a legitimação é interna à própria sociedade: o mito do progresso e a progressiva eliminação dos problemas. A técnica toma o lugar da ética (separam ciência e ética).