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NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM Profº Rodolfo Vitor Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND https://emagrecame.com/alimentos-que-ajudam-a-emagrecer/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/ Conteúdo UNIDADE I. Políticas públicas em nutrição e o papel do Enfermeiro no serviço de nutrição. Panorama epidemiológico no Brasil: deficiências nutricionais, doenças infecciosas e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e as diretrizes do Guia Alimentar Brasileiro para os profissionais de saúde. UNIDADE II. – Nutrição nos ciclos vitais, tipos de dieta e interação com medicamentos. Fases da Alimentação: Digestão, Absorção, Metabolismo, Excreção e Energia e calor. UNIDADE III. – Tipos de dietas hospitalares e interação com medicamentos Princípios nutritivos: Macronutrientes e micronutrientes. Protídeos, minerais, glicídeos, lipídeos, vitaminas (hidrossolúveis, lipossosúveis) e água – Definição, função, fontes e carências. UNIDADE IV. Avaliação nutricional e antropométrica e dietoterapia nas doenças crônicas Necessidade energética e cálculo de dieta balanceada de 2000 kcal segundo o Guia Alimentar para a população brasileira. Entendimento e aplicação da informação nutricional de alimentos convencionais e de alimentos diet e light. UNIDADE I. • Panorama epidemiológico no Brasil: deficiências nutricionais, doenças infecciosas e doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). • A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e as diretrizes do Guia Alimentar Brasileiro para os profissionais de saúde. PANORAMA DA FOME E DESNUTRIÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO O PANORAMA EPIDEMIOLÓGICO NO BRASIL: O PESO MULTIPLICADO DA DOENÇA • As deficiências nutricionais e as infecções ainda são desafios fundamentais da saúde pública no Brasil. • O perfil epidemiológico adquiriu uma maior complexidade, tendo os padrões de doenças mudado radicalmente. • As doenças crônicas não-transmissíveis vêm assumindo importante magnitude, estando associadas às causas mais comuns de morte registradas atualmente; • A desnutrição na infância nas regiões norte e nordeste e em bolsões de pobreza em todas as regiões do país (OPAS,2019) • Interações entre nutrição e infecção (OPAS,1997); • Doenças diarréicas e afecções respiratórias em crianças – AME; • DCNT: debilitantes, incapacitantes e letais; • Obesidade, cárie dentária, diabetes, hipertensão arterial, AVC, osteoporose, doenças coronárias, câncer e outras; • Exclusão e desigualdade social e econômica – Ricos e pobres; • Condições ambientais; (PNAN,2019) A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) (aprovada no ano de 1999) Propõe respeitar, proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação através de: Medidas de incentivo • Difundem informação e viabilizam práticas educativas, buscando motivar os indivíduos para a adoção de práticas alimentares saudáveis. São as ações educativas nas UBS, escolas, ambientes de trabalho, campanhas publicitárias e os eventos de mobilização; Medidas de apoio • Tornam mais factível a adesão a práticas saudáveis por indivíduos e coletividades já informados e motivados. Medidas de proteção • Têm caráter regulatório visando impedir que coletividades e indivíduos fiquem expostos a fatores e situações que estimulem práticas não saudáveis. Incluem a regulamentação da venda e propaganda de alimentos nas cantinas escolares; a regulamentação de publicidade dirigida ao público infantil e a regulamentação da rotulagem de produtos dirigidos a lactentes (BRASIL, 2013b). Diretrizes da Política Nacional de Assistência Nutricional (PNAN) e Parcerias • Educação continuada dos profissionais de saúde, com ênfase naqueles envolvidos com a atenção básica; • Desenvolvimento de instrumentos estratégicos para divulgação e promoção da informação à população em geral; • Inserção de nutrientes utilizados por grupos populacionais regionais e específicos na atenção à saúde; • Programas de prevenção e controle de carências nutricionais específicas (Vit. A, anemia ferropriva, distúrbios por deficiência de Iodo); • Ações, protocolos e projetos voltados para desnutrição infantil em âmbitos hospitalar, ambulatorial e comunitário/ familiar (CD, sala da criança, acompanhamento nutricional); • Saúde do escolar; • Vigilância alimentar e nutricional; coleta sistemática de informações antropométricas da população atendida pelo SUS. • Promoção e financiamento de estudos e pesquisa; ESTRATÉGIAS - PNAN • No Brasil, onde as desigualdades regionais são expressivas, é importante destacar que a promoção da alimentação saudável pressupõe a necessidade de definição de estratégias de saúde pública. • Modelo de atenção à saúde e de cuidado nutricional, direcionados para a prevenção da desnutrição, incluindo a fome oculta e outras doenças relacionadas e exclusão social, como também do sobrepeso, da obesidade e das demais DCNT resultantes da inadequação alimentar. • A promoção de práticas alimentares saudáveis, além de uma diretriz explícita da PNAN; • A alimentação saudável tem início com o incentivo ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês e complementado até, pelo menos, o segundo ano de vida; • O resgate de hábitos e práticas alimentares regionais relacionadas ao consumo de alimentos locais de elevado valor nutritivo; Algumas características de orientação alimentar Linguagem • Clara e acessível a todos. Utilização de termos como “prefira”, “escolha”, “acrescente”, “consuma” e “substitua” . Facilidade de leitura e tamanho do documento • Contém 150 páginas, mas utiliza letras grandes, muitas figuras e fotos, além de vários exemplos ilustrativos, proporcionando leitura fácil e dinâmica. 4 Alimentação e nutrição no Brasil: alimentos saudáveis e refeições; Conteúdo sobre o papel simbólico e emocional dos alimentos, pratos e refeições • Valoriza questões como o prazer de comer, a construção de memórias e costumes, bem como o reforço de relações e conexões, que são aspectos de saúde e bem-estar. São discutidas questões específicas relacionadas à alimentação como, por exemplo, quando, por que, onde e com quem as refeições são consumidas. Algumas características de orientação alimentar Didática • Não trabalha com a ideia de porções de alimentos ou medidas caseiras, mas com em orientações-chave para facilitar a compreensão; Valorização da cultura alimentar e do meio ambiente • Valoriza fortemente a culinária do país, propondo o preparo de alimentos regionais. Além disso, há também grande preocupação com o meio ambiente e as práticas sustentáveis de produção de alimentos (ANDRADE; BOCCA, 2016). Atributos da alimentação saudável • Um dos pressupostos para a alimentação saudável é o resgate de hábitos alimentares regionais, com alimentos produzidos localmente, seguros do ponto de vista higiênico sanitário e de elevado valor nutritivo, como frutas, legumes e verduras, grãos integrais, leguminosas, sementes e castanhas. • Outros fatores importantes, ao se considerar em uma alimentação saudável, são os comportamentais e afetivos relacionados às práticas alimentares. Assim, uma alimentação saudável deve contemplar alguns atributos básicos como (BRASIL, 2006): Atributos da alimentação saudável Custo dos alimentos • A alimentação saudável não é cara, pois se baseia em alimentos produzidos regionalmente por pequenos agricultores. Sabor e cor • A alimentação saudável é saborosa e contempla uma variedade de grupos de alimentos de várias cores, tornando-a atrativa aos sentidos e fornecendo mais nutrientes. Variedade • Alimentação saudável prevê que o consumo de vários grupos de alimentos fornece diferentes nutrientes e evita a monotonia alimentar. Ressalta-se que diferentes alimentos dentro do mesmo grupo podem ser utilizados para aumentar a variedade. Atributos da alimentação saudável Harmonia e adequação • A alimentação saudável possui equilíbrio em quantidade e em qualidadedos alimentos consumidos, considerando que tais fatores variam de acordo com a fase do curso da vida e outros fatores, como estado nutricional, estado de saúde, idade, sexo, grau de atividade física e estado fisiológico. Segurança sanitária • A alimentação saudável exige alimentos seguros do ponto de vista higiênico-sanitário, ou seja, os alimentos não devem conter contaminantes de natureza biológica, física ou química ou outros perigos que comprometam a saúde do indivíduo ou da população. Refeições e suas características • A dieta ideal é aquela que, além de garantir o fornecimento de nutrientes essenciais para o corpo, também leva em consideração os valores simbólicos e emocionais dos alimentos, seus pratos e refeições, que proporcionam prazer ao indivíduo por meio do sabor e da construção de memórias e costumes. Portanto, o guia alimentar para a população brasileira ressalta a importância dos pratos e das refeições nos seguintes passos (BRASIL, 2014): Ações importantes para fazer do preparo de refeições e do ato de comer momentos especiais de convivência e lazer • Realizar refeições com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. • As refeições devem ser feitas em horários semelhantes todos os dias, de modo lento e apreciativo. • É importante comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento. Ações importantes para fazer do preparo de refeições e do ato de comer momentos especiais de convivência e lazer • Desenvolver habilidades culinárias. • Planejar o uso do tempo para alimentação, cardápio e as compras devem ser planejados; • a despensa deve ser organizada; • As atividades domésticas relacionadas ao preparo das refeições devem ser compartilhadas entre os membros da família. Refeições Saudáveis e Orientações para o preparo de refeições saudáveis (BRASIL, 2006, 2014): São consideradas refeições saudáveis aquelas preparadas com alimentos variados, com tipos e quantidades adequadas às fases do curso da vida, compondo refeições coloridas e saborosas que incluem alimentos tanto de origem vegetal como animal. Refeições Saudáveis e Orientações para o preparo de refeições saudáveis (BRASIL, 2006, 2014): • Consumir diariamente alimentos como cereais integrais, feijões, frutas,legumes e verduras, leite e derivados e carnes magras, aves ou peixes; • Preferir preparações com alimentos in natura ou minimamente processados que sejam práticas, variadas, saborosas e baratas; • Observar a quantidade de produtos como sal, óleos, gorduras e açúcar, pois são básicos para temperar e cozinhar alimentos e a quantidade utilizada interfere na qualidade da alimentação; • Valorizar a cultura alimentar; • Saborear refeições variadas, ricas em alimentos regionais saudáveis e escolher os alimentos mais saudáveis, lendo as informações nutricionais dos rótulos dos alimentos “Deixe que a alimentação seja o seu remédio e o remédio a sua alimentação” (Hipócrates). “O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam” (Brillat-Savarin, 1825). Objetivos da Aula: Elaborar resumo contendo: •Opinião e situação de fome e alimentação no muno e no Brasil; •Cite quais os preceitos do PNAN; •Cite o entendimento sobre alimentação saudável; •Quais os temas devem ser abordados para orientar um paciente em consultório, em relação a alimentação adequada; •Quais as considerações que o enfermeiro deve ter consciência em relação as orientações quanto a alimentação;