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O conceito de Infância Disciplina : Ludoterapia Prof. Marisa Godoy Conceito de Infância: Para compreender a Psicanálise com crianças é necessário contextualizar como a criança foi pensada dentro da cultura ocidental desde a Antiguidade até hoje. Concepção da Infância atual: Ser singular com particularidades que a diferencia do adulto. Philippe Áries em História Social da Criança e da Família: Apresenta um estudo na Europa através de pinturas, diários e esculturas entre a idade média e o século XX. Através de estudos anteriores aos ideais da Revolução Francesa. Utiliza a expressão “SENTIMENTO DA INFÂNCIA” para designar a consciência da particularidade infantil, que distingue essencialmente a criança do adulto. Vai aparecer a partir do século XVII. Idade média Pequeno adulto, desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Tão logo adquiria alguma independência, participava da vida dos adultos, de seus trabalhos, jogos e festas. Relacionamento com toda a comunidade. A indiferença era uma consequência do perfil demográfico da época. Taxa de mortalidade alta. Expressão da Sexualidade Até o século XVI – os adultos faziam alusões a assuntos sexuais na presença das crianças, isto era NATURAL. O tratamento era superficial – “Paparicação” enquanto era um bebê engraçadinho. A partir do Renascimento – A criança passa a ser vista como o centro do grupo familiar e, a infância considerada como um período de preparação para o futuro. (interesse psicológico e preocupação moral). Século XVII até o Século XVIII Entendem que a inocência infantil precisa ser preservada. A Educação tornou-se uma preocupação constante das famílias, dos homens da lei e dos educadores. No século XVII considerava-se a criança como um estorvo para os pais. Posição esta originada no pensamento de Santo Agostinho, onde a infância não tem nenhum valor ,e é o indício da corrupção dos adultos. A Educação era rigorosa e fria na família. França no século XVIII A criança ainda era considerada um encargo pesado. Os cuidados ao recém-nascido desagradavam os Pais. Generalizou-se o hábito de contratar amas de leite para amamentar os filhos. As escolhas não tinham nenhum critério. Gradativamente esse sentimento modifica-se com o surgimento do DISCURSO FILOSÓFICO ILUMINISTA, que vai inspirar a Educação até o século XX. O Pensamento de Rousseau Contrário a Santo Agostinho, Rousseau acredita na bondade natural do homem. A criança nasce inocente, pura e tem maneiras de pensar e sentir, de acordo com sua idade. A Sociedade é quem corrompe a criança. O infans – o infante aquele que não fala, é desprovido de toda a sexualidade. Na obra – Emílio, elabora um Manual para os Educadores. Seu pensamento foi aceito pelos maiores pedagogos da Europa. Posição da Igreja Desde o século XVII a Igreja preocupava-se em afastar a criança dos assuntos ligados ao sexo. Surgem as Escolas Religiosas: Para estudo da Religião, Moral, Leitura, Escrita e Aritmética. Para Áries uma dupla atitude: Preservá-la da sexualidade. (ser assexuado) Desenvolver o caráter e a razão. Capitalismo e Burguesia Com a ascensão do Capitalismo e da Burguesia, a criança passa a ser vista como força de produção, que traria lucros a longo prazo. Surge a Escola como meio de Educação das crianças, substituindo a aprendizagem informal. Um movimento Religioso, das Leis e do Estado. A família passa a ocupar-se da vida dos filhos, desde as brincadeiras, a educação, a higiene e saúde física. Século XIX e XX Especializações ligadas a infância desenvolveram-se rapidamente. A Pedagogia produz teorias e práticas educativas ancoradas no discurso psicológico. Proporcionou um estudo mais amplo sobre a criança, mas resultou na desqualificação da família como geradora da educação dos filhos. Pais muito submissos, que entregaram a outros a missão de educar. Discurso ideológico sobre a Infância Ressaltou a representação da criança marcada por uma natureza a ser corrigida pelo adulto, um ser assexuado, sem desejo próprio, imaturo. Essa idéia imperou pro muito tempo, até o aparecimento de Freud, que tal concepção se modificou. Primórdios da Psicanálise com crianças Surge a Psicanálise com Freud, que não acreditava na criança, com uma natureza passível de ser moldada pela Educação ou pela Psicologia. Freud chega a conclusão de que os sintomas histéricos decorriam das fantasias das pacientes. Portanto a realidade psíquica era a determinante, e não a realidade dos fatos. Com as descobertas de Freud, a infância passa a ser abordada pela lógica do inconsciente. Freud apresenta ao mundo uma criança dotada de sexualidade. Com o conceito de PULSÃO Freud vai nos mostrar que o corpo da criança é um corpo pulsional, corpo de desejo. A criança usa uma parte do seu corpo como fonte de prazer. O papel da análise de crianças coube inicialmente às mulheres. A Psicanálise nasceu da Medicina, e nesta época não era permitido que elas ingressassem nas Universidades. O pequeno Hans (caso de fobia por cavalos) A análise de crianças começa com o caso do pequeno HANS, publicado por Freud em 1909. A análise foi realizada por Max Graf, pai do menino, sob a supervisão de Freud, que se encontrou com a criança apenas uma única vez. Freud até o momento, não acreditava que fosse possível analisar uma criança. O caso Hans foi um marco no desenvolvimento da psicanálise. Articulando as teorias sexuais infantis ao complexo de Édipo, Freud demonstrou que a realidade psíquica da criança se assemelha à do adulto em suas angústias, fantasias e desejos. As reações favoráveis de Hans às interpretações dadas pelo pai, demonstraram as potencialidades do tratamento psicanalítico com crianças. Três parâmetros indispensáveis: Demanda Associação livre Transferência Interpretação De 1920 a 1940 Ocorreu o nascimento e desenvolvimento da Psicanálise com crianças, a partir das pesquisas das primeiras analistas: Hermine von Hug-Hellmuth Anna Freud Melanie Klein
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