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--udio aula 3

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Áudio aula 3 – continuação da introdução à matéria
Linha do tempo feita no caderno!
A própria constituição dos países da AL como Estados que surgem dentro do sistema capitalismo internacional, recém libertados do colonialismo, e se colocam como novos espaços de se converterem em Estados Nacionais autônomos, mas uma possibilidade que não estava dada logo após a independência devido a herança colonial que perpassava a estrutura econômica e política deles. A independência não cria de inicio um Estado Nacional. O colonialismo não foi totalmente superado, mas já se esboça um pensamento latino americano nesse período e as vésperas da crise de 29 que se intensifica a formação do pensamento político latino americano.
O que determina essa aceleração da produção intelectual é a crise do sistema colonial, onde se entende como colonial o conjunto das estruturas econômicas, sociais e políticas tipicamente coloniais que foram preservadas pós-independência, onde o que mais se observava eram as economias primárias exportadoras.
A independência não criou uma economia nacional, apenas reforça, onde era possível, uma economia especializada, concentrada na produção e exportação de alguns poucos gêneros primários, agrícolas ou minerais, voltados para os mercados do centro do capitalismo. Os países da AL, a periferia, que conseguem se estender nessa DIT são arrastados pela dinâmica dos centros, os industrializados.
A partir do final do século 19 e inicio dos anos 20, essa estrutura colonial entra em crise, e a crise de 29 é um choque ainda mais forte para os países de economias frágeis. No plano internacional o que ocorria era uma crise da DIT clássica, com duas Guerras Mundiais e uma grande depressão. Houve uma crise desse sistema colonial presente, mostrando aos países da AL a debilidade de continuar nessa forma de organização econômica. O efeito da crise só reforça que essa situação de dependência estrutural era problemática, exigindo uma solução. Com isso, nos anos 20, 30 do século 20, se colocam possibilidades da conclusão da formação nacional desses países.
O pensamento crítico analisa esse problema, mas surgem divergências. Qual seria o caminho para se completar a formação da nacionalidade, entendida como sociedade que consegue controlar seu destino e transformações? Para alguns a formação nacional se daria na ordem, pela formação do capitalismo nacional, para outros a situação da AL colocava a questão nacional em sintonia com a questão social, então a conclusão do processo de formação nacional se daria contra a ordem, através do socialismo. Para alguns era possível, nesse momento a AL trilhar um caminho parecido dos países centrais do capitalismo, construir um desenvolvimento capitalista em bases nacionais e autônomas. Para outros, a superação da condição colonial herdada da pré-independência, reforçada após ela, era uma tarefa que exigiria a lei e superar com o capitalismo, um horizonte socialista para a Revolução Nacional Democrática.
Nesse contexto, o desenvolvimento econômico seria historicamente determinado, onde o desenvolvimento para os países da AL envolve o rompimento com o passado colonial.
Nesse período (anos 20 e 30) esta a contribuição de Mariátegui no Peru, Caio Prado no Brasil. É onde se cria os fundamentos do pensamento critico LA. Eles estavam em sintonia com os problemas e questões do seu tempo.
O que ocorre a partir da década de 30, 40 e 50 e parte da década de 60: em 48 há a criação da CEPAL e em 49 a divulgação do primeiro documento que foi basicamente escrito por Prebisch e ficou conhecido como “manifesto LA”.
O que estava em discussão nesse momento: alguns países da AL reagiram à crise de 29 no sentido positivo, avançando na industrialização, mas era uma industrialização involuntária como decorrência da ruptura das economias primarias exportadoras e da desorganização da DIT, o colapso do comércio internacional, regressão dos fluxos de capital, e essas economias primárias se desorganizam. Em alguns países como o mercado interno já vinha sendo desenvolvido dentro da própria economia exportadora, como o caso do café no Brasil, a existência de uma base industrial mínima fez com que avançassem nessa industrialização.
Nesse período há alguns países que apontam para um processo de industrialização e para uma formação econômica com o avanço da industrialização pela substituição de importações. O que dava esse caráter específico era o fato de se desenvolver para a demanda de um mercado que antes era atendido pelas importações, antes dessa desorganização da DIT e desarticula as economias de tipo colonial. Até esse momento, há demanda por uma série de produtos, mas não só manufaturados, ela tinha que depender da importação, que dependia da geração de divisas da atividade exportadora. Se o comércio internacional contrai, aquela demanda que antes era suprida pelas importações passa a ser atendida pela produção local, uma substituição de importações. Então os investimentos vão se direcionando para as atividades industriais nesse contexto gerado pela crise de 29, mas era um industrialização espontânea, ainda não havia uma intervenção decisiva, deliberada dos estados LA para impulsionar essa industrialização.
A CEPAL surge nesse contexto de como resolver os impactos e problemas dessa industrialização espontânea. Ela vai criar uma teoria do subdesenvolvimento que enfatiza a importância da industrialização dos países LA como forma de superar as economias coloniais, formula políticas de planejamento econômico, industrialização e desenvolvimento para países da AL que quisessem trilhar esse caminho.
Final dos anos 40 e começo dos anos 50 há as contribuições iniciais de Prebisch e depois Celso Furtado no Brasil.
O que começa a ficar claro a partir da década de 60 é que mesmo nos países que mais avançaram na industrialização (Argentina, Brasil e México) ela não tinha os resultados esperados, não superava o subdesenvolvimento, entendendo o subdesenvolvimento como a dupla-articulação, dependência externa e regime de segregação social. Não resolveu o problema estrutural nem a dependência externa, mas sim internalizou a dependência com empresas transnacionais abrindo filiais nesses países, controlando os principais setores da indústria.
O plano de Metas de JK estimulou a entrada de transnacionais, jogando um problema para o futuro, e a garantia de divisas vem com a revitalização da economia primária exportadora e a economia colonial, para garantir a moeda forte.
O desafio da industrialização periférica dos anos 40 e 50 era a busca por um desenvolvimento econômico com bases nacionais, só que dado o começo da década de 60, fica evidente que a industrialização não resultou em superação do subdesenvolvimento. Surge um debate sobre a necessidade de reformas estruturais e institucionais que criasse as condições para a difusão dos ganhos da industrialização para a população e permitisse a superação da dependência e a formação do Estado Nacional Autônomo. A reforma agrária foi a medida mais controversa.
Prebisch e Furtado notaram a necessidade de mudança e fazem autocrítica da formulação inicial CEPAL que dava ênfase à industrialização em si e vão defender reformas estruturais.
Anos 60 e 70: ao invés de avanço nas reformas (formação econômica nacional), ocorre um ciclo de ditaduras na AL. Elas representam a expectativa entre partidos comunistas e reformistas e desenvolviam ideias que iam num sentido comum. Tanto a Cepal como o PCB consideravam a possibilidade de um desenvolvimento capitalista nacional, dirigido ou por uma burguesia nacional ou Estado nacional a partir de um projeto de uma intelectualidade ilustrada, mas nenhuma possibilidade de realizar mudanças de uma reforma burguesa, democrática, estrutural e política. Não havia nenhuma ameaça ao Comunismo, eram lutas que giravam em torno dessa problemática básica que a principio poderiam ser equacionadas dentro do próprio capitalismo e regime burguês. Bandeiras de reformas que os próprios países do centro do capitalismo já tinham enfrentado e resolvido,as próprias burguesias já tinham feito essas reformas e estavam na base dos países capitalistas avançados, onde na AL era exatamente o oposto, as classes dominantes articuladas com os interesses do capital internacional vão se mostrar intolerantes a mínimas reformas dentro da ordem, ai vem o ciclo de ditaduras que é pra eliminar na raiz a possibilidade dessas reformas.
A Revolução Cubana originalmente era um programa democrático nacional burguês, um conjunto de propostas para a superação do subdesenvolvimento cubano, mas a dinâmica do processo foi mostrando que se a Revolução quisesse dar conta desses problemas estruturais ela teria que romper com a própria burguesia cubana e o imperialismo com o EUA. A realização da revolução democrática esta a baixo dos limites colocados pela Revolução Cubana. As burguesias locais estavam muito mais articuladas com o capital internacional que controlava o latifúndio e havia o histórico de intervenção militar em alguns países, como Cuba que no momento que a guerra de independência estava com vitória assegurada pela Espanha, os EUA interviram e estipularam uma nova situação de dependência, onde a própria constituição cubana reconhecia a legitimidade da intervenção americana em qualquer caso de desordem.
As ditaduras em todos os países acabaram com a oposição ao capitalismo dependente que se estruturava, retirando a possibilidade de superação. Então o debate que estava se estruturando, começa com a formação, problema da industrialização, reformas profundas na estrutura social, entre outras, que o capitalismo se apropria e redefine. A radicalização que estava ocorrendo no pensamento LA sofre uma inflexão, com tentativas de superação e critica a economia política da CEPAL.
Mariátegui
Biografia:
Autor expoente do pensamento crítico LA, marxista, revolucionário, reconhecido como grande pensador do Peru no século 20. Carreira jornalística que o fez ter maior contato com o Peru, uma politização do autor. Estuda movimentos grevistas e estudantis, expressão muito presente nessa época no Peru. Questões presentes; como transformar o Peru numa nação moderna? Como resolver os dilemas históricos (questão agrária e do índio), o problema da dependência?
A preocupação do autor tem caráter prático, entender os problemas do Peru para resolvê-los, entender a realidade para transformá-la e não pelo conhecimento como erudição, traço que o aproxima do marxismo.
Sua vida pode ser dividida em dois períodos: 1. Idade da pedra; já jornalista, ele é marcado por um anticapitalismo ideal, uma visão reformista no sentido de dentro do capitalismo resolver os problemas do capitalismo. Visão utópica e idealista. 2. Idade da Revolução; vive exilado na Europa que estava em Revolução, pois sua oposição à ditadura regente, onde ele tem contato com as obras marxistas e com outras correntes de pensamentos.
Surgimento do Peru tem origem na cojunção da expansão européia e das especificidades locais, não sendo possível negar completamente as determinações, inclusive culturais, que vem de fora, alegando que muitos dos que defendiam esse Peru idealizado não abriam mão do conforto propiciado pela vida moderna e produtos vindos dos países desenvolvidos.
É contra a perspectiva que nega as especificidades e reduz ao geral, no sentido que o Peru estaria enquadrado no mesmo processo evolutivo do capitalismo na Europa. Os problemas do Peru poderiam ser generalizados como problemas do capitalismo geral. Sendo um crítico ao movimento reformista e da posição da Internacional Comunista.
A essência do seu pensamento esta, primeiro, na importância da história e conhecimento da realidade, teoria subordinada à história. A teoria para entender a realidade tem que partir do conhecimento profundo da realidade. Segundo, caráter prático do conhecimento, busca por ele com objetivo de transformação da realidade, a revolução.

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