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Resumo do artigo Saberes Docentes e formação de professores

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NUNES, Célia Maria Fernandes. Saberes docentes e formação de professores: um breve panorama da pesquisa brasileira. Educação e sociedade, n.74, p.27 – 42, abril. 2001.
 O artigo critico “Saberes docentes e formação de professores: um breve panorama da pesquisa brasileira” de Célia Maria Fernandes aborda algumas pesquisas sobre a formação e a profissão docente. A autora afirma que há alguns motivos que foram essenciais para a efetivação destas pesquisas, entre eles está o movimento de profissionalização do ensino e os resultados que elas acarretaram na busca de conhecimentos que mantenham a vitalidade da profissão. 
 O objetivo do artigo segundo a autora é de analisar como e quando a questão dos saberes docentes aparece nas pesquisas sobre formação de professores na literatura educacional brasileira e segundamente identificar as diferentes referencias e abordagens teórico-metodológicas que fundamentam os enfoques e tipologias utilizadas e criadas por pesquisadores brasileiros. 
 Ocorreram algumas pesquisas em 1990 que tiveram como objetivo buscar o papel do professor, mostrando a importância de desenvolver a formação do docente além da acadêmica, envolvendo assim o lado pessoal (suas vivências), o profissional (experiências) e o organizacional da profissão.
 A autora comenta do autor Nóvoa. Segundo ele ocorreram estudos anteriores que diminuíram os professores a apenas detentores de conhecimento e prática, o que gerou um grande desconforto por parte dos professores. Para acabar com essa concepção surgiram novas pesquisas sobre a formação docente, pondo assim a profissão no meio de estudos e debates. Assim ocorrendo analises diferentes do trabalho docente, passando a reconhecer os conhecimentos que são adquiridos pelas vivências dos professores, buscando encontrar saberes não percebidos anteriormente.
 Segundo o autor Fiorentini, em nossa realidade, anteriormente era levado em consideração apenas o conhecimento que o profissional docente tinha sobre a sua disciplina mas no decorrer do tempo foi discutido e foi dado espaço para que os saberes dos professores também fossem percebidos.
 Segundo Célia, Pimenta diz que ao pensar novamente na formação dos professores é perceptível alguns saberes como o saber da sua disciplina, o saber que é adquirido sobre a disciplina a ser tratada identifica-se três saberes que são: o saber com a identidade da profissão, significados sociais e uma revisão das tradições. Num processo de autoformação, de reelaboração dos saberes iniciais em confronto com sua prática vivenciada. Já Silva (1997) ressalta os novos conceitos para a compreensão do trabalho docente, baseado no ato de desvendar atitudes e práticas docentes presentes no dia-a-dia e reconhecendo o professor como sujeito de um saber e de um fazer.
 No entanto, a autora afirma que todos os professores entrevistados revelam a existência de um conhecimento profissional que vai sendo construído ao longo da carreira, apesar das características e trajetórias distintas, o qual precisa ser conhecido, já que o mesmo norteia a prática educativa. Ressaltando que o fato de pensar e produzir uma teoria a partir da prática educativa, considerando a sabedoria e experiência dos professores, não significa a negação do papel da teoria na produção do conhecimento.
Therrien (1995) salienta que há uma dissociação entre a formação e a pratica cotidiana, não enfatizando a questão dos saberes que são mobilizados na prática ou seja, os saberes da experiência constituindo-se em elemento fundamental nas práticas e decisões pedagógicas, sendo, assim, caracterizados como um saber original. Numa perspectiva de contribuir para a ampliação do campo e para a implantação de politicas que envolvam a questão da formação do professor, a partir da ótica dos próprios sujeitos envolvidos.
Há temas abordados como a prática docente, o processo ensino-aprendizagem, a relação teoria-prática no cotidiano escolar etc., num conjunto diferenciado, onde a escola era tida como “local” privilegiado para a transmissão de saber pelo professor, que detinha todo o conhecimento a ser repassado ao aluno.
Considerando que tanto a escola como os professores mudaram, a questão dos saberes docentes agora se apresenta com uma outra “roupagem”, que passam a considerar o professor como um profissional que adquire e desenvolve conhecimentos a partir da prática e no confronto com as condições da profissão.
Segundo Tardif (1991) quanto mais um saber é desenvolvido, formalizado, sistematizado, mais se revela longo e complexo o processo de aprendizagem que exige, por sua vez, uma formalização e uma sistematização adequada.
Gauthier e seus colaborados identificam, então, a existência de três categorias relacionadas as profissões: ofícios sem saberes(falta de sistematização de um saber próprio o docente envolvendo bom senso, intuição, experiência, etc...) ; saberes sem oficio(formalização do ensino, reduzindo a sua complexidade e a reflexão que é presente na prática docente ) e ofícios feitos de saberes (acabam-se tornando saberes que não condizem com a realidade). E dentro disto abrangeria vários saberes que são mobilizados pelo professor e sua prática são elas: disciplinar; curricular; ciência da educação; tradições pedagógicas; experiências e ações pedagógicas, todos estes saberes tornando público e testado.
Pensando assim não impõe a concepção de saber do professor pode ser racional sem ser um saber cientifico, pode ser um saber prático, um saber que não é o da ciência, mas que não deixa de ser legitimo. Ao se pensar um modelo de professor, deve-se levar em conta o contexto no qual se constroem e se aplicam os saberes docentes, ou seja as condições que servem de base para a pratica docente.
Destaca-se a importância da mobilização dos saberes da experiência para a construção da identidade profissional do professor, que são três: a experiência, o conhecimento e os saberes pedagógicos.
Fiorentini(1998) partindo do eixo da relação teoria e prática, procurou identificar e caracterizar os saberes docentes e como estes poderiam ser apropriados e produzidos pelos professores através de uma prática pedagógica reflexiva e investigativa, decorrente de uma cultura profissional para contribuir na formação do professores a pesquisa de forma continua e coletiva, utilizando a prática pedagógica como instancia de problematização, significação e exploração dos conteúdos da formação teórica. Dessa forma, numa tentativa de superar o modelo da racionalidade técnica, as pesquisas e os cursos de formação de professores precisam ser direcionadas as relações entre teoria e prática.
Considerando tais ideias, análises nos levam a considerar o quanto o professor aprende a partir da prática, embora se reconheça que os cursos de formação ainda não favorecem a articulação entre formação teórica acadêmica e os conhecimentos de origem escolar. Mesmo os professores percebendo a importância de se desenvolver uma prática pedagógica voltada com a vida das crianças.
Partindo disto a autora procurou descrever e analisar a prática docente de uma professora do ensino fundamental e a reconstrução do processo de constituição do seu saber, ressaltando a importância de considerar o estudo da prática docente como um processo informal, dinâmico, complexo e carregando valores. A partir deste estudo, percebe-se que existem várias formas de abordar a questão dos saberes, é importante considerar que nesta investigação não só o desenvolvimento pessoal do professor, enfatizando que o saber é constituído a partir do contexto histórico e social vivenciado e transformado em saber de experiência.
Neste artigo, a autora procura apresentar um esboço da problemática do saber docente e suas interferências na pratica pedagogia, identificando as características e os diferentes tipos de sabres, a relação do professor com os saberes e a valorização dos saberes da experiência nos fundamentos da prática e da competência profissional. De um modo geral, o texto conclui reconhecendo a multiplicidade e a diferençado saber docente, destacando a importância dos saberes da experiência que surgem como centro vital do saber docente.

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