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ATPS ANALISE DO FILME TEMPOS MODERNOS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE NITERÓI
RUA VISCONDE DO RIO BRANCO, 701 – CENTRO - NITERÓI (RJ)
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
ATPS:
ESTUDO DIRIGIDO SOBRE O FILME TEMPOS MODERNOS.
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I
PROFESSORA: ALESSANDRA SERRÃO
PERÍODO: 2º SEMESTRE/2015
2ª SÉRIE TURMA:504
CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA DE NITERÓI
RUA VISCONDE DO RIO BRANCO, 701 – CENTRO - NITERÓI (RJ)
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
	
COMPONENTES DO GRUPO
	
RA
	
GILCILENE SANTOS DA COSTA 
	
1583757203
	
MARIA JOSÉ SABINO
	
2485737584
	
MÁRCIA CRISTINA FERNANDES PEREIRA 
	
11498834034
	
VICTOR LEITE SIQUEIRA
	
15819777182
APRESENTAÇÃO:
 Neste trabalho, foi elaborado pelo grupo um texto dissertativo-argumentativo sobre as diversas questões elencadas no filme TEMPOS MODERNOS de Charles Chaplin. Os elementos: questão social; polarização social; capitalismo industrial; alienação e exploração e relação capital/trabalho foram ressaltados no texto, de acordo com o que foi proposto para o desenvolvimento da atividade, porém de forma homogênea. A leitura de textos da autora Maria Lucia Martinelli, devidamente citada na referência bibliográfica, serviram de subsídio para a elaboração do trabalho.
Filme: TEMPOS MODERNOS. Direção: Charles Chaplin, 1936, Comédia, EUA. 
 Fontes de pesquisa/imagens: http://www.sul21.com.br/jornal/os-tempos-modernos-de-chaplin-trabalho-e-alienacao-na-revolucao-industrial/ https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/14511/tempos-modernos-charles-chaplin ; http://midiavigiada.blogspot.com.br/2014/02/tempos-modernos-de-charles-chaplin;htmlhttp://viciocompipoca.blogspot.com.br/2008/10/tempos-modernos-1936.html acesso:13/09/2015
Referência Bibliográfica: MARTINELLI, MARIA LÚCIA. Serviço social: identidade e alienação – 11 Ed. − São Paulo: Cortez, 2007.
A revolução industrial teve inicio na Inglaterra no século XVIII e ao longo da primeira metade do século XIX atingiu toda a Europa. As mudanças sociais, politicas e econômicas produzidas pelas revoluções burguesas e consequente consolidação e expansão do sistema capitalista por todo o mundo, transformou a sociedade e afetou diretamente a vida das pessoas. Para garantir sua subsistência, o trabalhador camponês teve que migrar para os centros urbanos e vender sua força de trabalho aos capitalistas donos das grandes fábricas e indústrias. O trabalhador assalariado passa a ser explorado, subordinado e submetido às exigências dos patrões que enriqueciam através da mais valia. A divisão social do trabalho separou a sociedade em duas classes antagônicas: burguesia e proletariado.
O capitalismo industrial seguiu seu ciclo de expansão paralelamente ao crescimento significativo da questão social. A pobreza e a miserabilidade se estenderam por toda parte. A consequente migração de um grande número de trabalhadores para os centros industriais em busca de emprego excedeu a demanda de mão de obra, formando um exército de trabalhadores desempregados, o denominado exército industrial de reserva.
Com a revolução industrial, foram incorporados máquinas e equipamentos ao processo produtivo, a fim de aumentar a capacidade de produção, consequentemente o lucro e a acumulação de riquezas por parte do capital. Ocorreu a substituição da produção manual/artesanal para a produção industrial em série (taylorismo/ fordismo). 
O filme Tempos Modernos de Charles Chaplin, de 1936, retrata as mudanças sociais, politicas e econômicas, ocorridas com a Revolução Industrial, especialmente nessa fase de transição de um modo de produção para outro.
É na fase do capitalismo industrial que ocorre a supervalorização da máquina em contra partida a depreciação do ser humano e de seu trabalho. Assim como ocorre no filme, o trabalhador passa a ser tratado como “mercadoria”. Não existia qualquer preocupação com as limitações próprias do ser humano, assim com também não era atribuído qualquer valor ao trabalho desenvolvido pelo operário. O trabalhador era apenas visto como extensão da máquina e “coisa” necessária ao processo de produção que enriqueceria os donos do capital. 
As primeiras cenas acontecem, dentro de uma indústria, onde Carlitos (personagem protagonista interpretado por Charles Chaplin) está trabalhando juntamente com outros operários. Cada qual se encontra num determinado espaço de acordo com a etapa do processo produtivo e executam exaustivamente movimentos mecânicos e repetitivos. 
 O trabalho do operário era supervisionado a todo tempo e os trabalhadores não podiam ter contato uns com os outros, apenas com as máquinas. O processo produtivo era fragmentado, ou seja, separado por etapas. Não era proporcionado ao trabalhador qualquer tipo de qualificação, treinamento ou especialização para sua execução de sua função, pois as tarefas eram reproduzidas de forma mecânica, automática e repetitiva, não exigindo ações criativas e nem raciocínio lógico por parte dos operários. Exigia-se apenas agilidade, porque tinham que acompanhar o ritmo imposto pela máquina. A grande maioria dos operários não tinha nenhum tipo de escolaridade. Sofriam um processo de alienação, pois não tinham consciência do produto final que era resultante do seu trabalho, assim como desconheciam a dimensão da riqueza produzida por eles próprios. Enquanto a classe burguesa se apropriava dos bens socialmente produzidos pela classe trabalhadora explorada, esta tinha que sustentar sua família com um misero salário. Os trabalhadores além te pagar por suas moradias, tinham que consumir alimentos produtos a preços altíssimos. 
Carlitos e os outros funcionários fazem sua refeição dentro do próprio espaço de produção. O relógio aparece várias vezes na cena, para demonstrar que o tempo é cronometrado. Ao longo da jornada de trabalho, que era superior a 10 horas diárias, os trabalhadores mal tinham tempo para se alimentar e não tinham direito a descanso. O proprietário da indústria pensa em comprar uma máquina que alimentaria os operários sem que eles precisassem parar suas atividades, assim não seria necessário interromper o processo de produção. No sistema capitalista o tempo é dinheiro e o operário torna-se então escravo do próprio tempo. Com a implementação dessa máquina o patrão evitaria desperdício de tempo, o que levaria ao aumento da produção e consequentemente seu lucro. 
No período industrial do capitalismo, a mecanização do processo produtivo das fábricas e indústrias, desqualificava a força de trabalho humana submetendo os operários a uma organização de produção, que intensificava a exploração do trabalhador por meio da mais valia relativa. Da mesma maneira que o capital acumulava riqueza produzia muita desigualdade social. A classe trabalhadora passou a constituir uma classe subalternizada, inerte a tantas contrariedades produzidas pelo próprio modo de produção capitalista. O desemprego, a pobreza e a mendicância se espalharam pelas cidades, assim como a criminalidade. Tanto os trabalhadores empregados quanto os desempregados passaram a viver um intenso processo de pauperização. 
O filme descreve o ritmo intenso do trabalho na indústria, onde os operários eram constantemente cobrados quanto a sua produtividade e tinham que produzir ao ritmo da máquina, demonstrando sua submissão a ela. Diante disto, Carlitos desenvolve uma patologia, que o leva a um colapso nervoso, ocasionando sua demissão. Ele vai se tratar num manicômio e após ser liberado desse tratamento, retorna a fábrica, a fim de reaver seu emprego, mas encontra as portas da indústria fechadas. Podemos observar aí que o trabalhador não possuía nenhum direito trabalhista e também nenhuma assistência médica conveniente. 
O filme também retrata um protesto de operários, o que indica o surgimento de uma mobilização coletiva dos trabalhadores, empenhados no combate ao processo de exploração e alienação a que estavam submetidos. As cenas permitem observar que a classe operária já é conhecedora do seu papelno cenário capitalista, que é ela produtora de toda riqueza apropriada pela classe burguesa. Diante da consciência de que seus verdadeiros opressores eram os donos dos meios de produção e não as máquinas, como pressupunham anteriormente, passam a lutar por direitos econômicos, sociais e culturais. Podemos compreendemos que a manifestação encenada no filme é produto da insatisfação e do movimento de resistência dos trabalhadores industriais, inconformados com a pauperização e desigualdades sociais que permeavam suas vidas.
 Foi nas primeiras décadas do século XIX, que a classe trabalhadora, organizou-se politicamente, munidos de uma consciência de classe, lutaram por melhores condições de vida entre outras reivindicações de natureza trabalhista. Tal mobilização da classe resulta posteriormente em algumas conquistas, como por exemplo, a regulamentação da jornada de trabalho e proibição do trabalho infantil. Os trabalhadores se organizaram através de sindicatos, cooperativas e associações, se fortaleceram como classe, constituindo uma ameaça ao capitalismo ao se lançar no cenário político na busca de ascensão social. A burguesia passa a buscar estratégias para conter os movimentos sociais. No intuito de manter o controle social, o Estado burguês fortaleceu sua aliança com a Igreja. As praticas assistenciais da Igreja foram racionalizadas e sistematizadas. Munidos de um discurso humanitário, religioso e moralizador, o Estado burguês aplicou uma série de ações que visavam essencialmente readequar os indivíduos a sociedade, para que assim pudessem viver acomodados e sem causar problemas. Demostravam interesse nas condições de vida das famílias pauperizadas, iludindo-as. Sua verdadeira intenção não era combater a questão social, mas desmobilizar o processo de luta da classe trabalhadora e submeter à sociedade a normas e regulamentos ditados pela burguesia.
 Como vimos no filme os trabalhadores não esmoreceram. Paralizações, protestos e greves tornaram-se cada vez frequentes no combate as desigualdades sócias. Um operário é morto, deixando três filhas órfãs, que foram encaminhadas a um orfanato. Sua filha mais velha fugiu e passou a viver nas ruas. Carlitos anda pelas ruas e ao se deparar com a manifestação acaba sendo preso. O fato de estar segurando uma bandeira vermelha, que caiu de um caminhão ao passar por ele na rua, motivou a ação policial, que o qualificou como líder comunista da manifestação. A polícia aparece no filme, como aparelho repressivo e coercitivo do Estado burguês. Sua finalidade era promover o controle social e para isso utilizava métodos violentos e agressivos. Protestos e manifestações eram considerados atos de vandalismo e expressamente proibidos pelo Estado. O indivíduo que se rebelasse, era considerado comunista, acabava preso ou morto. O Estado atendendo a classe burguesa, coibia qualquer tipo de manifestação popular. Promulgava leis que regulavam o comportamento social e punia severamente manifestantes, que passavam a ser vistos como inimigos da ordem social. Assim o Estado burguês, mantinha a classe proletarizada sob controle para que não constituísse risco a expansão capitalista e seu desenvolvimento industrial. O filme retrata o embate das classes divergentes (burguesia/proletariado) e exemplifica a relação social conflituosa e contraditória estabelecida entre o capital/trabalho. De um lado a classe trabalhadora reivindicando seus direitos econômicos, sociais e culturais e de outro a classe burguesa tentando manter sua hegemonia. 
Na cadeia, Carlitos apresenta bom comportamento e é solto, levando consigo uma carta de recomendação do próprio delegado. Com a carta consegue uma vaga na área de construção naval, porém não consegue manter-se no emprego, pois não desenvolveu habilidades e qualificação profissional que o permitisse desenvolver uma simples tarefa, só sabia apertar parafusos, que era a função que desempenhava no antigo emprego.
 Ao andar pela cidade, Carlitos conhece uma linda moça e se apaixona. Tal moça é filha do operário morto na manifestação. Ela vive sozinha nas ruas e realiza pequenos furtos para se alimentar. Tal cena expressa à pobreza, a fome e o abandono das instituições públicas a população que se encontrava nessa situação.
 Carlitos que se encontra desempregado esforça-se para voltar para a cadeia, como forma de obter moradia e alimentação. Com o decorrer das cenas, o casal encontra um casebre abandonado em uma área afastada da cidade e decidem ir morar juntos. O novo regime econômico capitalista submeteu as pessoas a péssimas condições de vida, favorecendo o crescimento de habitações populares no entorno dos centros industriais. Várias expressões da questão social estão exemplificadas nestas cenas, como a fome, a miserabilidade, a favelização e o desemprego. 
Carlitos e sua companheira precisam garantir sua sobrevivência e partem em busca de emprego. Ela consegue uma vaga como dançarina e um clube em seguida consegue uma vaga para Carlitos, que novamente não permanece no emprego. O filme relata as dificuldades do trabalhador, que em decorrência da divisão do trabalho, não adquire qualificação para tarefas diferentes daquela que executa nas indústrias. A maioria dos trabalhadores não eram alfabetizados. Essa realidade dificultava a valorização da mão de obra (trabalho) pelo patrão (capital) e a reintegração do desempregado ao mercado de trabalho.
 Finalmente Carlitos consegue um emprego como vigia noturno, numa loja de departamentos. Carlitos convida sua companheira para passar a noite na loja e os dois ficam deslumbrados com tanto luxo e fartura. Mas a tranquilidade acaba, quando assaltantes invadem a loja. Carlitos é muito atrapalhado, mas consegue render os assaltantes. Ao fazer isso verifica que dois deles eram seus companheiros de trabalho na indústria. Ambos desempregados caíram na criminalidade. Essa parte do filme nos faz analisar quais circunstâncias levaram os ex-operários a seguir pelo caminho da ilegalidade, permitindo assim que os coloquemos na situação de vítimas da própria sociedade capitalista, que esta sendo regida por um sistema econômico cruel, desumano e extremamente excludente, onde se visa apenas o acumulo de riqueza. 
De fato, Tempos modernos faz uma crítica à sociedade moderna constituída com a revolução industrial, mesmo de maneira irreverente. Os personagens têm que enfrentar a todo o momento, uma variedade de problemas socias como: a pobreza, a fome e o desemprego, que são verdadeiros subprodutos naturais do próprio regime capitalista, notadamente necessários à condição da sua existência e estabilidade. 
O clássico nos proporciona, com o personagem Carlitos, compreender como foi difícil à adaptação das pessoas aos “Tempos Modernos”, ou seja, a nova sociedade que se constitui com o processo de industrialização das fábricas. Mostrou-nos, como uma parcela significativa da sociedade, que não conseguia se adequar aos moldes do sistema capitalista industrial, era marginalizada e excluída da sociedade, assim como acontece nos dias atuais. 
 Contudo, Tempos Modernos, também procura deixar uma mensagem de otimismo e esperança ao mundo, quando o Carlitos, ao partir com seu amor, em busca de novas oportunidades, a pede mantenha sempre o sorriso no rosto.

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