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Fichamento - Os fundadores da Escola dos Annales

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Os fundadores: Lucien Febvre e Marc Bloch
Lucien Febvre – especialista no século XVI
Marc Bloch – medievalista 
OS ANOS INICIAIS
Lucien Febvre:
1897 – final do século XIX – admitido na Escola Normal Superior – altamente qualificada intelectualmente;
Foi aluno de Henri Bergson que não apreciava muito, mas também foi aluno:
Paul Vidal de la Blanche → geógrafo interessado em colaborar com historiadores e sociólogos e fundou a revista Annales de Géographie (1891) – daí que Febvre e Bloch tiram o nome da revista Annles d'histoire économique et sociale.
Lucien Lévy-Bruhl → filósofo e antropólogo, criador do conceito de “pensamento pré-lógico” ou “mentalidade primitiva” que apareceria nos trabalhos de Febvre.
Émile Mâle → historiador da arte, concentrou-se na iconografia, história das imagens e não na história das formas.
Antoine Meillet → linguísta, aluno de Durkheim, interessado nos aspectos sociais da língua.
Além desses, outros que influenciaram Febvre: Michelet, Burckhardt dentre outros.
Tese de doutorado de Febvre intitulada Philippe II et la Franche-Comté, influência do político Jean Jaurès e seu estudo sobre a História socialista da revolução francesa.
Características estudos de Febvre:
Na tese Febvre se preocupa com a revolta dos Países Baixos e a ascensão do absolutismo, mas especialmente com a feroz luta entre duas classes rivais, ao estilo marxista, mas com grande diferença → Febre descreve a luta entre os 2 grupos “como um conflito de ideias e sentimentos tanto quanto um conflito econômico” (p. 25)
Introdução geográfica, traçando nítido perfil dos contornos da região.
Publicou, sob incetivo de Henri Berr, um estudo geral sobre a geografia histórica La terre et l'evolution o que irritou muitos geógrafos profissionais. Era o desenvolvimento de ideias de seu mestre Vidal de la Blache. Uma das coisas que motivou Febvre foi um artigo do geógrafo alemão Ratzel que atribuía maior influência ao meio físico sobre o destino humano e Febvre defendeu Vidal e atacou Ratzel nesse disputa de ideias entre o determinismo geográfico e a liberdade humana. Segundo Febvre não haviam necessidades, mas sim possibilidades.
Marc Bloch:
também estudou na École Normal e especializou-se em história medieval. Também interessava-se pela geografia histórica.
Muito influenciado por Émile Durkheim que foi seu professor (ou apenas entrou na Escola Normal no mesmo período) que, por sua vez, foi aluno de Fustel de Coulanges.
Posteriormente, Bloch reconhece dívida com a revista de Durkheim, Année Sociologique.
Assim como Febvre, Bloch pensava a história sob a perspectiva de problema;
Ambos pensavam de maneira interdisciplinar;
Encontraram-se quando ambos foram nomeados para cargos na Universidade de Estrasburgo
ESTRASBURGO
A universidade fica na região da Alsácia-Lorena, território disputado por alemães e franceses na Guerra Franco-Prussiana. Após a 1ª Guerra Mundial foi reanexada pela França, no período que Bloch e Febvre foram lá trabalhar, assim era uma universidade nova.
Eram vizinhos de sala e travaram grandes debates com Charles Blondel, Maurice Halbwachs (cujo estudo sobre a memória causou grande impressão em Bloch).
Outras parceiros:
Henri Bremond → procupado com a psicologia histórica, inspirou Febvre em sua obra sobre a Reforma.
Georges Lefebvre → historiador da Revolução Francesa com interessa na história das mentalidades.
BLOCH → Le Rois Thaumaturges → uma das grandes obras históricas de nosso século. Bloch o considerava uma contribuição à história política da Europa, pois nele analisava a ideia de monarquia. Obra notável por outros 3 aspectos:
Não se limita a um período histórico convencional → Faz a quebra de temporalidade, avança da Idade Média para a Idade Moderna segundo a crença no milagre do rei.
Livro era contribuição à “psicologia religiosa”, conforme Bloch. Embora ele não utilizasse o termo, esse livro é pioneiro na “História das mentalidades”. Também pode ser um ensaio de “sociologia histórica”. Mas ele descreveu seu livro como sobre as “representações coletivas”
Críticas ao livro → Durkheimiano demais, cria uma impressão de consenso a respeito da crença nos reis taumaturgos e não discute o fenômeno em termos ideológicos.
É uma “história comparativa” entre França e Inglatera
FEBVRE → o Renascimento e a Reforma → depois que Febvre escreveu sobre geografia histórica voltou-se para as atitudes coletivas ou “psicologia histórica”. Até o fim de sua vida, concentrou-se na história do renascimento e da reforma.
Ele fornecia uma explicação social da “revolução” do renascimento;
Criticava historiadores religiosos por tratarem o episódio da Reforma somente como abuso institucional e intenção de reformá-los. Febvre dizia que a causa da revolução deveria ser buscada na ascensão da burguesia;
Escreve uma biografia de Lutero, mas sua intenção é resolver o problema da relação entre o indivíduo e o grupo, entre a iniciativa pessoal e a necessidade social.
A CRIAÇÃO DOS ANNALES
Febvre idealiza uma revista internacional dedicada à história econômica que seria dirigida por Henri Pirenne → projeto abandonado por dificuldades;
1928 Bloch resuscita planos, mas no formato de revista francesa e com direção de Pirenne, mas este recusa e Bloch e Febvre assumem a edição da revista.
Annales d'histoire économique et sociale tem por modelo os Annales de Géographie de vidal de la Blache, foi planejada para ser algo mais que revista histórica → queria liderança intelectual nos campos da história social e econômica;
Primeiro número 15/01/1929;
Historiadores econômicos predominaram nesse primeiro volume. Em 1930 – 2º número – declara-se a intenção de estabelecer-se sobre o terreno da história social;
Preocupava-se com o método no campo das ciências sociais; 
BLOCH – HISTÓRIA RURAL E FEUDALISMO
Embora historiador econômico, interessava-se pela psicologia;
2 grandes estudos:
Les caractères originaux de l'histoire rurale française – utiliza o método regressivo, enfatiza necessidade de ler e história ao inverso, ir do conhecido para o desconhecido. Seu método já havia sido empregado antes com F. W. Maitland e outros como Fustel de Coulanges;
La societé féodale – ambiciosa síntese, abrange 4 séculos de história, obra que sintetiza o trabalho de toda a sua vida, preocupa-se com a sociedade feudal como um todo, abarcando os modos de sentir e pensar como a indiferença pelo tempo. Também dedica capítulo à memória coletiva. É seu livro mais durkheiminiano pois preocupa-se com coesão social que é explicada, essa coesão social, de maneira funcionalista, como resposta a ondes de invasões de vikings, muçulmanos e magiares. 
Febvre o ctitica por negligenciar a análise dos indivíduos de maneira mais detalhada.
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DOS ANNALES
Anos 30 grupo de Estrasburgo se dispersa, Febvre, 1933 vai pra Collège de France e Bloch, 1936, vai pra Sorbonne → fala da importância da revista;
Febvre é designado para organizar a Encyclopédie Française e o volume organizado por Antoine Meillet sobre o “instrumental intelectual” lança as bases para a história das mentalidades;
Entre 30 e 40 Febvre escreve a maioria dos ensaios e ataques a especialistas canhestros postulando:
PESQUISA INTERDISCIPLINAR;
HISTÓRIA VOLTADA PARA PROBLEMAS;
HISTÓRIA DA SENSIBILIDADE.
Por volta de 1939, surge um grupo de discípulos como Fernand Braudel, Pierre Goubert, Maurice Agulhon, Georges Duby...
Sobre Apologia da História, livro incompleto.
O problema da incredulidade no século XVII: a religião de Rabelais → FEBVRE → Junto com os reis taumaturgos, obra mais fecunda do século, inspiraram, junto com artigo de Lefebvre, a história das mentalidades coletivas; Explicação de sua composição:
Estrutura inusual, pirâmide invertida, a partir de Rabelais, ele discute a impossibilidade do ateísmo no século XVI; Anotou problema pela via negativa, pelo que faltava ao século XVI; enfoca psicologia história no fim do livro e tem análise linguística, do significado diferente, na época, das palavras ate mesmo de ateu.
Críticas:Presunção por pensar que ateísmo era impensável; homogeneização de pensamentos e sentimentos;
MAS é exemplo notável de história como problema;
Febvre na política → ler página 43, último parágrafo, em comparação com o artigo do Peter Burke sobre seitas.
Fundadores e líderes da 1ª geração dos Annales

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