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GRADIENTES DE CARACTERISTICA DO POROCESSO DE FORMAÇÃO DA IMAGEM RESUMO MATERIA RESSONANCIA MAGNETICA PROF. LUIZ CLÁUDIO DE SOUZA 2013 Pode-se selecionar um corte axial para um paciente na mesa de exame, ativando-se o gradiente que corre da cabeça aos dedos do pé. O pulso de RF de 90o é aplicado simultaneamente ao gradiente. Por possibilitar a seleção de cortes da imagem, este gradiente é designado como gradiente de seleção de cortes (GSC). Quando uma bobina gradiente é ligada, a potência do campo magnético, e portanto a frequência de precessão de núcleos localizados ao longo do eixo, altera-se de maneira linear. Um ponto específico ao longo do eixo do gradiente tem pois uma frequência de precessão específica. Um corte situado num certo ponto ao longo do eixo do gradiente tem uma frequência de precessão específica. O corte é excitado de forma seletiva, pela transmissão de RF com uma faixa de frequências coincidindo com as frequências de Larmor, conforme definido pelo gradiente de seleção de cortes. A ressonancia de núcleos no corte pode ser transmitida a RF apropriada a esta posição. Contudo, os núcleos situados em outros cortes ao longo do gradiente não entram em ressonancia, porque sua frequência de precessão é diferente devido à presença do gradiente. Quando se aplica um gradiente acentuado, significa que a corrente elétrica que passa por esta bobina permite maior diferenciação na frequência de precessão dos prótons presentes ao longo do eixo em que a bobina de gradiente foi ativada, permite maior diferença entre dois pontos adjacentes. Ao aplicar um gradiente suave, haverá menor diferenciação entre dois pontos. Processo de Seleção do Corte: Cada corte selecionado possui prótons que realizam precessão em frequência diferente dos prótons localizados no corte adjacente. Estes prótons poderão ser excitados através de um gradiente que atue com a faixa de frequência de precessão de todos os prótons presentes neste corte específico e assim por diante, até a localização dos prótons de todos os cortes. Na prática, a seleção de cortes é feita da seguinte forma: o operador seleciona o plano de corte que se queira estudar, o sistema se encarrega de ativar o gradiente específico para localizar aquele plano de corte, isso é possível pois os gradientes estão dispostos dentro do magneto de maneira estratégica. Por exemplo, ao selecionar um plano de corte axial, é necessário alterar a frequência de precessão dos prótons localizados ao longo do eixo Z do magneto, e isso é possível com a ativação do gradiente Z. O mesmo ocorre para a seleção de cortes coronais (onde é preciso alterar a frequência ao longo do eixo Y, ativando-se o gradiente Y), e cortes sagitais (alterando a frequência ao longo do eixo X, ao ativar o gradiente X). É ativado um gradiente durante o pulso de 90o e este gradiente torna-se por definição o gradiente de seleção dos cortes. O pulso de RF excita frequências de uma determinada largura de faixa, uma dada frequência central e seleciona assim um volume de prótons. Se forem desejados cortes mais finos, usam-se gradientes mais agudos ou faixas de largura menor, desde que esteja presente uma RSR aceitável. Quanto à frequência de precessão. A faixa de frequências é denominada largura da faixa e como a RF está sendo transmitida neste ponto ela é especificamente designada como largura da faixa de transmissão ou LARGURA DE BANDA DE TRANSMISSÃO. A espessura do corte pode ser determinada, controlando-se a gama de frequências usada no pulso de 90o. Esta gama de frequências é denominada largura da faixa. Uma faixa mais larga ocasiona um corte mais espesso. Uma alternativa é manter-se constante a frequência e variar-se a amplitude do GSC. O gradiente do campo controla o mapeamento da frequência no espaço. Por esta razão, um gradiente de baixa amplitude mapeia frequências de uma determinada largura de faixa num corte mais espesso que um gradiente de amplitude elevada. A espessura do corte pode variar, portanto, alterando-se a largura da faixa ou a amplitude do gradiente. A desvantagem é que, à medida que são produzidos cortes mais finos, há menos prótons na amostra, de modo que a amplitude do sinal (RSR) diminui. A faixa de frequências dos prótons de um corte específico é o fator determinante para a seleção de um gradiente suave ou acentuado. Se o objetivo é adquirir imagens com espessura de corte fino, menos prótons estarão presentes neste corte e portanto a faixa de frequências será menor. Para isso ser possível, o sistema aplica um gradiente acentuado, aumentando a diferença de precessão entre estes prótons tornando possível a localização de cada um deles. O contrário é verdadeiro, ou seja, se o objetivo é adquirir imagens de cortes mais espessos, não será necessário grandes aplicado será suave. Inclinações agudas no gradiente ocasionam uma grande diferença entre a frequência de precessão de dois pontos no gradiente. Inclinações menores do gradiente acarretam uma pequena diferença entre a frequência de precessão dos mesmos dois pontos. Para obterem-se cortes finos, aplica-se uma inclinação aguda à seleção de cortes e/ou uma faixa estreita. Para obterem-se cortes grossos, aplica-se uma inclinação menor à seleção de cortes e/ou um faixa de transmissão ampla. Na prática, o sistema aplica automaticamente a inclinação do gradiente e a faixa de transmissão de RF à frequência de precessão de núcleos no meio do corte e a largura da faixa e a inclinação do gradiente determinam a gama de núcleos que entram em ressonância de cada lado do centro. O intervalo entre os cortes é determinado pela inclinação do gradiente e pela espessura do corte. O tamanho do intervalo é importante para reduzir os artefatos de imagem. Nas sequências de pulsos SE, o gradiente de seleção de cortes é ligado durante a aplicação do pulso de excitação de 90o e durante o pulso de restituição da fase de 180o,para excitar e recolocar em fase cada corte seletivamente. Nas sequencias de pulsos FFE, o gradiente de seleção de cortes só é ligado durante o pulso de excitação. Ao ligar-se o gradiente de codificação de frequência, A potência do campo magnético e a frequência de precessão do sinal ao longo do eixo do gradiente alteram-se de maneira linear. Resta codificar uma última dimensão espacial e dispor-se de um último gradiente. Antes deste último gradiente ser ativado, todos os spins estão à mesma frequência. Os ângulos de fase diferem dependendo da localização dos spins ao longo do outro eixo, devido à aplicação da etapa de codificações de fase anterior. Ao ser ativado o terceiro gradiente, o campo magnético se altera ao longo do gradiente e a frequência dos prótons muda de acordo com sua localização espacial. A única coisa diferente nesse caso é que este gradiente é ativado durante a coleta do eco. Por isso, estas informações espaciais codificadas pela frequência são detectadas na estimulação de RF do eco. Este último gradiente é, portanto, designado como gradiente codificador da frequência , e o eixo de imagens ao longo do gradiente é o eixo codificador de frequências ou eixo de leitura. O gradiente codificador de frequência cria assim uma correspondência de um para um entre a frequência do sinal de retorno e a posição da fonte ao longo da direção de leitura. Aqui também a localização do próton ao longo do eixo codificador de frequências pode ser integralmente determinada pela potência do gradiente de leitura e a diferença entre a frequência do sinal de retorno e a frequência ressonante do campo de fundo. Ao ser lido o sinal de eco, são usados detectores sensíveis à amplitude (brilho pixel) e também à fase e frequência (localizaçãode próton) do sinal. Assim, quaisquer prótons que produzam um sinal devem idealmente ser da seguinte maneira: 1. Localizados no corte selecionado (da etapa de seleção de cortes); 2. Sua localização ao longo do eixo de fase será proporcional a seu ângulo de fase (da etapa de codificação de fase). 3. Sua localização ao longo do eixo de frequências será proporcional à sua frequência (da etapa de codificação de frequência ). O gradiente de seleção de cortes determina o plano a ser escaneado. É importante saber qual é a fase codifcada e qual é o eixo codificador de frequências, porque alguns artefatos ocorrem exclusivamente no eixo de leitura. Por isso, dependendo do artefato e da anatomia, pode ser necessário projetar-se um artefato numa ou noutra direção, mudando-se esses eixos ... de modo a codificar o sinal segundo o eixo longo da anatomia. Nas imagens coronais e sagitais, o eixo longo da anatomia situa-se ao longo do eixo Z do magneto e o gradiente Z executa portanto a codfificação de frequência. Nas imagens axiais, o eixo longo da anatomia encontra-se geralmente ao longo do eixo horizontal do magneto e é portanto o gradiente X que executa a codificação de frequência. Entretanto, na aquisição das imagens da cabeça, o eixo longo da anatomia situa-se geralmente ao longo do eixo ântero-posterior do magneto, de modo que neste caso é o gradiente Y que vai executar a codificação de frequência. O eco geralmente é centrado no meio do gradiente de codificação de frequência, de modo que o gradiente é ligado tanto no pico máximo como durante as partes de saída de fase e de restituição da fase do eco. Como exemplo, o gradiente de codificação de frequência é ligado por 8 ms e durante 4ms de saída de fase e 4ms de restituição de fase. O grau de inclinação do gradiente de codificação de frequência determina a extensão da anatomia coberta ao longo do eixo de codificação de frequência durante o exame. Isto é denominado campo de visão (FOV). O gradiente aplicado para causar alteração de precessão de prótons posicionados ao longo do maior eixo da imagem, causará desvios de frequência entre os prótons desta localização, e a diferença nas precessões permitirá que o sistema localize todos os prótons presentes no maior eixo da imagem. A codificação de frequência é realizada pelo sistema após o operador selecionar o plano e a espessura dos cortes que se queira obter. Por exemplo, para adquirir imagens axiais, o maior eixo da imagem é latero-lateral, ou horizontal, e neste caso quem realizará a codificação de frequência é o gradiente X. Nos planos coronal e sagital, o maior eixo é longitudinal e o gradiente Z realiza a codificação de frequência. Nas imagens de encéfalo, no entanto, o maior eixo é longitudinal também, portanto quem realiza a codificação de frequência é o gradiente X. Ao ligar-se o gradiente de codificação de fase, A potência do campo magnético e portanto a frequência de precessão de núcleos ao longo do eixo do gradiente se alteram. Codificação de fase: gradiente ativo no menor eixo do plano para promover desvios de fase dos prótons localizados neste eixo, e isto é feito da mesma maneira que os processos de seleção de corte e codificação de frequência, a diferença é que este gradiente permitirá que o sistema localize espacialmente os prótons do menor eixo da imagem através dos desvios de fase provocados por este gradiente. Passa a haver então uma diferença de fase ou desvio entre núcleos posicionados ao longo do eixo do gradiente. Ao desligar-se o gradiente de codificação de fase, a potência do campo magnético experimentado pelos núcleos retorna à potencia do campo principal B0 e em consequência disso a frequência de precessão de todos os núcleos retorna à frequência de Larmor. Entretanto, a diferença de fase entre os núcleos permanece. Os núcleos percorrem sua trajetória de precessão à mesma velocidade, mas suas fases ou posições sobre o mostrador são diferentes. Esta diferença de fase entre os núcleos é usada para determinar sua posição ao longo do gradiente de codificação de fase. O gradiente de codificação de fase geralmente é ligado imediatamente antes da aplicação do pulso de restituição de fase de 180o. O grau de inclinação do gradiente de codificação de fase determina o grau de desvio de fase entre dois pontos ao longo do gradiente. Um gradiente de codificação de fase com grande inclinação causa um grande desvio de fase entre dois pontos ao longo do gradiente, 12 horas e 6 horas por exemplo, enquanto um gradiente de codificação de fase com inclinação pequena causa um desvio de fase menor entre dois pontos, por exemplo 12 horas e 3 horas. RESUMO O GRADIENTE DE CODIFICAÇÃO DE FASE ALTERA A FASE AO LONGO DO EIXO DE IMAGEM REMANESCENTE, QUE É GERALMENTE O EIXO CURTO DA ANATOMIA. NAS IMAGENS CORONAIS, O EIXO CURTO DA ANATOMIA ANCONTRA-SE GERALMENTE AO LONGO DO EIXO HORIZONTAL DO MAGNETO E POR ISSO O GRADIENTE X EXECUTA A CODIFICAÇÃO DE FASE. NAS IMAGENS SAGITAIS, O EIXO CURTO DA ANATOMIA ANCONTRA-SE GERALMENTE AO LONGO DO EIXO VERTICAL E EM CONSEQUÊNCIA DISSO O GRADIENTE Y EXECUTA A CODIFICAÇÃOD E FASE. NAS IMAGENS AXIAIS, O EIXO CURTO DA ANATOMIA ESTÁ GERALMENTE AO LONGO DO EIXO VERTICAL DO MAGNETO E ASSIM O GRADIENTE Y EXECUTA A CODIFICAÇÃO DE FASE. AO OBTEREM-SE IMAGENS DA CABEÇA, PORÉM, O EIXO CURTO DA ANATOMIA FICA AO LONGO DO EIXO HORIZONTAL DO MAGNETO E POR ISSO O GRADIENTE X EXECUTA A CODIFICAÇÃO DE FASE. O GRADIENTE DE SELEÇÃO DE CORTES É LIGADO DURANTE OS PULSOS DE 90 GRAUS E 180 GRAUS NAS SEQUÊNCIAS DE PULSOS (SE) E APENAS DURANTE O PULSO DE EXCITAÇÃO NAS SEQUÊNCIAS DE PULSOS (FSE). A INCLINAÇÃO DO GRADIENTE DE SELEÇÃO DE CORTES DETERMINA A ESPESSURA DOS CORTES E O INTERVALO DOS CORTES (JUNTAMENTE COM A LARGURA DA FAIXA DE TRANSMISSÃO). O GRADIENTE DE CODIFICAÇÃO DE FASE É LIGADO IMEDIATAMENTE ANTES DO PULSO DE 180 GRAUS EM SEQUÊNCIAS (SE) E ENTRE A EXCITAÇÃO E A COLETA DO SINAL NAS SEQUÊNCIAS (FSE).. A INCLINAÇÃO DO GRADIENTE DE CODIFICAÇÃO DE FASE DETERMINA O GRAU DE DESVIO DE FASE AO LONGO DO EIXO DE CODIFICAÇÃO DE FASE. O GRADIENTE DE CODIFICAÇÃO DE FREQUÊNCIA É LIGADO DURANTE A COLETA DO SINAL. A AMPLITUDE DOS GRADIENTES DE CODIFICAÇÃO DE FREQUÊNCIA E DE CODIFICAÇÃO DE FASE DETERMINA AS DUAS DIMENSÕES. Para simplificar as coisas, considere uma fatia de tecido com apenas 9 prótons, que vai ser localizada no espaço. A frequência dos spins é indicada pela direção da seta grande. Um gradiente já foi usado para selecionar a fatia de tecido. Restam 2 gradientes para codificar as duas dimensões espaciais restantes e formar a imagem. Todos os prótons têm os mesmos ângulos de fase após o pulso de RF de 90o (os efeitos T2* são ignorados por enquanto porque o eco dá conta deles). A frequência também é a mesma para todos os 9 prótons, porque neste momento eles estão todos experimentando o mesmo campo magnético, conforme determinado pelo magneto principal. A ativação de um dos dois gradientes restantes tem oi efeito de alterar ligeiramente a potência do campo magnético ao longo de seu eixo. Por sua vez, este altera as frequências de Larmor dos prótons ao longo deste eixo é assim mapeada juntamente com suas frequências. Ao ser o gradiente originalmente ativado, os prótons ainda estão em fase. Após alguns ms, ocorre algo interessante ao longo do gradiente. Como têm frequências diferentes segundo sua localização ao longo do gradiente, os prótons não ficam mais em fase. A defasagem que ocorre, no entanto, se dá DE MANEIRA MUITO ESPECÍFICA, DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO AO LONGO DO GRADIENTE. Após um período, por exemplo, os prótons na extremidade inferior do campo têm uma frequência mais baixa eum ângulo de fase de 3 h. Os prótons intermediários têm uma frequência mais alta e um Ângulo de fase de 6 horas. Os prótons na extremidade superior do campo têm, então, a frequência mais alta e um ângulo de fase de 9 h. A este ponto, o gradiente é desativado e todos os prótons retornam a uma frequência constante, conforme determinado pela potência do campo magnético principal. Por um breve período, a localização espacial dos spins ao longo do gradiente foi codificada por sua frequência. Ao ser desativado o gradiente os prótons voltaram à frequência uniforme e as informações espaciais foram perdidas. Ou não foram? Na realidade a memória deste gradiente foi preservada pelos spins, sob a forma de seus Ângulos de fase. Embora todas as frequências retornem a um valor constante, os Ângulos de fase permanecem diferentes, de acordo com a localização ao longo deste eixo. Se se determinar que um próton tem um ângulo de fase de 3 h em nosso exemplo, sabe-se então que o próton está em algum ponto na coluna esquerda. Para um Ângulo de fase de 9 h, este próton está em algum lugar da coluna direita. Assim a localização foi codificada juntamente com a fase. Por esta razão, este gradiente é denominado, gradiente de codificação de fase e o eixo de imagens ao longo do gradiente é denominado eixo de codificação de fase, Observe que, ao contrário do GSC, que tem de ser ativado durante o pulso de RF de 90o, o gradiente codificador de fase pode ser ativado e desativado na ausência de qualquer estimulação de RF. Quando se colhem dados da posição de cada sinal, as informações são armazenadas no processador do sistema computadorizado. As informações relativas aos dados são armazenadas no espaço K. O espaço K é análogo à lente de uma câmera. Ao usar-se uma câmera para fotografar um objeto, a luz vem do objeto, passa através da lente da câmera e daí para um filme. A lente processa a luz que recebe do objeto d e modo a formar uma imagem latente do objeto sobre o filme. Na RM, o objeto é um paciente e para produzir uma imagem a RF do paciente é armazenada no espaço K e processada posteriormente. Na realidade, tanto uma lente óptica como o espaço K usam matemática de Fourier para produzir imagens – a lente usa energia luminosa enquanto o espaço K usa energia RF. Todas as vezes em que é feita uma codificação de frequência ou de fase são colhidos dados nas linhas do espaço K. Esses dados produzirão uma imagem do paciente posteriormente.
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