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Microbiologia Veterinária Doenças Infecciosas Prof.ª. M.a. Camilla Beatriz S. Melo M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Teste de susceptibilidade a antimicrobianos - TSA M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o e n ça s In fe cc io sa s O que são Antibióticos? Definição Compostos químicos produzidos por microrganismos capazes de ocasionar a morte de outros microrganismos. Considerações Clínicas Para uso clínico, considera-se indução de resistência, solubilidade e efeitos na microbiota intestinal. Teste de Sensibilidade Permite verificar in vitro se uma bactéria é sensível ou resistente aos antibióticos. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s B actérias G ram p o sitivas q u e ap rese n tam crescim en to filam en to so M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Bactérias Gram-positivas, Gram- negativas, Espiroquetas e Mycoplasmas. sem danificar o organismo animal M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Classes de Antimicrobianos β-Lactâmicos Inibição da síntese da parede celular Aminoglicosídeos e Macrolídeos Atuam no ribossoma bacteriano Quinolonas e Inibidores do Folato Inibição do ácido nucléico e via metabólica Anel β- lactâmico na sua estrutura Inibe a síntese de proteínas bacterianas Alérgicas a penicilinas síntese do DNA bacteriano síntese do ácido fólico M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Ribossomo - responsáveis pela síntese de proteínas, um processo essencial para o crescimento e replicação bacteriana. Bactérias Gram positivo Bactérias Gram negativas Toxicidade e carcinogenicidade, o seu uso está proibido em vários países. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Outras Classes Importantes Aminoglicosídeos Inibem a síntese proteica bacteriana em nível ribossômico. Exemplos: Gentamicina, Amicacina. Macrolídeos Antimicrobianos que inibem a síntese proteica. Usados contra bactérias Gram-positivas. Exemplos: Azitromicina, Eritromicina. Tetraciclinas Inibem a síntese proteica em bactérias Gram- negativas e Gram-positivas. Exemplos: Tetraciclina, Doxiciclina. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Método Kirby-Bauer Discos de Alta Potência Emprega discos com antibióticos em meio Ágar Mueller-Hinton. Formação de Halos Avalia o crescimento bacteriano ao redor do disco de antibiótico. Interpretação Classifica a bactéria como sensível, intermediária ou resistente ao antimicrobiano. A mais difundida e utilizada na rotina de análises clínicas, devido à praticidade de execução, baixo custo e confiabilidade dos resultados. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Fatores Determinantes para Realização do TSA Material Clínico Cuidado no isolamento de microbiota normal de determinado sítio anatômico, pois não é indicada a realização do TSA neste tipo de amostra. Realização da Técnica Verificar se todos os passos estão sendo seguidos rigorosamente conforme prescrito. Escolha dos Antimicrobianos A escolha deve ser adequada à realidade da instituição ou hospital. Resistência Intrínseca Cuidado ao reportar resultados errôneos relacionados à resistência natural de certos microrganismos. herança genética M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Procedimento do Teste Preparação do Inóculo Selecionar colônias isoladas e transferir para tubo com salina estéril. Controle de Turbidez Comparar com solução padrão de McFarland 0,5. Inoculação na Placa Esfregar swab em toda superfície do meio, girando a placa em ângulos de 60°. Aplicação dos Discos Distribuir discos de antibióticos uniformemente na placa. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Controle de Qualidade Cepas Padrão Utilizar cepas ATCC ou derivadas (até o quinto repique): • Escherichia coli ATCC 25922 • Staphylococcus aureus ATCC 25923 • Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 Periodicidade Testar cada novo lote (dos discos e dos meios de cultura) em uso com a cepa padrão e em periodicidade definida pelo laboratório segundo sua rotina e necessidade. Interpretação Espera-se que cada cepa testada produza um halo inibitório dentro dos limites estabelecidos para controle. Resultados alterados implicam em revisão completa de todos os componentes do sistema analítico. O controle de qualidade é essencial para garantir a confiabilidade dos resultados do antibiograma. Não é recomendado o uso de cepas clínicas para este fim, pois estas já podem ter passado por diversos estágios de adaptação ao meio ambiente e exposição a antibióticos. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Menor quantidade de um antibiótico que impede o crescimento de um microrganismo. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Bactéria que era sensível a um antibiótico passa a ser resistente M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Prática M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Materiais Necessários Culturas Bacterianas • Placas com colônias de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas • Placas com meio Mueller- Hinton Materiais de Inoculação • Salina estéril • Escala de MacFarland • Swabs e alça de inoculação Materiais de Análise • Discos com antibióticos • Pinça • Régua para medição M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Prática Com uma alça bacteriológica em platina devidamente flambada e resfriada, tocar na colônia recente (18-24h); M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Suspender as colônias em solução salina estéril (NaCl 0,85%) até se obter uma turvação compatível com o grau 0,5 da escala Mac Farland (1x106 UFC/mL). Para este passo deve ser utilizado um tubo aferido na escala 0,5 de Mac Farland como comparativo Prática M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Prática Embeber um swab estéril na suspensão bacteriana, comprimindo-o contra as paredes do tubo para tirar o excesso da suspensão. Semear em seguida de forma suave em todas direções na placa (cinco direções), procurando abranger toda a superfície; Aguardar (não mais que 15 minutos) a superfície do ágar secar. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Prática Com auxílio de uma pinça flambada e resfriada, colocar os monodiscos ou multidiscos, sobre a superfície do meio inoculado, exercendo uma leve pressão com a ponta da pinça para uma boa adesão dos discos; Incubar a placa com os discos em estufa bacteriológica a 36°C por 18 a 24 horas; M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Resultados: Aspecto de um antibiograma inoculado com Pseudomonas aeruginosa. - Seta laranja representa o diâmetro do halo de inibição em mm; - Seta branca espessa indica um disco com antimicrobiano ou antisséptico; - Seta branca fina indica o crescimento microbiano na placa. https://www.ufrgs.br/aulaspraticasdemip/?page_id=82 M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Interpretação dos Resultados Com o auxílio de uma régua, paquímetro ou dispositivo semelhante, medir o diâmetro dos halos inibitórios de cada disco, e consultar uma tabela apropriada para determinar se a bactéria em análise é sensível, intermediárioou resistente ao antimicrobiano testado. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Interpretação dos Resultados Amoxicilina + Ác. Clavu ≤ 19 - ≥20 Ampicilina ≤ 28 - ≥29 Cefalotina ≤ 14 15-17 ≥ 18 Ceftiofur (CTF) ≤17 18-20 ≥21 Enrofloxacina ≤ 16 17-22 ≥23 Penicilina ≤ 28 - ≥29 Tabela interpretativos do diâmetro da zona (halo) de inibição M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Microbiologia Veterinária Doenças Infecciosas Identificação bactérias Gram negativas Prof.ª. M.a. Camilla Beatriz S. Melo M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s A Família Enterobacteriaceae engloba a maioria dos bacilos Gram-negativos de importância em saúde animal. - Habitat das enterobactérias: Microbiota intestinal de muitos animais. Fezes solo, água, vegetação. IMPORTÂNCIA CLÍNICA - Gastroenterites, infecções do trato urinário, septicemias, abscessos, mastites ambientais. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Parâmetros Bioquímicos M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Estria em ágar inclinado M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Isolamento de enterobactérias no Ágar MacConkey. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s A= ácido, K= alcalino Ágar Tríplice-Ferro (TAF) M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Ágar SIM Sulfeto de Hidrogênio, Indol e Motilidade Avaliar se a bactéria sintetiza a enzima triptofanase. Esta enzima sintetizada pela bactéria é capaz de metabolizar o triptofano em indol, que é evidenciado pela formação de um anel vermelho após a adição do reativo de KOVACS. Este procedimento possibilita também verificar a produção de sulfeto de hidrogênio (meio fica com coloração enegrecida) e a motilidade (turbidez) M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Ágar Citrato de Simmons Identificação de bactérias que utilizam o citrato com única fonte de carbono. O meio tem a coloração inicial verde, se a bactéria metabolizar o citrato presente no meio, ele ficará azul devido ao indicador azul de bromotimol. A mudança de cor ocorre pela alcalinização do meio M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Caldo Ureia de Stuart Avaliar se a bactéria é produtora da enzima urease. A ureia presente no meio é degradada pela enzima urease em duas moléculas de amônia. A amônia formada alcaliniza o meio e o indicador de pH, vermelho de fenol, presente no meio, se torna rosa. pH. Originalmente o meio tem a cor âmbar e após a alcalinização se torna rosa. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Ágar Fenilalanina O meio é incolor e se os bacilos entéricos forem FA positivos, o meio apresentará uma coloração esverdeada na superfície após a adição do cloreto férrico M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Interpretação dos Resultados M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Interpretação dos Resultados M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s Use a tabela abaixo e identifique a bactéria. Indique o número da bactéria utilizada. M ic ro b io lo gi a V et er in ár ia D o en ça s In fe cc io sa s