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TDE – SEGUNDO PERÍODO – SEGUNDO SEMESTRE 2015 – todas as respostas devem estar de acordo com o CPC/2015. 1 . Quais os meios de resolução de conflitos? Cite-os e explique-os sucintamente. Os métodos de resolução de conflitos podem ser heterocompositivos e autocompositivos. Dentre os heterocompositivos estão a jurisdição e a arbitragem. A jurisdição é o ato processual em si, atuando como terceiro imparcial o Estado- juiz para solucionar o conflito previsto em lei e de acordo com ela. É a forma imperativa de solução de conflitos, com vista à pacificação social. Para que atue, a jurisdição deve ser provocada, isto é, ela tem é inerte. A arbitragem é uma forma paraestatal de resolução de conflitos, recepcionada pelo Art. 3º §1ª do NCPC, e regulada pela lei nº 9.307/96 (Lei da Arbitragem). Nela, as partes (capazes de contratar), em comum acordo, escolhem árbitros, sempre em número ímpar, que sejam capazes e de sua confiança, para dirimir litígios referentes a direitos patrimoniais disponíveis. Uma vez decidida a lide em âmbito arbitral, não se pode colocar em pauta novamente a mesma matéria. A sentença arbitraria não pode ser homologada judicialmente. Sua evolução histórica passou pelas fases de facultativa (“juiz” era o ancião ou sacerdote da comunidade), obrigatória (era de Justiniano, o “juiz” era escolhido através de nomeação) e facultativa nos tempos atuais (as duas partes, de comum acordo, escolhem o (s) árbitro (s), para resolver conflitos sobre direitos disponíveis). A autocomposição pode ser: espontânea (transação, onde há cessão de ambas as partes para chegar a um denominador comum sobre o assunto; a submissão ou reconhecimento do pedido, onde a parte ré reconhece e aceita o que está sendo pedido pela parte autora; e a renúncia, quando o autor abre mão do pedido integralmente. Quando há a submissão ou a renúncia de forma parcial, então ela é uma transação. As três formas geram sentença de mérito e quando estão envolvidos direitos indisponíveis, estes não são renunciáveis) ou estimulada (mediação e conciliação). Dos métodos autocompositivos, temos a mediação e a conciliação. A mediação acontece com terceiro parcial estimulando os envolvidos a resolver a lide da melhor forma possível, de modo a evitar os demais procedimentos processuais. Ele escuta e estimula, sem interferir nas opiniões e soluções, tampouco no resultado (Art.165 §3º NCPC). A conciliação acontece em cada oportunidade que o judiciário tem de reunir as partes. O juiz é orientado, antes de iniciar os procedimentos processuais, a conclamar as partes à conciliação, mesmo que já tenha havido procedimento arbitral. Pode ser realizada extra ou judicialmente (Art.1º, §3º e Art.139, V, NCPC). Assim como o mediador, o conciliador não poderá impor solução para o conflito (Art.165, §2º, NCPC) A autotutela é um método que foi mais comumente utilizado nos primórdios da civilização humana, como forma de o homem proteger a si, o seu grupo e sua propriedade. Atualmente, só é autorizado em casos em que a lei autorize, como nos arts.23 CP, e art. 188 CC (legítima defesa, exercício regular de direito, a fim de findar algum perigo iminente, estrito cumprimento do dever legal). No entanto, os abusos serão punidos (Art. 23, § único). 2. Conceitue direito processual civil. O Direito Processual Civil é a ciência que estuda a função jurídica do Estado, dedica-se ao estudo das normas jurídicas que regem a atividade jurisdicional, voltada à resolução de conflitos entre os indivíduos da sociedade. 3. Quais as fases metodológicas do processo? Explique-as. O Processo Civil passa por três fases evolutivos. A fase adjetiva (1850) é caracterizada pela não diferenciação do direito civil (material) e direito processual civil, sendo este residual, subproduto daquele. O Processo aqui é totalmente dependente do direito material. Nesta fase, o Processo Civil adquire caráter de função própria (resolver os litígios), focada em conceituar os institutos processuais. Esta fase só ganhou relevância a partir de 1980. Na fase autônoma instrumental, o Processo Civil alcança seu objeto, tornando um sistema que atenta a escopos sociais, políticos e jurídicos. Ele deixa de preocupar-se somente com os seus pressupostos internos e ganha contornos sociais, em consonância com os pressupostos da Carta Maior. 4. Quais os elementos que devem existir para que se possa falar em acesso à justiça? Explique-os. Os requisitos primários para que haja acesso à justiça são: Direito de ação – qualquer pessoa, que se sentir lesada ou na iminência de ter seus direitos violados, pode e deve recorrer ao Poder Judiciário para restituir ou fazer valer seus direitos. Respeito às garantias – deve-se respeitar os princípios que derivam do devido processo legal, conforme previsto no Art.5º, LIV, CF. Decisão útil – deve haver a correta aplicação do direito aos fatos. Decisão justa – uma decisão justa não pode demorar a ponto de não resolver a lide, e deve dar ao autor aquilo que ele poderia receber espontaneamente se não houvesse conflito. 5. Quais os princípios informativos do processo? Explique-os e informe se atingimos o ideal em algum deles. São quatro os princípios informativos do Processo Civil Princípio lógico – busca trazer a verdade à tona através de uma série ordenada de atos lógicos Princípio jurídico – deve haver igualdade no processo e justiça na decisão, é pressuposto que o juiz aplique corretamente o direito o caso concreto Princípio político – devem ser observadas as garantias sociais, com um mínimo de sacrifício das liberdades individuais. Deve haver segurança com liberdade de ação. Princípio econômico – o ato processual não deve ser tão dispendioso que iniba ou torne o acesso à justiça inviável. Deve observar a razoável duração do processo. 6. Quais as garantias dadas aos juízes na busca da imparcialidade? E quais as proibições? De acordo com o Art.95, I, II e III, CF, é garantido ao juiz a vitaliciedade (o juiz passa por um estágio probatório de dois anos. Durante este período, pode ser exonerado pelo tribunal ao qual pertence; depois de dois anos, sua exoneração deverá passar por processo, com sentença transitada em julgado); inamovibilidade (o juiz não é obrigado a sair da comarca em que se encontra, salvo por interesse público); irredutibilidade de subsídios (o juiz não pode ter reduzidos os seus subsídios). Aos juízes é proibido: exercer outro cargo além do magistrado, exceto pelo cargo de magistério; receber custa ou qualquer tipo de participação do processo; ter atividade político-partidária; receber, sob qualquer pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, exceto o que prevê a lei; exercer a advocacia antes de três anos decorridos do seu afastamento, seja por aposentadoria ou por exoneração. 7. Se o juiz for impedido ou suspeito, poderá declarar-se de ofício? E se não o fizer? O juiz tem o dever de declarar-se impedido ou suspeito, quando a situação assim requerer, para garantir o princípio de imparcialidade do juiz. Se não o fizer, assim que constatado o fato, será aberto um processo para verificar o fato. Se comprovado o impedimento ou a suspeição do juiz, este será afastado do caso e seus atos dentro do processo em questão serão decretados nulos (Art.146 NCPC). 8. No seu entendimento a prerrogativa de prazos para a Fazenda Pública, a inversão do ônus da prova nas relações de consumo, afrontam o princípio da igualdade? Justifique sua resposta. Sobre a prerrogativa de prazos da Fazenda Pública, que é conferida a ela pela alta demanda de processos, entendo que nos dias atuais afronta o princípio de isonomia, por já contarmos com grande parcela deinformatização do sistema judiciário e isso proporcionar maior celeridade no andamento das fases do processo. Já a inversão do ônus da prova é um mecanismo de que visa diminuir a desigualdade entre fornecedor (bens e serviços) e consumidor, que é hipossuficiente técnica e/ou financeiramente. Dá ao consumidor a garantia do devido processo legal e os demais princípios advindos dele. 9. A concessão de uma tutela de urgência, sem a ouvida da parte, infringe o princípio do contraditório e da ampla defesa? Justifique sua resposta. A tutela de urgência não contraria o princípio de ampla defesa. Ela está pautada no estado de necessidade do autor, e deve estar fundamentada nas máximas fumus boni iuris e periculum in mora, comprovando razoável verossimilhança do pedido e também a urgência dele, bem como o risco que o autor ou seu bem / direito correm caso haja demora na resolução do litigio. 10. Quais os fundamentos da teoria que é contra e que a favor do duplo grau de jurisdição? Os fundamentos da teoria contrária ao duplo grau de jurisdição são: o duplo grau faz protelar o processo, e contribui para aumentar a demanda de processo. Os fundamentos da teoria a favor do duplo grau são: tem função psicológica, pois, ao conceder a oportunidade de contestar a decisão, dá à parte a convicção de que a decisão foi justa ou a satisfação de ter a decisão revisada. Também fica claro o papel que o Estado exerce ao promover o duplo grau, pois, enquanto houver a possibilidade de requerer o restabelecimento ou tutela dos seus direitos na justiça, ou ainda, a oportunidade de pedir sua revisão, o Estado está promovendo a paz social e inibindo a resolução não pacifica do litigio. É também meio de inibir a decisão arbitrária do juiz, funcionando como mecanismo de fiscalização do judiciário pela sociedade. 11. O que significa princípio da demanda? Princípio da ação ou da demanda significa que a parte interessada deverá provocar a jurisdição. É o poder de ativar os órgãos jurisdicionais, visando a satisfação de sua pretensão. 12. Uma citação nula pode ser aproveitada? Se a resposta for afirmativa, com base em qual princípio? Não. Em caso de demanda extrapetita, em que o magistrado decide diferente daquilo que foi pedido, a sentença é nula mediante recurso. 13. Quais os princípios da jurisdição? São os princípios da jurisdição: Investidura – só podem exercer a jurisdição aquele que for investido da função de juiz, devidamente concursado. Inafastabilidade (ou indeclinabilidade) – nenhum juízo pode deixar de prestar a tutela jurisdicional, conforme Art. 5º, XXXV CF/88. Se não houver lei que se aplique ao caso, o juiz deverá recorrer à doutrina, jurisprudência, etc. (Art.4º LINDB) Indelegabilidade – o juiz não pode delegar a outrem a sua função. Aderência ao território – o juiz é juiz em qualquer lugar (jurisdição), mas exerce a jurisdição dentro de um dado limite de território previamente designado (competência) 14. Quais as características da jurisdição? São características da jurisdição: Una – a jurisdição não pode ser dividia. Ela é uma só e indivisível, sendo o poder único dado ao Estado de decidir, não permitindo outras formas de jurisdições dentro do mesmo espaço. Substitutividade – sendo a decisão declarada pelo juiz imperativa perante a vontade dos litigantes, a jurisdição é substitutiva, independente de quem sejam as partes. É o poder de intervenção que o Estado tem para resolver os conflitos. A vontade individual é substituída pela vontade “funcional” que o Estado manifesta. Imperatividade – para que seja possível haver a Substitutividade da vontade, deve-se entender a imperatividade da jurisdição. Para que possa alcançar seu objetivo, que é o de alcançar a pacificação social, o Estado impõe suas decisões que foram decididas mediante processo, independente da concordância dos litigantes. O ato jurisdicional é ato de autoridade, fazendo as partes se sujeitarem a ele. Imutabilidade – a decisão obtida através do processo não terá animo de mudança, impedindo que o objeto da lide seja novamente colocado em pauta. É o chamado “coisa material julgada”. Esta característica evita a insegurança jurídica e a eterna discussão de assuntos demasiadamente abordados nos tribunais. Inafastabilidade –Uma vez provocado, o Estado-juiz deve dar resposta ao autor do processo, mesmo que não seja favorável ao seu pedido, mas nunca poderá isentar-se de exercer sua função. Mesmo que na lei haja “áreas de penumbras”, onde não seja possível encontrar lei que se aplique ao caso, o juiz deve recorrer à doutrina, à jurisdição, às ferramentas de analogia, costumes e princípios gerais do direito, conforme Art. 4º LINDB e Art. 140 NCPC/15. Indelegabilidade - A função jurisdicional não pode ser exercida por outro que não seja o Estado-juiz. Os órgãos jurisdicionais são os únicos que podem exercer a jurisdição. Não pode haver delegação da função destes para outrem que não estejam autorizados previamente pela Constituição Federal. A Indelegabilidade também orienta sobre os limites destes que órgãos devem observar para atuar, a saber: os órgãos devem respeitar os limites delimitados pela Constituição e normas infraconstitucionais; o princípio do juiz natural também se reveste como limite da jurisdição; os próprios órgãos jurisdicionais também são limites no que concerne à existência de tribunais anteriores aos delitos, ou melhor, eles devem existir antes de os fatos serem julgados. Não é permitido criar um órgão para julgar fato já ocorrido. Inercia – o juízo não pode agir ex oficio. Os interessados em pedir a tutela jurisdicional devem provocar a atuação do Estado-juiz. Não se pode confundir esta característica como sendo “privatista”, mas sim uma característica que atende ao princípio de imparcialidade que deve acompanhar a atividade jurisdicional, atendendo ao valor essencial do Estado Democrático de Direito. 15. Diferencie jurisdição voluntária de jurisdição contenciosa. A jurisdição contenciosa é aquela em que há um litígio. É o poder ou dever que o Estado tem de resolver os conflitos. Possui autor e réu, o litigio, e faz coisa julgada material, ou seja, não há mudança da decisão, transcorrido o prazo para recorrer. Confere segurança jurídica. A jurisdição voluntária tem como característica a existência de interessados no lugar do autor e réu, há a controvérsia no lugar do litígio, e não faz coisa julgada material. Não está em pauta a resolução de um conflito entre partes, mas sim um ato integrativo das vontades dos interessados. 14. O que é competência? Competência é a delimitação do território onde a jurisdição é exercida. É a medida da jurisdição exercida pelo juiz. Não se deve confundir competência com fragmentação da jurisdição. Ela sempre será una, mas a competência lhe atribui “medidas” para cada órgão jurisdicional. Assim, a competência é a concretização da jurisdição. 15. Como se classifica a competência? A competência possui a seguinte classificação: Originária – competência que o juiz possui para conhecer e julgar a causa pela primeira vez. Derivada – competência para julgar ocaso em grau de recurso, em um segundo momento. Absoluta – ocorre em razão da matéria e da hierarquia. As regras de competência absoluta são criadas para proteger o interesse público. Pode ser iniciada em caráter ex oficio pelo juiz, qualquer parte pode alegar em qualquer momento do processo. Relativa – é referente ao local da ação (foro/comarca). Para atender interesse particular, todo o seu regime jurídico pode ser alterado. Não pode ser conhecida ex oficio. 16. Se o juízo for incompetente, como deve ser alegada a incompetência? Difere a forma dealegação se a incompetência for absoluta ou relativa? A alegação de incompetência deve ser realizada da seguinte maneira: Absoluta – pode ser declarada ex oficio pelo juiz. Não extingue o processo, tampouco preclui, apenas outro juízo é escolhido para dar prosseguimento ao processo. Pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer uma das partes. Relativa – somente pela provocação feita ao juízo. A exceção é quando se trata de ação referente a contrato de adesão, que contenha cláusula de eleição de foro, e que esta escolha prejudique a parte hipossuficiente; aí sim o juiz pode alegar incompetência relativa ex oficio. Pode ser alegada também pelo réu, em preliminar de contestação. Se não houver alegação, a declaração de incompetência preclui. O autor da ação não pode alegar incompetência relativa. 17. Qual a regra geral para a fixação da competência relativa? Primeiro, é preciso verificar se a competência é internacional, se a competência é de cunho interno, ou seja, se o litígio pode ser submetido ao Estado Brasileiro. Caso seja de competência internacional, verificar se é de matéria obrigatória (em que o Brasil se torna obrigatoriamente competente) ou de matéria concorrente. Não sendo de competência internacional, passa-se a verificar a competência interna. Deve-se fixar qual será o órgão jurisdicional a cuidar do caso. Ainda, é necessário explanar, os critérios a partir da teoria de Chiovenda: Critério objetivo – a competência é fixada de acordo com o valor da causa ou de sua matéria (natureza) Critério funcional – a competência é distribuída entre vários órgãos jurisdicionais, quando serão necessárias várias funções em um mesmo processo. Portanto, só será possível utilizar o critério funcional quando: a) se manifestar em um mesmo processo; b) em processos distintos, mas ligados pela mesma pretensão da lei. Critério territorial – a competência é distribuída de acordo com a posição geográfica, para que o juiz esteja próximo de fatos que se liguem à pretensão do autor da ação. 19. O que significa jurisdição internacional? Na verdade, deveria ser intitulada como jurisdição nacional. No Novo Código de Processo Civil de 2015, o legislador modificou o título acertadamente. É o poder que o Estado possui fora de seu território para resolver litígios que envolvem outros Estados. Ela pode ser concorrente (em que o juízo estrangeiro não pode ser excluído, porém não inibe ação em território brasileiro. A sentença que transitar em julgado primeiro será a válida e valerá para ambos os processos) ou obrigatória (onde não é autorizado a concorrência do processo com outro juízo, além do brasileiro. A sentença que por ventura venha a ser proferida por tribunal estrangeiro, não será considerada válida para o nosso sistema judiciário.) 20. O que significa perpetuatio jurisdiciones? O domicílio escolhido para ocorrer o processo normalmente é o do réu. Uma vez escolhido, não poderá ser modificado, exceto quando o órgão competente for extinto. Segue o preceito do artigo 43 do NCPC/15: “Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta. ” 21. Qual a teoria da ação adotada pelo direito brasileiro? É a teoria elaborada por Liebman, a teoria eclética. Ele afirma que o direito de ação não pode ter relevância no processo, ele deve ser apenas o pressuposto pelo qual se orienta a ação processual. Para ele, o direito de ação não deve ser confundido com a ação processual em si, por mais que elas se fundam na prática; a ação processual é a “materialização” do direito de ação. A ação não depende do reconhecimento do reconhecimento do direito material ou do resultado positivo da causa. Independentemente do resultado ou da tutela do direito material, o direito de ação é dado a todos, e é satisfeita com a sentença, seja ela favorável e desfavorável. 22. Quais as condições da ação? Se elas não estiverem presentes, no caso concreto, como será a sentença do juiz? Para que haja a ação, ela deve possuir duas condições: Legitimidade – que pode ser passiva (réu) e ativa (autor) Interesse processual – vontade de obter no judiciário aquilo que não se conseguiu extrajudicialmente o São excluídos jogos de azar e de cartas. Ou seja, não podem ser requeridos ressarcimentos na justiça Houve supressão de uma condição do Código de Processo Civil de 1973, que eram três, para duas condições no Novo Código de Processo Civil de 2015. 23. Quais os elementos da ação? São elementos da ação: Partes o Autor e réu Pedido o Tutela jurisdicional pretendida pelo autor Causa de pedir o Fundamento, motivo pelo qual o autor formula seu pedido 24. Quais os tipos de processo existentes no CPC? Assim se dá a separação dos tipos de processo existentes no Código de Processo Civil: Conhecimento – serve para o juiz resolver o litígio. É chamada dessa forma porque autor e réu fornecem ao juiz elementos de conhecimento, para que ele possa decidir a causa. o Declaratória o Condenatória o Constitutiva o Mandamental o Auto-executiva (executiva latu sensu) Execução – obrigatoriamente pressupõe a existência de um título executivo extrajudicial. (Cheque, nota promissória, contrato de prestação de serviços – assinada pelo devedor, credor e duas testemunhas -, declaração de confissão de dívida). (Art. 771 a 788 NCPC/15). Obrigação do juiz é fornecer ao credor meios coercitivos e legais para que ele receba o seu crédito. Exceto em caso de ação de alimentos, em que o réu pode ir preso pelo não-pagamento da pensão alimentícia, o meio coercitivo recai sobre o patrimônio. Cautelares **** (tutela de urgência) – no NCPC/15 não existe mais processo cautelar como processo autônomo. Porém, dentro da tutela de urgência, está escrito que poderá ser obtida mediante uma cautelar. A tutela de urgência pode ser requerida como antecipação de tutela ou cautelar. Visa garantia o resultado. Ex: cirurgia de emergência. 25. Qual a regra de aplicação da norma processual no tempo? Qualquer norma possui eficácia em um determinado território (ou seja, é aplicável em determinado espaço) e tempo (ou seja, é aplicável por determinado período, com começo e fim). A aplicação da norma processual no tempo, depende do início da vigência; se a própria lei não possuir qualquer regra a respeito, aplica-se a regra geral prevista no art. 1º LINDB: “Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”. Esses 45 dias começam a ser contados a partir do dia de publicação no Diário Oficial e vai até o último dia do prazo. 26. O que é litisconsórcio? Classifique-o. Há litisconsórcio quando existe pluralidade de pessoas no polo ativo (autores) ou no polo passivo (réu) do processo. A parte, constituída de seus integrantes, passa a se chamar litisconsorte. Existem casos que a lei obriga o litisconsórcio, e existem casos que são mera faculdade, pois as partes se reúnem porque querem e a vantagem da reunião das partes é a redução de custos, porque há rateio de despesas, maior rapidez. No NCPC/15, está preceituado do art. 113 ao art. 118. 27. Quais as modalidades de intervenção de terceiros existentes no CPC/2015? Explique-as, dando um exemplo de cada. Amicus curiae - significa “amigo da corte”. É uma intervenção em processos por parte de entidades que possuam representatividade, mesmo sem ser parte, para declarar sua opinião a respeito do que está em pauta. Fornece subsídios às decisões dos tribunais,dando-lhe melhor embasamento em decisões de grande porte e grande impacto. Ex.: ADI n. 1104-9-DF, rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes, j. 21.10.2003, que se discutiu a isenção de tarifas de energia elétrica da Cia Energética Brasileira. O conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil foi admitido como amicus curiae nas ações em que a constitucionalidade dos dispositivos da lei nº 8.906/94 foram questionados. Assistência - é quando um terceiro ingressa voluntariamente num processo para atuar em prol das partes, ou seja, ela é tendente para uma das partes. Ela visa impedir conchavo, que possa vir a prejudicar uma das partes. Ex.: A aluga imóvel a B, e B subloca o mesmo imóvel a C. B deixa de pagar o aluguel a A, e acaba demandando aquele. Como C sofrerá as consequências do processo juntamente com B, ele entra no processo como assistente dele. 28. Diferencie assistência de amicus curiae. A diferença entre eles é que o amicus curiae auxilia o tribunal, o Estado-juiz a resolver a lide; já o assistente pende para um dos lados, a fim de garantir que a verdade seja trazida à tona e o processo seja realizado de forma justa. 29. Como se conta prazo processual? De forma geral, a contagem de prazo é realizada de acordo com o disposto no art. 224 NCPC/15: “Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”. Se o vencimento cair em dia que não for útil ou feriado, ou ainda, em que o fórum tiver seu horário de funcionamento reduzido ou não funcionar, o prazo começa a contar a partir do próximo primeiro dia útil. O prazo começa a correr a partir do primeiro dia útil após a intimação. 30. Classifique os prazos. Os prazos podem ser: Legais – são aqueles prazos que são fixados em lei, como por exemplo, art. 335 NCPC/15: “O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. Judiciais – prazos fixados pelo critério do juiz. Exemplo, o art. 222 NCPC/15: “Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses”. Convencionais – o prazo é estabelecido de acordo com o que foi convencionado entre as partes. Exemplo: Art. 922 NCPC/15: “Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação”.
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