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Resumo de Dir. Economico

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Direito Econômico – 2º Semestre
Descentralização de serviços públicos 
Estatais – porque estatais: Pros 
Pelas falhas de mercado – nem todas as regiões são interessantes financeiramente para o mercado. O estado cria estatais para suprir uma falha no mercado, para suprir aquele setor em que uma empresa privada não teria interesse. 
Monopólios naturais – alguns serviços são muito custosos para se ter mais de um e se concedesse para a iniciativa privada, seria muito trabalhoso regular, e mais uma vez provavelmente a empresa privada não teria interesse em estabelecer a prestação de serviços em um local que não daria lucro. 
Externalidades – são defeitos não previstos e não gerados ou ainda que previstos e gerados, porém fazem parte da natureza da ação. 
Questão de equidade e justiça – o estado nem sempre pensa como um ator de mercado comum, ou seja, ele pode não pensar em ter lucro sempre. 
Estatais – porque estatais: Contras
Free rider (caroneiro) – alguém ganha algo sem ter feito nenhum esforço. Como o dinheiro é de todos nas estatais, quem fiscaliza tem que fiscalizar com força e quem fiscaliza ganha pouco para isso, ou seja, não há incentivo. 
Orçamento macio/flexível – se uma estatal quebra, sempre o estado entre com dinheiro para evitar a quebra. 
Espécies 
Empresa pública 
Sociedade de economia mista
Subsidiária – somente se a lei que criou a principal autorizar a criação de uma empresa subsidiária
Controladas – sofre ingerência da empresa estatal, quando a empresa estatal tem uma grande parte de uma empresa privada
Participadas – a empresa privada tem uma parte menor da empresa privada
As empresas estatais são criadas para o estado exercer atividades que não eram inerentes ao estado. 
O regime jurídico das empresas privas tem peculiaridades – tem limitações e privilégios. 
Concessões – Lei 8.987/95 – concessões de serviços públicos é a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consorcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. 
Art. 175 CF – Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Paragrafo único – a lei disporá sobre: 
O regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;
Os direitos dos usuários;
Politica tarifaria;
A obrigação de manter o serviço adequado. 
Não única e exclusivamente refere-se a serviço público, concessão é um modelo de contrato em que o estado atribui algo que é de sua titularidade para que outro preste ou se utilize. 
Concessões urbanísticas – quando há a necessidade de revitalizar algum bairro que seria complicada, por exemplo. Concede-se a uma empresa privada a obra e depois deixa ela utilizar por um período de tempo. 
Concessões de serviços públicos 0 concede-se a concessão, porém permanece a titularidade do Estado. 
Características do contrato de concessão 
Não exclusividade – concede-se o serviço permitindo concorrência, salvo se a natureza do serviço não permitir que tenha concorrência por ser monopólio natural. 
Tem natureza contratual.
A delegação se faz por prazo determinado.
Transfere ao particular a gestão da atividade, que passa a ser prestada em nome do concessionário.
A responsabilidade por danos causados aos usuários e particulares é do concessionário, ressalvada a responsabilidade subsidiária do poder concedente. 
Arbitragem – os litígios envolvendo aquele contrato não serão levados a justiça, e isso da segurança jurídica ao concessionário. 
A remuneração do particular se faz mediante a exploração do serviço – por meio de tarifas e receitas acessórias relacionadas ao objeto da concessão.
Pressupõe a mutabilidade das clausulas referentes à prestação do serviço, que podem ser unilateralmente alteradas pela Administração. 
Garante-se ao concessionário o equilíbrio econômico-financeiro durante o prazo contratual.
Garantias fornecidas pelo concessionário – por ser uma atividade de interesse público o estado deve ter certeza que o concessionário vai fazer e cumprir o contrato. 
Escolha do concessionário – a escolha se faz mediante licitação na modalidade concorrência. A lei de concessões estabelece, além dos critérios já previstos na Lei de Licitações, alguns critérios específicos, que podem sofrer combinações. Destacam-se principalmente os de menor valor da tarifa e maior oferta (nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão). 
Execução contratual – o concessionário tem a obrigação de manter a prestação adequada do serviço durante todo o prazo da concessão. O poder concedente pode fiscalizar a prestação do serviço e promover as alterações necessárias à sua adequação, ressalvada a possibilidade de revisão da tarifa em razão de encargos não previstos no contrato. A fiscalização do serviço pode ser feita diretamente pelo poder concedente ou por órgão ou entidade incumbida legal ou contratualmente dessa tarefa, é o caso das agencias federais que fiscalizam as concessões da União, tais como a ANATEL, ANEEL, etc. Se o concessionário não desempenhar de forma adequada o serviço, o poder concedente poderá determinar a intervenção na concessão. Trata-se de medida cautelar, visando a continuidade e regularidade do serviço. O ato que decretar a intervenção deverá designar a autoridade responsável (interventor), o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. No prazo de 30 dias do inicio da intervenção, deve ser instaurado procedimento administrativo para apuração da responsabilidade da concessionária, concedendo-lhe ampla defesa. Ao final desse procedimento, caso se apure culpa da concessionária, serão aplicadas as sanções previstas no contrato e, se for o caso, será decretada a caducidade da concessão – ou seja, a perda da concessão motivada pelo inadimplemento da concessionária. 
Termino do contrato 
A extinção do contrato de concessão pode ocorrer por: 
Advento do termo contratual – é o esgotamento do prazo de concessão;
Encampação – é a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa especifica e após pagamento da indenização. 
Caducidade – é a sanção aplicada ao concessionário, após prévio procedimento de apuração de situações que configuram inadimplência ou incapacidade de prestar o serviço. 
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
 § 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
 I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
 V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
 VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
VII - a concessionária não atender a intimação do poder concedente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.  
Rescisão – é o desfazimentodo contrato por iniciativa do concessionário, em razão do descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente. Deve ser necessariamente pleiteado por meio de ação judicial, sendo que os serviços não podem ser interrompidos até o transito em julgado da decisão que rescindo o contrato.
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
 Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
Anulação – é o desfazimento em razão de vício na formação do vínculo contratual. 
Falência do concessionário. 
Parceria publico-privadas – são os contratos de delegação da construção, ampliação, reforma ou manutenção de determinada infraestrutura e da gestão da totalidade ou parte da atividades administrativas prestadas por seu intermédio, mediante remuneração de longo prazo arcada total ou parcialmente pelo Estado, fixada em razão da quantidade ou qualidade das utilidades concretamente propiciadas pelo parceiro privado à administração pública ou à população. 
Estrito senso – são modalidades de concessão prevista em lei 11.079/04
Amplo – contrato celebrado entre um ator publico com um ator privado. 
Estrito: é o gênero que abarca duas espécies:
Concessões patrocinadas – que também poderiam ser chamadas de subsidiadas, subvencionadas ou, em alguns casos, de receita ou lucratividade assegurada. Nos termos do §1º do seu art. 2º, são concessões que envolvem, adicionalmente à tarifa cobrada do usuário, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado, diferenciando-se concessões tradicionais de serviços e obras públicas em razão de essas serem financiadas apenas por tarifas auxiliares. A diferença para as concessões comuns é, portanto, que nessa a amortização dos investimentos privados é feita, ao menos em linha de principio, integralmente pelas tarifas pagas pelos usuários, enquanto na concessão patrocinada a amortização é feita ao mesmo tempo com tarifas e verbas do próprio Erário. O poder público entra com até 70% com a contraprestação salvo se existir lei autorizando um percentual maior. 
Concessões administrativas – contratos em que a cobrança de tarifas é inviável econômica ou socialmente, juridicamente vedada, como a cobrança pela saúde ou educação públicas, ou ainda porque o único usuário do serviço a ser prestado é o próprio Estado. Aqui não se fala mais sequer em tarifa a ser complementada por verbas do Estado, mas da inexistência tout court de tarifas devidas pelos eventuais usuários dos serviços. A concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento instalação de bens. A contraprestação devida ao concessionário se fará exclusivamente com recursos do Estado, por qualquer uma das fontes de receita enumeradas no art. 6º, pecuniárias ou não. 
Características: 
Valor igual ou superior a R$ 20.000.000,00 ( vinte milhões de reais);
Prestação de serviços seja igual ou superior a 5 anos e no máximo 30;
Objeto complexo que envolva, além de fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública;
Previsão contratual de pagamento de contraprestação pelo parceiro público (poder concedente) ao longo do prazo de prestação do serviço.
Garantias especiais para o parceiro privado, como a vinculação da receitas não tributárias e um fundo garantidor de parcerias, com personalidade de direito provado, o que permite a oneração de seu patrimônio. 
O objetivo dessas normas é fazer com que as PPPs não sejam vulgarizadas, reservando-as apenas para grandes projetos de infraestrutura, até porque a sua utilização tem de ser feita de forma planejada e fixando-se prioridades, em do limite de um por cento da receita corrente liquida que cada ente tem para o conjunto das suas PPPs. 
PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse) – o ente privado sugere ao ente público os seus serviços ou o ente público provoca aos entes privados que ele tem interesse de fazer uma parceria e abre aos privados para apresentar os projetos. 
Instrumentos de garantia – se o Estado não oferece garantias, quando muda-se a gestão, poderia a nova administração não pagar, entraria para os precatórios, o que não pode acontecer, pois como se tratam de contratos muito onerosos, o ente privado iria quebrar, o que não pode acontecer, por se tratar de interesse público. Esse contratos são sujeitos aos tipos de financiamento que garantem o fluxo de caixa. 
Garantias formais - Para dar segurança aos investidores privados, a Lei n. 11.079/04 criou uma serie de regras excepcionais em relação ao caminho que os credores em geral tem que percorrer para receber o pagamento de dividas do Estado. Ao contrario dos contratos administrativos em geral, em que o foco é dado às garantias de execução contratual pelo particular, há, sem descartar essas, um grande destaque às garantias a serem dadas pelo Estado ao parceiro privado, prevendo o art. 8º quase todas as garantias em tese possíveis de serem dadas pela Administração Pública, desde que previstas no edital. Foi constituído pela União um Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP, de natureza provada, com patrimônio separado dos seus cotistas (União, suas autarquias e fundações), que o integralizarão mediante bens e direitos, sendo administrado e representado por instituição financeira controlada pela União. O FGO dará os bens e direitos que o integralizaram como garantia do cumprimento das obrigações assumidas por seus cotistas nos contratos de PPP. O parceiro privado poderá, em caso de inadimplência do cotista do fundo, acionar diretamente a garantia dada pelo FGP (hipoteca, penhor, alienação fiduciária ou qualquer outro contrato de garantia) para a satisfação da divida, sendo inclusive expressamente admitida a constrição judicial (penhora, leilão, adjudicação etc.) dos seus bens. 
Despesas anuais que os entes públicos podem comprometer;
Art. 22. A União somente poderá contratar parceria público-privada quando a soma das despesas de caráter continuado derivadas do conjunto das parcerias já contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% (um por cento) da receita corrente líquida do exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes, nos 10 (dez) anos subsequentes, não excedam a 1% (um por cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.
Aporte – previsto no art. 6º que é dado antecipadamente. 
Art. 6o A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por:
        I – ordem bancária;
        II – cessão de créditos não tributários;
        III – outorga de direitos em face da Administração Pública;
        IV – outorga de direitos sobre bens públicos dominicais;
        V – outros meios admitidos em lei.
§ 1o  O contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato.  
§ 2o  O contrato poderá prever o aporte de recursos em favor do parceiro privado para a realização de obras e aquisição de bens reversíveis, nos termos dos incisos X e XI do caput do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, desde que autorizado no edital de licitação, se contratos novos, ou em lei específica, se contratos celebrados até 8 de agosto de 2012.         
§ 3o  O valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2o poderá ser excluído da determinação:        
 I - do lucro líquido para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL; e      
II - da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição parao Financiamento da Seguridade Social - COFINS.       (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)
III - da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB devida pelas empresas referidas nos arts. 7o e 8o da Lei no 12.546, de 14 de dezembro de 2011, a partir de 1o de janeiro de 2015.    
§ 4o  Até 31 de dezembro de 2013, para os optantes conforme o art. 75 da Lei no 12.973, de 13 de maio de 2014, e até 31 de dezembro de 2014, para os não optantes, a parcela excluída nos termos do § 3o deverá ser computada na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, na proporção em que o custo para a realização de obras e aquisição de bens a que se refere o § 2o deste artigo for realizado, inclusive mediante depreciação ou extinção da concessão, nos termos do art. 35 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.         
 § 5o  Por ocasião da extinção do contrato, o parceiro privado não receberá indenização pelas parcelas de investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizadas ou depreciadas, quando tais investimentos houverem sido realizados com valores provenientes do aporte de recursos de que trata o § 2o.         
§ 6o  A partir de 1o de janeiro de 2014, para os optantes conforme o art. 75 da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, e de 1o de janeiro de 2015, para os não optantes, a parcela excluída nos termos do § 3o deverá ser computada na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em cada período de apuração durante o prazo restante do contrato, considerado a partir do início da prestação dos serviços públicos.         
§ 7o No caso do § 6o, o valor a ser adicionado em cada período de apuração deve ser o valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos de apuração contidos no prazo restante do contrato.          
§ 8o Para os contratos de concessão em que a concessionária já tenha iniciado a prestação dos serviços públicos nas datas referidas no § 6o, as adições subsequentes serão realizadas em cada período de apuração durante o prazo restante do contrato, considerando o saldo remanescente ainda não adicionado.         
§ 9o A parcela excluída nos termos do inciso III do § 3o deverá ser computada na determinação da base de cálculo da contribuição previdenciária de que trata o inciso III do § 3o em cada período de apuração durante o prazo restante previsto no contrato para construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura que será utilizada na prestação de serviços públicos.         
§ 10.  No caso do § 9o, o valor a ser adicionado em cada período de apuração deve ser o valor da parcela excluída dividida pela quantidade de períodos de apuração contidos no prazo restante previsto no contrato para construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento da infraestrutura que será utilizada na prestação de serviços públicos.        
 § 11.  Ocorrendo a extinção da concessão antes do advento do termo contratual, o saldo da parcela excluída nos termos do § 3o, ainda não adicionado, deverá ser computado na determinação do lucro líquido para fins de apuração do lucro real, da base de cálculo da CSLL e da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e da contribuição previdenciária de que trata o inciso III do § 3o no período de apuração da extinção      
 § 12.  Aplicam-se às receitas auferidas pelo parceiro privado nos termos do § 6o o regime de apuração e as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins aplicáveis às suas receitas decorrentes da prestação dos serviços públicos.         
Na concessão comum o concessionário remunera-se somente pela prestação do serviço, a Lei de concessão permite a prorrogação do contrato, porém essa prorrogação depende de licitação? R. o STJ decidiu que para renovar e prorrogar, precisa de licitação, porém na doutrina entende-se que no edital não previa essa prorrogação. 
Contratos e convênios com o terceiro setor – em sentido amplo 
Terceiro setor – são os atores privados que agem sem finalidade lucrativa, são as ONGs com objetivos sociais e públicos. Os contratos são parcerias com as organizações sociais para prestar serviços deficitários – lei 9.637/98
Organizações sociais – OS – são pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que firmam contrato de gestão que tem como objetivo: ensino, pesquisa, meio ambiente, cultura, saúde. Coincidem com muitas das funções públicas não exclusivas, que qualquer um pode prestar, porém o Estado não pode deixar de prestar. 
Contrato de gestão – é um contrato que tem uma meta, estabelece uma meta para as OS, que o Estado pode ceder funcionários públicos, recursos públicos e local para que seja executado o serviço. Pois é necessário que exista uma gestão mais flexível para as funções públicas, quando é o Estado que oferece e cria esses serviços é preso por mais amarras, e sim para simplificar é que são criadas essas parcerias e porque em alguns lugares o serviço só é prestado por essas organizações por falta de interesse pelos funcionários públicos. O Contrato de Gestão é um modo modelo de administração pública que pretende ser mais eficiente. É o ajuste celebrado pelo Poder Público com órgãos e entidades da Administração direta, indireta e entidades privadas qualificadas como organizações sociais, para lhes ampliar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira ou para lhes prestar variados auxílios e lhes fixar metas de desempenho na consecução de seus objetivos. Sua previsão legal está no artigo 37, §8° da Constituição Federal, incluído pela emenda constitucional 19/98. Antes da emenda eram previstos apenas em Decretos. Portanto, os poucos contratos de gestão celebrados acabavam sendo impugnados pelo Tribunal de Contas, já que o controle só pode decorrer da Constituição ou de leis infraconstitucionais, não de decretos. Conforme o dispositivo constitucional, pode-se extrair que contrato de gestão amplia a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos entes administrativos, a saber, autarquias e fundação publica, visando melhores resultados da Administração Pública. É um instrumento moderno de Administração por Objetivos, consiste em estabelecer compromissos periódicos com objetivos e metas de cada uma das empresas estatais com o Estado. Busca-se com isso migrar o enfoque da atividade governamental dos métodos (meios) para os resultados (fins).
Como contrata? – não há a necessidade de licitar, geralmente a prestação destes serviços é especifica e somente aquele ente privado tem a expertise para prestar aquele determinado serviço naquele determinado local. 
O modelo de organização social visa incentivar a atuação do particular em atividades, que não sejam serviços públicos, e a fornecer apoio estatal a ele. A peculiaridade reside em que o particular, por meio do contrato de gestão, atuará em nome próprio, sob regime de direito privado, mas receberá apoio estatal. Sindicatos não podem celebrar contrato de gestão, pois a finalidade dele não é prestar o serviço e sim defender a classe. 
Organização da sociedade civil de interesse público – OSCIP – PJs sem fins lucrativos de direito privado, mais elas são mais amplas quanto as suas atividades – art. 3º da lei 9.790: 
Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-sea forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais;
XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.
Como se classifica como OSCIP – tem que se cadastrar no ministério da justiça e deve estar atuando por mais de 3 anos. 
Exige-se também, que seja firmado entre a OSCIP e o Poder Público um Termo de Parceria, discriminando os direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias. A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes, nos respectivos níveis de governo. O §2º do art. 10 da lei 9790 impõe clausulas essenciais do Termo de Parceria a definição do objeto do programa a ser desenvolvido, as metas a serem alcançadas, os mecanismos de controle orçamentário, as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, anualmente, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria. De acordo com o art. 11, a execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada e fiscalizada por órgão do Poder Público relacionado às atividades e pelos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes. 
A celebração desse tipo de parceria deve passar por um conselho de políticas públicas. 
A OS e a OSCIP podem prestar serviços públicos em sentido estrito? Não, pois não são parcerias que são prestadas mediante licitação, e serviço público obrigatoriamente devem ser concedidas através de licitação. 
As OSs precisam licitar? Sim, quando elas forem contratar serviços externos e recursos vierem do ente público, elas devem licitar, pois devem ser fiscalizadas pelo MP. 
Fundações de apoio a Universidades Públicas – a fundação registrada e credenciada como fundação de apoio visa dar suporte a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de desenvolvimento institucional, cientifico e tecnológico de interesse das instituições apoiadas e, primordialmente, ao desenvolvimento da inovação e da pesquisa cientifica e tecnológica, criando condições mais propicias a que as instituições apoiadas estabeleçam relações com o ambiente externo. As Fundações de Apoio dão entidades de caráter privado e sem fins lucrativos. Elas podem ser contratadas ou realizar convênios com a IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) mediante dispensa de licitação. 
Contrato x Convênio – contrato há uma contra prestação, convênio o objetivo é confluente – art. 1º do decreto 6170/07.
Convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;
Contrato de repasse - instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal, que atua como mandatário da União
Consórcios públicos – parceria público público – Lei 11.107 - é uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no todo em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços transferidos.
Agencias reguladoras 
O advento das Agências Reguladoras tem estreita conexão com as transformações do Estado Contemporâneo. São instrumentos de controle estatal de atividades econômicas que o Estado julgue importante regular. Surgiram como parte do processo de transformações contemporâneas do papel estatal, que passou de uma postura de concentração regulatória operacional para uma concentração regulatória normativa. Adquiriam tamanha importância no contexto contemporâneo, que se fala hoje na existência de um Direito Regulatório. Trata-se, na realidade, de uma parcela daquilo que constitui o Direito Econômico, especializada na atuação das Agencias Reguladoras. Assim, o Direito Regulatório esta contido no âmbito mais amplo do Direito Econômico. São autarquias da administração indireta, servem para fiscalizar os setores privatizados na forma de concessão, são entidades da administração pública que tem autonomia para regular os setores, elas criam e extinguem direitos, isso gera confiança para os parceiros investirem, pois são administradas por pessoas que não são politicas e que são experts no setor ao qual a agencia regula. 
Porque é preciso regular os setores? Pois são serviços públicos e são monopólios naturais, sendo assim, precisam de uma regulação, e ele não pode ser universalizado na estrutura de mercado, e não tem como ter concorrência, assim os lugares mais distantes não seriam atendidos se não houvesse uma regulação, o que a regulação faz e tentar replicar o que seriam os efeitos de uma concorrência de mercado, como custo, acesso e garantir pressão por qualidade técnica e avanços de tecnologia. Esse é o raciocínio para regulação de infra estrutura. Mas também esse modelo foi adotado para a área social, que não dependem de infra, as agencias não teriam necessidade de serem autônomas, poderiam ser autarquias comuns. Porém, a preocupação é a assimetria de informações, para evitar os abusos que poderiam acontecer, pois o consumidor final não tem as informações necessárias para analisar o serviço e o custo que esse serviço vai demandar. São para proteger o consumidor e garantir a qualidade do serviço e criar padrões de qualidade de serviço. 
Sete funções principais caracterizam as Agências Reguladoras, do ponto de vista jurídico: 
Cumprem a função de regulação normativa dos setores econômicos – elas decidem em ultima instancia as matérias das quais elas são competentes – quem fiscaliza aas agencias reguladoras é o judiciário (estão livres de interferências politicas).
Realizar contratações administrativas relacionadas à sua atividade: concedem, autorizam, realizam licitações públicas, fazem concursos públicos.
Fiscalizam o cumprimento das regras e contratos sob sua competência.
Sancionam os infratores.
Ouvem os usuários dos serviços regulados, realizam audiências públicas.
Arbitram conflitos.
Emitem pareceres técnicos em questões relacionadas à concorrência nos processos sujeitos ao controle do Cade. 
As agencias reguladoras são autarquias em regime especial, com orçamentos próprios e uma relativa autonomia financeira institucional do Poder Executivo, não havendo subordinação hierárquicaao Ministério a que estão vinculadas. Integrantes das agências reguladoras são nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado, porém não são demissíveis ad nutum (por atos discricionário). O STF permitiu à lei estadual a fixação de mandato certo e impossibilidade de destituição por ato discricionário dos dirigentes das agencias, na Adin 1.949 (o STF decidiu que eles são funcionários públicos por tempo determinado). 
A principal argumentação para a independência das agencias reguladoras reside na necessidade de desvincular da política a tarefa de decidir e regulamentar: atividades econômicas são objeto da técnica econômica e é com base na técnica que devem ser tomadas as decisões relevantes em cada setor de atividades. A sombra política teria o demérito de desvirtuar o sentido e a função da tarefa regulatória, ou seja, o Poder Executivo, quando tem poder de influenciar a escolha e as decisões dos membros do ente regulador, faz prevalecer seus interesses políticos, em prejuízo dos interesses de mercado. Os pontos fundamentais que determinam a autonomia do órgão regulador em relação ao Executivo são:
O processo de indicação de seus integrantes (quanto menor poder de nomeação detiver o Executivo, maior será a autonomia do órgão).
A sua independência orçamentaria e financeira (sua manutenção não pode depender de verbas do orçamento do Poder Executivo).
Garantia de inamovibilidade aos seus membros (que desempenhariam mandatos por tempo determinado).
Mandato dos diretores e conselheiros – não são demissíveis ad nutum, somente perdendo seus mandatos em virtude de renuncia, condenação judicial transitada em julgado ou processo administrativo disciplinar 
Obrigação legal dos conselheiros e diretores serem técnicos.
Todas as decisões dos conselheiros são colegiadas e podem ser questionadas mediante ADPF 
Elas não fazem auto regulação, elas regulam outras empresas.
Auto regulação – ela só responde na medida em que o mercado esta sendo prejudicado – é uma espécie de autonomia regulatória que significa qualquer forma de regulação que não esteja vinculada ao poder público estatal, politico. Em que o ente regulado é parte do ente regulador. 
Soft Low – são regras que elas mesmas quiseram se submeter. 
Regime jurídico das agencias reguladoras – as agencias reguladoras federais são autarquias especiais. Todas as agencias federais tem seus membros indicados diretamente pelo Presidente da República, sua nomeação dependendo de confirmação pelo Senado Federal, após audiência dos indicados. Em relação ao mandato, não há coincidência de mandatos dos diretores e conselheiros das agencias para que haja relativa heterogeneidade na composição da agencia, aumentando a possibilidade de conviverem diretores e conselheiros de distintas proveniências politicas. 
Direito da concorrência 
A CF adota o sistema econômico capitalista, calcado na economia de mercado, tendo erigido a livre concorrência a um dos princípios norteadores da ordem econômica. O principio da livre iniciativa garante aos agentes econômicos liberdade para operar no mercado, buscar clientela e auferir lucros. Por outro lado, o principio da livre concorrência determina que o Estado deve agir para, na forma da lei, coibir abusos do poder econômico e praticas anticompetitivas, visando que o ideal de concorrência – maior pluralidade possível de agentes disputando o mercado – não seja distorcido na pratica de mercado. A proteção da livre concorrência, portanto, autoriza o Estado a intervir sobre a liberdade de iniciativa dos agentes econômicos, a fim de assegurar o livre acesso e permanência de competidores no mercado. Pela defesa da concorrência o Estado protege a liberdade de iniciativa econômica contra os próprios agentes econômicos. A total liberdade econômica pode comprometer a liberdade econômica de outros agentes, principalmente daqueles que ainda não participam do mercado. 
CADE – Conselho Administrativo de Defesa da Economia – órgão responsável pelo direito da concorrência. 
Condições da concorrência: 
Ausência de barreiras de entrada no mercado: dificultam a sua entrada ou saída no mercado. São alguns exemplos de barreiras: preço (barreira econômica), ato administrativo (barreira jurídica);
Produtos homogêneos, intercambiáveis. Ex. produtos que possuem o mesmo valor. Vai vender quem cobrar mais barato, ou seja, quem gastar menos para produzir. A quebra dessa homogeneidade se estabelece por exemplo com marcas nos produtos. Dependendo da marca o produto vai ter valores diferentes. 
Livre circulação de informações – na realidade as informações circulam de uma maneira escassa. Jamais é passado na integra para o consumidor. Somente em virtude da tecnologia móvel de celular que essa informação passou a fluir, pois houve uma redução no preço da circulação de informações. Estamos passando por uma modificação, mas ainda existe muita barreia na informação. 
Plena mobilidade dos fatores de produção (mão de obra, capital, local e insumos). A circulação desses fatores na realidade não acontece. 
Essas condições determinam o modelo ideal de mercado. Serve como um paradigma à realidade. Quanto mais concorrência mais estimulo a concorrência no mercado. 
Histórico – o direito concorrencial surge com força nos EUA em 1890 com a leu Serman Act. Nos EUA haviam grupos de empresas que se fundiam ou faziam acordos para tabelar preços, se consolidando no mercado, fazendo com que um não tivesse que obrigar o outro a baixar o preço. O deputado Sherman chegou a conclusão de que isso prejudicava o consumidor, sendo que ele não tinha opção de escolha de preço menor. Em 1904, surgiu uma lei que coibia essas pratica para prejudicar outras empresas também. Foi coibidas as praticas de acordos restritivos da concorrência e a monopolização. 
Normas estruturais e normas de ajustes 
Normas estruturais – são as que estabelecem a estrutura de base do mercado. São todas as normas aqui conceituadas como normas de competência objetiva e subjetiva, em especial aquelas que instituem a primazia da iniciativa privada em face do Estado empresário. As normas estruturais tem um sentido largo, abrangendo todo e qualquer dispositivo legal e constitucional que concorra para que se organize o mercado como um sistema. As normas estruturais são politicas publicas econômicas em sentido amplo (infra estrutura do jogo econômico, garante bases e tipos de estruturas jurídicas. Ex. direito a propriedade, livre concorrência enquanto principio, competências constitucionais, espécies de pessoas jurídicas, estrutura e organização do poder judiciário) – quando compra-se o fornecedor e o fornecedor do concorrente ou compra-se o próprio concorrente, ela decorre de operações societárias, é um agente querendo ficar tão grande que todos dependem da compra de coisas dele ou vender somente para ele. 
Normas de ajuste – intervêm sobre o funcionamento do mercado instituído, para que determinados resultados sejam alcançados, reprimidos ou estimulados. São aquelas normas que restringem alguns dos direitos empresariais referidos acima, seja colocando obstáculos ou exigências jurídicas ou econômicas a que certas praticas sejam adotadas (normas instrumentais de controle econômico por direção), seja punindo abusos praticados no exercício de prerrogativas de liberdade de atuação (normas instrumentais de policia econômica). São também as normas que estimulam certos comportamentos empresariais no mercado (normas instrumentais de controle por indução). São as politicas econômicas, num sentido estrito. (induzem ou dirigem determinados mercados – tratam do funcionamento do direito. Ex. necessidade de autorização estatal para ser taxista) – cartel é um caso clássico de condutas anti concorrencial, é uma ação que visa a gerar efeitos contrários ao que o regime de concorrência geraria. 
O direito concorrencial perpassa todas constituições quanto norma de estrutura, mas como normas de ajuste é muito recente. Antes da segunda guerra a Europa não conseguiu implementar leis concorrenciais. 
História do direitoconcorrencial Brasileiro – Em 1946 foi criado um Decreto Lei que introduzia uma comissão administrativa de direito econômico. Em 1962 criaram a lei Cade, sendo uma entidade da administração direta, a lei não conseguiu fortalecer o direito econômico. Existia, mas na verdade não foi aplicado de maneira correta, pois as decisões desse ente não foram prolatadas de uma maneira que fizesse valer de fato o direito concorrencial. Apenas em 1994 que foi criada a Lei 8.884, lei do Cade (antiga) que durou até 2012. Foi ai que se começou a praticar de fato o direito concorrencial, fortalecendo o Cade como conselho de defesa econômica. Criou-se um sistema de defesa, composto por:
SBDC - Autarquia ligada ao ministério da justiça com poderes administrativo jurisdicional.
SDE – Secretaria de Direito Econômico.
SEAE – Secretaria de Acompanhamento Econômico. 
Criação de duas forma de coibir a anticoncorrencia: controle (punição) de condutas e controle de estruturas concorrenciais. O Brasil foi bastante efetivo no controle de condutas, mas quanto a estruturas, foi bem escasso (ex. o Cade deveria ter barrado a fusão entre perdigão e sadia). 
Lei do Super Cade começou a ter vigor a partir de 2012 (onde sofreu algumas mudanças bastante consideráveis). 
Alterações promovidas pela Lei nº 12.529/11 – há alterações de ordem institucionais, que implicam uma redefinição do Conselho como um todo, criando-se órgãos novos e reformulando-se a competência de outros. Há alterações materiais que dizem respeito ao conteúdo das regras jurídicas substantivas do antitruste no Brasil. E há alterações processuais, que seriam alterações nos procedimentos adotados no seio do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. 
Alterações Institucionais do Cade – com a nova formulação legal, o SBDC é composto apenas por CADE e SEAE, embora a SDE não seja extinta, porém, seu Departamento de Proteção e Defesa Econômica, que tem atribuições típicas de antitruste pela Lei 8.884/94, é integralmente capturado pela Superintendência Geral do Cade, novo órgão criado. O Cade passa a ser composto por três órgãos: a) Tribunal Administrativo de Defesa Econômica; b) Superintendência Geral; c) Departamento de Estudos Econômicos. 
a) Tribunal Administrativo de Defesa Econômica – o Conselho é composto por 7 membros, com mandato de 4 anos, não podendo haver recondução. O quórum de instalação de processos é de 4 membros, podendo-se deliberar pelo voto mínimo de 3 membros (art. 9ª §1º), foi uma forma de agilizar e de garantir maior comprometimento dos conselheiros na votação. Os conselheiros do Cade podem solicitar documentos a quaisquer autoridades e pessoas públicas e privadas (poder de investigação amplo). É de competência do Presidente do Tribunal determinar à Procuradoria Federal junto ao Cade as providencias judiciais determinadas pelo Tribunal e solicitar, a seu critério, que a Superintendência Geral auxilie o Tribunal na tomada de providencias extrajudiciais para o cumprimento das decisões do Tribunal, bem como fiscalizar aquele órgão na execução dessa tarefa, ele também tem o poder para representar o Tribunal no Brasil e no exterior, distribuir processos por sorteio aos Conselheiros e de firmar contratos e convênios com órgãos ou entidades nacionais e submeter, previamente, ao Ministro de Estado da Justiça os que devam ser celebrados com organismos estrangeiros ou internacionais. Existe um regime de 120 dias no qual o conselheiro que saiu do Cade, é vedado por lei a participar de qualquer consultoria para outras empresas sobre concorrência, sob pena de incorrer pratica de advocacia administrativa. Durante esta quarentena, os ex membros do Cade tem direito a perceber a mesma remuneração do cargo anteriormente ocupado.
b) Superintendência Geral – o superintendente geral terá o mandato de 2 anos, renováveis por uma vez apenas. Competências (art. 13)
Art. 12.  O Cade terá em sua estrutura uma Superintendência-Geral, com 1 (um) Superintendente-Geral e 2 (dois) Superintendentes-Adjuntos, cujas atribuições específicas serão definidas em Resolução. § 1o  O Superintendente-Geral será escolhido dentre cidadãos com mais de 30 (trinta) anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada, nomeado pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal. § 2o  O Superintendente-Geral terá mandato de 2 (dois) anos, permitida a recondução para um único período subsequente. § 3o  Aplicam-se ao Superintendente-Geral as mesmas normas de impedimentos, perda de mandato, substituição e as vedações do art. 8o desta Lei, incluindo o disposto no § 2o do art. 8o desta Lei, aplicáveis ao Presidente e aos Conselheiros do Tribunal.  § 4o  Os cargos de Superintendente-Geral e de Superintendentes-Adjuntos são de dedicação exclusiva, não se admitindo qualquer acumulação, salvo as constitucionalmente permitidas. § 5o  Durante o período de vacância que anteceder à nomeação de novo Superintendente-Geral, assumirá interinamente o cargo um dos superintendentes adjuntos, indicado pelo Presidente do Tribunal, o qual permanecerá no cargo até a posse do novo Superintendente-Geral, escolhido na forma do § 1o deste artigo. § 6o  Se, no caso da vacância prevista no § 5o deste artigo, não houver nenhum Superintendente Adjunto nomeado na Superintendência do Cade, o Presidente do Tribunal indicará servidor em exercício no Cade, com conhecimento jurídico ou econômico na área de defesa da concorrência e reputação ilibada, para assumir interinamente o cargo, permanecendo neste até a posse do novo Superintendente-Geral, escolhido na forma do § 1o deste artigo.  § 7o  Os Superintendentes-Adjuntos serão indicados pelo Superintendente-Geral. 
Art. 13.  Compete à Superintendência-Geral: I - zelar pelo cumprimento desta Lei, monitorando e acompanhando as práticas de mercado; II - acompanhar, permanentemente, as atividades e práticas comerciais de pessoas físicas ou jurídicas que detiverem posição dominante em mercado relevante de bens ou serviços, para prevenir infrações da ordem econômica, podendo, para tanto, requisitar as informações e documentos necessários, mantendo o sigilo legal, quando for o caso; III - promover, em face de indícios de infração da ordem econômica, procedimento preparatório de inquérito administrativo e inquérito administrativo para apuração de infrações à ordem econômica; IV - decidir pela insubsistência dos indícios, arquivando os autos do inquérito administrativo ou de seu procedimento preparatório; V - instaurar e instruir processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, procedimento para apuração de ato de concentração, processo administrativo para análise de ato de concentração econômica e processo administrativo para imposição de sanções processuais incidentais instaurados para prevenção, apuração ou repressão de infrações à ordem econômica;  VI - no interesse da instrução dos tipos processuais referidos nesta Lei: 
requisitar informações e documentos de quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, mantendo o sigilo legal, quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao exercício de suas funções; 
requisitar esclarecimentos orais de quaisquer pessoas, físicas ou jurídicas, órgãos, autoridades e entidades, públicas ou privadas, na forma desta Lei; 
realizar inspeção na sede social, estabelecimento, escritório, filial ou sucursal de empresa investigada, de estoques, objetos, papéis de qualquer natureza, assim como livros comerciais, computadores e arquivos eletrônicos, podendo-se extrair ou requisitar cópias de quaisquer documentos ou dados eletrônicos; 
requerer ao Poder Judiciário, por meio da Procuradoria Federal junto ao Cade, mandado de busca e apreensão de objetos, papéis de qualquer natureza, assim como de livros comerciais, computadores e arquivos magnéticos de empresa ou pessoa física, no interesse de inquérito administrativo ou de processo administrativo para imposição de sanções administrativaspor infrações à ordem econômica, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 839 e seguintes da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, sendo inexigível a propositura de ação principal; 
requisitar vista e cópia de documentos e objetos constantes de inquéritos e processos administrativos instaurados por órgãos ou entidades da administração pública federal; 
requerer vista e cópia de inquéritos policiais, ações judiciais de quaisquer natureza, bem como de inquéritos e processos administrativos instaurados por outros entes da federação, devendo o Conselho observar as mesmas restrições de sigilo eventualmente estabelecidas nos procedimentos de origem; 
VII - recorrer de ofício ao Tribunal quando decidir pelo arquivamento de processo administrativo para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica; VIII - remeter ao Tribunal, para julgamento, os processos administrativos que instaurar, quando entender configurada infração da ordem econômica; IX - propor termo de compromisso de cessação de prática por infração à ordem econômica, submetendo-o à aprovação do Tribunal, e fiscalizar o seu cumprimento; X - sugerir ao Tribunal condições para a celebração de acordo em controle de concentrações e fiscalizar o seu cumprimento; XI - adotar medidas preventivas que conduzam à cessação de prática que constitua infração da ordem econômica, fixando prazo para seu cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada, no caso de descumprimento; XII - receber, instruir e aprovar ou impugnar perante o Tribunal os processos administrativos para análise de ato de concentração econômica; XIII - orientar os órgãos e entidades da administração pública quanto à adoção de medidas necessárias ao cumprimento desta Lei; XIV - desenvolver estudos e pesquisas objetivando orientar a política de prevenção de infrações da ordem econômica; XV - instruir o público sobre as diversas formas de infração da ordem econômica e os modos de sua prevenção e repressão;  XVI - exercer outras atribuições previstas em lei; XVII - prestar ao Poder Judiciário, sempre que solicitado, todas as informações sobre andamento das investigações, podendo, inclusive, fornecer cópias dos autos para instruir ações judiciais; e  XVIII - adotar as medidas administrativas necessárias à execução e ao cumprimento das decisões do Plenário. 
c) Departamento de Estudos Econômicos – é dirigido por um economista Chefe, que será nomeado pelo superintendente geral e pelo presidente do Cade, sua função é de elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do Plenário, do Presidente, do Conselheiro- Relator ou do Superintendente Geral subsidiando do ponto de vista técnico as decisões do órgão. 
Existem outras entidades que atuam no Cade:
Procuradoria Federal Especializada junto ao Cade – faz valer as decisões do Cade caso não sejam cumpridas e dão assessoria jurídica (representação judicial e extrajudicial);
Ministério Público Federal perante o Cade – o membro do MPF emite parecer, nos processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica, de ofício ou a requerimento do Conselheiro-Relator. Da mesma forma que, no caso da Procuradoria, não se interrompem ou suspendem mais os prazos para a emissão de parecer do MPF, tendo em vista a celeridade dos trâmites. 
Art. 9 – estabelece as competências do tribunal - §2º - impossibilidade de recurso hierárquico impróprio – ela é uma autarquia feita para julgar, quando há sanção o MPF deve ser notificado pois muitas condutas dão ensejo a crimes e o MP deverá tocas as queixas crimes. 
Art. 9º  Compete ao Plenário do Tribunal, dentre outras atribuições previstas nesta Lei: I - zelar pela observância desta Lei e seu regulamento e do regimento interno;  II - decidir sobre a existência de infração à ordem econômica e aplicar as penalidades previstas em lei; III - decidir os processos administrativos para imposição de sanções administrativas por infrações à ordem econômica instaurados pela Superintendência-Geral; IV - ordenar providências que conduzam à cessação de infração à ordem econômica, dentro do prazo que determinar; V - aprovar os termos do compromisso de cessação de prática e do acordo em controle de concentrações, bem como determinar à Superintendência-Geral que fiscalize seu cumprimento; VI - apreciar, em grau de recurso, as medidas preventivas adotadas pelo Conselheiro-Relator ou pela Superintendência-Geral; VII - intimar os interessados de suas decisões; VIII - requisitar dos órgãos e entidades da administração pública federal e requerer às autoridades dos Estados, Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios as medidas necessárias ao cumprimento desta Lei; IX - contratar a realização de exames, vistorias e estudos, aprovando, em cada caso, os respectivos honorários profissionais e demais despesas de processo, que deverão ser pagas pela empresa, se vier a ser punida nos termos desta Lei; X - apreciar processos administrativos de atos de concentração econômica, na forma desta Lei, fixando, quando entender conveniente e oportuno, acordos em controle de atos de concentração; XI - determinar à Superintendência-Geral que adote as medidas administrativas necessárias à execução e fiel cumprimento de suas decisões; XII - requisitar serviços e pessoal de quaisquer órgãos e entidades do Poder Público Federal; XIII - requerer à Procuradoria Federal junto ao Cade a adoção de providências administrativas e judiciais; XIV - instruir o público sobre as formas de infração da ordem econômica; XV - elaborar e aprovar regimento interno do Cade, dispondo sobre seu funcionamento, forma das deliberações, normas de procedimento e organização de seus serviços internos; XVI - propor a estrutura do quadro de pessoal do Cade, observado o disposto no inciso II do caput do art. 37 da Constituição Federal;  XVII - elaborar proposta orçamentária nos termos desta Lei; XVIII - requisitar informações de quaisquer pessoas, órgãos, autoridades e entidades públicas ou privadas, respeitando e mantendo o sigilo legal quando for o caso, bem como determinar as diligências que se fizerem necessárias ao exercício das suas funções; e XIX - decidir pelo cumprimento das decisões, compromissos e acordos.§ 1º  As decisões do Tribunal serão tomadas por maioria, com a presença mínima de 4 (quatro) membros, sendo o quorum de deliberação mínimo de 3 (três) membros. § 2º  As decisões do Tribunal não comportam revisão no âmbito do Poder Executivo, promovendo-se, de imediato, sua execução e comunicando-se, em seguida, ao Ministério Público, para as demais medidas legais cabíveis no âmbito de suas atribuições. § 3º  As autoridades federais, os diretores de autarquia, fundação, empresa pública e sociedade de economia mista federais e agências reguladoras são obrigados a prestar, sob pena de responsabilidade, toda a assistência e colaboração que lhes for solicitada pelo Cade, inclusive elaborando pareceres técnicos sobre as matérias de sua competência. § 4º  O Tribunal poderá responder consultas sobre condutas em andamento, mediante pagamento de taxa e acompanhadas dos respectivos documentos.  § 5º  O Cade definirá, em resolução, normas complementares sobre o procedimento de consultas previsto no § 4º deste artigo. 
Infrações - o art. 36 – ato infracional independente de culpa e resultado, ou seja, independe que os atos anti concorrenciais tenham alcançado seus intuitos. 
Limitar ou falsear a livre concorrência ou a livre iniciativa;
Dominar mercado relevante de bens e serviços;
Aumentar os lucros arbitrariamente;
Exercer de forma abusiva a posição dominante;
§3º - traz um rol exemplificativo das condições aonde essas situações acontecem – os incisos são sempre aplicados combinados com o caput. 
Mercado relevante - Ao analisar-se a Lei n° 8.884/94 constata-se que um dos conceitos mais trabalhados pelo legislador é o de mercado relevante. Todavia, a Lei Antitruste não traz em seu corpo normativo a definição deste, deixando para o seu aplicador atarefa de buscar e concretizar o sentido ali contido. Depende, pois, sua explicação do complemento de outras normas jurídicas, procedentes de outras instâncias legislativas. Neste caso, inexiste outro diploma a regular as concentrações que melhor explicite o conceito de “mercado relevante.” Trata-se, portanto, de um conceito em aberto que caberá ao aplicador da lei construir. Só há infrações a concorrência dentro de determinado mercado, ele sempre tem que ser entendido na menor escala possível, pois se uma grande marca entra no nicho de outras menos importantes, acaba entrando em competição com essas marcas. O mercado relevante nos auxilia a identificar atores que atuam no mesmo mercado. O porte da empresa não será uma excludente para saber se ele esta no mercado relevante ou não. Se a delimitação do mercado relevante implica, necessariamente, a identificação do mercado no qual atual determinado agente econômico (ou agentes econômicos), estamos tratando do mercado em que este concorre. Ou seja, a busca do mercado relevante passa pela identificação das relações (concretas, ainda que potenciais) de concorrência de que participa o agente econômico. 
Abuso de posição dominante – Presume-se posição dominante sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateralmente ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos. Um ato unilateralmente altera condições do mercado que ele atua, como preço, quantidade de oferta. 
Atos de concentração 
A lei fixa em 240 dias o prazo para a conclusão do processo de Atos de Concentração a contar do protocolo de petição ou de sua emenda, prorrogáveis por até 60 dias, se solicitado pelas partes, ou por até 90 dias, mediante decisão fundamentada do Tribunal. 
Art. 88 – Serão submetidos ao Cade, cumulativamente: 
Pelo menos um dos grupos envolvidos na operação tenha registrado, no ultimo balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 750.000.000,00;
Pelo menos um outro grupo envolvido na operação tenha registrado, no ultimo balanço, faturamento bruto anual ou volume de negócios total no País, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 75.000.000,00. 
A providencia de elevar o patamar de faturamento para ingresso do Atos de Concentração no Cade foi para fortalecer, visto que mais de 94% dos AC submetidos ao Cade entre 1994 e 2009 foram aprovados sem qualquer restrição pela autarquia. É para reduzir o número de ações no Cade, tirando os Atos de Concentração que não teriam impacto concorrencial. 
Critérios para que sejam proibidos os atos de concentração e para que sejam permitidos:
§ 5º  Serão proibidos os atos de concentração que impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, que possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação de mercado relevante de bens ou serviços, ressalvado o disposto no § 6o deste artigo. 
§ 6º  Os atos a que se refere o § 5o deste artigo poderão ser autorizados, desde que sejam observados os limites estritamente necessários para atingir os seguintes objetivos: I - cumulada ou alternativamente: 
aumentar a produtividade ou a competitividade; 
melhorar a qualidade de bens ou serviços; ou 
propiciar a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou econômico; e  
II - sejam repassados aos consumidores parte relevante dos benefícios decorrentes.  
O art. 90 diz, para efeitos do Art. 88, realiza-se um ato de concentração quando:
duas ou mais empresas anteriormente independentes se fundem;
uma ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou outras empresas; 
uma ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas;
duas ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture;
Art. 90.  Para os efeitos do art. 88 desta Lei, realiza-se um ato de concentração quando: 
I - 2 (duas) ou mais empresas anteriormente independentes se fundem; 
II - 1 (uma) ou mais empresas adquirem, direta ou indiretamente, por compra ou permuta de ações, quotas, títulos ou valores mobiliários conversíveis em ações, ou ativos, tangíveis ou intangíveis, por via contratual ou por qualquer outro meio ou forma, o controle ou partes de uma ou outras empresas; 
III - 1 (uma) ou mais empresas incorporam outra ou outras empresas; ou 
IV - 2 (duas) ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture. 
Parágrafo único.  Não serão considerados atos de concentração, para os efeitos do disposto no art. 88 desta Lei, os descritos no inciso IV do caput, quando destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos contratos delas decorrentes. 
O art. 91 traz a previsão de que decisões do Cade baseadas em informações falsas ou enganosas prestadas pelo interessado poderão ser revistas pelo Tribunal, de ofício ou mediante provocação da SG. O mesmo pode se dar se ocorrer o descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas ou não forem alcançados os benefícios visados. Na hipótese de falsidade ou enganosidade será punida com multa entre R$ 60.000,00 e R$ 6.000.000,00.

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