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Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
 
Coordenador de EAD: 
Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
Assistentes de Diretoria: 
Daniela Espiñeira Gois 
Débora Guedes Cavalari
Direitos
humanos e cidadania
Cintia barudi lopes morano
Professora de Direito Administrativo das FMU- Faculdades 
Metropolitanas Unidas desde 2005. Diretora da Comissão de 
Direito Administrativo da OAB/SP 116ª Subseção do Jabaquara/
Saúde. Advogada graduada pela FMU – Faculdades Metropolitanas 
Unidas. Especialista em Direito Constitucional pela ESDC - Escola 
Superior de Direito Constitucional. Mestre em Direitos Difusos e 
Coletivos pela UNIMES – Universidade Metropolitana de Santos. 
Doutoranda pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – 
PUC/SP- Núcleo de Pesquisa em direito administrativo.
5
FMU
Apresentação do conteúdo
O conteúdo desta disciplina está dividido em dois temas principais: a) Na primeira parte 
serão analisados os direitos humanos e sua evolução histórica; as características dos direitos 
fundamentais e das suas normas garantidoras; classificação dos direitos humanos com suas 
gerações ou dimensões; a presença dos direitos humanos na Constituição Federal, e por fim, os 
tratados internacionais sobre direitos humanos, seu procedimento para ratificação e ingresso 
no ordenamento jurídico brasileiro; b) Na segunda parte da disciplina serão analisados os 
temas relacionados ao sistema internacional de proteção dos direitos humanos, com ênfase 
para a Convenção Americana de Direitos Humanos – Pacto de São José da Costa Rica e, por 
fim, noções sobre o funcionamento e competência do TPI – Tribunal Penal Internacional. 
Tema i
Direitos humanos. noções e gerações. 
direitos humanos e a constituição 
federal
Leitura digital
1. Direitos humanos – conceito e fundamento:
- conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano;
- finalidade básica: respeito à sua dignidade, proteção contra o arbítrio do poder estatal;
- estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade 
humana.
- limitação e controle dos abusos de poder do próprio Estado e das suas autoridades;
- princípio da dignidade da pessoa humana.
2. Distinção entre direitos humanos (ou direitos 
do homem) e direitos fundamentais: 
As expressões “direitos humanos” e “direitos fundamentais” são sinônimos? 
Parte da doutrina estabelece uma distinção, qual seja:
• Direitos humanos são aqueles valores inerentes ao ser humanos e reconhecidos 
universalmente, razão porque não dependem de sua previsão em documentos 
escritos para sua existência (apesar de que durante a evolução histórica da 
sociedade vários tratados internacionais e declarações de direitos foram celebrados 
6
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
e editadas para melhor efetivação deles);
• Direitos fundamentais são os direitos humanos positivados. Quando um determinado 
Estado resolve prever esses direitos humanos em seu ordenamento jurídico, 
normalmente em sua Constituição Federal, fala-se em direitos fundamentais; 
3. Evolução histórica dos direitos humanos 
- origem: Egito e Mesopotâmia, 3.000 a.C;
 - Lei das Doze Tábuas: liberdade, propriedade e proteção de direitos do cidadão;
- Idade Média: limitação do poder estatal por meio de pactos (acordos de limitação do poder 
de caráter nacional, mais frequentes na Inglaterra) e cartas de franquia ou forais (acordos 
de limitação do poder de caráter regional, mais frequentes na Espanha e Portugal);
- Magna Carta (1215). Pacto assinado entre os súditos e o Rei João Sem Terra a fim de se 
limitar o poder do governante, principalmente no que diz respeito à excessiva tributação 
da época;
- “Bill of Rights” (1689). É uma Declaração de Direitos pela qual se firmara a supremacia 
do Parlamento Inglês, impondo a abdicação do rei Jaime II e designando novos monarcas 
cujos poderes reais estariam limitados com a declaração de direitos a eles submetida e 
por eles aceita;
- Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão (1789) à 17 artigos. É a Declaração de Direitos 
adotada pela Assembleia Constituinte Francesa em 27/08/1789 e que sofreu a influência da 
revolução do pensamento político, moral e social de todo o século XVIII. De fato, ela provém 
de Rousseau, de Locke, de Montesquieu e de todos os teóricos e filósofos da época;
- Constituição de Weimar (1919). Foi a responsável pela da primeira república alemã, a 
Constituição de Weimar, da cidade da Saxônia onde foi elaborada e votada, surgiu em 
decorrência da grande guerra de 1914 a 1918, e nela se pode identificar duas partes: 
a primeira parte que organiza o Estado, e a segunda parte que apresenta a declaração 
dos direitos e deveres fundamentais, contendo além das liberdades individuais os novos 
direitos de conteúdo social. 
- Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Editada pela Assembleia Geral da 
ONU após a 2ª Guerra Mundial quando começou uma difícil tarefa de reconstrução 
da dignidade humana atingidas pelas atrocidades de um dos períodos mais negros da 
história da humanidade que foi a era Hitler. Foi responsável pela internacionalização dos 
direitos humanos. 
4. Origem dos direitos humanos: jus 
naturalismo, positivismo e teoria moralista:
7
FMU
A pergunta que aqui se faz é: qual a fonte inspiradora dos direitos humanos? São direitos 
inerentes ao homem; são direitos criados pelo Estado e positivados por ele ou decorrem da 
consciência moral dos povos? 
a) jus naturalismo:
- direitos humanos: fundamento em ordem superior universal, origem no direito 
natural (direitos inerentes ao homem só pelo simples fato de ser homem), imutável e 
inderrogável;
- direitos humanos não são criação de legisladores, tribunais ou juristas. Assim sendo, não 
podem desaparecer.
b) positivismo:
- direitos humanos: fundamento na ordem normativa, manifestação da soberania popular;
- são direitos humanos apenas aqueles positivados, criados pelo Estado.
c) teoria moralista:
- direitos humanos: fundamento na consciência moral do povo.
5. Direitos fundamentais – características:
- historicidade (eles têm caráter histórico porque são fruto da evolução da humanidade);
- irrenuncibilidade (São irrenunciáveis, porque a pessoa pode até deixar de exercê-lo, mas 
abrir mão dele não é possível. Ex: ceder temporariamente o uso da sua imagem para 
determinado fim não significa renunciar o direito à imagem); 
- universalidade (são destinados a todos os seres humanos);
- limitabilidade (Não existem direitos fundamentais absolutos. Dois ou mais direitos 
fundamentaisigualmente garantidos podem chocar-se. A solução ocorrerá pelo princípio 
da proporcionalidade: os direitos devem ser pesados para saber qual prevalece no caso 
concreto);
- concorrência. Um mesmo titular pode exercer ao mesmo tempo dois ou mais direitos 
fundamentais. (Ex: o jornalista que após passar a notícia faz uma crítica exerce ao mesmo 
tempo o direito de informação e de opinião); 
 
6. Natureza jurídica das normas que disciplinam 
direitos e garantias fundamentais:
- são direitos constitucionais;
- inserem no texto de uma constituição;
8
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
- eficácia e aplicabilidade imediata.
7. Classificação dos direitos humanos com suas 
gerações ou dimensões
Já se falou acima que os direitos fundamentais são fruto da evolução histórica da 
sociedade. Nascem e passam por várias gerações. São fruto da luta social por uma garantia de 
vida melhor. 
Daí dizer que os direitos fundamentais evoluíram paulatinamente ao longo da história 
dando ensejo a classificação por gerações ou dimensões: 
• Direitos fundamentais de 1ª geração. São os primeiros que surgiram na história da 
humanidade e integram as chamadas Constituições clássicas, garantia ou liberal. 
Representam a preocupação do indivíduo contra os abusos estatais e na ideologia 
de afastamento do Estado das relações individuais e sociais. São os direitos civis e 
políticos, da nacionalidade dos quais são exemplo a locomoção, inviolabilidade de 
domicílio, direito à vida, à intimidade...
• Direitos fundamentais de 2ª geração ou dimensão. São aqueles advindos do período 
pós-revolução industrial e encontrados nas constituições chamadas de sociais. 
Agora a preocupação é reclamar do Estado sua participação e intervenção social 
na prestação de serviços públicos e na proteção dos indivíduos. São exemplos os 
direitos sociais, econômicos e culturais;
• Direitos fundamentais de 3ª geração ou dimensão. Possuem nova preocupação: o 
ser humano enquanto gênero, inserido numa massa social. Não é mais o homem 
isoladamente. São os direitos difusos e coletivos dos quais podem ser citados como 
exemplo o direito ao meio ambiente, consumidor, ordem econômica e paz social. 
• Direitos fundamentais de 4ª geração ou dimensão. Correspondem àqueles 
relacionados à biotecnologia, biodireito e engenharia genética. 
• Direitos fundamentais de 5ª geração ou dimensão. Direitos associados àqueles 
decorrentes de ações na internet. 
Lembre-se que uma geração não exclui a outra. Cada nova geração complementa os 
direitos conquistados na geração anterior! 
8. Os direitos humanos no ordenamento 
jurídico brasileiro
• Classificação dos Direitos humanos fundamentais na Constituição Federal brasileira 
(1988):
- direitos individuais e coletivos;
9
FMU
- direitos sociais;
- direitos de nacionalidade;
- direitos políticos;
- direitos relacionados à existência, organização e participação em partidos políticos.
• Principais direitos fundamentais da CF de 1988. 
Da Legalidade e Da Igualdade
1. Legalidade e Reserva Legal:
- art. 5. º, II e art. 59, CF;
- assegura ao particular a prerrogativa de repelir as injunções que lhe sejam impostas por 
outra via que não seja a da lei;
- legalidade: submissão e respeito à lei, atuação dentro da esfera estabelecida pelo 
legislador;
- reserva legal: a regulamentação de determinadas matérias há de se fazer por lei formal;
2. Da igualdade:
- toda situação de desigualdade persistente à entrada em vigor da norma constitucional 
deve ser considerada não recepcionada;
- opera em duas partes:
 . frente ao legislador ou ao próprio executivo;
 . na obrigatoriedade ao intérprete.
- finalidade do princípio da igualdade: limitação ao legislador, ao intérprete/autoridade 
pública, ao particular;
- igualdade entre homens e mulheres;
- o discrimen é possível quando atenuar desníveis entre homens e mulheres no 
ordenamento jurídico.
Da Integridade Física e Moral
1. Integridade física, tortura e tratamento desumano:
- art. 5.º, XLIII, CF à norma constitucional de eficácia limitada à necessita de atuação do 
legislador infraconstitucional para que sua eficácia se produza;
- qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos 
intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações 
ou confissões (Resolução 39/46 da Assembléia Geral das Nações Unidas)
10
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
- norma jurídica no plano interno: Lei n.º 9.455/97;
- consequências penais e processuais:
 . inafiançável;
 . insuscetível de graça ou anistia;
 . iniciar o cumprimento da pena em regime fechado;
 . possível a progressão de pena;
- se o crime é cometido por agente público:
 . perda e interdição do cargo, função ou emprego público;
 . aumento da pena de um sexto até um terço.
- a tortura constitui prova ilícita, não podendo ser utilizada no processo.
Das Liberdades e Da Propriedade
1. Liberdade de manifestação do pensamento:
- manifestação livre e garantida em nível constitucional;
- liberdade de expressão é fundamento essencial de uma sociedade democrática;
- a proteção constitucional atinge o direito de ouvir, assistir e ler;
- proibição ao anonimato;
2. Indenização por dano material, moral ou à imagem:
- consagração ao ofendido a total reparabilidade em virtude de prejuízos sofridos pela 
liberdade de pensamento;
 - art. 5.º, V, CF: obrigatoriedade da indenização por dano moral e material;
3. Liberdade religiosa:
- religião: complexo de princípios que dirigem o pensamento, ação e adoração do homem 
para com Deus, abrangendo crença, dogma, moral, liturgia e culto.
 - abrange também o direito de não acreditar ou professar nenhuma fé.
- escusa de consciência;
- limitações à liberdade religiosa:
 . não pode acobertar práticas ilícitas;
 . não pode ofender a ordem pública, os bons costumes, a tranquilidade e sossego 
públicos.
11
FMU
4. Direito de propriedade:
- a propriedade privada é possível não é absoluto;
- precisa atender à sua função social;
Da Segurança Jurídica
1. A inafastabilidade do controle jurisdicional:
- irretroatividade da lei;
- devido processo legal;
- contraditório e ampla defesa;
2. Da segurança em matéria penal:
 2.1 “nullum crimen sine lege” é respeitado em todas as suas vertentes:
2.1.1 um indivíduo apenas pode ser julgado em face de uma conduta:
a) que já tenha sido positivada pelo tratado internacional ao instante da sua prática 
(“scripta”);
b) que tenha sido realizada depois da entrada em vigor do Estatuto (“praevia”); que tenha 
sido definida com objetividade (“certa”);
c) que seja específica e, portanto, não possa ser interpretada pela aplicação da analogia 
(“stricta”).
 
9. Os tratados internacionais sobre direitos 
humanos, seu procedimento para ratificação e 
ingresso no ordenamento jurídico brasileiro
A simples assinatura de um Tratado Internacional pelo Brasil não é suficiente para que ele 
possa valer na ordem jurídica interna. É necessária ainda a ratificação (que é uma aprovação) 
do Congresso Nacional feita por decreto legislativo e, depois disso, o Presidente da República 
deve editar um decreto promulgando o texto e publicando-o em língua nacional. 
Houve sempre uma discussão na doutrina e na jurisprudência a respeita do seguinte 
tema: um tratado internacional de direitos humanos assinado pelo Brasil e ratificado pelo 
Congresso Nacional ingressa no ordenamento jurídico brasileiro a que título: lei ordinária, lei 
complementar ou norma constitucional? 
A emenda constitucional 45/2004 trouxe uma importante modificação acrescentando o 
artigo 5°, §3° da CF. Por ela, e a partir da emenda 45, Tratados Internacionais que versem 
sobre direitos humanos, desde que aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em 02turnos, por 3/5 dos seus membros, terão força equivalente às emendas constitucionais, ou 
12
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
seja, status de norma constitucional. 
Tema ii
 Do sistema internacional de proteção 
dos direitos humanos 
1. Os direitos humanos na ordem internacional
• Compõem o sistema global de proteção os seguintes documentos internacionais 
ratificados pelo Brasil:
• Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), assinada pelo Brasil nesta mesma 
data. 
Princípios consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos:
- igualdade e dignidade humanas;
- vedação à discriminação;
- direito à vida, liberdade e segurança pessoal;
- proibição à escravidão;
- vedação da tortura;
- inviolabilidade à honra, à imagem e à vida privada;
- direito à nacionalidade;
- direito de propriedade;
• Pacto de San José da Costa Rica (1969), assinada pelo Brasil em 1992.
Com 81 artigos estabelece os direitos fundamentais da pessoa humana voltados à 
liberdade individual e à justiça social de todas as pessoas integrantes dos países americanos. 
Grande novidade foi a criação de uma Corte Interamericana de Direitos Humanos para 
analisar os casos de violação de direitos humanos nos países integrantes da OEA (Organização 
dos Estados Americanos). Casos de abuso poderão ser levados à apreciação da Corte diante 
da inercia do governo em julgá-los. 
Somente foi ratificado pelo Brasil em 1992 pelo decreto 678. Com o advento da emenda 
constitucional 45/2004 já sabemos que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos 
passaram a ter status de norma constitucional desde aprovados pelo mesmo procedimento 
das emendas constitucionais. 
Porém, o Pacto de São José da Costa Rica é anterior a Emenda 45/2004 e o STF firmou 
13
FMU
entendimento histórico no julgamento de 03/12/08 do HC 87.585-TO ao se manifestar a 
respeito do Pacto de São José da Costa Rica e a prisão civil do depositário infiel. 
O Supremo Tribunal Federal assentou entendimento de que os Tratados de direitos 
humanos aprovados pelo Congresso Nacional sem o quórum qualificado de 3/5 valem como 
normas supralegais, ou seja, são mais que lei ordinária e menos que norma constitucional. 
Desta forma, o Pacto de São José da Costa Rica subscrito pelo Brasil torna inaplicável a 
legislação que com ele conflita, não havendo mais razão legal para a prisão civil do depositário 
infiel, admitida agora apenas na hipótese de prisão por dívida alimentar. Em razão disso o 
Supremo Tribunal Federal editou a súmula vinculante 25 que assim dispõe: “É ilícita a prisão 
civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito”. 
• Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966), assinada pelo 
Brasil em 1992;
• Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (1966), assinada pelo Brasil em 1992;
• Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes (1984), assinada pelo Brasil em1989;
• Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher 
(1979), assinada pelo Brasil em 1984;
• Convenção sobre Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial (1965), 
assinada pelo Brasil em 1968;
• Convenção sobre Direitos da Criança (1989), assinada pelo Brasil em 1990. 
2. O Tribunal penal internacional – tpi – art. 5°, 
§4° da cf. 
Também criação da Emenda Constitucional 45/2004. Este Tribunal tem existência 
permanente prevista no Estatuto de Roma de 1998, do qual o Brasil é signatário desde 2002. 
O Estatuto de Roma ingressa no nosso ordenamento jurídico e desperta algumas questões 
controvertidas: 
• Complementaridade do TPI. Só pode ocorrer a submissão de pessoas suspeitas de 
cometer crimes contra a humanidade, genocídio ou crimes de guerra ao TPI caso 
haja a omissão do Estado signatário;
• Provoca discussões de inconstitucionalidade. Fala da entrega de brasileiros ao TPI 
e no Brasil não há extradição de brasileiros por expressa garantia constitucional;
• Possui polícia própria, mas depende da cooperação das polícias nacionais;
• Em Haia, na Holanda, onde se localiza sua sede há uma prisão provisória. Mas o 
14
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
TPI tem convênio com certos países para mandar condenados a cumprimento de 
pena. É o caso da França e da Espanha que já aceitaram receber condenados pelo 
TPI. 
Mais saber 
Leia também a respeito para complementar os estudos a seguinte entrevista com a juíza 
brasileira SYLVIA STEINER integrante do Tribunal Penal Internacional no site: <http://www.
conjur.com.br/2010-ago-22/haia-capital-juridica-entrevista-sylvia-steiner-juiza-brasil-tpi>. 
Acesso em 24/01/2014
Artigo “Questões Práticas sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos-3”, de autoria 
de Cintia Barudi Lopes Morano, Editora Magister, Porto Alegre, 27 jun. 2011.
Momento cultural
Para acrescentar e aumentar seu conhecimento sobre a matéria indica-se sejam lidas as 
seguintes obras de:
PIOVESAN, Flávia. Temas de direitos humanos. 6ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2013;
COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 8ª Ed., São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
Questões 
1) O que são Direitos humanos? Explique a evolução histórica dos Direitos humanos 
fundamentais.
2) Qual a classificação dos Direitos humanos fundamentais na Constituição Federal 
brasileira (1988)? Explique.
3) Porque o princípio da irretroatividade da lei é uma garantia de inafastabilidade do 
controle jurisdicional? Explique.
4) Após a emenda 45/2004, como deve ser o procedimento de internalização dos Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos para que possam adquirir status constitucional? Explique. 
5) Um advogado é procurado por um grupo de familiares que narraram a ocorrência de 
tortura e tratamento degradante num presídio estadual. Após constatar a denúncia in loco, 
o advogado levou a situação ao conhecimento das autoridades administrativas competentes 
que, entretanto, não deram a atenção devida ao caso. Em razão disso, o advogado admitiu 
recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Pesquise o que a Comissão poderá 
fazer para cessar a violação aos direitos humanos. 
6) De acordo com jurisprudência pacificada do Supremo Tribunal Federal, o tratado 
15
FMU
adquire executoriedade interna no Brasil após:
a) sua ratificação pelo Presidente da República; 
b) publicação no Diário Oficial da União do decreto presidencial de sua promulgação; 
c) publicação no Diário Oficial da União do decreto legislativo de sua aprovação; 
d) sua assinatura pelo Presidente da República.
7) O processo histórico de afirmação dos direitos humanos foi inscrito em importantes 
documentos, tais como a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 
ou mesmo a Constituição Mexicana de 1917. Desse processo é possível inferir que os Direitos 
Humanos são constituídos por, ao menos, duas dimensões interdependentes e indivisíveis. 
São elas:
a) Direitos Naturais e Direitos Positivos. 
b) Direitos Civis e Direitos Políticos. 
c) Direitos Civis e Políticos e Direitos Econômicos e Sociais. 
d) Direito Público e Direito Privado. 
8) “Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado dos seus bens, costumes e liberdades, 
senão em virtude de julgamento de seus pares, segundo as leis do país.”
O texto transcrito é um trecho da Magna Carta, proclamada na Inglaterra, no ano de 
1215. Esse importante documento é apontado como um marco na afirmação histórica dos 
direitos humanos, dentre outras razões, porque
a) consolida os direitos civis e políticos e os econômicos e sociais. 
b) é origem daquilo que na modernidade ficou conhecido como devido processo legal. 
c) representa um marco jurídico político que estabeleceu uma nova ordem social na 
Inglaterra, tendo sido respeitada por todos osgovernos seguintes. 
d) institui e oficializa o direito ao habeas corpus.
9) Os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo 
Brasil
a) serão imediatamente incorporados ao direito nacional, com a natureza de emenda 
constitucional.
b) equivalerão às emendas constitucionais quando forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
c) vigerão, no Brasil, após o exequatur do Supremo Tribunal Federal.
d) equivalerão às emendas constitucionais quando aprovados pelo Senado Federal, em 
16
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA
dois turnos, pela maioria. 
10) Tratados são, por excelência, normas de direito internacional público. No modelo 
jurídico brasileiro, como nas demais democracias modernas, tratados passam a integrar o 
direito interno estatal, após a verificação de seu iter de incorporação. A respeito dessa 
temática, assinale a opção correta, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro.
a) Uma vez firmados, os tratados relativos ao MERCOSUL, ainda que criem compromissos 
gravosos à União, são automaticamente incorporados visto que são aprovados por parlamento 
comunitário.
b) Após firmados, os tratados passam a gerar obrigações imediatas, não podendo os 
Estados se eximir de suas responsabilidades por razões de direito interno.
c) Uma vez ratificados pelo Congresso Nacional, os tratados passam, de imediato, a 
compor o direito brasileiro.
d) Aprovados por decreto legislativo no Congresso Nacional, os tratados podem ser 
promulgados pelo presidente da República.
Conclusão 
Trata-se de uma disciplina destinada ao estudo de direitos considerados indispensáveis 
a uma vida digna, entendidos como pertencentes ao homem enquanto ser humano. 
Encontramos-nos num estágio em que agora não mais importa a proteção. Até porque 
existem sistemas nacionais de proteção (que são os ditos direitos fundamentais) e os sistemas 
internacionais de proteção dos direitos humanos, inclusive coma criação de um Tribunal Penal 
Internacional cujo Estatuto criador o Brasil é signatário. 
Agora a grande preocupação é a efetivação desses direitos. Precisamos lutar para que 
eles sejam realmente respeitados! 
Referências
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos Humanos Fundamentais. 14ª Ed., São Paulo: 
Saraiva, 2012;
MORAES, Alexandre de. Direitos Humanos Fundamentais. 9ª Ed., São Paulo: Atlas, 2011; 
ROCASOLANO, Maria Mendez; SILVEIRA, Vladmir Oliveira da. Direitos Humanos – conceito, 
significados e funções. São Paulo: Saraiva, 2010;
TRINDADE, José Damião de Lima. História Social dos Direitos Humanos. 3ª Ed., São Paulo: 
Peirópolis, 2011.
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DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

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