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DAS PROVAS - PROCESSO PENAL II - 7º TERMO 2015.2

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Direito Processual Penal II Prof. Daiton
DAS PROVAS
(155 a 250, CPP)
CONCEITO: Conjunto de atos realizados pelas partes, pelo juiz e por terceiros destinados a demonstrar a veracidade das alegações, fornecendo ao juiz elementos para a formação de sua convicção.
OBJETIVO: Toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio.
( Deve ser fato relevante.
De acordo com o art. 155 do CPP, o juiz deverá formar sua convicção pela livre apreciação da prova produzida sob o crivo do contraditório judicial, de maneira que lhe fica vedada a fundamentação somente em elementos colhidos na fase extrajudicial (de investigação), salvo, evidentemente, aquelas produzidas cautelarmente e que não possam ser reproduzidas.
FATOS QUE INDEPENDEM DE PROVA:
1- Axiomáticos: Fatos evidentes. Ex: Não precisa mostrar o fogo, mas sim como ele iniciou, o porque, a causa do acidente.
2- Notórios: São aqueles que pertencem ao domínio público, ou seja, que é de conhecimento de todos ou então de uma determinada parcela da sociedade.
Ex: Datas Comemorativas (feriados): Feriados Nacionais, não é preciso provar que, por exemplo, 12/10 é feriado nacional.
3- Presunções Legais: Podem ser absolutas ou relativas:
Absolutas: Não admitem prova em contrário (PRESUNÇÃO ABSLUTA – não admite prova em contrário). Ex: Menor de 12 anos é inimputável. Se matar alguém, responde pelo ECA e não pelo Código Penal).
Relativas: Admitem prova em contrário (PRESUNÇÃO RELATIVA – admite prova em contrário). Ex: No caso de conjunção carnal, quando era praticada com uma menor de 14 anos, pelo art. 214 (já revogado), havia uma presunção legal, embora relativa, de que houve violência, de forma de quem a alegava, não necessitava demonstrar a ocorrência da efetiva lesão, porém, a parte contrária podia provar que não houve tal agressão.
4- Inúteis: São aqueles que não tem nenhuma relevância, para o deslinde da questão.
Ex: Pizza envenenada, não se discute se o prato era de porcelana ou plástico.
FATOS QUE DEPENDEM DE PROVA:
Incontroversos? Mesmo que os fatos noticiados na denúncia ou queixa sejam confirmados pelo acusado, eles dever ser confirmados por outros meios de prova, à luz do contraditório e da ampla defesa. Assim, mesmo sendo incontroversos, dependem de prova, haja vista, o Princípio da Verdade Real.
REQUISITOS PARA PRODUÇÃO DA PROVA:
1- Admissibilidade: Para que uma prova seja produzida é necessário que não haja nenhuma vedação, seja ela de ordem legal, ou de ordem constitucional, não há necessidade de que ela esteja expressamente prevista na lei. Ex: Juntar fita de vídeo ou gravação (entre os 2 que estão falando, sem intervenção de um terceiro) é possível juntar, porque basta que a lei ou a constituição não a vede.
2- Pertinência: A prova deve guardar alguma relação com o fato, do contrário será inútil.
3- Concludência: A prova deve também esclarecer uma situação controvertida. 
Ex: Sujeito que está sendo processado por porte ilegal de arma e a perícia não esclarece nada (inconclusiva). A perícia deve ser concluída com as devidas especificações, como por exemplo, se a arma tinha ou não munição, qual o calibre, etc.
Ex: Roubo em casa, deve-se demonstrar o arrombamento da fechadura, da porta (rompimento do obstáculo).
4- Possibilidade de Realização: Possibilidade física de realizar a prova. Ex: Sujeito morreu carbonizado, não tem como verificar a digital do sujeito.
PROVA DE DIREITO?
1- Federal: Não há necessidade de sua prova, há uma presunção legal de que o juiz conhece o direito. É presunção absoluta.
2- Estadual ou Municipal: Há necessidade de sua prova, apresentando o texto oficial da lei em vigor. É presunção relativa.
3- Alienígena: Deve ser provado, com o texto oficial, com a demonstração de que aquele texto ainda está em vigor (porque pode apresentar um texto revogado).
4- Consuetudinário: Direito costumeiro, é necessário demonstrar a existência do direito costumeiro. Ex: Cidade onde os boiadeiros têm o costume de andar armado.
LIBERDADE DA PROVA: Vige no nosso sistema o princípio da atipicidade da prova, da liberdade da prova ou da prova aberta. Isso significa dizer que todos os meios de provas são admitidos, mesmo que não previstos na lei. Para tanto, basta que não exista nenhuma vedação no sistema jurídico.
PROVAS PROIBIDAS: Provas proibidas são gênero das espécies: provas ilícitas, ilegítimas e ilegítimas por derivação. Segundo nossa Constituição Federal, são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meio ilícito (art. 5º, LVI).
Nesse sentido também é a nova redação ao art. 157, do CPP que diz: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
 
ILÍCITAS, são as provas obtidas com a violação das normas de direito material, como é o caso, por exemplo, de alguém que é torturado para confessar a autoria do crime.
ILEGÍTIMAS, são as provas obtidas com violação de normas de direito processual. Exemplo clássico é aquele em que uma das partes exibe em plenário do Tribunal do Júri prova que diga respeito a fato em que a parte contrária não tenha tomado conhecimento com a antecedência mínima de três dias úteis (art. 479, CPP).
ILÍCITAS POR DERIVAÇÃO: Funda-se na Teoria da árvore envenenada (fruits of poisonous tree doctrine) – São aquelas que embora não tenham fins lícitos regulares, foram inicialmente concebidas por meios ilícitos. Ex: Sujeito espanca o investigado para indicar onde a vítima foi enterrada, ou da interceptação de escuta telefônica sem autorização judicial, viabilizando uma busca e apreensão e consequente descoberta da res furtiva.
De acordo com o art. 157, do CPP, as provas proibidas, porque inadmissíveis, deverão ser desentranhadas do processo, ressalvadas aquelas que resultem de fontes independentes. Considera-se fonte independente aquela produzida segundo os trâmites legais, típicos da investigação ou instrução criminal e que seja capaz de conduzir ao objeto da prova.
Assim, não havendo relação de causalidade entre a prova obtida e a ação ilícita, ou seja, que a ilicitude em nada contribuiu para a obtenção daquela prova (prova secundária), esta terá plena validade.
ÔNUS DA PROVA:
Existe diferença entre ônus e obrigação?
ÔNUS: Consiste num encargo de a parte produzir uma determinada prova, uma vez descumprido este ônus, tal fato acarretará tão somente uma desvantagem processual. Ex: réu que não querendo ouvir testemunhas, deixa de arrolá-las.
OBRIGAÇÃO: A obrigação uma vez descumprida acarretará a violação da lei. É um dever. Portanto não apresentando, configura crime de desobediência.
( O ônus da prova incumbe a quem alega (art. 156, CPP).
Ao RÉU cabe provar os fatos modificativos, impeditivos ou extintivos.
Todavia, a lei faculta ao juiz determiná-la de ofício, em homenagem ao princípio da verdade real, sem que se possa falar em violação ao princípio da imparcialidade. 
Inversão do ônus da prova?
É possível que nem sempre o juiz consiga suplantar o seu estado de dúvida, apesar dos elementos probatórios colhidos até aquele momento e que seja relevante para a solução da causa penal. Se isso ocorre, não pode ele pronunciar o non liquet (não está claro) optando, então, por não julgar a lide naquela fase, já que carece de maiores esclarecimentos sobre o caso. Daí a necessidade de regras de distribuição do ônus da prova.
Tal se dá, especialmente em homenagem ao princípio da verdade real em que o juiz deve buscar, na medida do possível, como o fato verdadeiramente aconteceu. Disso resulta a possibilidade de ele determinar de oficio a produção de provas sem comprometimento do princípio da imparcialidade.
Como visto anteriormente, o ônus da prova incumbe a quem a alegar (art. 156, CPP).
A considerar que o nosso código adotou o modelo acusatório,o ônus da prova há de recair sobre o autor, que deverá demonstrar a materialidade e autoria do delito. Além disso, deve restar comprovado o elemento subjetivo do agente (dolo ou culpa), bem como o grau de reprovabilidade de sua conduta.
De outro lado, ao acusado caberá deixar evidenciado, caso alegue, causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade. Aqui vale uma observação: se sua alegação não é cabal, mas deixa em dúvida o magistrado, este, ao proferir sua sentença deverá observar o princípio do in dúbio pro reo, retirando do acusado toda aquela carga de provar determinado fato. Registre-se que a absolvição nesta hipótese só é possível se a alegação gerar fundada dúvida, não bastando, assim, a mera alegação.
Por fim, no processo penal não pode o juiz determinar que o réu produza prova contra si, caso a acusação não consiga se desincumbir de tal ônus, sob pena de grave violação do princípio constitucional de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo – Nemo tenetur se detegere.
PROCEDIMENTO PROBATÓRIO: É formado de quatro fases:
1- Proposição: Momento processual em que as partes irão requerer que o juiz defira ou não a realização de determinada prova.
A regra no processo penal é de que não existe momento processual adequado para a produção de provas, que podem ser feitas em qualquer momento.
Mas tratando-se de prova testemunhal, o momento processual adequado para o autor arrolar testemunhas é na DENÚNCIA OU QUEIXA CRIME.
Se ele não arrolar esta testemunha, não existe um vício processual, e sim apenas uma desvantagem processual (não exerceu seu ônus), sujeitando-se, assim, à preclusão. 
Para a defesa o momento processual adequado será na defesa preliminar (alegações escritas).
Nada obstante, o juiz pode ouvir uma testemunha como sendo do juízo (homenagem ao princípio da verdade real).
2- Admissão: Trata-se de ato personalíssimo do juiz, que irá, de forma fundamentada, deferir ou não determinada prova.
3- Produção: Está relacionada ao momento em que essa prova será realizada. 
4- Valoração: A fase da valoração da prova é o JUÍZO DE VALORES, análise do conteúdo, do mérito exercido pelo magistrado, destinando a prova o valor que ela merece.
O momento processual da valoração ocorre na SENTENÇA. 
PROVA EMPRESTADA: Produzida em um determinado processo e reproduzida documentalmente (por cópia) em outro, ao qual servirá como meio de prova.
O posicionamento atual é o de que esse tipo de prova só poderá ser reputada válida se destinada a produzir efeitos em relação a quem foi parte no processo originário, com observância do contraditório no momento da sua formação. Logo, é preciso que as partes tenham tido a oportunidade de participar da produção dessa prova. É o caso, por exemplo, da realização de uma perícia em que autor e réu são intimados a, querendo, formular quesitos, ou, no caso de depoimento oral, com a possibilidade de formular perguntas, etc.
Não terá validade se a parte contra quem vai ser utilizada essa prova emprestada não teve acesso ao contraditório no processo em que ela foi produzida.
Atenção. Imagine que se trate de um caso de coautoria em que o feito foi desmembrado. No primeiro processo é realizada uma perícia que confirma a inexistência do fato ou ouvida uma testemunha que exclui a participação dos agentes. No outro processo, esse coautor cujo feito foi desmembrado, poderá produzir a prova emprestada, pois, embora ele não tenha participado do contraditório, a parte contra quem será produzida (acusação) foi, daí porque ser perfeitamente válida a prova.
Uma observação importante. A prova emprestada pode, excepcionalmente, ser válida ainda que sem a observância do contraditório. Isso se dá quando aquele tipo de prova não estiver sujeito ou não for necessária a sua contraprova. É o caso, por exemplo, de uma perícia realizada durante o inquérito policial (fase de formação da prova) em que inexiste o contraditório (leia-se, trata-se de um procedimento persecutório, de caráter administrativo e natureza inquisitória).
A prova emprestada tem natureza jurídica de PROVA DOCUMENTAL.
ÁLIBI: É a forma pela qual o acusado irá demonstrar a impossibilidade de ter sido ele o autor da infração penal, vale dizer, que não estava no local do crime ou no horário especificado. Ex: prova de ticket de estacionamento ou Nota Fiscal de hotel.
O álibi não é prova inequívoca, pois, apesar da demonstração de que o autor não estava no local do crime no momento da infração penal, será possível demonstrar a sua atuação como partícipe.
SISTEMAS DE APRECIAÇÃO OU AVALIAÇÃO DAS PROVAS:
1- Prova legal, certeza moral do legislador, verdade legal ou formal, da prova tarifada: Por este sistema as provas possuem um determinado valor pré-estabelecido na própria lei, ou que os fatos fossem provados por determinados meios específicos. Sua finalidade era evitar o arbítrio das decisões imotivadas.
Existem ainda alguns resquícios na nossa legislação, como é o caso da prova do óbito somente com a certidão, para que se declare extinta a punibilidade do agente. Outra hipótese é a do art. 155, parágrafo único e 158 (exame de corpo de delito).
( Não é adotado no Brasil como regra. Apenas de forma excepcional como nos casos acima.
2- Certeza moral do juiz ou íntima convicção: Permite que o magistrado decida livremente, sem a necessidade de qualquer fundamentação.
Apenas diz se condena ou absolve.
( Existe como exceção no nosso direito, como é o caso do julgamento proferido pelo Tribunal do Júri, onde a votação é feita em sala secreta (os jurados não precisam fundamentar), e as cédulas são todas com a coloração igual.
Mesmo assim, o art. 593, § 3º do CPP possibilita a anulação pelo Tribunal, caso entenda que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos.
3- Livre convicção ou persuasão racional do juiz: O juiz tem a liberdade de formar a sua convicção, não estando preso a qualquer critério legal, mas devendo sempre formar a sua convicção com fundamentação na decisão (CF art. 93, IX e CPP art. 155). Não pode, contudo, formar sua convicção com base apenas em elementos informativos, colhidos na fase extraprocessual.
( Adotado no Brasil.
PRINCÍPIOS GERAIS DAS PROVAS:
1- Autorresponsabilidade: Com este princípio as partes assumem a responsabilidade em razão de sua inatividade, erros ou atos intencionais. Ex: Sujeito que se esqueceu de produzir uma prova ou produziu prova ilícita – deverá arcar com as consequências ou ônus.
2- Aquisição ou comunhão da prova: Uma vez produzida determinada prova ela pertencerá ao processo, sendo portando indisponível à vontade das partes, podendo ainda beneficiar qualquer delas.
Ex: O sujeito pode arrolar testemunha e depois pode deixar de ouvi-la em audiência, mas se já foi ouvida, esta prova pertencerá ao processo.
3- Oralidade: No processo penal deve haver sempre que possível a predominância da palavra falada sobre a escrita. Os depoimentos da vítima, das testemunhas e do réu são prestados oralmente, salvo em casos excepcionais.
Ex: Interrogatórios, oitiva de testemunhas, alegações das partes, debates: tudo é feito oralmente, salvo quando se tratar de causa complexa.
4- Concentração: Por ele busca-se concentrar a produção das provas na própria audiência. Este princípio é corolário do princípio da oralidade e da razoável duração do processo.
5- Audiência contraditória: Fundamenta-se na ampla defesa e no contraditório, no sentido de que a toda prova admite-se uma contraprova. Assim, as partes têm assegurado o direito de presenciar a produção das provas, de conhecer seu teor e manifestar-se sobre elas. Funda-se no princípio da isonomia entre as partes coadjuvantes no processo (autor e réu).
6- Publicidade: No processo penal a regra é de que todos os atos judiciais praticados serão públicos, podendo ser acompanhados não somente pelas partes (sujeitos processuais), como também pelo público, ficando vedada qualqueratividade secreta (art. 5º, LX, CF).
Excepcionalmente o juiz poderá determinar a quebra deste princípio, decretando o segredo de justiça, quando houver risco à incolumidade física ou à saúde dos presentes ou quando se tratar de assunto que digam respeito à vida íntima da vítima, por exemplo. Nesse sentido é a redação do art. 5º, LX, da CF: a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.
VALOR PROBATÓRIO: No processo penal todas as provas tem valor probatório relativo. Mesmo que se trate de prova pericial.
PROVA PERICIAL (art. 158/184, CPP)
Nos termos do art. 158, sempre que a infração penal deixar vestígios, será necessário o exame de corpo de delito, seja ele direto ou indireto. A confissão do acusado não supre a ausência da perícia.
A perícia é um exame elaborado por um especialista em regra profissional, dotado de formação de conhecimentos técnicos específicos, acerca dos fatos necessários para o deslinde da questão.
O perito deverá ser portador de diploma de nível superior. Todavia, na ausência dele, a função poderá ser desempenhada por duas pessoas idôneas que possuam diploma de curso superior e, preferencialmente, na área específica. Ainda, neste caso, deverão prestar compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo (art. 159, § 1º e 2º).
A perícia tem por finalidade auxiliar o juiz em questões fora de sua área de conhecimento e é corporificada por meio do laudo.
NATUREZA JURÍDICA: Tem natureza jurídica de meio de prova.
REQUISITOS – CPP Art. 159: A perícia deverá ser elaborada em REGRA por perito oficial (apenas um).
1- Perito oficial: Não necessita prestar compromisso quando da realização da perícia (CPP Art. 159 caput e § 1º e 2º).
2- Peritos não oficiais: Na ausência de perito oficial, a perícia deverá ser elaborada por duas pessoas idôneas de livre escolha e nomeação do juiz.
Neste caso, a perícia realizada por um só perito pode gerar a NULIDADE RELATIVA.
Se a perícia for complexa, que abranja mais de uma área de conhecimento, o juiz poderá se valer de mais de um perito.
DIVERGÊNCIA ENTRE PERITOS – CPP Art. 180: No caso de divergência entre peritos, o juiz nomeará um terceiro perito, para realizar nova perícia.
DETERMINAÇÃO DA PERÍCIA – CPP Art. 182:
1- Juiz: A perícia poderá ser determinada de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes.
2- Autoridade Policial – CPP Art. 184: A autoridade policial também poderá determinar de ofício a realização da perícia. Ex: Quando se apreende grande quantidade de cocaína, designa-se um profissional para constatar se é mesmo cocaína.
PERITO PARTICULAR: As partes não poderão apresentar perícia particular, haja vista a condição de parcialidade deste tipo de prova.
A parte não pode indicar peritos particulares, mas podem indicar assistentes para acompanhamento da diligência.
LAUDO PERICIAL – CPP Art. 160: É o documento elaborado pelos peritos resultante de suas atividades laborais realizadas. Deve ser confeccionado no prazo máximo de 10 (dez) dias.
CONTEÚDO DO LAUDO:
1- Preâmbulo: abertura do laudo pericial. Ex: Dia, local, departamento...
2- Quesitos: alguns laudos periciais já vêm com os quesitos prontos. Ex: Lesões corporais. Os outros são elaborados pelo juiz ou pelas partes.
3- Históricos: Narrativa dos fatos.
4- Descrição: Descrição do objeto material que vai ser submetido à perícia. Ex: Faca, cabo de madeira...
5- Discussão: Ex: Se houve lesão corporal, foi de natureza grave ou gravíssima?
6- Conclusão: Resposta aos quesitos apresentados.
( Se a perícia não concluir nada, evidentemente não é perícia.
CORPO DE DELITO: É o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal. Ex: Janela quebrada, hematomas, cadáver...
Trata-se de uma espécie de perícia.
EXISTEM DOIS TIPOS DE INFRAÇOES PENAIS:
1- INFRAÇÕES QUE DEIXAM VESTÍGIOS: Chamada de delicta facti permanentis – delitos de fatos permanentes, que deixam vestígios.
2- INFRAÇÕES QUE NÃO DEIXAM VESTÍGIOS: Chamada de delicta facti transeuntis – delitos de fatos não permanentes, que deixa não deixam vestígios.
NULIDADE: Tendo a infração penal que deixar vestígios, e não realizada perícia, a sua ausência ensejará a nulidade absoluta do processo.
( Anula-se a partir do momento que deveria ter-se realizado a perícia, iniciando-se novamente a instrução.
A perícia pode ser realizada de forma direta e indireta – CPP Art. 158:
EXAME DIRETO: Ocorre quando a perícia recai sobre o próprio objeto material.
EXAME INDIRETO – CPP Art. 158 e 167: Se verifica sempre que não for possível ter contato direto com o corpo do delito.
Ex: Polícia chega e o objeto do delito não está lá, então já faz logo o exame indireto, com a presença das testemunhas.
( O exame indireto é realizado por testemunhas.
NOMEAÇÃO DO PERITO: A nomeação do perito é feita pelo próprio juiz que preside o processo, sendo de sua livre escolha e não se admitindo interferência das partes, nem mesmo na ação privada.
O juiz deve escolher as pessoas de confiança dele, as partes não interferem, mesmo que seja Ação Penal Privada, pois a perícia deve ser imparcial.
NOMEAÇÃO PELAS PARTES? – CPP Art. 276: Não é possível a nomeação de perito pelas partes, sendo assim será impossível a indicação de peritos pelas partes.
PERÍCIA NA CARTA PRECATÓRIA – CPP Art. 177, 1ª parte: Se a perícia tiver que ser realizada fora da comarca do juízo processante, a mesma deverá ser feita através de carta precatória.
Juízo Deprecante: o que envia a carta precatória.
Juízo Deprecado: o que recebe a carta precatória.
A nomeação dos peritos será feita pelo juízo deprecado.
* Tratando-se de Ação Penal Privada e estando as partes de comum acordo a nomeação dos peritos poderá ser feita pelo juízo deprecante (CPP Art. 177, 2ª parte).
RECUSA DO PERITO – CPP Art. 277: Em regra o perito não poderá recusar-se em realizar a perícia, sob pena de multa.
Par. Único: Ainda está sujeito a esta multa:
a) O perito que deixar de atender ao chamamento ou intimação judicial;
b) Não comparecer no ato (dia e local) da perícia.
c) Perito que não entregar o laudo na data designada pelo juiz.
Somente a falta de justa causa ensejará a aplicação da pena ao perito faltoso ou desidioso (desídia: desleixo) – CPP Art. 278.
NÃO PODERÃO SER PERITOS:
1- Sujeitos à interdição – CPP Art. 279: Quando a lei se refere a interdição, ela o faz com menção aquelas previstas no CP, ou seja a interdição temporária de direitos – CP Art. 47, I e II.
2- Os que tiverem prestado depoimento no processo – CPP Art. 279, III: Também não poderão ser peritos aqueles que prestaram depoimento anteriormente no mesmo processo ou opinaram sobre o laudo.
3- Analfabetos – CPP Art. 279, III, 1ª parte: Os analfabetos não poderão ser peritos por não compreenderem o conteúdo dos quesitos apresentados.
4- Menores de 21? – CPP Art. 279, III, 2ª parte: O que trata a lei é em questão da incapacidade, então este dispositivo encontra-se derrogado, pois trata da impossibilidade de o menor de 21 anos não poder ser perito.
PERÍCIA FALSA – CP Art. 342: O perito que labora falsamente estará sujeito a submeter-se a um processo por falsa perícia.
DISPOSIÇÕES FINAIS
O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e qualquer hora (art. 161, CPP).
Em caso de autópsia, esta será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito (art. 162, CPP) e os cadáveres deverão ser fotografados na posição em que forem encontrados.
Nas perícias de laboratório, os peritos deverão guardar, sempre que possível, material suficiente para eventual nova perícia (art. 170, CPP).
Tratando-se de exame complementar para aferir se a lesão corporal é de natureza grave e produziu a incapacidade para as ocupações habituais, deverá ele ser elaborado logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias da data do fato (art. 168, § 2º,CPP).
INTERROGATÓRIO – CPP Art. 185:
CONCEITO: É o ato judicial (perante o juiz) ou extrajudicial (perante autoridade policial, CPI) no qual se ouve o autor do fato a acerca da imputação formulada.
NATUREZA JURÍDICA – CPP Art. 189: É um misto de meio de prova e meio de defesa.
Será MEIO DE PROVA na medida em que o acusado tentará demonstrar (provar) através de outros elementos a sua inocência.
Será MEIO DE DEFESA porque neste mesmo momento se estará defendendo de uma acusação formulada (este é, atualmente, o entendimento do Supremo Tribunal Federal).
PACULIARIDADES:
1- Defesa Técnica: Ou seja, um direito concedido ao réu no sentido de ser defendido por um profissional habilitado, sendo esta defesa indispensável, sob pena de nulidade absoluta.
( Direito constitucional de ser defendido por um profissional habilitado (advogado).
Hoje com a alteração legislativa é garantido o direito de fazer-se acompanhar por um advogado, no ato do interrogatório, embora já houvesse esta garantia contida implicitamente na constituição.
2- Autodefesa: Ato de exclusiva titularidade do réu, podendo ele renunciar a este direito. Contudo, o juiz é obrigado a conceder-lhe a oportunidade para se manifestar.
A negativa em conceder essa oportunidade (direito) ao réu, poderá gerar a nulidade do processo.
AUTODEFESA:
1- Direito de Audiência: É a possibilidade que o réu tem de influir no convencimento do juiz através do interrogatório.
2- Direito de Presença – CPP Art. 185, 2ª parte: É o que garante ao advogado o direito de se fazer presente durante a instrução para poder contrapor as provas.
( Juntada documento – Deve haver o contraditório (contraprova).
CARACTERÍSTICAS:
1- Ato Personalíssimo- CPP Art. 189: Só o autor do fato é que pode prestar seu depoimento sob a forma de interrogatório. Ainda que outrem possua poderes especiais (carta de preposto – não existe!).
2- Ato Privativo: É ato privativo do juiz, no sentido de que cabe a ele fazer diretamente os questionamentos, havendo, entretanto possibilidade de reperguntas pelas partes.
3- Oralidade: O interrogatório em regra é prestado de forma oral, ou seja, verbal.
EXCEÇÕES – CPP Art. 192:
a) Surdo: A pergunta será feita por escrito, respondendo ele oralmente.
b) Mudo: As perguntas serão feitas oralmente e deverá responder por escrito.
c) Surdo-mudo: Perguntas e respostar por escrito.
d) Surdo-mudo e analfabeto: Deverá haver a intervenção de um intérprete.
4- Ato não Preclusivo: O interrogatório não é um ato preclusivo, de forma que pode ser determinado a qualquer momento pelo juiz, desde que ainda não tenha ocorrido o trânsito em julgado. 
O interrogatório ainda poderá ser realizado mais de uma vez, sempre que o juiz verificar a necessidade de novos esclarecimentos (art. 196 CPP).
NULIDADE: A ausência de interrogatório por falta de citação do réu ensejará a nulidade absoluta do processo.
INTERROGATÓRIO POR PRECATÓRIA: É possível sob o ponto de vista jurídico, porém não é recomendável, haja vista que, dada a oralidade do ato o juiz da causa terá melhores condições de apreciar a idoneidade do depoimento prestado, o que facilitará inclusive a culpabilidade do agente para uma eventual imposição de pena.
SILÊNCIO E MENTIRA: O réu pode permanecer em silêncio em juízo, sendo que tal fato não importará em confissão, nem se interpretará em prejuízo de sua defesa (art. 186, parágrafo único, CPP) porque é uma garantia de ordem constitucional. Com isso, conclui-se que a parte final do art. 198 do CPP não foi recepcionada pela Constituição Federal, já que esta lhe assegura tal faculdade – O prese será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado (art. 5º, LXIII, CF). 
.
1- De mérito – CPP Art. 186 Par. Único e Art. 198: Tratando-se de interrogatório de mérito o réu poderá manter-se em silêncio, sem que disso decorra qualquer prejuízo.
2- De Identificação e Silêncio – CPP Art. 186 caput: Tratando-se, entretanto, de interrogatório de identificação, será vedado ao réu silenciar. Ex: Informações pessoais (RG, CPF, profissão).
ESPÉCIES DE INTERROGATÓRIO:
1- Do Estrangeiro – CPP Art. 193: Quando o interrogando for estrangeiro que não fale a língua portuguesa, o juiz nomeará um interprete para o ato. Não basta que o juiz saiba e compreenda a língua do interrogando, uma vez que o seu depoimento deve ser captado com clareza pelas partes parciais do processo (autor e réu), caso contrário, poderá comprometer os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, além do princípio da verdade real.
 
2- Menor de 21: Antes da vigência do novo Código Civil, para o réu com idade entre 18 e 21 era necessária a nomeação de um curador, uma vez que se tratava de pessoa relativamente incapaz para praticar determinados atos jurídicos. Hoje, contudo, o maior com 18 anos já completos é considerado absolutamente capaz de exercer todos os atos da vida civil de maneira que desapareceu o vício de consentimento, razão pela qual, não é mais necessária a nomeação de curador. 
Menor de 18 ( será processado de acordo com as regras do ECA por ser inimputável.
REVELIA: A revelia do réu é uma consequência da sua contumácia que, como visto, não importará na sua confissão.
CONTUMÁCIA: é a ausência de comparecimento (ou prática de ato processual) tanto do réu quanto do autor, uma vez citado ou intimado para tanto.
RÉU: Do ponto de vista penal (direito material) não traz nenhuma consequência, não gera efeitos, mas, processualmente falando, ele não será mais intimado dos atos processuais a serem feitos, salvo se em outro ato houver comparecimento espontâneo.
Na Ação Penal Privada o não comparecendo do autor importará em perempção – extingue-se o processo sem julgamento de mérito.
INTERROGATÓRIO:
1- Identificação – CPP Art. 187, 1ª parte: O interrogatório de identificação visa garantir a coincidência da pessoa apontada na denúncia ou queixa com aquela que encontra-se à frente do magistrado.
2- Mérito – CPP Art. 187, 2ª parte: É aquele que tem por finalidade garantir ao réu o direito de, querendo, apresentar sua versão como forma de se defender da imputação.
CONTEÚDO – CPP Art. 187, § 1º e 2º: Primeiro o juiz deve ler a acusação atribuída ao réu, depois deve questionar-lhe se são verdadeiras (onde estava na época dos fatos, se conhece a vítima e as testemunhas, os objetos ou instrumentos do crime, se ele pode apresentar a sua versão) e por fim questionar-lhe sobre sua vida pregressa (se já foi condenado).
LOCAL DE REALIZAÇÃO DO INTERROGATÓRIO
Estando o réu solto, este será intimado e interrogado perante a autoridade judiciária processante, sempre acompanhado de uma defensor, nomeado ou constituído (art. 185, CPP).
Caso o réu se encontre preso, pela regra do § 1º, do art. 185, o interrogatório deverá ser realizado em sala própria e no estabelecimento onde ele se encontrar recolhido. Neste caso, o juiz, ministério público, advogado e serventuários da justiça se deslocam para aquele local. Assim, o interrogatório só não será realizado no estabelecimento prisional na hipótese da falta de segurança para estes. Trata-se, como se vê, de uma exceção à regra de que o ato deva ser praticado na sede do juízo.
Veja-se que, não havendo segurança, o réu deverá ser requisitado e escoltado até a sede do juízo, onde o ato será realizado. Na prática, entretanto, o interrogatório do réu no presídio é de pouca ocorrência, haja vista o princípio da concentração das provas. Não se olvide, ainda, que primeiro deve ser ouvida a vítima e as testemunhas de acusação e de defesa para, só ao final, proceder-se ao interrogatório. Daí a pouca utilidade desse dispositivo.
Existe ainda a previsão de realização do interrogatório por videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão (§ 2º, do art. 185), desde que atendidos os seguintes requisitos:
prevenirrisco à segurança pública, quando houver fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou que, por outra razão, possafugiri durante o deslocamento;
para viabilizar o comparecimento do réu ao ato como, por exemplo, em caso de enfermidade ou falta de recursos financeiros para o deslocamento;
impedir a influência no réu no ânimo da testemunha ou da vítima;
responder à gravíssima questão de ordem pública.
As partes deverão ser intimadas com 10 (dez) dias de antecedência da decisão que determinar a realização do interrogatório por videoconferência.
Nessa modalidade, será assegurado ao réu acompanhar o depoimento da vítima e das testemunhas, bem como de comunicar-se com seu defensor, reservadamente, antes do início do interrogatório.
Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente (art. 191, CPP).
CONFISSÃO – CPP Art. 197 e ss:
CONCEITO: É a aceitação da imputação dos fatos noticiados na denúncia ou queixa, a aceitação da acusação pelo réu. Ela deve ser pessoal para ser válida, não produzindo efeitos se realizada por advogado.
ESPÉCIES:
1- Simples: É aquele que o réu admite pura e simplesmente os fatos que lhe são atribuídos.
2- Qualificada: Ocorre quando embora o réu admita a veracidade dos fatos, opõe um fato impeditivo ou modificativo, como é o caso da excludente da ilicitude ou da culpabilidade.
3- Judicial: É aquela que se opera dentro do processo.
4- Extrajudicial: É aquela ocorrida durante o inquérito policial, ou então em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) ou em outros casos fora do processo.
5- Expressa: É aquela que se dá com a declaração inequívoca do réu.
6- Implícita: A confissão implícita ocorreria naquelas hipóteses em que o acusado reparar o dano à vítima em decorrência da infração penal
Ex: Na transação penal o simples fato de o autor pagar a pena com serviços comunitários não ensejaria a confissão implícita, mesmo aceitando a pena aplicada.
VALOR PROBATÓRIO: Confissão tem valor probatório relativo, haja vista que o juiz deve analisar esse ato à luz dos demais elementos probatórios coligidos nos autos (art. 197, CPP).
CARACTERÍSTICAS:
1- Retratabilidade: É a possibilidade de desdizer o que foi dito, ou seja, a faculdade de desfazer a confissão, de apresentar nova versão negando a acusação já confessada.
2- Divisibilidade – CPP Art. 200, 1ª parte: É a possibilidade de aceitar parte da confissão como verdadeira e rejeitar a outra tida como inverídica. A divisibilidade na confissão é possível tendo em vista o princípio da verdade real.
CONFISSÃO FICTA? Não existe confissão ficta no processo penal.
OFENDIDO:
CONCEITO: Ofendido é a vítima, ou seja, o sujeito passivo da infração penal, o titular do objeto material atingido pela conduta delituosa.
Regra Geral: Quem representa o ofendido é o MP e, se for ação penal privada, será representado por um advogado.
COMPROMISSO? O ofendido por ser parte interessada na lide (parte parcial), não presta o compromisso. Quem presta compromisso é a testemunha, perito...
OFENDIDO E ROL DE TESTEMUNHAS: Uma vez que não é testemunha, não é computado no rol da denúncia ou queixa, ou na resposta escrita.
O ofendido quando falta com a verdade, não fica sujeito ao crime de falso testemunho, porém poderá ser responsabilizado por denunciação caluniosa.
OITIVA DE OFÍCIO: O ofendido pode ser arrolado para ser ouvido em juízo ainda que exceda o máximo de testemunhas para aquele procedimento. Ex: 5 testemunhas para procedimento sumário.
Mesmo que o ofendido não tenha sido indicado na denúncia ou queixa, o juiz poderá determinar a sua oitiva de ofício.
OBRIGATORIEDADE? Sem a oitiva de testemunha o processo é nulo?
A lei diz que sempre que possível o ofendido deverá ser ouvido (art. 201).
Exceções: Quando for absolutamente impossível sua oitiva, como por exemplo em caso de homicídio consumado, ou se estiver em coma, ou em local incerto e não sabido.
COMPARECIMENTO – CPP Art. 201, Par. Único: O ofendido deverá ser intimado a comparecer em juízo e, em caso de recusa injustificada juízo poderá determinar sua condução coercitiva (sob força policial).
PROCEDIMENTO NA OITIVA: O procedimento adotado, será o mesmo para a oitiva de testemunhas. Vejamos:
1- Surdo: Tratando-se de testemunha surda, as perguntas serão feitas por escrito, e o surdo responderá oralmente.
2- Mudo: Tratando-se de testemunha muda, as perguntas serão feitas oralmente e a resposta por escrito.
3- Surdo-mudo: Tratando-se de testemunha surda-muda, as perguntas e respostas serão feitas por escrito.
NULIDADE: A não oitiva gera nulidade do processo? R: Deveria gerar se ele estiver presente, porém para o STF a ausência da oitiva do ofendido não importa na nulidade do processo. Lembrar sempre que o Supremo não decide sempre juridicamente, pois algumas questões são políticas.
Ainda, em relação ao ofendido, há que se analisar as alterações sofridas no art. 201 pela Lei n. 11.690/2008.
Nesse sentido, o § 1º trata da possibilidade de condução coercitiva caso o ofendido deixe de comparecer, sem justo motivo, à presença da autoridade, lembrando que essa previsão já constava na redação anterior.
Por sua vez, o § 2º demonstra uma preocupação do legislador na proteção da vítima, mantendo-a informada do destino do acusado. Imagina-se que esse dispositivo se refira a crimes praticados mediante violência ou grave ameaça à pessoa, uma vez que alguns delitos como estelionato não produz sequelas tão graves a ponto de justificar a medida. Assim, o dispositivo legal determina a comunicação à vítima a respeito da prisão do réu, bem como a sua saída do estabelecimento carcerário, inclusive, quanto à sentença proferida.
O § 3º trata das comunicações ao ofendido e que deverão ser levadas a efeito no endereço por ele indicado, admitindo-se, inclusive, àquelas processadas por meio eletrônico. Essas comunicações são as que dizem respeito a toda e qualquer audiência relacionada ao processo e não apenas a destinada à sua oitiva, haja vista que o interesse do ofendido é patente. Seu fundamento é possibilitar o acompanhamento das fases de instrução e de desenvolvimento até o desfecho da lide penal.
A lei ainda trata no seu § 4º da reserva de um espaço separado à vítima, para que ela permaneça isolada do réu até que se inicie a audiência de instrução.
O art. 201 traz ainda em seu § 5º regra referente ao programa de assistência à vítima de maneira que, entendendo o juiz ser necessário, a encaminhará para atendimento multidisciplinar e, em especial, nas áreas psicossocial, de assistência jurídica (em caso de eventual reparação dos danos suportados pela prática da infração penal), e também de saúde, lembrando que esse atendimento correrá às expensas do ofensor ou, não tendo condições, caberá ao Estado o patrocínio.
E, a redação do § 6º, do art. 201 traz regras relativas à preservação da intimidade do ofendido, da sua vida privada, honra e imagem podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos, fotos e quaisquer outras informações constantes nos autos, evitando, assim, sua exposição aos meios de comunicação.
PROVA TESTEMUNHAL – CPP Art. 202 e ss:
CONCEITO – CPP Art. 203: Testemunha é um protagonista da Ação Penal, que não qualidade de auxiliar da justiça, e sem interesse na lide presta informações e esclarecimentos sobre fatos da causa que tenha captado através dos seus sentidos.
O CPP inaugura o tema afirmando que toda pessoa poderá ser testemunha (art. 202), devendo ela, sob promessa, dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado, declarando, inclusive, seus dados pessoais, inclusive, se é parente de alguma das partes e qual o grau (art. 203).
Em regra, a testemunha prestará seu depoimento oralmente, sendo-lhe, portanto, vedada trazê-lo de forma escrita, o que não a impede de fazer breve consulta a apontamentos, como por exemplo a placa de um veículo (art. 204 e par. único).CARACTERÍSTICAS: Características que norteiam a prova testemunhal:
1- Oralidade – CPP Art. 204: Significa dizer que em REGRA a prova testemunhal deverá ser prestada verbalmente, SALVO algumas exceções que veremos adiante.
Serve para perceber se a testemunha está mentindo ou não. O juiz vai captar o sentimento da pessoa, para verificar se é verdadeiro o depoimento da testemunha. Ex: Se está muito nervosa, tremendo, gaguejando...
Exceções – CPP Art. 203, Par. Único:
a- Surdo: Tratando-se de testemunha surda, as perguntas serão feitas por escrito, e o surdo responderá oralmente.
b- Mudo: Tratando-se de testemunha muda, as perguntas serão feitas oralmente e a resposta por escrito.
c- Surdo-mudo: Tratando-se de testemunha surda-muda, as perguntas e respostas serão feitas por escrito.
d- Autoridades com Prerrogativas de Função: Presidente e vice-presidente da república, presidente da câmara dos deputados, presidente do senado federal e presidente do supremo tribunal federal.
Nestas hipóteses o juiz encaminhará um ofício, contendo as indagações que serão respondidas por escrito e devolvidas.
( É facultativo, ou seja, se estas autoridades quiserem fazer seus depoimentos por escrito, poderão.
2- Objetividade – CPP Art. 213: A testemunha deve prestar depoimentos somente sobre as informações que tenha captado, sem externar opiniões pessoais, SALVO quando inseparáveis do fato.
Ex: Juiz pede ao depoente se ele viu o suspeito no local do crime, o depoente diz que viu o suspeito no local do crime, mas diz que “acha” que ele não é culpado, não pode dizer que acha, deve apenas responder a pergunta.
3- Incomunicabilidade – CPP Art. 210: A incomunicabilidade consiste na vedação da testemunha que já prestou depoimento, comunicar-se com as demais que ainda não o fizeram.
4- Judicialidade: A doutrina considera como prova testemunhal aquela prestada, perante a autoridade judiciária.
5- Retrospectividade: A testemunha só pode depor sobre fatos pretéritos. É vedada a testemunha depor sobre fatos futuros como é o caso do médico que afirma que determinada lesão irá causar incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias.
DISPENSAS E PROIBIÇÕES - CPP Art. 206, 218 e 219: Em REGRA, uma vez convocada a testemunha, ela tem o DEVER de comparecer em juízo para prestar depoimento, caso não compareça injustificadamente o juiz determinará a condução coercitiva.
Se a testemunha não comparecer será marcada outra audiência para que seja feita a condução coercitiva.
As causas de dispensa e proibições existem em razão de certas circunstâncias em que a testemunha não irá dizer a verdade em razão de laços que à ligam com a vítima ou com o réu.
Reafirmando, testemunha também não pode se eximir da obrigação de depor. Contudo, a regra do art. 206 excepciona aquele que for ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o irmão e o pai, ou filho adotivo de alguma das partes, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se a prova do fato e de suas circunstâncias (art. 206).
Dispensas:
1- CADI – CPP Art. 206, 2ª parte: Laços sanguíneos - avô, pai, irmãos, primos... 
2- Afins em Linha Reta: Sogra, genro...
Quando existir dispensa, se a testemunha quiser ela poderá prestar depoimento.
NÃO DEFERIMENTO DO COMPROMISSO – CPP Art. 206, parte final e 209: Nesta hipótese, não se lhe deferirá o compromisso.
Caso venha a faltar com a verdade não se submeterá a responder por falso testemunho. Se não houver outro meio de se provar a verdade, a testemunha será obrigada a depor, sem, contudo, prestar o compromisso. 
PROIBIDAS DE DEPOR – CPP Art. 207: Além dos casos de recusa acima vistos, a lei também elenca situações de proibição de certas pessoas deporem. São aquelas que em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho (art. 207).
1- Função: É o desempenho de atividades no exercício de um cargo público, jurado, escrivão, síndico da massa falida.
2- Ministério: É o encardo de natureza religiosa ou social. Ex: Sacerdotes, assistente social, etc.
3- Oficio: Desempenho de atividades manuais. Ex: Marceneiro, pedreiro, etc.
4- Profissão: Desempenho de atividades intelectuais. Ex: Médicos, advogados, profissionais liberais. Ex: Médico: Não pode depor sobre algo que diz respeito sobre algum paciente seu e que deva guardar sigilo.
As proibições só ocorrem nas hipóteses em que a testemunha deva guardar o seu sigilo.
É claro que a proibição só existe se o fato estiver relacionado com quaisquer das hipóteses narradas na lei, de maneira que nada impede que um padre, por exemplo, sirva como testemunha de um acidente de trânsito.
Em relação ao compromisso, este não se deferirá àquelas pessoas a que alude o art. 203 que são:
ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, o irmão e o pai, ou filho adotivo de alguma das partes ou do acusado;
aos doentes e deficientes mentais;
aos menores de 14 anos.
TESTEMUNHA SUSPEITA – CPP Art. 208: É a testemunha inidônea ou defeituosa, ou seja, aquela que por motivos psíquicos ou morais não quer ou não pode dizer a verdade. Ex: Ex: Em razão de determinada função que exerce, porque se tem dúvidas de que ela esteja falando a verdade, não tem credibilidade.
CAUSAS DE SUSPEIÇÃO:
1- Antecedentes Criminais: Testemunha que tenha vários antecedentes criminais, não terá credibilidade. EX: Testemunha que tem 4 processos: roubo, homicídio, falsidade ideológica, estupro, quem dará credibilidade?
2- Conduta Anti-social: Ex: Vadio, bêbados, prostitutas...
3- Amizade ou Intimidade: Quando houver amizade ou intimidade com a vítima ou réu.
4- Suspeita de Suborno: Testemunha que recebe suborno para dizer que não viu, a testemunha irá responder por falso testemunho, e quem subornou, por corrupção de testemunha.
5- Exagero ou Defeitos: Ex: Acusa que agiu em legítima defesa, com um facão enorme, sendo que era uma faca normal, houve exagero.
ROL TAXATIVO? Não é rol taxativo. Ex: Pescador pode ser suspeito.
NÃO DEFERIMENTO DO COMPROMISSO – CPP Art. 208: Além daquelas testemunhas arroladas nas causas de suspeição, não será deferido compromisso ainda aos doentes mentais, aos deficientes mentais e aos menores de 14 anos.
1- Doentes Mentais:
2- Deficientes Mentais:
3- Menores de 14 anos: Maiores de 14 anos, podem ser testemunha e presta compromisso.
CONTRADITA – CPP Art. 214: É a forma que a parte tem de insurgir-se contra testemunha suspeita.
Antes de iniciar o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha, arguir circunstâncias ou defeitos que a tornem suspeita de parcialidade ou indigna de fé. Essa contradita é feita verbalmente, cabendo ao magistrado, em homenagem ao princípio do contraditório, ouvira parte contrária, decidindo, em seguida, se excluirá a testemunha ou irá ouvi-la sem lhe deferir o compromisso.
Uma vez apresentada a contradita, o juiz irá analisá-la.
PROCEDIMENTO: Uma vez apresentada a contradita, o juiz irá analisá-la: 
1- Impede a Testemunha – CPP Art. 214, 1ª parte: Primeiro o juiz defere a contradita e impede a testemunha de depor.
2- Ouve Sem Consentimento: O juiz acolhe a contradita, mas admite o depoimento da testemunha que o fará descompromissadamente.
Isto se dará sempre que o depoimento for imprescindível para o esclarecimento dos fatos (CPP Art. 214, 2ª parte).
Na falta de outros meios de prova. Ex: Só tem aquela testemunha - irá ouvir.
3- Ouve Com Compromisso: O juiz rejeita a contradita e ouve a testemunha, deferindo-lhe o compromisso.
NÚMERO DE TESTEMUNHAS:
Pode o juiz, se não estiver convencido dos esclarecimentos, ouvir testemunhas além daquelas indicadas pelas partes, inclusive, aquelas que as testemunhas se referirem (art. 209 e § 1º). Ainda, não se computará como testemunha a pessoa que nada souber que interessa à decisão da causa, ou seja, testemunhasreferenciais (que digam como é a pessoa do acusado).
1- Processo Comum – 8: O número MÁXIMO de testemunhas a serem arroladas será de 8 testemunhas para cada parte (Princípio da Isonomia – acusação e defesa).
2- Processo Sumário – 5: Crime apenado com detenção, denomina-se procedimento sumário, onde o numero MÁXIMO de testemunhas será de 5 testemunhas para cada parte (acusação e defesa).
3- Processo Júri – 5: No caso de crimes que serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, por se tratar de procedimento bifásico ou escalonado, a REGRA será a seguinte:
1ª Fase: Obedece-se as regras gerais (de parâmetro normal), ou seja, 8 ou 5 testemunhas, a depender se o crime é apenado com reclusão (8 testemunhas) ou detenção (5 testemunhas).
2ª Fase: O máximo de testemunhas será de 5, independente se o crime seja apenado de detenção (5 testemunhas) ou reclusão (5 testemunhas).
Ou seja 8 + 5 = 13.
4- Processo Sumaríssimo – 5: Refere-se aos Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95) nestes procedimentos o MÁXIMO é de 5 testemunhas.
5- Processo Contravencional – 3: No processo contravencional, será aplicado naqueles hipóteses em que não se admitir, o procedimento dos juizados especiais criminais, caso em que o MÁXIMO de testemunhas a serem arroladas será de 3.
DEVERES:
1- Comparecer: Dever de comparecimento ao local e hora designada desde que devidamente intimada.
2- Identificar-se: Comparecendo a testemunha deverá prestar esclarecimentos sobre a sua identidade.
3- Depor: Após a identificação, a testemunha deverá depor sobre fatos da causa que lhe forem indagados.
4- Dizer a verdade – CPP Art. 342: A testemunha deverá dizer a verdade sob pena de responsabilidade por falso testemunho.
PROCEDIMENTO – CPP Art. 212: O juiz indaga a testemunha e procedendo aos questionamentos.
As testemunhas deverão ser inquiridas separadamente para que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, cabendo ainda ao juiz adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.
O Código de Processo Penal ao dar nova redação ao art. 212, optou por afastar o sistema presidencialista em que as perguntas eram endereçadas ao juiz que as redirecionava às testemunhas. Agora, as perguntas poderão ser formuladas diretamente pelas partes à testemunha, cabendo ao juiz somente intervir no ato quando tais perguntas puderem induzir a resposta, quando não tiverem relação com a causa ou importarem na pergunta de outra já respondida.
Também poderá o juiz, complementando a inquirição, questionar sobre pontos não esclarecidos.
O juiz deverá também velar para que a testemunha não manifeste suas apreciações pessoais em relação ao réu, salvo quando inseparáveis à narrativa do fato (art. 213).
As testemunhas arroladas pela acusação deverão ser ouvidas primeiro e todas (mesmo havendo CP - contraditório) e depois as testemunhas da defesa.
As perguntas serão formuladas primeiro por quem as arrolou (prova e contra prova – contraditório).
Se uma parte arrolou uma testemunha e a outra parte não quer ouvir esta testemunha, neste caso, se a testemunha servir pra você (o MP que arrolou primeiro), deve-se arrolar também, porque a outra parte que arrolou (MP) pode desistir de ouvir a testemunha e como você também arrolou poderá ouvir, se não arrolar não tem como ouvir testemunha da outra parte se esta dispensar.
DISPOSIÇÕES FINAIS DA PROVA TESTEMUNHAL
É evidente que ao reduzir a termo o depoimento da testemunha o juiz deverá cingir-se às expressões usadas por ela, com reprodução fiel de suas frases, reduzindo-se a termo ou procedendo-se à gravação por mídia.
Caso o juiz verifique que a presença do réu seja capaz de causar humilhação, temor ou constrangimento à testemunha ou ofendido, prejudicando a veracidade do depoimento, deverá proceder a inquirição por videoconferência ou, então, a retirada do réu, prosseguindo-se na inquirição com a presença do defensor (art. 217).
A testemunha poderá ainda ser conduzida coercitivamente, caso não compareça nem apresente justificado motivo (art. 218), sem prejuízo, segundo o código, de processo penal por crime de falso testemunho (219).
Entretanto, se o não comparecimento se der por enfermidade ou por velhice e estando essas pessoas impossibilitadas de locomover-se, elas serão inquiridas onde estiverem (art. 220).
A lei ainda estabelece algumas regras quanto à possibilidade de certas pessoas prestarem seu depoimento por escrito, cujas perguntas formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz serão encaminhadas mediante ofício. São elas: Presidente e Vice-Presidente da República, os Presidentes da Câmara e do Senado e o do Supremo Tribunal Federal (221, § 1º).
Quanto aos militares (da ativa), estes deverão ser requisitados à autoridade superior. Tratando-se de servidor público, a intimação se dará normalmente, porém, deverá haver comunicação ao chefe da repartição em que servir (§ 3º).
Morando fora da jurisdição do juízo processante, a testemunha será inquirida mediante carta precatória, o que não suspenderá a instrução processual.
Se a testemunha não conhecer a língua nacional, deverá ser nomeado intérprete para traduzir as perguntas e as respostas e, caso seja mudo, surdo ou surdo-mudo, se procederá nos termos do art. 192, CPP.
O art. 225 trata da produção antecipada de provas quando, por enfermidade ou velhice a testemunha necessitar ausentar-se e inspirando risco de que ao tempo da instrução criminal ela já não exista mais. Tal poderá se dar de ofício ou a requerimento das partes.
RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS – CPP Art. 226 e ss:
CONCEITO – CPP Art. 226: Meio processual, através do qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada, confrontando com outra que viu no passado.
Porque para se reconhecer, precisa primeiro conhecer (ter visto anteriormente).
NATUREZA JURÍDICA: Tem natureza jurídica de meio de prova, onde se deve demonstrar a identidade da coisa ou pessoa.
OPORTUNIDADE: O reconhecimento pode ocorrer:
a) Inquérito Policial;
b) Processo judicial (processo de cognição).
PROCEDIMENTO:
1- Descrição – CPP Art. 226, I: O sujeito vai narrar as características da pessoa ou coisa a ser reconhecida.
2- Colocação Lado a Lado – CPP Art. 226, II: Uma vez descrita a pessoa, esta será colocada lado a lado com outra ou outras pessoas, que possuam características semelhantes.
Se estiver na dúvida, pode pedir que o sujeito fale algo, para que seja possível o reconhecimento da voz.
3- Indicação – CPP Art. 226, III: Se durante o reconhecimento, o reconhecedor tiver justo receio de ser visto pelo reconhecido, a autoridade policial providenciará para que aquele não seja visto.
Este procedimento, entretanto, não será observado quando o reconhecimento se der em juízo, pelo Princípio da Proporcionalidade, porque em juízo firma-se o contraditório, pois ficará frente a frente parágrafo único). Nada obstante esse dispositivo legal, na prática, é comum o isolamento visual do reconhecedor mesmo durante a instrução.
A reconhecedor deverá então indicar a pessoa reconhecida. Ex: É o n.º 3.
Se tanto a pessoa chamada a reconhecer ou a ser reconhecida estiver presa, a diligência poderá ser realizada por videoconferência, se presentes um dos motivos autorizadores descritos no art. 185, § 2º, I a IV, do CPP.
É admissível o reconhecimento fotográfico na condição de prova inominada, adotando-se tal procedimento de maneira excepcional.
4- Lavratura do Auto – CPP Art. 226, IV: Feita a identificação a autoridade irá lavrar um auto circunstanciado.
5- Pluralidade de Pessoas – CPP Art. 228: No caso de pluralidade de pessoas chamadas a reconhecer, deverá proceder-se a diligência de forma individualizada, ou seja, em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas. 
Se tiver dúvida, o que o juiz deve fazer?
R: Após o procedimento de reconhecimento do réu, se ainda persistir dúvidassobre a autoria, o juiz deverá aplicar o princípio do in dubio pro réu.
 6- Reconhecimento de Coisas: O reconhecimento de coisas observará o mesmo procedimento para o reconhecimento de pessoas, naquilo que for compatível.
ACAREAÇÃO – CPP Art. 229 e ss:
CONCEITO – CPP Art. 229, 2ª parte: Ato pelo qual é colocado frente a frente, dois ou mais indivíduos que tenham apresentado versões diferentes para um mesmo fato relevante.
FINALIDADE – CPP Art. 229, Par. Único: A acareação tem por finalidade sanar dúvidas sobre pontos divergentes apresentados.
ADMISSÃO – CPP Art. 229, 1ª parte: A acareação será admitida entre:
1- Acusados: Quando um fala uma coisa e o outro fala outra (embora seja incoerente);
2- Acusado e vítima;
3- Acusado e testemunha;
4- Testemunhas;
5- Testemunha e ofendido;
6- Ofendidos
REALIZAÇÃO: Tanto autoridade policial quanto o juiz poderão determinar de ofício a acareação. Pode ser determinada também por requerimento do titular da Ação Penal (MP ou Querelante) e também do acusado que o fará por intermédio de seu advogado.
POR PRECATÓRIA – CPP Art. 230, 2ª parte: A acareação por precatória é possível. Nessa hipótese, o depoimento contraditório será enviado ao órgão deprecado, onde serão lidos os pontos divergentes.
PROVA DOCUMENTAL – CPP Art. 231 e ss:
CONCEITO – CPP Art. 231 e 232: Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos ou particulares. Ex: Carta.
DOCUMENTOS ESCRITOS: Podem ser de:
1- Instrumento: É todo escrito pré-constituído para a prova, ou seja, é todo documento confeccionado (elaborado), para provar um fato. Ex: Pacto antenupcial.
2- Papel: Todo escrito confeccionado, não destinado a provar um fato, mas que eventualmente poderá servir como meio de prova.
DOCUMENTOS (OUTROS):
1- Gráficos: São os fatos ou idéias representados por sinais gráficos diversos da escrita. Ex: Desenhos, pinturas, cartas topográficas, etc.
2- Diretos – CPP Art. 232, Par. Único: São aqueles em que o fato representado se transmite diretamente para a coisa representativa. Ex: Fotografias, fonografias, cinematografia, microfilmagem (cheques).
PRODUÇÃO:
1- Provocada – CPP Art. 234: Quando o juiz conhecendo da existência do documento determinar a sua juntada aos autos. É a produção coacta, ou seja, será coagido a apresentar o documento (tem a obrigação de apresentar – não é ônus).
2- Espontânea – CPP Art. 231: Quando a apresentação é de iniciativa da parte (por requerimento).
LIMITAÇÃO DA PROVA – CPP Art. 233: O juiz não admitirá a juntada aos autos de documentos obtidos de forma ilícita (proibidas).
O juiz não poderá admitir a juntada de cartas quando estas forem interceptadas (3º viola), porém, o destinatário poderá apresentá-las em juízo, desde que seja para defesa de seu direito, neste caso não necessita do consentimento do remetente.
Mas se for para provar interesse de outro, precisa do consentimento do remetente.
MOMENTO DA JUNTADA – CPP Art. 231: Não existe EM REGRA o momento processual adequado para a juntada de documentos, até o transito em julgado.
EXCEÇÃO: Que correspondem ao procedimento do Tribunal do Júri:
* CPP Art. 475: Não poderá juntar documentos no procedimento escalonado (Júri) sem que a parte contrária tome conhecimento dele, pelo menos 3 dias antes do julgamento, porque fere o Princípio da Igualdade processual entre as partes, pois deve-se verificar o Princípio do Contraditório.
DÚVIDAS SOBRE A AUTENTICIDADE – CPP Art. 235: Provoco o juiz para combater a dúvida do documento através da falsidade documental. Ex: Perícia.
DOCUMENTOS SEM IDIOMA ESTRANGEIRO – CPP Art. 236: Os documentos em idioma estrangeiro deverão ser traduzidos por tradutor público ou então por pessoa idônea.
VALOR PROBANTE DOS DOCUMENTOS: O valor probatório dos documentos são todos relativos, mas existe a presunção de quem consta ali é o proprietário do imóvel (presunção “júris tantum” – presunção relativa até que se prove o contrário). Ex: Documentação de terras do MT.
CITAÇÕES – CPP Art. 351 e ss:
Conceito
É o ato processual pela qual se leva ao conhecimento do réu de que contra ele existe uma ação penal instaurada, com a denúncia ou queixa já recebida, possibilitando fazer sua defesa.
Quem pode ser citado
No processo penal somente o acusado, sujeito passivo da pretensão punitiva poderá ser citado. Ninguém mais poderá sê-lo.
Insano mental
Na hipótese de o réu possuir insanidade mental, ainda assim a citação deverá ser feita na sua pessoa, salvo se já realizado exame de insanidade mental, caso em que a citação se dará na pessoa de seu representante legal.
Garantia Constitucional
A citação foi erigida à garantia individual, nos termos do que dispõe o art. 5º, LV. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Assim, a citação integra o devido processo legal, permitindo o exercício do direito de defesa. Tanto que, a falta de citação é causa insanável de nulidade do processo, por força do que dispõe o art. 564, II, do CPP.
Elementos da citação
Basicamente, a citação é composta de dois elementos: a) a cientificação do inteiro teor da acusação e b) o chamamento do acusado para vir apresentar sua defesa. Se uma dessas finalidades não for atingida, o ato citatório será considerado viciado.
Dispõe o art. 570, 1ª parte, do CPP que a falta ou nulidade da citação estará sanada, desde que o interessado compareça antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la.
Consequências do não atendimento
Uma vez citado o réu, fica ele vinculado à instância penal de maneira que, não comparecendo injustificadamente, o processo tramitará à sua revelia, daí decorrendo que ele não será mais notificado ou intimado para qualquer outro ato processual, salvo se houver condenação.
Veja-se, todavia, que nada obstante decretada a revelia, seu defensor não poderá deixar de ser intimado, sob pena de nulidade por violar o devido processo legal. Assim, a revelia á pessoal e não se estende à defesa técnica.
Espécies de citação
 real (pessoal ou in facien) quando feita na própria pessoa do réu, é utilizada em regra.
ficta (ou presumida) quando realizada por edital e constitui exceção. Neste caso, presume-se que o réu tenha tomado conhecimento da acusação.
A citação real ou pessoal pode ser realizada por mandado, carta precatória, carta rogatória, ou mediante requisição.
Citação por hora certa
A Lei n. 11.719/08 passou a admitir expressamente a citação com hora certa no processo penal, quando se verificar que o réu se oculta para não ser citado. Neste caso, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação, observando o procedimento estabelecido nos artigos 227 a 229, do Código de Processo Civil.
Assim, quando o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou residência, por três vezes sem o encontrar e suspeitando de ocultação, intimará qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho que, no dia imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Contudo, de acordo com o novo Código de Processo Civil que entrará em vigor (art. 252), bastará duas vezes ao oficial de justiça pela procura ao réu para proceder à sua citação com hora certa, porém, somente assim procederá no dia útil imediato.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Portanto, encontra-se revogado o dispositivo que permitia a citação por edital nas hipóteses em que o réu se ocultava para evitar o ato citatório.
Citação pormeio eletrônico
A Lei n. 11.419/06 que dispõe sobre a informatização do processo judicial passou a admitir o uso do meio eletrônico na tramitação de processos judiciais, bem como na comunicação de atos e transmissão de peças processuais, nos termos do art. 1º.
Ressalte-se, contudo que quando se tratar de direito processual criminal e infracional, é expressamente vedada a comunicação dos atos processuais por esse meio. Observadas as formas e as cautelas do art. 5o desta Lei, as citações, inclusive da Fazenda Pública, excetuadas as dos Direitos Processuais Criminal e Infracional, poderão ser feitas por meio eletrônico, desde que a íntegra dos autos seja acessível ao citando.
Dia e hora da citação
A citação poderá ser realizada a qualquer tempo, dia e hora, inclusive, aos sábados domingos e feriados, durante o dia ou à noite. Não encontrando o acusado para ser citado no endereço indicado no mandado, mas sabendo onde ele possa ser encontrado, diligenciará até o local, desde dentro dos limites territoriais da sua jurisdição e concluirá o ato citatório.
A única exceção que se abrirá a essa regra de que a citação poderá ocorrer a qualquer dia e a qualquer hora se dará com a citação com hora certa, tão logo entre em vigor o novo Código de Processo Civil, já que ele se refere a dia útil imediato.
CITAÇÃO POR PRECATÓRIA – CPP Art. 353: Se dará sempre que o citando se encontrar fora da comarca do juízo processante.
Caráter Itinerante: É a possibilidade que o juízo deprecado tem de, verificando que o réu se encontra em outra jurisdição, enviar a carta precatória para este juízo, desde que exista tempo hábil (355, § 1º).
Caso o oficial de Justiça do juízo deprecado perceber que o réu se oculta para não ser citado, deverá proceder à citação com hora certa e não simplesmente devolver o mandado sem cumprir a diligência, apesar de o § 2º, do art. 355 prever a devolução sem citação.
CITAÇÃO DO MILITAR
Tratando-se de réu militar, sua citação se fará mediante expedição de ofício pelo juízo processante (ofício requisitório) que será remetido ao chefe do serviço onde se encontra o militar (da ativa), cabendo a este, e não ao oficial de justiça a citação do acusado.
Na hipótese de o militar estiver prestando serviço ou residindo em outra comarca, cumpre ao juiz processante expedir a carta precatória.
CITAÇÃO DE RÉU PRESO – CPP Art. 360: A citação do réu preso será feita pessoalmente, devendo ele ser requisitado para comparecimento à audiência. O oficial de Justiça deverá se dirigir ao estabelecimento carcerário e, junto com o mandado de citação entregará ao réu cópia da denúncia ou queixa. 
Por conta dessa inovação legislativa trazida pela Lei n. 10.792/03, a súmula 351 editada pelo STF perdeu a razão de ser. Veja-se a respeito o seu teor: É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição.
CITAÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO “CIVIL” – CPP Art. 359: Será feita por meio de mandado, comunicando também o chefe do respectivo serviço.
Segundo a dicção do art. 359, o chefe da repartição também deverá tomar conhecimento do dia e hora em que seu subalterno deva comparecer à audiência, possibilitando assim a substituição do funcionário que deverá se ausentar.
Essa regra só se aplica se o funcionário estiver exercendo suas atividades. Em caso de férias ou afastamento, não haverá necessidade dessa comunicação.
CITAÇÃO POR ROGATÓRIA – CPP Art. 368 e 369: Se dará nas hipóteses em que o réu estiver residindo no estrangeiro – serve para infrações afiançáveis e inafiançáveis. Será endereçada ao Ministro da Justiça que, por via diplomática solicitará o seu cumprimento às autoridades estrangeiras.
CITAÇÃO POR CARTA DE ORDEM – CPP Art. 362: Se dará nos casos de processos de competência originária, quando houver necessidade de comunicação da existência de um processo instaurado contra o réu. Nestas hipóteses o Tribunal expedirá uma ordem ao juiz de primeira instância para que este proceda então à citação.
CITAÇÃO POR EDITAL – CPP Art. 361 e 353: Também denominada ficta ou presumida, ocorre nas hipóteses em que o réu não for encontrado para ser citado. É feita por meio da imprensa oficial.
Hipóteses:
1ª) Quando o réu não é encontrado – o prazo é de 15 dias.	
2ª) Quando o réu se oculta – esse dispositivo encontra-se revogado pela Lei n. 11.719/08, haja vista que sua citação se dará por hora certa.
3ª) Quando o lugar é conhecido mas inacessível em virtude de guerra, epidemia ou qualquer outro motivo relevante – também está revogado pela Lei n. 11.719/08. Nada obstante, se o acusado não for encontrado, proceder-se-á à sua citação via editalícia.
4ª) Quando réu incerto – caracteriza o réu fisicamente no edital (quando a incerteza é sobre a identidade civil) – prazo 30 dias. Esse dispositivo foi expressamente revogado pela Lei n. 11.719/08.
O réu citado por edital que não comparece em juízo sem constituir advogado, terá suspenso o curso do processo e do prazo prescricional. Havendo necessidade de diligências urgentes, o juiz nomeará um defensor para o ato (CPP Art. 366).
A suspensão do prazo prescricional terá por base a regra do artigo 109 do CP. Após o decurso do prazo de suspensão, o processo retoma seu curso normal.
CITAÇÃO NO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL: Sempre pessoalmente e por mandado. Não existe citação por edital no juizado especial criminal. Não sendo encontrado o réu, os autos são remetidos à justiça comum.
NOTIFICAÇÃO: É a comunicação às partes e seus representantes de que deverão praticar um ato processual no futuro.
INTIMAÇÃO: É a comunicação formal de um ato já praticado.
( Na prática, é intimação para tudo.
A intervenção do MP e do ADVOGADO DATIVO, serão pessoalmente (CPP Art. 370, § 4º). Se for advogado constituído pago, através da imprensa.
O FUNCIONÁRIO PÚBLICO: Se civil, pessoalmente. Se militar da ativa, se faz por intermédio de requisição (CPP Art. 358).
S E N T E N Ç A P E N A L
Natureza jurídica: é a manifestação formal do Estado, por meio de seus órgãos jurisdicionais com a finalidade de encerrar um conflito de interesses, mediante a aplicação do ordenamento legal ao caso concreto. Trata-se, portanto, de decisão de mérito. 
Classificação das decisões: 
As sentenças em sentido amplo (decisões) dividem-se em:
interlocutórias simples, quando solucionam questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que penetrem no mérito da causa (ex. recebimento da denúncia, decretação da prisão preventiva)
interlocutórias mistas, com força de definitiva, quando encerram uma etapa do procedimento processual ou a própria relação processual, sem julgar o mérito da causa e podem ser: 
não terminativas: encerram uma etapa procedimental (ex. decisão de pronúncia)
terminativas: culminam com a extinção do processo sem o julgamento do mérito (ex. rejeição da denúncia ou queixa crime)
As sentenças em sentido estrito são:
condenatórias, quando julgam procedente total ou parcialmente a pretensão punitiva;
absolutórias, quando não acolhem o pedido de condenação, podendo ser:
próprias, quando sem acolher a pretensão punitiva não impuser também qualquer sanção.
Imprópria, quando não acolher a pretensão punitiva, mas reconhece a prática de infração penal e impõe ao réu medida de segurança
Terminativa de mérito, quando julgam o mérito mas não condenam nem absolvem o acusado (ex. extinção da punibilidade)
Quanto ao órgão que a prolata podem ser:
subjetivamente simples, quando proferida por uma pessoa apenas – juiz singular;
subjetivamente plúrimas, quando proferidas por órgãos colegiados homogêneos (tribunais)
subjetivamente complexas, quando proferidas por mais de um órgão (ex. sentenças proferidas no Tribunal do Júri – jurados/juiz singular)
Requisitos formais da sentença:
Intrínsecos: relatório/motivação ou fundamentação/dispositivo ou conclusão
Extrínsecos: data, assinatura e rubricadas folhas.
Princípio da correlação: deve haver um nexo entre o fato descrito na denúncia ou queixa-crime e o fato pelo qual o réu é condenado.
Modificação da sentença: proferida a sentença de mérito, o juiz encerra a atividade jurisdicional sobre a imputação.
Não poderá modificar, salvo para retificar erros materiais, ou, mediante requerimento da parte em 48 horas, para esclarecer obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão (art. 382 CPP) – EMBARGUINHOS.
Emendatio libelli – ART. 383, CPP: permite ao juiz dar definição jurídica diversa da que consta na denúncia ou queixa crime, ainda que em conseqüência tenha que aplicar pena mais grave. NÃO MODIFICA A DESCRIÇÃO DO FATO, APENAS SUA CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA. Isso não importa em cerceamento de defesa, haja vista que o réu se defende dos fatos noticiados na inicial e não dos artigos descritos na classificação.
Desde que os fatos sobre os quais incide sejam sempre os mesmos, a alteração da classificação independe de qualquer providência ou processamento prévio.
Assim, por exemplo, se a denúncia descreve um fato e o classifica como estelionato, e o fato permanece inalterado, o juiz pode, independentemente de ouvir a defesa, classificá-lo como furto qualificado por fraude, cuja pena é mais elevada.
O mesmo poderá ocorrer com o fenômeno da desclassificação, que é a desclassificação de um grave para outro quando existe o reconhecimento da existência de um crime menos grave como, por exemplo, de roubo para furto, ou de homicídio para lesão corporal.
Mutatio libelli – ART. 384, CPP: (MUDANÇA NA IMPUTAÇÃO) há nova definição jurídica do fato, em razão de elemento ou circunstância não contida na denúncia ou queixa. SÓ APÓS ENCERRADA A INSTRUÇÃO PROBATÓRIA.
O MP tem o prazo de 5 dias para aditar a denúncia o queixa se em virtude desta houver sido instaurado processo em crime de ação pública. SE O MP NÃO SE MANIFESTAR, APLICA-SE O ART. 28, CPP.
O defensor será ouvido em 5 dias, designará dia e hora para continuação da audiência, inquirindo as testemunhas e procedendo a novo interrogatório do réu.
Se não se proceder ao art. 384 e o juiz proferir sentença, esta jamais poderá reconhecer o crime diferente que a circunstância de fato nova caracteriza. Se essa circunstância aponta para crime menos grave, a sentença só poderá ser absolutória, porque o mais grave não poderá ser reconhecido, já que os dados fáticos da realidade não correspondem ao que estava contido na imputação, e o menos grave também não, pois não houve imputação quanto a ele.
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA: O CPP elenca 7 hipóteses:
os incisos II, V e VII tratam das hipóteses de falta de provas
os incisos I, III, IV e VI possuem repercussão na esfera cível, impossibilitando o ajuizamento da ação civil ex delicto.
EFEITOS DA SENTENÇA CONDENATÓRIA IRRECORÍVEL
tornar certa a obrigação de reparar o dano decorrente da infração;
perda do instrumento ou do produto do crime;
prisão do condenado
lançamento do nome do réu no rol dos culpados
outros efeitos previstos no art. 92 do CP.
INALTERABILIDADE DA SENTENÇA
Uma vez publicada a sentença (recebida no cartório) ela se torna inalterável, irretratável, somente podendo modificá-la quando se tratar de erro material, ex officio ou a requerimento das partes.
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
PROCESSO COMUM
DA INSTRUÇÃO PROCESSUAL
A Lei n. 11.719/2008 alterou dispositivos do Código de Processo Penal em relação aos procedimentos.
Tipos de procedimento:
comum
especial (contidos no próprio CPP – crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, crimes de calúnia e injúria, crimes contra a propriedade imaterial, ou em legislação especial como é o caso por exemplo da Lei n. 11.343/06 – Lei de Tóxicos).
COMUM:
ordinário: crimes com pena privativa de liberdade máxima cominada igual ou superior a 4 (quatro) anos;
sumário: crimes com pena privativa de liberdade máxima cominada inferior a 4 (quatro) anos
sumaríssimo: infrações de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95.
O procedimento comum deve ser aplicado a todos os processos, salvo disposição em contrário do CPP ou de lei especial. 
Os crimes sujeitos à competência do Tribunal do Júri sujeitam-se às disposições dos artigos 406 a 497.
Aplicam-se, subsidiariamente, aos procedimentos especiais, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
CASOS DE REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME – ART 395
I – for manifestamente inepta: quando não atender os requisitos do art. 41.
a) exposição do fato criminoso
b) suas circunstâncias
c) qualificação do acusado
d) classificação do crime
e) rol de testemunhas (quando necessário)
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal
a) jurisdição, competência, imparcialidade
b) capacidade para ser parte e capacidade processual
c) ausência de litispendência e coisa julgada
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal
a) ausência mínima de suporte fático, de prova capaz de justificar a oferta da denúncia ou queixa.
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME – ART. 396-A
Nos procedimentos ordinário e sumário, recebida a denúncia, ordenará a citação do acusado para responder à acusação em 10 dias. Aqui, a denúncia já foi recebida formalmente.
Nessa resposta, poderá ser arguido em preliminar tudo o que interessar à defesa, oferecendo documentos, rol de testemunhas e justificações e especificar as provas pretendidas.
Se não for apresentada a resposta em 10 dias, o juiz nomeará um defensor para oferecê-la.
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA – ART. 397
É a fase seguinte à resposta preliminar do réu, hipótese em que o juiz pode absolver sumariamente o réu, já na fase inicial, antes da instrução probatória.
Hipóteses:
I – existência manifesta de causa excludente da ilicitude (legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito, o consentimento da vítima).
II- a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo inimputabilidade (doença mental, porque neste caso deve haver prova dessa condição).
III- o fato narrado evidentemente não constituir crime. Justifica-se. Se o fato narrado é atípico e o juiz verifica isso desde logo, não tem cabimento aguardar-se toda a fase de instrução probatória para, só ao final, declarar aquilo que poderia ter sido feito, com segurança, logo no início da lide, mesmo porque, constituiria inequívoco constrangimento ilegal processar alguém por fato atípico.
IV- estiver extinta a punibilidade (morte do agente, prescrição, anistia, etc)
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME – ART. 399
Mais correto seria o legislador ter utilizado a expressão “não ocorrendo a absolvição sumária o juiz designará...”
De qualquer forma, o juiz deverá designar dia e hora para audiência, intimando o acusado e defensor, o MP e, se for o caso, também o assistente.
Se o réu estiver preso, deverá ser requisitado, utilizando-se assim a mesma sistemática adotada para os casos de citação de réu preso.
O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. Esse dispositivo legal homenageia o princípio do juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII, CF), tal como consta no Código de Processo Civil, evitando, assim, que um juiz inicie a instrução e outro profira a sentença sem ter contato direto – visual com o réu, sentenciando-o sem conhecê-lo.
Ressalte-se, todavia, que o legislador infraconstitucional não inseriu neste artigo as exceções em que é possível o juiz que participou da audiência não ser o mesmo que vai sentenciar o feito, como nos casos de férias, licenciamento, promoção, remoção e convocação.
Na audiência serão ouvidos:
o ofendido;
testemunhas de acusação, até 8;
testemunhas de defesa até 8;
esclarecimentos de peritos;
acareações;
interrogatório. 
ALEGAÇÕES FINAIS ORAIS – ART. 403

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