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Classificação dos Títulos de Créditos

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ESTUDO DOUTRINÁRIO SOBRE OS 
TÍTULOS DE CRÉDITO
CRÉDITO
 
Juridicamente, o crédito se traduz como o direito a uma prestação futura, fundado, essencialmente, na confiança (boa-fé) e no prazo. É a boa fé em seu grau de maior destaque, sendo que esse instituto destaca toda a confiança entre dois ou mais sujeitos envolvidos num determinado negócio.
Com o crescimento da humanidade, a figura do escambo tornou-se por demais obsoleto, eis que as necessidades eram as mais variadas. Assim a humanidade viu-se obrigada a instituir a figura do crédito, onde quem tinha necessidade de trigo e não tinha outro produto para trocar, buscava o produtor de trigo lhe oferecia um pagamento futuro, fulcrado apenas na boa-fé, instituto esse por demais protegido pela tutela jurídica do estado, que defende com mais ênfase o interesse do credor em caso de inadimplência do devedor.
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“O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos" Provérbios 12:15
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TÍTULO
Conceito: é o documento impresso em que a confiança se sintetiza para o mundo, perpetuando para sempre a vontade de dois ou mais sujeitos envolvidos num determinado negócio. Nesse documento credor e devedor colocam suas intenções, que em caso de pendência futura, basta que a tutela jurídica se retrate ao título para verificar em que condições se deu o negócio. 
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TÍTULO DE CRÉDITO
CONCEITO: (segundo Cesare Vivante): É o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado.
O nosso Código Civil de 2002, consagra esse civilista italiano, e no seu art. 887, assim leciona: " O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei".
Nesse conceito encontra-se referenciado nos atributos básicos essenciais que disciplinam o documento em si, primordialmente quanto à cartularidade, literalidade e autonomia.
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ATRIBUTOS DOS 
TÍTULOS DE CRÉDITO
CARTULARIDADE
Em referência ao atributo/princípio da cartularidade extrai-se que, o exercício dos direitos representados por um título de crédito pressupõe a sua materialização em um papel/cártula, e a sua consequente posse. Somente quem exibe a cártula (o papel em que se lançam os atos cambiários) pode pretender a satisfação de uma pretensão relativamente ao direito documentado no título. 
Exemplo disso é a necessidade exigida pela lei processual quanto à apresentação do título em original junto com a petição inicial em caso de um processo de execução. A mesma sorte deverá ter o título transferido (endossado) a terceiro, que deverá reter para si o documento original. 
Tem-se assim, através do atributo da cartularidade, uma representação material que permite ao mercado identificar a existência do crédito a partir do exame do título, bem como aferir, a partir do que nele está indicado ou a partir da verificação daquele que detém sua posse, quem é o titular do crédito, quem é o devedor da obrigação, entre outros intervenientes essenciais.
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ATRIBUTO DA LITERALIDADE
 
Afirma o artigo 887 do Código Civil que o título de crédito contém um direito literal. Nesse caso a lei preocupa-se com o que se lê no documento representativo, as implicações jurídicas do que está escrito e a relação jurídica representada. 
Esse atributo principia, fundamentalmente, que o título de crédito é a expressão literal de uma obrigação, pois o que não está no título não está no mundo. Assim sendo, toda espécie de aval, endosso, pagamento parcial, todos devem estar lançados literalmente no título, sob pena de não retratarem a realidade no negócio firmado.
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ATRIBUTO DA AUTONOMIA
 
Nesse atributo está lançado o mais importante dos princípios do direito cambial traduzido em conceito por Vivante. Segundo esse atributo, quando um único título documenta mais de uma obrigação, a eventual invalidade de qualquer delas não prejudica as demais.
Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, os vícios que comprometem a validade de uma relação jurídica, documentada em título de crédito, não se estendem às demais relações abrangidas no mesmo documento, principalmente em relação ao terceiro de boa fé, que segundo esse princípio, não precisa investigar as condições em que o crédito transacionado teve origem, pois ainda que haja irregularidades, ele não terá seus direitos maculados.
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SUBPRINCÍPIOS DA AUTONOMIA
ATRIBUTO DA ABSTRAÇÃO: quando o título de crédito é posto em circulação, diz-se que se opera a abstração, isto é, a desvinculação do ato ou negócio jurídico que deu ensejo à sua criação.
ATRIBUTO DA CAUSALIDADE: esse atributo faz oposição ao atributo da abstração, pois através dele, a duplicata mercantil se vincula ao ato ou negócio jurídico que deu ensejo à sua criação.
ATRIBUTO DA INOPONIBILIDADE: o devedor, quando executado por credor terceiro de boa fé pelo pagamento de um título de crédito, não pode alegar, em seus embargos, matéria de defesa estranha à relação direta com o exequente, salvo se provado a má fé dele, que pode se dar pelo simples conhecimento desse terceiro da existência de fato oponível.
 
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Classificação dos Títulos 
de Crédito
Quanto ao modelo: os títulos de modelo livre podem adotar qualquer forma (letra de cambio e nota promissória, desde que atendidos os requisitos da leis. Os título de modelo vinculado devem atender a um padrão obrigatório (cheque e duplicata mercantil), além dos requisitos da lei.
Quanto à estrutura: As ordens de pagamento, que geram, no momento da emissão, três situações jurídicas distintas: quem dá a ordem de pagar, quem recebe a ordem e quem se beneficia dela (cheque, letra de câmbio e duplicata). A promessa de pagamento dá ensejo apenas a duas situações jurídicas, a do promitente (quem promete pagar) e a do promissário (que se beneficia da promessa).
 
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CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CIRCULAÇÃO:
Títulos de crédito ao portador: são aqueles que tem a cláusula “ao portador”, ou mantém em branco o nome do beneficiário, sendo negociáveis pela simples tradição.
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CLASSIFICAÇÃO QUANTO À CIRCULAÇÃO:
Títulos de crédito nominativos: são aqueles que trazem em seu bojo o nome do titular ou beneficiário, também chamado tomador, designando-o expressamente. Podem conter a cláusula “à ordem” ou “não à ordem”.
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Cláusula “à ordem”:
Títulos nominativos com a cláusula “à ordem”: são aqueles emitidos em benefício da pessoa nominada e acata contra ordem do emitente (títulos endossáveis).
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Cláusula “não à ordem”:
Títulos de crédito com a cláusula “não à ordem”: indicam que o título só poderão ser pagos aos titulares informados na cártula, vedada a transferência.
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INSTITUTOS DO DIREITO CAMBIÁRIO
SAQUE:
É o ato de criação do título de crédito. É por meio do saque que o sacador dá nascimento ao título de crédito, ato que se conclui com a aposição da assinatura do sacador na cártula.
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ENDOSSO
Forma prática de se transferir a titularidade de um título de crédito, onde a declaração de transferência se dá por simples assinatura do endossante, via de regra no verso da letra, podendo ser lançada em folha ligada ao título, sendo válido ainda o endosso via escritura pública. O direito cambial brasileiro veda qualquer forma de endosso parcial. 
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ENDOSSO TRASLATIVO EM BRANCO
Endosso em branco: nessa espécie omite-se o nome do endossatário, limitando-se o endossante a firmar, de próprio punho, sua assinatura no verso do título, transformando-o em um título ao portador.
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ENDOSSO TRASLATIVO EM PRETO
Endosso em preto: é aquele que menciona expressamente o nome do endossatário, isto é, do beneficiário do endosso.
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ENDOSSO MANDATO
Endosso mandato: não há transferência de direitos. Nesse endosso o beneficiário não fica privado de seus direitos cambiais, mas apenas transfere ao mandatário ou procurador o exercício e conservação desses direitos.
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ENDOSSO PÓSTUMO
Endosso póstumo: também chamado de tardio, tem efeito de cessão civil, não obrigando o endossante ao pagamento supletivo como no endosso comum. É obrigatoriamente passado após a data do vencimento.
 24 de abril de 2004
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ENDOSSO-CAUÇÃO
Endosso-caução: é o título onerado por penhor em favor do credor endossante, de modo que, cumprida a obrigação garantida pelo penhor, o título retorna ao endossante.
Este endosso-caução é para a
pessoa de Carlos Souza.
Gov. Valadares, 12/12/12
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JURISPRUDÊNCIAS SOBRE ENDOSSO
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TJ-RS - Recurso Cível 71002862373 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 30/05/2011
Ementa: COBRANÇA. CHEQUE. AUSÊNCIA DE REGULAR CADEIA DEENDOSSOS. ILEGITIMIDADE ATIVA. Embora possível fazer circular o cheque mediante endosso em preto ou em branco, está a legitimidade do portador vinculada a regularidade da cadeia de endossos. Cheque nominal que não foi endossado pela beneficiária. RECURSO PROVIDO. PRELIMINAR ACOLHIDA. (Recurso Cível Nº 71002862373, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Luiz Antônio Alves Capra, Julgado em 26/05/2011)
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STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL AgRg no AREsp 406400 SC 2013/0336578-7 (STJ)
Data de publicação: 09/12/2013
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PROTESTO DE DUPLICATA. ENDOSSO-MANDATO. DANO MORAL. LEGITIMIDADE DO BANCO ENDOSSATÁRIO. AFASTAMENTO. SÚMULA 7/STJ. PRECEDENTES. 1. Conforme a firme jurisprudência deste Tribunal Superior, em regra, a instituição financeira que recebe título de crédito por endosso-mandatonão é responsável pelos efeitos de eventual protesto indevido, salvo se exceder os poderes do mandato, agir de modo negligente ou, caso alertada sobre falha do título, levá-lo a protesto, o que não ocorreu no caso. 2. In casu, observa-se que o Tribunal de origem afastou a responsabilidade da instituição financeira, com base no documento de fl. 77 dos autos, sob o entendimento de que o banco não agiu com excesso na execução de seus poderes. Desse modo, a inversão do que foi decidido pelo Tribunal de origem demandaria, necessariamente, o reexame do acervo fático-probatório contido nos autos, providência que desafia o enunciado da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Agravo regimental a que se nega provimento.
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STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 1115621 RS 2009/0004491-7 (STJ)
Data de publicação: 23/09/2013
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. DUPLICATA SEM ACEITE. ENDOSSO-CAUÇÃO. PROTESTO INDEVIDO. DANOS MORAIS. 1. Não há falar em violação ao art. 535 do Código de Processo Civil , pois o eg. Tribunal a quo dirimiu as questões pertinentes ao litígio, afigurando-se dispensável que venha examinar uma a uma as alegações e fundamentos expendidos pelas partes. 2. A instituição financeira que recebe títulos via endosso-caução, diferentemente doendosso-mandato, responde pelos danos causados em decorrência de protesto indevido. 3. Indenização fixada em R$ 10.000,00, com correção a partir da data do arbitramento e juros de mora desde o evento danoso. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
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APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE. ENDOSSO PÓSTUMO. 
O cheque foi endossado ao autor após a apresentação para compensação, conforme se infere dos documentos juntados, tratando-se, pois, de endosso póstumo ou tardio (artigo 20 da Lei Uniforme), o que afasta a sua abstração, sendo possível a oposição de exceções por parte do devedor. Caso concreto no qual o embargante demonstra a existência de desacordo na origem do negócio, evidenciando a ciência do autor de que o cheque recebido por endosso havia sido sustado (motivo 21), resta descaracterizada a condição de terceiro de boa-fé do autor. Fatos narrados que constituem causa extintiva do direito do demandante, eximindo a parte ré do cumprimento da obrigação representada pelo título em debate.
POR UNANIMIDADE, DERAM PROVIMENTO AO RECURSO.
AVAL
Conceito: É a garantia acessória de pagamento firmada por terceiro, contendo traços comuns com a fiança civil, mas desse diferenciando-se.. É a obrigação formal, independente e autônoma, surgindo com a simples aposição de assinatura no anverso do título, tornando inadmissível ao avalista argüir falta de causa, ainda que nula, inexistente ou ineficaz a obrigação principal. Pode ser dado em folha anexa ao título. O avalista assume qualidade de devedor solidário na relação cambial. 
Ao contrário do endosso, o aval pode ser dado de forma parcial.
Inexiste no direito cambial o chamado “benefício de ordem”, e ao credor é lícito acional a qualquer dos responsáveis, independentemente da ordem em que estes se encontrem.
O avalista que paga a letra subroga-se nos direitos do credor, podendo assim acionar os demais subscritores, inclusive o devedor principal.
Por ser garantia formal, abstrata, autônoma e solidária, o aval dispensa a outorga uxória / marital, sendo que o direito cambiário superpõe à regra do art. 1.647, III do Código Civil para os bens livres do cônjuge que garantiu.
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ESPÉCIES DE AVAL
Aval em branco: é o que não identifica o avalizado, reputando-se como tal o sacador (art. 31 da Lei Uniforme).
b) Aval em preto: ao revés, é o que identifica expressamente o avalizado. Nesse caso, o beneficiado pode ser
qualquer coobrigado do título (aceitante, sacador, endossantes e avalistas).
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AVAL SIMULTÂNEO OU SUCESSIVO
É possível ainda a pluralidade de avais, onde diversos avalistas podem, simultânea ou sucessivamente, obrigar-se cambialmente. 
Aval simultâneo: são os avais dados em conjunto, por duas ou mais pessoas, em relação a uma mesma obrigação cambiária, ou seja, em vez de apenas uma pessoa vir a assumir a obrigação gerada com o aval, tal obrigação é incorporada por um grupo de pessoas, que, solidariamente, assumem a dita obrigação. Nesse caso, o portador poderá receber de qualquer um dos avalistas.
Aval sucessivo: ocorre quando determinada pessoa garante, por aval, uma obrigação cambiária e tal aval é garantido por outro aval, e assim sucessivamente. Nesse caso o avalista garante uma obrigação cambial e, ao mesmo tempo, tem sua própria obrigação garantida por outra pessoa, seu avalista.
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JURISPRUDÊNCIAS SOBRE AVAL
Em recurso especial 43.922/MG, o ministro Cláudio Santos, na qualidade de relator da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, afirmou que “a prorrogação do prazo de vencimento da cártula, em avença autônoma entre o credor e o emitente não exclui a possibilidade de execução de avalista”. 
Pagando o título, segundo a previsão do art. 899, §1º do CC, tem o avalista ação de regresso contra seu avalizado e demais coobrigados. Via de regra o avalista que pagar a dívida poderá executar o avalizado nos autos do mesmo processo, isso por força do art. 595, §único do CPC.
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apelação cível. embargos à execução. direito privado não especificado. aval simultãneo. devedores solidários. acordo HOMOLOGADO JUDICIALMENTE. ação regressiva. possibilidade.
O ânimo de novar deve ser inequívoco, nos exatos termos do art. 361, CC. No caso, a leitura atenta do acordo firmado na execução pretérita não permite concluir que, de fato, a intenção das partes fosse a novação da dívida.
Embora não tenha sito intimado do acordo homologado pelo Juízo, o embargante figurou como parte naquele processo de execução, tendo sido inclusive intimado para o recolhimento de custas ao final do processo, presumindo-se que tenha tomado conhecimento de todos os atos até então praticados.
SENTENÇA MANTIDA. APELO IMPROVIDO.
 
TJ-RS - Apelação Cível AC 70039296900 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 09/11/2011
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TJ-RS - Apelação Cível AC 70054868690 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 02/07/2013
Ementa: EMBARGOS DE TERCEIRO. AVAL PRESTADO SEM ANUÊNCIA DO CÔNJUGE. 1 Não subsiste o aval prestado sem anuência do cônjuge, tudo à luz dos arts. 1.647 , III , e 1.649 do Código Civil de 2002 . Precedente do STJ. 2 Reconhecida a nulidade do aval, tem-se por insubsistente a penhora de bens do garante, pois não mais detém responsabilidade pela satisfação do crédito exequendo. APELO PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70054868690, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Sérgio Scarparo, Julgado em 27/06/2013)
CANCELAMENTO DO AVAL
Qualquer dos coobrigados pode exigir, desde que pague a letra de câmbio, que ela lhe seja entregue.
De acordo com o art. 50 da Lei Uniforme, qualquer dos endossantes que tenha pago uma letra pode riscar o seu endosso e os dos endossantes subsequentes.
Esta norma, por analogia, também é válida para o aval.
A propósito, o § 1º do art. 44 do Decreto 2.044/1908 estabelece que, para efeitos cambiais, o endosso ou aval cancelado é considerado não escrito.
Riscar o aval é a forma de cancelá-lo, presumindo-se, até prova em contrário, que isso fora feito pelo proprietário do título de crédito como uma forma de exonerá-lo da obrigação de pagamento.
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PRESCRIÇÃO
Conceito: é a perda da ação atribuída a um direito, como lembra Clóvis Beviláqua, é uma regra de ordem, de harmonia e paz, imposta pela necessidade da certeza nas relações jurídicas.
No direito cambiário a prescrição diz respeito unicamente à perda do direito de ação de execução para os casos de inadimplência do devedor, vez que perdida a natureza cambia do título de crédito pelo decurso de determinado espaço de tempo, a cambial se torna uma obrigação de natureza civil, podendo por isso mesmo ser cobrado judicialmente, por via de uma ação ordinária.
O art. 202 do CC, além de matéria contida nas leis específicas, estão contidos os casos de interrupção da prescrição.
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TJ-RS - Agravo de Instrumento AG 70011771763 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 25/05/2005
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA. ARTIGO 557 , § 1º-A DO CPC . CADASTRO DE DEVEDORES. PRAZO. PRESCRIÇÃO. TÍTULO DECRÉDITO. I - Conforme jurisprudência do STJ, se antes do prazo de cinco anos (artigo 43 , § 1º do CDC ) ocorrer a prescrição relativa ao título de crédito, não se justifica a manutenção do nome do devedor nos cadastros de restrição ao crédito. II - Recurso Provido. (Agravo de Instrumento Nº 70011771763, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mário José Gomes Pereira, Julgado em 19/05/2005)
PAGAMENTO/APRESENTAÇÃO
O pagamento do título de crédito extingue uma, alguma ou todas as obrigações nele mencionadas, dependendo de quem o realiza, assim diz Fábio Ulhoa Coelho.
A apresentação do título de crédito, como obtempera Mauro Grimberg, tem por fim a identificação do credor perante o devedor, envolvendo, por isso mesmo, aspectos de suma importância, pois é esse instituto que serve como ponto de partida para o início da contagem do prazo prescricional.
A apresentação tem que ser fática, pessoal, no domicílio do devedor, com a exibição material do título, e se o devedor, conscientemente ou não, estiver ausente do seu endereço em prazo exigido por lei para a apresentação da cambial, o portador deverá efetuar suas diligências, sendo a prova clássica da apresentação feita pelo protesto, cabendo ainda a possibilidade de se provar tal fato por testemunhas, notificação extrajudicial, entre outros meios de cognição admitidos pelo direito brasileiro.
Dispõe o art. 38, 1ª parte, da Lei Uniforme (Dec. 57.663/66):
“O portador de uma letra pagável em dia fixo ou a certo termo de data ou de vista deve apresentá-la a pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos dois dias úteis seguintes”.
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Processo: Apelação Cível 
1.0024.09.669113-4/001
6691134-33.2009.8.13.0024 (1)
Data de Julgamento: 05/02/2014
Data da publicação da súmula: 13/02/2014
Ementa: 
EMENTA: AÇÃO MONITÓRIA - PRESCRIÇÃO QUINQUENAL - ART. 177 do CC/16 c/c 206, §5º, I, DO NCC - TERMO INICIAL DE CONTAGEM - DATA DA VIGÊNCIA DO NCCB - RECURSO IMPROVIDO. 
"Prescrito o prazo para execução do cheque, o artigo 61 da Lei do Cheque prevê, no prazo de 2 (dois) anos a contar da prescrição, a possibilidade de ajuizamento de ação de locupletamento
ilícito que, por ostentar natureza cambial, prescinde da descrição do negócio jurídico subjacente. Expirado o prazo para ajuizamento da ação por enriquecimento sem causa, o artigo 62 do mesmo Diploma legal ressalva ainda a possibilidade de ajuizamento de ação fundada na relação causal, a exigir, portanto, menção ao negócio jurídico que ensejou a emissão do cheque." - "A contagem do prazo prescricional da ação monitória, lastreada em cheque prescrito, somente se inicia após os prazos de apresentação - 30 ou 60 dias; execução - 06 meses; e ação de locupletamento - 02 anos. Iniciando-se a prescrição já na vigência do Código Civil de 2002, serão os prazos deste os aplicáveis. O lapso prescricional para o ajuizamento da ação monitória, lastreada em cheque prescrito, é de 05 anos, conforme artigo 206, §5º, inciso I, do Código Civil. Prescrição não verificada, sentença mantida." 
V.v.:- A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes em instrumento particular prescreve em cinco anos, segundo a regra ordinária de prescrição prevista no inciso I, do §5º, do artigo 206 do Código Civil de 2002. 
- Observadas as regras de transição, o prazo prescricional quinquenal, previsto no Novo Código Civil, somente será computado a partir da data de vigência desta nova lei. 
- Recurso improvido
VENCIMENTO
 Os títulos de crédito são dotados, por lei, de formas variadas de vencimento, ficando ao encargo dos envolvidos (devedor e credor) ao formalizar o saque da letra optarem pela condição que melhor lhes aprouverem. Os meios clássicos são: à vista, a dia certo e a tempo certo da data e a tempo certo da vista.
Vencimento é o fato jurídico a partir do qual a obrigação se torna exigível.
De acordo com o art. 2º da Lei Uniforme a letra de câmbio em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à vista. 
Tem-se ainda a possibilidade de o vencimento do título se dar de forma extraordinária: 
 1. no caso de recusa do aceite pelo sacado (LU, art. 43);
			 2. na falência do aceitante (Dec. 2.044/08, art. 19, II).
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ACEITE
Conceito: O aceite é o ato cambial pelo qual o sacado de uma ordem de pagamento à prazo concorda em se obrigar a efetuar o pagamento, no vencimento do título que lhe é apresentado.
O sacado, antes do aceite, não é ainda devedor da letra. Aliás, na letra de câmbio o aceite é facultativo. Mas, ao aceitá-la, o sacado passa a se chamar aceitante, tornando-se o devedor principal do título. 
Sendo assim, com o vencimento do título, o aceitante é o que deve ser cobrado em primeiro lugar. Quanto aos outros coobrigados, ostentam responsabilidade subsidiária ou indireta, de modo que cobrança só pode recair sobre eles quando houver a inadimplência do aceitante. 
A recusa de aceite gera o vencimento antecipado do título, autorizando-se, desde logo, cobrá-lo dos demais coobrigados (sacador, endossantes e avalistas), liberando-se o sacado. Nesse caso o protesto é obrigatório, sob pena do portador perder o direito de ação contra os endossantes, sacador e coobrigados (art. 53 da LU).
O aceite pode ser parcial.
O art. 29 da LU autoriza o cancelamento do aceite, fato que torna o título vencido antecipadamente.
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Relator(a): Des.(a) Wagner Wilson
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“O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos" Provérbios 12:15
Processo: Apelação Cível 
1.0145.12.081079-4/001
0810794-46.2012.8.13.0145 (1)
Data de Julgamento: 13/02/2014
Data da publicação da súmula: 24/02/2014
Ementa: 
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INÉPCIA RECURSAL. INEXISTÊNCIA. AÇÃO ANULATÓRIA C/C CANCELAMENTO DE PROTESTO E INDENIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA DA RELAÇÃO NEGOCIAL. ÔNUS DO CREDOR/RÉU. PROTESTO DE CAMBIAL SEM LASTRO EACEITE. DANO MORAL CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM. EQUILÍBRIO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. EVENTO DANOSO. SÚMULA 54 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO. ART.20, §3º, DO CPC. 1. Não há que se falar em inépcia recursal quando as razões recursais encontram-se em consonância com o que foi decidido na sentença. 2. Sendo inviável a produção de prova negativa pelo autor, que alega a inexistência de relação jurídica apta a justificar o protesto do título, compete ao réu, pretenso credor, o ônus da prova em contrário. 3. A negligência do réu restou caracterizada, já que procedeu ao protesto da cambial sem demonstrar o aceitedo referido título ou a existência da transação mercantil que tenha autorizado a emissão da cártula. 4. Comprovada a restrição de crédito em razão do protesto indevido, o autor faz jus aos danos morais correspondentes. 5. O valor da indenização deve atender ao chamado 'binômio do equilíbrio', não podendo causar enriquecimento ou empobrecimento das partes envolvidas, devendo ao mesmo tempo desestimular a conduta do ofensor e consolar a vítima. 6. Na hipótese de ressarcimento por danos morais, os juros de mora devem incidir desde a data do evento danoso, por se tratar de responsabilidade extracontratual (Súmula 54 do STJ). 7. Nos casos em que há condenação ao pagamento de quantia certa, os honorários advocatícios devem ser arbitrados em consonância com o disposto no art. 20, §3º do CPC.
PROTESTO
Assim define a lei: “é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida” (Lei 9.492/97, art. 1º).
De forma mais ampla que a lei, o protesto é o ato jurídico que tem por objetivo comprovar documentalmente a apresentação, a falta de pagamento, a falta de aceite de um título de crédito ou ainda a falta de data do aceite.
No direito cambiário, o protesto é ato muito relevante, bastando ressaltar que a falta do protesto cambial acarreta a perda do direito de ação nos casos em que o protesto é obrigatório.
É, pois, o protesto cambial o meio obrigatório, salvo em algumas hipóteses, para se assegurar o direito regressivo contra os coobrigados no título, servindo também para a interrupção da prescrição, nos termos do art. 202, inciso III, do Código Civil, ao passo que o protesto judicial, previsto no art. 867 do CPC, embora também se preste para interromper prescrições, objetivam também prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar qualquer intenção de modo formal.
No direito cambiário, o protesto pode ser: por falta de pagamento; por falta de aceite; por falta de data do aceite.
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Relator(a): Des.(a) Evangelina Castilho Duarte
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Processo: Apelação Cível 
1.0145.10.014836-3/001
0148363-93.2010.8.13.0145 (1)
Data de Julgamento: 05/12/2013
Data da publicação da súmula: 13/12/2013
Ementa: EMENTA: INDENIZAÇÃO - PROTESTO DE CAMBIAL - TÍTULO PRESCRITO - EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO
De conformidade com o art. 1º da Lei 9.492/97, "Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida." 
O protesto do cheque, embora prescrito, configura exercício regular de um direito do credor.
 
"Sendo o protesto o ato formal para salvaguardar os direitos cambiários da cártula, notadamente força executiva e direito de regresso, não se mostra devido quando já prescrito o título".(v.v.)
 AÇÃO CAMBIAL 
Dispõe o art. 585, inciso I, do Código de Processo Civil que são títulos executivos extrajudiciais: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque.
Vê-se assim que os títulos de crédito são títulos executivos extrajudiciais, servindo, pois, de embasamento para o credor ajuizar
diretamente a ação de execução, suprimindo-se a fase de conhecimento. Eventual propositura de ação de cobrança, ao invés da ação de execução, é motivo para rejeição liminar da petição inicial, por carência de ação.
O portador da letra de câmbio tem o direito de acionar judicialmente todos os signatários do título, alguns deles ou apenas um, escolhido ao seu critério, pois entre os coobrigados reina a solidariedade. Com efeito, o art. 47 da Lei Uniforme preceitua que os sacadores, aceitantes, endossantes ou avalistas de uma letra de câmbio são solidariamente responsáveis para com o portador.
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FIGURAS INTERVENIENTES E REQUISITOS ESSENCIAIS
Cada título de crédito possui suas figuras intervenientes necessárias, pessoas cuja figuração no negócio cambial é imprescindível, pois não existiria o negócio sem elas. Durante a formalização do negócio, ou mesmo depois de concretizado, poderão aparecer os intervenientes eventuais, tais como avalista, endossante, entre outros.
Já os requisitos essenciais são ditados pelas leis específicas de cada título de crédito, sendo que alguns requisitos, mesmo postos como essenciais pela lei, a doutrina e a jurisprudência pátria os considera como não essenciais, pois a sua supressão não invalida a cambial, podendo inclusive serem preenchidos posteriormente ao negócio, até no ato da cobrança judicial.
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TÍTULOS DE CRÉDITOS PROPRIAMENTE DITOS:
LETRA DE CÂMBIO
NOTA PROMISSÓRIA
CHEQUE
DUPLICATA MERCANTIL
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LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA:
DECRETO 57.663/1966 – LEI UNIFORME
DECRETO 2.044/1908
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LETRA DE CÂMBIO
A letra de câmbio, estruturado como uma ordem de pagamento, é um instrumento de declaração unilateral de vontade, enunciada em tempo e lugar certo, na letra firmada, por meio do qual o sacador declara que o sacado pagará a pessoa do beneficiário / tomador, uma quantia certa, num local e numa data certa. Pode acontecer situações em que a letra poderá ter como sacador e tomador a mesma pessoa, da mesma sorte sacador e sacado, onde alguém dá a ordem a si próprio.
Legislação específica: Decreto 57.663/1966 (Lei Uniforme) e supletivamente, no que couber, o decreto 2.044/1908.
Para que um documento seja caracterizado como letra de câmbio, exige a Lei Uniforme que o documento contenha alguns elementos específicos, denominados aqui como requisitos essenciais (arts. 1º e 2º da LU). 
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MODELO DE LETRA DE CÂMBIO
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MODELO DE LETRA DE CÂMBIO
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REQUISITOS ESSENCIAIS: ARTS. 1º E 2º DO DECRETO 57663/1966
1) A palavra letra inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse documento.
2) Mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada.
3) O nome daquele que deve pagar (sacado).
4) A época do pagamento.
5) A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento.
6) O nome da pessoa a quem ou à ordem de que deve ser paga.
7) A indicação da data em que, e do lugar onde a letra e passada.
8) Assinatura de quem passa a letra (sacador).
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TÍTULO EM BRANCO OU INCOMPLETO
A letra de câmbio, assim como qualquer outro título de crédito, pode ser emitida e circular validamente, com parte de seus requisitos em branco ou incompleto. Assim, os requisitos essenciais da lei não precisam estar totalmente atendidos no momento em que o sacador assina o documento e o entrega ao tomador. 
O que se deve observar é a boa fé que impera na transação creditícia, e que deve imperar também no momento do preenchimento posterior por parte do portador, sob pena de não poder executar o título, isso ante a uma possível má fé nesse preenchimento posterior.
A validade da emissão e circulação do título em branco ou incompleto é fundada no art. 3º do Decreto 2.044/08 e admitida pela jurisprudência vinculante da Súmula 387 do STF. (boa fé objetiva).
Entretanto, a letra de câmbio e os demais títulos de crédito deverão estar perfeitos e completos no sentido de atender aos respectivos requisitos da lei, isso no momento que antecede ao protesto ou à cobrança judicial.
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ACEITE
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, onde o sacador endereça ao sacado a dita ordem. Este não se encontra obrigado a cumprir a ordem contra sua vontade. Isso quer dizer que enquanto o sacado não manifesta sua concordância, por meio de ato lançado no próprio título, ele não tem nenhuma obrigação cambial. Este ato de é o aceite.
O sacado pode ainda recusar-se parcialmente quanto ao aceite.
Art. 21 da LU:
			“A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicilio, pelo portador ou até por um simples detentor”.
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APRESENTAÇÃO PARA PAGAMENTO
A letra de câmbio deve ser apresentada ao sacado, para pagamento, no dia do vencimento. Se o título vence num dia não útil, a apresentação deve ser feita no primeiro dia útil seguinte. Segue ainda a regra do art. 38, 1ª parte, da Lei Uniforme, que admite a apresentação num dos dois dias úteis seguintes ao do vencimento.
A inobservância do prazo de apresentação a pagamento, por si só, não traz nenhuma conseqüência de relevo ao portador da letra de câmbio. A lei estabelece, na verdade, para disciplinar o início da fluência do prazo de protesto e de prescrição.
Nesse entendimento, se inadimplida a obrigação cambiária pelo devedor principal, o credor da letra em dia certo deve encaminha-la ao cartório de protesto nos dois dias úteis seguintes ao que ela seria pagável.
A letra passada com a declaração “sem despesas”, torna o protesto facultativo para fins judiciais, conforme dispõe o art. 70, 2ª parte, da LU.
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PRESCRIÇÃO E AÇÃO DE COBRANÇA
De acordo com o artigo 70 da Lei Uniforme, todas as ações contra o aceitante prescrevem em três anos, as ações do portador contra os endossantes e contra o sacador prescrevem em 1 ano. Já as ações dos endossantes uns contra os outros e contra o sacador prescrevem em 6 meses a contar do dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado judicialmente. 
A Lei Uniforme é omissa quanto as ações contra o avalista, o que enseja entendimento jurisprudencial no sentido de que nesse caso o prazo prescricional será de cinco anos, na forma do art. 52 do Dec. 2.044/1908.
A cobrança da letra de câmbio será feita através de ação de execução, vez que esse título de crédito está inserido no rol do art. 585, I como sendo título executivo extrajudicial. Deve ser observada a devida prescrição de seu poder executório, sendo que uma vez prescrita a letra de câmbio, sua cobrança se dará através de processo de conhecimento, numa ação de cobrança ou monitória.
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ENDOSSO E AVAL
O endosso,
previsto nos artigos 11 e seguintes da LU, é a forma de se transferir os direitos ou parte deles relativo a letra de câmbio nominativa à ordem, podendo ser translativo em branco ou em preto, admitindo-se ainda as demais espécies desse instituto.
O aval, previsto no artigos 30 e seguintes da LU, é a forma de se garantir acessoriamente o pagamento da letra de câmbio, admitindo-se todas as espécies desse instituto.
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NOTA PROMISSÓRIA
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MODELO DE NOTA PROMISSÓRIA
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REQUISITOS ESSENCIAIS: ART. 75 DA LU.
1) Denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título.
2) A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada.
3) A época do pagamento.
4) A indicação do lugar em que se efetuar o pagamento.
5) O nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga.
6) A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada.
7) A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
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INSTITUTOS DA NOTA PROMISSÓRIA
Conforme dispõe o art. 77 da LU, aplicam-se a esse título as mesmas normas relativas a letra de câmbio, ressalvadas as partes que sejam contrária à natureza da nota promissória.
Dispõe o art. 78 da LU que o subscritor/sacador de uma nota promissória equivale-se à figura do aceitante da letra de câmbio. Assim sendo, para o caso de contagem do prazo de prescrição, é de 3 anos a ação do portador contra o subscritor da nota promissória.
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CHEQUE:
LEI 7.357/1985
Cheque é o título de crédito emitido contra banco, ou Instituição Financeira que lhe seja equiparada, contendo uma ordem de pagamento à vista. O cheque é disciplinado pela Lei n. 7.357/1985, cujo art. 32 dispõe que ele é pagável à vista, considerando-se não-escrita qualquer menção em contrário.
A propósito, o parágrafo único do citado art. 32 preceitua que o cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação.
Convém ainda frisar que o cheque é emitido contra banco, ou Instituição Financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque (art. 3º). 
A falta de fundos disponíveis não prejudica a validade do título como cheque (art. 4º).
É da competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas relativas à matéria bancária relacionada com o cheque (art. 69 da Lei n. 7.357/1985). 
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REQUISITOS ESSENCIAIS:
ART. 1º DA LEI 7.357/85
Art . 1º - O cheque contêm:
I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado);
IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais.
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APRESENTAÇÃO:
ARTS. 33 E 34
De acordo com o art. 33, o cheque da mesma praça deve ser apresentado para pagamento no prazo de trinta dias, a contar da emissão. Este prazo passa a ser de sessenta dias quando for cheque da praça diferente.
Diz o art. 34: “ A apresentação do cheque à câmara de compensação equivale à apresentação a pagamento”.
A falta de pagamento do cheque pode ser comprovada de três formas:
a) protesto;
b) declaração do sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia da apresentação, constando a insuficiência de fundos;
c) declaração escrita e datada por câmara de compensação, com menção da insuficiência de fundos.
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São três as consequências da perda do prazo de apresentação do cheque, ei-las:
a) o portador perde o direito de execução contra o emitente, se este tinha fundos disponíveis durante o prazo da apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja inimputável (§ 3º do art. 47). Tal ocorre, por exemplo, quando, após a expiração do prazo de apresentação, o banco-sacado vem a falir. Outro exemplo: O Governo, em razão de guerra externa, confisca dinheiro.
Se, no entanto, a falta de fundos for atribuída ao emitente, este continua sendo devedor do cheque, podendo ser executado judicialmente.
b) o portador perde o direito de promover a execução contra os endossantes e seus avalistas (inciso II do art. 47).
c) o endosso, após o decurso do prazo de apresentação, terá efeito de cessão civil de crédito (art. 27).
Nem mesmo a morte do emitente ou sua incapacidade superveniente à emissão invalidam os efeitos do cheque (art. 37), cuja execução, respectivamente, pode se dar contra o espólio do emitente ou contra o incapaz, devidamente representado ou assistido pelo representante legal.
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SUSTAÇÃO DO CHEQUE:
ART. 35 DA LEI 7.357/85
Sustação é a contra-ordem do emitente dirigida ao sacado para que este não efetue o pagamento do cheque.
São dois os meios de sustação: revogação e oposição.
A revogação ou rescisão é ato exclusivo do emitente e consiste numa contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato (art. 35). Embora a revogação seja possível a qualquer tempo, só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação ( parágrafo único do art. 35).
A oposição, por sua vez, pode ser feita tanto pelo emitente quanto pelo portador legitimado. 
Trata-se também de um comunicado, por escrito, ao sacado, fundada em relevante razão de direito, surtindo efeito mesmo durante o prazo de apresentação.
Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo opoente, mas se a sustação for sem justa causa configurar-se-á o delito de estelionato, previsto no art. 171, § 2º, inciso VI, do Código Penal, desde que tenha sido dolosa e fraudulentamente.
O objetivo da sustação é impedir que o sacado efetue o pagamento do cheque, e, por isso, não é cabível em relação aos cheques já pagos.
Não obstante a sustação, o cheque continua sendo título executivo, competindo ao juiz, no processo de execução, analisar os motivos da sustação. Se fundados em exceções pessoais entre o emitente e o tomador, como, por exemplo, vícios redibilitório na mercadoria, não atingirá o endossatário que, de boa-fé, houver, antes da sustação, adquirido o cheque.
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AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO:
ARTS. 47 E 59 DA LEI 7.357/85
O cheque é título executivo extrajudicial (art. 47 da Lei n. 7.357/85 e art. 585, inciso
I, do Código de Processo Civil). Prescreve em seis meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação de execução contra o emitente, endossantes e avalistas (art. 59 da LC). 
Portanto, na contagem do prazo de seis meses não se conta da data da efetiva apresentação do cheque ao sacado e sim da expiração do prazo legal para a sua apresentação. 
A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em seis meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado (parágrafo único do art. 59 da LC).
Assim, o endossante ou avalista que efetua o pagamento do cheque torna-se credor sub-rogado, tendo, pois, o prazo de seis meses para mover a ação de execução contra os coobrigados anteriores.
Prescrita a ação de execução, é ainda cabível a ação cambial de enriquecimento sem causa contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque. Esta ação, que é prevista no art. 61 da LC, prescreve em dois anos, contados do dia em que se consumar a prescrição para a ação de execução ou para ação regressiva de execução.
Finalmente, mesmo diante da prescrição das duas ações cambiais, ainda é possível se mover ação de cobrança ou ação de indenização, e até mesmo a ação monitória, fundadas na relação causa, que ensejou a emissão do cheque sem fundos, comprovando, é claro, o não-pagamento e a existência valida do negócio jurídico, servindo-se o cheque como meio de prova
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CHEQUE PRÉ-DATADO 
Tratando-se, porém, de cheque pré-datado, caso seja apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão ou de pré-datamento, é pagável no dia da apresentação, conforme parágrafo único do art.32 da LC, considerando-se portanto essa última data como sendo a data da emissão. 
Todavia, apresentar o cheque pré-datado antes do dia ajustado pelas partes gera dano moral. A questão foi sumulada pelos ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em votação unânime. O projeto que originou a súmula 370 foi relatado pelo ministro Fernando Gonçalves que assim informa:
“CARACTERIZA DANO MORAL A APRESENTAÇÃO ANTECIPADA DE CHEQUE PRÉ-DATADO.“
O cômputo do prazo prescricional de cheque utilizado em sua forma atípica, ou seja, com data futura de apresentação (pré-datado), tem início a partir de 30 dias da data da avença expressamente consignada na cártula e não o dia da emissão do título. 
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ESPÉCIES DE CHEQUE:
“cheque voador”
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“cheque caução”
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“cheque sustado”
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“cheque-mate”
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“Xequi sem comentários”
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“cheque chorão”
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“Cheque boomerangue”
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“Cheque frio”
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“cheque poupança jovem”
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“cheque fome zero”
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Nesses casos, melhor mesmo é ser esnobe e não aceitar cheque
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ESPÉCIES DE CHEQUE:
CHEQUE VISADO
CHEQUE VISADO: é aquele que contém, no verso, um visto e assinatura do sacado, representando a confirmação da existência de fundos. Embora o cheque não admita aceite, tendo em vista que é ordem de pagamento à vista, considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido, o art. 7º da Lei n. 7.357/85 prevê cheque visado.
O visto deve ser requerido ao sacado pelo próprio emitente ou portador legitimado. O cheque, para ser visado, ainda deve ser nominativo não endossado.
O art. 7º da Lei n. 7.357/85, proíbe que o cheque ao portador ou já endossado sejam visados. O visamento do cheque indica que o banco-sacado reservou numerário suficiente para o pagamento do cheque durante o prazo de apresentação. 
Expirado esse prazo sem que o cheque tenha sido apresentado, o banco sacado procede ao cancelamento do visamento, creditando na conta do emitente a quantia reservada. Sobredito cancelamento, ainda que não vencido o prazo de apresentação, pode ser também providenciado pelo sacado se o cheque lhe for entregue para inutilização.
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O cheque visado é, na prática, dinheiro na mão, pois o banco é responsável pelo pagamento, mesmo que o tenha visado irregularmente ou então se não reservou numerário suficiente para o pagamento. 
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CHEQUE ADMINISTRATIVO
CHEQUE ADMINISTRATIVO: é o emitido pelo banco contra o próprio banco sacador. É também chamado de cheque bancário ou cheque caixa ou ainda cheque de tesouraria. Nesse cheque, o emitente é o próprio banco, figurando como sacado uma de suas agências bancárias. Referido cheque, é previsto no art. 9º, inciso III, da Lei n. 7.357/85, não pode ser ao portador. A exigência de que seja nominativo não implica, porém em proibição do endosso.
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BANCO REAL S.A.
CHEQUE ADMINISTRATIVO
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CHEQUE CRUZADO
CHEQUE CRUZADO: é o que contém, no anverso, dois traços paralelos, inseridos pelo emitente ou por qualquer portador. A finalidade do cruzamento, que é evitar que o cheque seja pago diretamente no caixa da agência bancária sem que se identifique o beneficiado, na verdade, é atingida por qualquer cheque de valor superior a cem reais, independentemente de cruzamento, pois, a partir desse valor, o cheque tem que ser nominativo.
Força, portanto, convir que a utilidade prática do cruzamento cinge-se aos cheques ao portador, que, no Brasil, não pode ter valor superior a cem reais. Uma vez cruzado, veda-se o saque direto no caixa, exigindo-se, pois, o depósito do cheque, realizando-se, destarte, a identificação do beneficiado.
O cruzamento é em branco ou se entre os dois traços não houver nenhuma indicação do nome do banco ou então existir apenas a indicação “banco”, ou outra equivalente. O cheque com cruzamento geral pode ser pago pelo banco sacado a outro banco ou a cliente do sacado, mediante crédito em conta.
Noutras palavras, este cheque não pode ser descontado diretamente no caixa da agência bancária, porque o Banco sacado só paga este cheque para o banco, no qual ele é depositado. Caso o portador seja cliente do banco sacado, ainda assim não poderá sacá-lo no caixa e sim depositá-lo, devendo o pagamento ser feito mediante crédito em sua conta. 
O cruzamento é especial ou em preto se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. O cheque com cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se este for o sacado, a cliente seu, mediante crédito em conta. Se o credor não tiver conta no banco indicado ficará impedido de depositar o cheque senão após abrir uma conta na referida Instituição Bancária, restando-lhe, no entanto, a opção de endossar o cheque.
O cruzamento é irretratável. A propósito, dispõe o § 3º do art. 44 da Lei n. 7.357/85 que a inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como se não existente. O cruzamento geral pode ser convertido em especial, mas este não pode converter-se naquele.
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P/ DEPÓSITO NO B.BRASIL
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CHEQUE PARA SE LEVAR EM CONTA
CHEQUE PARA SE LEVAR EM CONTA: é o que contém a cláusula proibindo o seu pagamento em dinheiro.
Esta cláusula, que pode se inserida pelo emitente ou por qualquer portador, é revelada pela expressão “para ser creditado em conta”, ou outra equivalente, escrita de forma transversal no anverso do título. Nesse caso, o pagamento pelo sacado é feito por lançamento contábil, após o depósito do cheque, consistente em crédito em conta do depositante ou transferência para outra conta, a pedido do depositante, ou ainda compensação, caso o depositante esteja em débito com o banco no qual o cheque fora depositado. 
Aludida cláusula é irretratável, reputando-se não escrita a sua eventual inutilização. O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. Conquanto seja comum se inserido neste cheque o número da conta em que se deve fazer o depósito, não consta na lei essa exigência, bastando a expressão “para ser creditado em conta”, caso figure o número da conta, o cheque só poderá ser depositado nesta conta. 
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CHEQUE FISCAL
CHEQUE FISCAL: é o emitido por autoridades administrativas para a restituição dos excessos de arrecadação tributária. É a forma como as fazendas públicas se utilizam para a restituição do indébito. 
Exemplo: cheque de restituição do imposto de renda.
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CHEQUE VIAGEM
CHEQUE DE VIAGEM: ou de viajante ou traveller’s check é, a rigor, uma espécie de cheque administrativo, pois o emitente é o próprio banco, figurando como sacado um de seus estabelecimentos. 
Todavia, este cheque é também assinado pelo credor, duas vezes, uma na aquisição do cheque e outra por ocasião de sua liquidação. 
Visa facilitar as viagens internacionais, evitando-se o transporte de dinheiro, sendo, pois, emitido, em regra, na moeda do país em que se dará o saque.
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CHEQUE MARCADO
CHEQUE MARCADO: é aquele em que o banco, ao detectar a insuficiência de fundos, designa outra data para que o cheque seja reapresentado, assumindo, com essa atitude, a obrigação de pagá-lo, tornando-se, pois, codevedor da obrigação cambial. A idéia é mesma do cheque pré-datado.
O cheque marcado não é disciplinado pela Lei n. 7.492/86, e, por isso, a doutrina majoritária sustenta que é inadmissível a sua existência. Fran Martins, porém, sustenta que o cheque marcado ainda é possível, desde que haja expressa concordância do portador com a dilação de prazo que lhe é proposta pelo sacado revelada pela expressão “bom para tal dia”. Ora, o cheque é uma ordem de pagamento à vista e esta pós-data inscrita pelo sacado não poderia atentar contra os preceitos de ordem pública par transmudar o cheque em mera promessa de pagamento. 
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CHEQUE MARCADO PARA O DIA 01/01/01
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CHEQUE POSTAL
CHEQUE POSTAL: É o cheque emitido pelas agências dos correios, para pagamento de terceiro ou do próprio favorecido em outra agência de localidade diversa, cheque devidamente embasado no art. 66 da Lei n. 7.357/85
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DUPLICATA MERCANTIL 
LEI 5.474/1968
A fatura será obrigatória (art.1º da Lei 5.474/68) nas vendas à prazo, isto é, quando se estipular o pagamento com prazo não inferior a trinta dias da data da entrega ou despacho das mercadorias.
A emissão de duplicata é sempre facultativa, ainda que a fatura seja obrigatória.
A duplicata mercantil será extraída apenas para os casos em que houver a necessidade de circulação/transferência de direitos ou nos casos de cobrança judicial.
A duplicata é um título de crédito emitido pelo vendedor para representar uma compra e venda mercantil ou uma prestação de serviços. É estruturada como uma promessa de pagamento.
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Trata-se de um título de crédito causal, pois só pode ser emitido para representar uma compra e venda mercantil, sendo vedada a sua emissão quando se tratar de outros negócios, como o mútuo, a locação etc.
O art. 25 da LD diz que aplicam-se à duplicata e à triplicata, no que couber, os dispositivos legais sobre emissão, circulação, aval, endosso, pagamento e outros institutos das letras de câmbio. Assim, a duplicata circula-se por endosso como qualquer outro título de crédito.
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REQUISITOS ESSENCIAIS
Art. 2º da Lei 5.474/68
1º A duplicata conterá:
a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem;
o número da fatura;
a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
o nome e domicílio do ven dedor e do comprador;
a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
a praça de pagamento;
a cláusula à ordem;
a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser
assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
a assinatura do emitente.
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O beto bancário não é título de crédito, pois não possui todos os requisitos da lei, não atendendo a cota do art. 887, CC.
Todavia, existe jurisprudência do STJ que autoriza a execução de boleto bancário, considerando-o como título de crédito
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REMESSA DA DUPLICATA
A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de Instituição Financeira, procuradores ou correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo (art. 6º da LD).
O prazo para a remessa da duplicata ao sacado, quando feita pelo próprio sacador é de trinta dias, contado da data de sua emissão, mas se a remessa for feita por intermediário do sacador (representantes, procurador, Instituição financeira ou correspondente), o prazo é de dez dias, contados da data em que eles recebem a duplicata na praça de pagamento.
O devedor (comprador), ao receber a duplicata, se esta for à vista, deverá efetuar o pagamento imediato. Se, porém, for à prazo, a duplicata deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de dez dias, contados da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta de aceite. Em suma, o comprador, ao assinar a duplicata, no campo próprio para o aceite, deverá devolvê-la ao apresentante em dez dias.
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ACEITE
Na duplicata o aceite pode ser ordinário, por presunção e por comunicação.
O aceite ordinário consiste na assinatura do sacado no canto esquerdo da parte inferior do título. Revela-se inviável quando a duplicata é emitida por e-mail.
O aceite por presunção é o que dispensa a assinatura do sacado, caracterizando-se pelo fato de ter recebido a mercadoria sem recusá-la formalmente. De fato, o comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata pelos motivos do art. 8º da LD, de modo que, ao receber a mercadoria sem oposição, vincula-se ao pagamento do título, ainda que o tenha retido, inutilizado ou devolvido sem a respectiva assinatura.
O aceite por comunicação é uma comunicação, por escrito, que o sacado faz à instituição financeira, exteriorizando o seu aceite e a retenção do título. Este aceite só é possível se houver expressa concordância da Instituição financeira cobradora, quando, então, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, comunicando, por escrito (e´mail, carta, fax  etc) o aceite e a retenção (§ 1º do art. 7º da LD). Esta comunicação, dispõe o § 2º do art. 7º da LD, substituirá, quando necessário, no ato do protesto ou na execução judicial, a duplicata a que se refere. 
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ACEITE ORDINÁRIO:
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ACEITE POR PRESUNÇÃO: 
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ACEITE POR COMUNICAÇÃO
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RECUSA DO ACEITE
Diante da possibilidade do aceite por presunção, força convir que, na duplicata, o aceite é obrigatório, pois não admite recusa fora das hipóteses do art. 8º da LD.
Com efeito, dispõe o art. 8º que o comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
	I – avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não-entregues por sua conta e risco. Assim, quando o transporte é por conta e risco do vendedor, o comprador pode se recusar a aceitar a duplicata se houver avaria ou o não-recebimento da mercadoria.
	II – vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados. O ônus da prova do vício de qualidade ou quantidade é do comprador.
	III – divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
Fora dessas hipóteses, a eventual recusa do aceite será inócua, pois a simples emissão da duplicata, acompanhada do comprovante da entrega da mercadoria, é suficiente para vincular o comprador ao pagamento, presumindo-se o aceite, dispensando-se a sua assinatura.
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PAGAMENTO DAS DUPLICATAS
É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la, ou antes, da data do vencimento (art. 9º da LD). Portanto, o credor não poderá se opor ao pagamento antecipado.
O § 1º do art. 9º da LD admite como prova do pagamento o recibo lançado no verso do próprio título ou em documento separado, com referência expressa à duplicata. O cheque, com que se paga a duplicata, constitui igualmente prova de pagamento, desde que conste no verso que seu valor se destina ao pagamento da duplicata nele descrita (§ 2º do art. 9º da LD), configurando-se, pois, mais uma exceção ao princípio da literalidade.
O prazo de pagamento pode ser alterado pelo vendedor ou endossatário, mediante declaração em separado ou escrita na própria duplicata, mas para manter a coobrigação dos demais intervenientes por endosso ou aval requer a anuência expressa destes (art. 11 da LD). A alteração do prazo em documentos separado é também uma exceção ao princípio da literalidade.
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TRIPLICATA
Triplicata é a segunda via da duplicata, que é extraída pelo vendedor no caso de perda ou extravio da duplicata.
Não se trata de uma nova duplicata e sim da mesma, contendo os mesmos efeitos e requisitos da primeira (art. 23 da LD).
Assim, diante da perda ou extravio da duplicata, o vendedor, com base nos dados da primeira duplicata, devidamente escriturados no Livro de Registro de Duplicatas, extrai a triplicata.
Conquanto prevista apenas para a hipótese de perda ou extravio da duplicata, a triplicata, na prática, também é extraída quando o comprador retém indevidamente a duplicata e se recusa a devolvê-la. Trata-se, porém, de costume contra legem, porque o § 2º do art. 15 da LD estabelece que, no caso de a duplicata não ser aceita nem devolvida, a medida cabível é o protesto por indicações.
Não há, porém, nulidade na extração da triplicata, porquanto se o vendedor pode o mais, que é o protesto por indicação, baseado em simples boleto enviado ao Tabelionato de Protestos, tem que poder o menos, qual seja, a emissão
da triplicata, tendo, pois, a opção de protestar a triplicata por indicações se o comprador, ao recebê-la, recusar-se a devolvê-la novamente.
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PROTESTO DA DUPLICATA
A duplicata admite três tipos de protestos, por: 
falta de devolução;
falta de aceite; e
falta de pagamento.
Em todas essas modalidades, o protesto será tirado no lugar do pagamento constante no título (§ 3º do art. 13 da LD), sob pena de nulidade, respondendo pelas perdas e danos o tabelião que protestou o título de outra circunscrição territorial.
Quanto ao prazo para se tirar o protesto, é de trinta dias, contado da data do vencimento da duplicata (§ 4º do art. 13 da LD). O portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias, perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.
No tocante ao sacado e o respectivo avalista, para executá-los o protesto se faz também necessário quando o aceite houver sido por presunção, mas o protesto é facultativo se a duplicata foi aceita formalmente ou por comunicação.
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O primeiro, protesto por falta de devolução, é extraído antes do vencimento com base nas indicações dos dados da duplicata ou triplicata. É, pois, o protesto por indicações, que acabamos de examinar. 
Todavia, conforme já salientado anteriormente, o vendedor, diante da falta de devolução da duplicata, na prática costuma extrair a triplicata, enviando-a para protesto. 
Portanto, o protesto por falta de devolução pode basear-se nas indicações fornecidas pelo vendedor sobre os elementos da duplicata ou então na triplicata que é extraída e enviada ao Tabelionato de Protesto.
O segundo, protesto por falta de aceite, que também é extraído antes do vencimento, ocorre quando o comprador devolve a duplicata ou a triplicata sem aceite. Diante disso, o vendedor encaminha o próprio título ao Tabelionato de Protestos.
O terceiro, protesto por falta de pagamento, é tirado após o vencimento do título, remetendo-se no Tabelionato de Protestos a duplicata ou triplicata, aceitas ou não, ou então a comunicação escrita do aceite, quando este for feito por comunicação (§ 2º do art. 7º da LD).
O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título, por falta de aceite ou de devolução, não elimina a possibilidade de protesto por falta de pagamento (§ 2º do art. 13 da LD). A propósito, caberá o processo de execução da duplicata, quaisquer que sejam a forma e as condições do protesto (§ 1º do art. 15 da LD).
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PROTESTO POR INDICAÇÕES
O protesto por indicações, é cabível quando o comprador retém a duplicata ou triplicata, recusando-se a aceitá-la e a devolvê-las.
Para extrair este protesto, basta o vendedor enviar ao Tabelionato de Protestos uma espécie de carta/declaração contendo os elementos da duplicata, facilmente extraídos a partir do livro de Registro de Duplicatas.
Vê-se assim que o protesto por indicação da duplicata é realizado sem que haja a apresentação da duplicata, constituindo uma exceção ao princípio da cartularidade.
Força convir que, no direito brasileiro, com base na Lei das Duplicatas, admite-se a existência da duplicata virtual, isto é, constituída por meio magnético, sendo, pois, destituída de uma cártula (papel), operando-se, destarte, a desmaterialização do crédito.
Com efeito, o vendedor, por e-mail, envia a duplicata ao comprador, que, por sua vez, efetua o pagamento por transferência bancária eletrônica, prescindindo-se, como se vê, da existência da cártula. Recusando-se a efetuar o pagamento e devolver o título, presume-se, na duplicata, o aceite, prescindindo-se este de qualquer assinatura, autorizando-se o vendedor a tirar o protesto por indicações, enviando, por e-mail, ao Tabelionato de Protestos, o boleto com os dados da duplicata. 
De fato, conforme observa Fábio Ulhoa Coelho, não há na lei nenhuma obrigação de se utilizar o papel como veículo de transmissão das indicações do protesto, de modo que a duplicata virtual, constituída e protestada magneticamente, já teria ingressado no ordenamento jurídico nacional, viabilizando-se, inclusive, a sua execução. O aceite presumido, isto é, destituído de assinatura, e o protesto por indicações amparam a tese da existência da duplicata virtual.
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AÇÃO CAMBIAL E PRESCRISÇÃO
A duplicata ou triplicata é título executivo extrajudicial (art. 585, inciso I, do Código de Processo Civil). Mas mesmo sem a posse da duplicata é viável a ação de execução.
Com efeito, no aceite ordinário, o título executivo é a própria duplicata ou triplicata, devidamente assinada pelo sacado, mas, no aceite por comunicação, esta comunicação por escrito funciona como título executivo extrajudicial, substituindo a duplicata, nos moldes do § 2º do art. 7º da LD.
E, no aceite por presunção, o título executivo é a duplicata ou triplicata, devidamente protestada, ou se ela não foi devolvida, o instrumento do protesto acompanhado do comprovante de entrega da mercadoria.
Assim, para a execução, não há necessidade da apresentação da duplicata, abrindo-se outra exceção ao princípio da cartularidade.
Em resumo, os títulos executivos podem ser:
 1) a duplicata ou triplicata;
 2) o aceite por comunicação;
 3) o instrumento do protesto por indicações acompanhado do comprovante de entrega da mercadoria.
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Para se executar o sacado (comprador), e seu avalista não é necessário o protesto, salvo quando o aceite for presumido. Se o aceite for ordinário, isto é, devidamente assinado, o título executivo será a duplicata ou triplicata dispensando-se o protesto.
Se o aceite for por comunicação, o título executivo será esta carta de comunicação do aceite, prescindindo-se também do protesto.
No aceite presumido com devolução, sem assinatura, da duplicata ou triplicata, o título executivo será a duplicata ou triplicata, acompanhada do instrumento do protesto e comprovante de entrega da mercadoria. Se, por fim, o aceite for presumido sem que tenha ocorrido a devolução da duplicata ou triplicata, o título executivo será o instrumento do protesto por indicações, acompanhado do comprovante de entrega da mercadoria.
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O prazo de prescrição para a execução do sacado e do seu avalista é de três anos, contados da data do vencimento do título (art. 18, inciso I, da LD).
Para se executar os endossantes e respectivos avalistas, o prazo é de um ano, contado da data do protesto, que, nesse caso, é sempre necessário (art. 18, inciso II, da LD).
O coobrigado que efetua o pagamento da duplicata torna-se credor sub-rogado e, por isso, poderá executar, em direito de regresso, os coobrigados anteriores a ele, dentro do prazo de um ano, contado da data em que haja sido efetuado o pagamento do título (art. 18, inciso III, da LD).
Vale consignar que os coobrigados da duplicata respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento (§ 2º do art. 18, da LD).
O foro competente para a cobrança judicial da duplicata é alternativo:

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