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GLÂNDULAS ANEXAS Vet

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GLÂNDULAS ANEXAS DO TUBO DIGESTÓRIO
GLÂNDULAS SALIVARES
Características gerais: invaginações do epitélio bucal para o interior da estrutura associada à lâmina própria- submucosa.
Glândulas salivares maiores: parótida, submandibular, sublingual, zigomática e molar.
Glândulas salivares menores: labiais, linguais, bucais e palatinas.
 
Organização histológica:
Glândulas tubuloalveolares ramificadas com cápsula de tecido conjuntivo formando septos que subdividem a glândula em lobos e lóbulos por onde os componentes vascular e neural alcançam as unidades secretoras. O tecido conjuntivo intralobular reticular ou frouxo se mescla ao conjuntivo denso da cápsula.
Porção secretora: túbulos e ácinos.
Células serosas: seromucosas secretam tanto proteínas quanto polissacarídeos. Células piramidais com núcleos redondos, basais com grânulos secretores.
Células mucosas: forma semelhante à das células serosas, núcleos na base achatados, maior complexo de Golgi, secreção de carboidratos.
Células mioepiteliais (células em cesta): células com prolongamentos longos, rica em actina e miosina semelhantes a células musculares lisas, envolvem o ácino secretor e ductos intercalares facilitando a liberação do produto secretado.
Porção excretora: ductos.
Ductos intercalares: túbulos com epitélio cúbico baixo.
Ductos estriados: são intralobulares, epitélio prismático, não ocorre em glândulas exclusivamente mucosas.
Ductos intralobulares e lobulares (transição): epitélio cúbico biestratificado ou prismático biestratificado.
Ductos intralobares ou interlobulares: epitélio prismático pseudoestratificado.
Ducto excretor: epitélio estratificado pavimentoso que é contínuo com o epitélio bucal.
SALIVA
Função:
Lubrificação e limpeza da cavidade oral.
Atividade antibacteriana.
Participação na sensação do paladar ao dissolver o alimento.
Início da digestão, através da amilase salivar e lipase salivar.
Participação na deglutição, umedecendo o alimento e permitindo a formação do bolo alimentar.
Participação no processo de coagulação e de cicatrização das feridas em virtude de fatores de coagulação e de crescimento epidérmico presente na saliva.
Composição:
lactoferrina (liga-se ao ferro do metabolismo bacteriano).
Lisozima (quebra cápsula bacteriana).
Íons tiocianato (bactericida atua no interior da bactéria).
Ig A secretora função antimicrobiana protetora.
PARÓTIDA
Geralmente serosa, poucas células mucosas nos carnívoros. Possui altos níveis de amilase salivar e Ig A secretora. 
SUBMANDIBULAR
Secreção mista nos cavalos, homem e ruminantes; serosa em roedores e mucosa nos cães e gatos. Apresenta ductos estriados longos, apresentam muitos perfis em cortes transversais.
SUBLINGUAL
Secreção mista (pequenos carnívoros, homem e cavalos); mucosas ( ruminantes, suínos e roedores). Apresentam unidades tubulares mucosas com um capuz de semiluas serosas, cápsula escassa, não forma ducto terminal, abrem no assoalho da boca e na glândula submandibular. 
FÍGADO 
A maior glândula do corpo, subdividido em lobos, os hepatócitos formam placas anastomosadas de posicionamento radial organizadas em lóbulos, está envolvido por peritônio que forma um epitélio simples pavimentoso, uma cápsula serosa recobrindo a cápsula de tecido conjuntivo denso, cápsula de Glisson.
Funções do Hepatócito:
Síntese – açúcares, proteínas plasmáticas, fatores de coagulação, lipídeos, uréia, corpos cetônicos.
Secreção - sais biliares, ácidos biliares.
Excreção – pigmentos biliares.
Armazenamento – lipídeos, vitaminas, glicogênio.
Biotransformação - substâncias tóxicas, drogas, hormônios.
Metabolismo – lipídeos, proteínas, carboidratos.
Hematopoese - função hepática durante o desenvolvimento fetal.
Organização Histológica do Fígado
Tecido Conjuntivo:
O tecido conjuntivo capsular é contínuo com o tecido conjuntivo intersticial, nas regiões interlobulares é proeminente e formado por tecido conjuntivo frouxo chamadas de espaço porta, contendo a tríade portal composta por uma vênula, ramo da veia porta, uma arteríola, ramo da artéria hepática, um ducto biliar e vasos linfáticos. O tecido conjuntivo intralobular é escasso, um tecido conjuntivo reticular.
No hilo hepático penetram a artéria hepática e veia porta hepática formando o sistema porta-hepático.
A veia porta hepática originando-se do intestino delgado e do baço entra pelo hilo do fígado e se divide nos ramos lobares e interlobulares, o sangue venoso das vênulas porta é lançado nos sinusóides hepáticos através das veias onde ele é misturado com o sangue arterial das arteríolas hepáticas.
A drenagem venosa é realizada através de uma drenagem sinusoidal convergente em direção à veia centrolobular.
Lóbulo Hepático:
O eixo longitudinal de cada lóbulo hepático clássico é ocupado pela veia centrolobular, ramo inicial da veia hepática. Os hepatócitos se irradiam, como raios de uma roda, a partir da veia centrolobular, formando placas de células hepáticas separadas umas das outras por grandes espaços vasculares, os sinusóides hepáticos. A bile produzida pelas células hepáticas entra em pequenos espaços intercelulares, os canalículos biliares entre os hepatócitos e flui da periferia do lóbulo para os ductos biliares interlobulares dos espaços porta.
Existe um pequeno espaço que separa os sinusóides dos hepatócitos, sustentado por fibras reticulares e recebe o nome de espaço de Disse.
As substâncias no interior do sistema porta, incluindo os metabólitos e materiais tóxicos, são lançadas para as células de von Kupffer, membro do sistema macrofágico, reveste os sinusóides hepáticos e tem atividade fagocitária.
Lóbulo Portal
Unidade funcional ou secretora , fundamentado na função exócrina do órgão, os canalículos biliares deságuam nos ductos biliares interlobular, um único ducto biliar interlobular grande localizado no espaço porta drena a secreção dos lóbulos hepáticos adjacentes, o foco central do lóbulo portal.
Ácino Hepático (Ácino Portal de Rappaport)
Unidade vascular do fígado,apresenta Três zonas com base na sua proximidade em relação aos vasos interlobulares, no fluxo sanguíneo da arteríola de distribuição: zona periférica, intermediária e centrolobular (mais pobremente oxigenada).
BILE
Este líquido contém principalmente água, sais biliares, bilirrubina glicuronada, fosfolipídios, lecitina, colesterol, eletrólitos plasmáticos (sódio e bicarbonato) e IgA. Ele absorve gordura, elimina 80% do colesterol sintetizado no fígado e excreta produtos de catabolismo originados do sangue como a bilirrubina.
A maior parte dos sais biliares é absorvida da luz do intestino delgado, entra no fígado pela veia porta, endocitada pelos hepatócitos, transportada para o canalículo biliar para reliberação de volta para o duodeno.
Vesícula Biliar
Função: é um órgão que faz o armazenamento e concentra os produtos de secreção do fígado absorvendo a água da sua luz, e libera a bile quando necessário.
Epitélio que reveste a mucosa é prismático simples, a lâmina própria submucosa é formada por tecido conjuntivo frouxo, a camada muscular consiste em músculo liso, a camada de tecido conjuntivo ligada à cápsula de Glisson do fígado e serosa típica.
Os ductos biliares interlobulares forma ductos intra-hepáticos que formam ductos extra-hepáticos: ductos hepáticos, ducto cístico da vesícula biliar e o ducto biliar comum (o ducto colédoco).
PÂNCREAS
Possui o processo uncinado, a cabeça, o corpo, e a cauda. Apresenta uma fina camada de tecido conjuntivo que forma septos e subdividem a glândula em lóbulos. O suprimento nervoso e vascular do pâncreas, e o seu sistema de ductos caminham nestes compartimentos de tecido conjuntivo.
Pâncreas Exócrino
Glândula tubuloacinar composta que secreta líquido seroso alcalino rico em bicarbonato que neutraliza e tampona o quimo ácido que entra no duodeno, contem pró-enzimas digestivas como amilase pancreática, lipase pancreática, ribonuclease, tripsinogênio e elastase.
Porção secretora e ductal:
Ácinode formato redondo a oval cuja luz é ocupada por três ou quatro células centroacinares, o início do sistema de ductos do pâncreas (ductos intercalares).
Célula acinar tem forma de pirâmide, núcleo redondo localizado na base rodeado por citoplasma basófilo, ápice cheio de grânulos secretores contendo pró-enzima (grânulos de zimogênio).
Os ductos intercalares reúnem-se e formam ductos intralobulares, que confluem e formam ductos interlobulares que liberam seu conteúdo no ducto pancreático principal que se une ao ducto biliar comum antes da abertura no duodeno.
Pâncreas Endócrino 
Ilhotas de Langerhans: Aglomerado arredondado e cordonal de células ricamente vascularizado com rede de capilares circundado por fibras reticulares.
Produz dois hormônios a insulina e glucagon que atuam na diminuição e aumento dos níveis de glicose no sangue, respectivamente.
Glândulas Anexas do Tubo Digestivo 
FÍGADO
O fígado, uma das maiores glândulas do corpo, é caracterizado por uma multiplicidade de funções complexas: excreção (produtos de degradação), secreção (biliar), armazenamento (lipídios, vitaminas A e B, glicogênio), síntese (fibrinogênio, globulinas, albumina, protrombina), fagocitose (matéria estranha particulada), desintoxicação (medicamentos lipossolúveis), conjugação (substâncias tóxicas, hormônios esteróides), esterificação (ácidos graxos livres para triglicerídios), metabolismo (proteína, carboidratos, gorduras, hemoglobina, medicamentos), e hemopoese (no embrião e potencialmente no adulto). 
E importante lembrar que o figado possui um duplo suprimento sanguíneo. A veia porta conduz sangue carregado de alimentos do intestino e órgãos associados, e a artéria hepática supre as células do órgão com sangue oxigenado. Ramos desses dois vasos seguem o tecido conjuntivo ramificante. 
Cápsula e trabéculas
Cada lobo do fígado é coberto por células mesoteliais do peritônio visceral que se sobrepõem a uma delgada cápsula de tecido conjuntivo. O tecido conjuntivo da cápsula estende-se para os espaços interlobulares e sustenta o sistema vascular e os ductos biliares. Uma fina malha de fibras reticulares e colágenos circunda as células e sinusóides. As células musculares lisas podem estar presentes na cápsula e no tecido interlobular. A cápsula também contém troncos nervosos motores, feixes de fibras e fibras individuais, bem como receptores. O tecido interlobular e as trabéculas são escassos e difíceis de serem observados, exceto no suíno que possui evidentes septos de tecido conjuntivo fibroso circundando cada lóbulo do fígado.
O tecido conjuntivo que sustenta os ramos da artéria hepática, a veia porta, os dúctulos biliares e um vaso linfático aparecem por todo o corte do fígado. Tais grupos de vasos são denominados espaço porta. O sangue das áreas portais atinge a veia central do lóbulo por meio de sinusóides de paredes delgadas. Portanto, o sangue dos ramos da artéria hepática e da veia porta eventualmente mistura-se nos sinusóides. Inversamente, o fluxo biliar é oposto ao do sangue. Todo o parênquima entre a área portal e a veia central consiste de células dispostas em placas ou lâminas ramificantes. Entre as células adjacentes os canalículos biliares são formados pelas membranas celulares apostas dos hepatócitos. Os canalículos formam uma rede anastomótica por toda a lâmina.
Conceitos sobre os lóbulos do figado
A estrutura lobular pode ser interpretada de três modos diferentes, dependendo do relacionamento funcional que está sendo considerado. O lóbulo hepático, às vezes chamado de lóbulo clássico, é uma unidade estrutural organizada ao redor da veia central. Perfis de cortes transversais deste lóbulo são aproximadamente hexagonais no formato, com os sinusóides radiando-se da periferia para a veia central, na qual se esvaziam.
Os espaço porta estão presentes em aproximadamente três dos seis ângulos do lóbulo hepático. Estas áreas de tecido conjuntivo de formato triangular contêm ramos da veia porta, da artéria hepática, vasos linfáticos, um ou mais ductos biliares e nervos. O lóbulo hepático é especialmente bem delineado no suíno porque é completamente circundado por septos de tecido conjuntivo. 
O lóbulo portal é uma unidade funcional centrada ao redor do ducto biliar na área portal. É definido como uma área triangular ou consiste do parênquima de três lóbulos hepáticos adjacentes, que são drenados pelo ducto biliar localizado na área portal. Assim, o eixo do lóbulo portal é o ducto biliar interlobular na área portal e a periferia é delineada por três veias centrais.
Além das unidades funcionais tradicionais com a estrutura descrita acima, uma terceira unidade, o ácino hepático (ácino portal de Rappaport), foi proposta. E uma área de parênquima aproximadamente oval, cujo eixo revolve ao redor do ramo terminal da veia porta e o início dos ductos biliares. Uma veja central está em cada extremidade do ácino e uma área portal em um lado. Três zonas de atividade metabólica variável, entre o eixo e a veia central, tornam-se evidentes, resultando do suprimento diminuído de nutrientes e oxigênio à medida que o sangue flui no sentido da veia central. Desta forma. As células na zona 1 recebem o máximo de oxigênio e nutrientes, enquanto os das zonas 2 e 3 recebem progressivamente menos.
Parênquima
As células hepáticas ou hepatócitos são de formato poliédrico, comum núcleo esférico com aglomerados espalhados de cromatina localizado centralmente e um ou mais nucléolos proeminentes. O citoplasma contém mitocôndrias, aparelho de Golgi localizado próximo do núcleo ou adjacente ao canalículo biliar, lisossomas, enzimas, glicogênio, gordura e grânulos de pigmento. A célula hepática possui três superfïcies funcionais que devem ser consideradas: a superfície mais extensa e adjacente aos sinusóides está coberta por microvilos; a supertïcie de contato entre células hepáticas adjacentes é lisa; a pequena superfície que forma o canalículo biliar é realçada por desmossomas e possui microvilos projetando-se no lume do canalículo.
Canalículo biliar e ductos biliares
Os diminutos canais entre hepatócitos opostos são os canalículos biliares. Eles são simplesmente áreas onde as membranas de células adjacentes divergem, formando espaços intercelulares expandidos. As membranas celulares que limitam estes espaços possuem microvilos curtos, e as margens superior e inferior possuem junções estreitas (zonulas occludens) que impedem que a bile encha o estreito espaço intercelular acima e abaixo do canalículo.
Os hepatócitos absorvem bilirrubina (pigmento biliar) do sangue, conjugam-no e o secretam como um componente da bile. Os sais biliares, proteína e colesterol são os outros componentes. A bile é secretada no interior dos canalículos biliares e atinge os dúctulos biliares das áreas portais por meio dos pré-dúctulos ou canais de Hering. Os pré-dúctulos são forrados por epitélio cúbico baixo que repousa sobre uma delgada membrana basal. Os dúctulos unem-se a ductos intra-hepáticos maiores e finalmente deixam o fígado através dos ductos hepáticos principais. As passagens biliares extra-hepáticas são compostas dos ductos hepáticos, ducto cístico, ducto biliar comum e pela vesícula biliar.
Os dúctulos biliares são forrados com epitélio cúbico e, à medida que seus calibres aumentam, o epitélio gradativamente aumenta de altura, tornando-se finalmente cilíndrico nos ductos hepáticos maiores. 
Vasos sanguíneos e sinusóides
A vascularização do fígado está diretamente relacionada a suas múltiplas funções. Ao penetrar no fígado, a veia porta e a artéria hepática imediatamente enviam ramos para os lobos, os vasos interlobares, que, por sua vez, ramificam-se para formar os vasos interlobulares que são encontrados nas áreas portais.
As veias portais interlobulares possuem pequenos ramos, às vezes conhecidos como veias de distribuição, que formam o eixo do ácino hepático. Vênulas curtas surgem das veias de distribuição e terminam diretamente nos sinusóides.
A maior parte do sangue da artéria hepática interIobularpenetra num plexo capilar dentro das áreas portais, o que é drenada por pequenos ramos da veia porta, enquanto apenas uma pequena parcela atinge os sinusóides diretamente por meio de ramos arteriolares da artéria interlobular.
O sangue deixa o lóbulo por meio das veias centrais. Estes vasos são forrados por endotélio que repousa numa fina túnica adventícia e comunicam-se diretamente com os sinusóides. A veia central liga-se à veia sublobular, ou veia intercalada, na periferia do lóbulo. Veias sublobulares correm ao longo da base dos lóbulos e finalmente formam as veias hepáticas que eventualmente unem-se à veia cava posterior.
Os sinusóides atravessam os canais entre as lâminas e estão separados dos hepatócitos por um espaço perissinusoidal (espaço de Disse). Os sinusóides, que se radiam da periferia do lóbulo no sentido de seu centro, comunicam-se uns com os outros através de interrupções na estrutura laminar. Os sinusóides são forrados por células endoteliais descontínuas, algumas das quais são de natureza fagocítica e fazem parte do sistema reticulo-endotelial. Elas podem aparecer como células inativas achatadas ou como células fagociticas ativas, proeminentes e triangulares (células de Kupffer) muitas vezes preenchidas com substâncias estranhas. Há variações no revestimento sinusoidal entre os animais domésticos, particularmente os ruminantes. Tanto nos ovinos como nos bovinos há uma forração endotelial continua e uma lâmina basal evidente, enquanto o caprino possui uma forração endotelial descontinua, com uma evidente lâmina basal. Como o endotélio é descontinuo e uma lâmina basal sinusoidal está ausente nos animais que não os ruminantes, parece que nestas espécies o sangue pode entrar em contato direto com a membrana celular do hepatócito
VESICULA BILIAR
A vesícula biliar é um órgão vesicular que armazena e concentra a bile produzida pelo fígado. Sua mucosa é caracterizada por altas pregas primárias, especialmente no cão e no gato, mas nas outras espécies as pregas são mais baixas ou quase ausentes. A vesícula biliar é forrada por epitélio cilíndrico alto com microvilos proeminentes. Células caliciformes ocasionalmente ocorrem entre as células epiteliais, especialmente nos grandes ruminantes. Os estudos de microscopia eletrônica do epitélio da vesícula biliar do cão revelaram tanto tipos celulares escuros como claros. As células claras contém vesículas pinocitóticas e secretoras que se acredita transportem muco e colesterol. As células escuras possuem citoplasma elétron-denso e nelas as organelas são escassas. A lâmina própria é composta de tecido conjuntivo frouxo. Como não há muscular da mucosa, a lâmina própria une-se à submucosa sem uma clara linha de junção. Tecido linfático, difuso ou nodular, pode estar presente no tecido conjuntivo. Geralmente não há glândulas na mucosa da maioria das espécies, mas invaginações profundas do epitélio superticial às vezes dão a aparência de unidades secretoras glandulares. Essas estruturas, forradas por epitélio, às vezes são denominadas seios de Rokitansky-Aschoff. Em determinadas espécies, particularmente nos ruminantes, glândulas verdadeiras estão presentes na mucosa. Quando presentes as glândulas podem ser serosas ou mucosas, dependendo da espécie, indivíduo ou localização na mucosa. As fibras musculares lisas da túnica muscular geralmente correm numa direção circular. Os músculos são supridos por nervos tanto simpáticos como parassimpáticos.
Os ductos biliares hepáticos e comuns são de estrutura semelhante aos da vesicula biliar. Camadas musculares, circulares e longitudinais, estão presentes. A camada muscular é mais espessa nas espécies bovinas e mais delgada nos carnívoros. Nos outros animais domésticos a camada muscular é descontinua.
No equino o ducto hepático, conduzindo bile não concentrada, e o ducto pancreático maior, abrem-se no divertículo duodenal aproximadamente 15 a 17 cm do piloro. Não há esfíncter presente, permitindo assim um fluxo continuo de bile para o interior do intestino. Os ductos biliares dos ovinos e caprinos unem-se ao ducto pancreático para formar o ducto biliar comum que se abre no duodeno aproximadamente 30 a 40 cm do piloro. No bovino, o ducto biliar é curto e abre-se no duodeno aproximadamente 50 a 70 cm do piloro.
O ducto biliar do suíno abre-se em uma papila duodenal distante 2 a 5 cm do piloro. No cão o ducto biliar possui um segmento intramural de 2,5 a 3 cm na parede duodenal antes de abrir-se, comum ducto pancreático menor, na papila duodenal maior. No gato o ducto biliar abre-se no duodeno de modo semelhante, mas é acompanhado pelo ducto pancreático maior.
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula túbulo-acinar composta, encapsulada e lobulada, contendo unidades secretoras tanto exócrinas como endócrinas. A função da parte exócrina é a de produzir uma variedade de enzimas incluindo a amilase, lipase e tripsina, que agem sobre os produtos da digestão gástrica que atingem o duodeno. A parte endócrina (ilhotas pancreáticas) produz insulina e glucagon. O estroma do pâncreas consiste de uma delgada cápsula que origina delicados septos de tecido conjuntivo que separam o parênquima em lóbulos. O lóbulo é composto de unidades secretoras e ductos intralobulares. As unidades secretoras são túbulo-acinares com a parte tubular mais proeminente nos ruminantes. 
As células epiteliais secretoras são geralmente de formato piramidal, com um núcleo esférico localizado próximo da base das células. A parte basal das células repousa numa membrana basal e não há celulas mioepiteliais ou em cesta circundando as unidades secretoras. O citoplasma que circunda a região nuclear contém um retículo endoplasmático rugoso bem desenvolvido e numerosas mitocôndrias. A região apical das células contém grânulos de zimogênio eosinofílicos, limitados por membranas que encerram as enzimas produzidas no retículo endoplasmático. A coloração especial revela um aparelho de Golgi bem desenvolvido localizado entre o núcleo e os grânulos de zimogênio. 
A unidade secretora túbulo-acinar possui um pequeno lume e o sistema de ductos começa como células centro-acinares achatadas. Estas células centro-acinares começam na parte acinar e continuam por toda a parte tubular da unidade secretora. Ductos intercalados são contínuos com as células centro-acinares. Eles unem as unidades secretoras aos ductos intralobulares, que são forrados por epitélio cúbico baixo, O epitélio do ducto muda de cúbico, nos ductos intralobulares, para cilíndrico nos ductos interlobulares. Células caliciformes podem estar presentes nos ductos maiores. Frequentemente corpúsculos de Paccini estão presentes no tecido conjuntivo interlobular do pâncreas do gato.
O pâncreas é muito semelhante em estrutura à glândula salivar parótida. Contudo, ele pode ser distinguido pela presença de ilhotas pancreáticas e células centro-acinares e pela ausência de ductos intralobulares estriados.

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