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Histologia Sistema digestório Visão geral do sistema digestório Esôfago UC 4 / Semana 1 Esôfago Tubo muscular cuja função é transportar o alimento da boca para o estômago. Quando um bolo alimentar atravessa o esôfago, o lúmen sofre expansão sem que haja lesão da mucosa. Mucosa Recoberta por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Possui lâmina própria de tecido conjuntivo denso e irregular. Na região terminal e inicial do esôfago, a lâmina própria pode conter glândulas cárdicas esofágicas (semelhantes às g. cárdicas do estômago) produtoras de pH neutro. Essas glândulas protegem o esôfago da acidez estomacal. Muscular da mucosa: músculo liso longitudinal a partir da cartilagem cricóidea. Epitélio estratificado Lâmina própriaMuscular da mucosa Tecido conjuntivo denso e irregular Submucosa Presença de vasos sanguíneos e linfáticos Plexo de Meissner: formado por fibras nervosas e células ganglionares - cadeia de neurônios interconectados que controlam principalmente a secreção gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. Glândulas esofágicas próprias: secretoras de muco (ligeiramente ácido para lubrificar a parede do lúmen) – acompanhadas por ductos. Veia Artéria Glândulas esofágicas próprias Ducto Plexo de Meissner Muscular externa Terço superior – músculo estriado (continuação da faringe). Terço médio - músculo estriado e liso misturados. Terço inferior – músculo liso. Camadas (em ordem): Circular interna Plexo nervoso mioentérico (Auerbach): inerva a muscular externa e produz atividade peristáltica. Longitudinal externa Longitudinal Externa Circular Interna Plexo de Auerbach Longitudinal externa Plexo de Auerbach Circular interna Adventícia Camada de tecido conjuntivo que recobre o esôfago nas porções onde está fixado à estruturas adjascentes. Adventícia Longitudinal externa Mucosa Submucosa Muscular externa Adventícia Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado Glândulas esofágicas próprias Circular interna Longitudinal externa Plexo de Auerbach Plexo de Auerbach Junção gastroesofágica Estômago (cárdia) Esôfago (porção terminal) Função: impedir o refluxo do ácido do estômago para o esôfago. Mucosa Submucosa Muscular externa Adventícia Estômago UC 4 / Semana 1 Anatomia do estômago Mucosa - Cárdia Fossas/fossetas gástricas: invaginações superficiais recobertas pelo epitélio superficial da mucosa – tipo colunar simples e secretor de muco com presença de bicarbonato e potássio para proteção contra o HCl. Glândulas cárdicas: glândulas tubulares compostas por músculo liso longitudinal. Desaguam no fundo das fovéolas. Composta por células secretoras de muco entremeadas com enteroendócrinas. Lâmina própria: composta por pequenas quantidades de tecido conjuntivo. É encontrada entre as fossetas e as glândulas. Muscular da mucosa: camadas de células musculares lisas. O restante da cárdia possui as mesmas estruturas que o aparelho digestivo: submucosa, muscular externa e adventícia. Fossas gástricas Glândulas cárdicas Lâmina própria Muscular da mucosa Epitélio colunar simples Lâmina própria Lâmina própria Glândulas cárdicas Mucosa – Fundo gástrico Fossas/fossetas gástricas: invaginações mais profundas que na parte cárdica. Responsáveis pelo aumento da superfície das pregas gástricas. Glândulas gástricas/fúndicas: glândulas tubulares simples ramificadas que se estendem da base das fovéolas gástricas até a muscular da mucosa. Secretam o suco gástrico (HCl + muco + pepsina + fator intrínseco). Lâmina própria: composta por pequenas quantidades de tecido conjuntivo. É encontrada entre as fossetas e as glândulas. Muscular da mucosa: camadas de células musculares lisas. Fossas gástricas Epitélio colunar simples Glândulas fúndicas Muscular da mucosa Glândulas fúndicas Istmo: região entre as glândulas fúndicas e as fovéolas. Local as células-tronco estomacais se diferenciam e replicam. Células das glândulas fúndicas: Células parietais (oxínticas): encontradas no colo da glândula fúndica. Secretoras de HCl e fator intrínseco (glicoproteína necessária para absorção da vitamina B12). O pepsinogênio produzido nas células principais é convertido em pepsina quando em contato com o HCl produzido nas parietais– digestão proteica). Possuem em destaque a abundância de mitocôndrias e a invaginação circular profunda da membrana plasmática apical, formando um canalículo intracelular . Células enteroendócrinas: secreção de gastrina (células G) e outros hormônios. Células do colo (segmento estreito e longo): entremeadas entre as parietais. Secretam muco solúvel menos alcalino em comparação ás células mucosas da superfície. Se diferenciam a partir das células-tronco do istmo. Possui propriedades antibióticas. Células principais (zimogênicas): sintetizadoras e secretoras de proteínas, pepsinogênio e lipase fraca. Células principais/zimogênicas Células parietais Células mucosas do colo Mucosa - Piloro Fossas/fossetas gástricas: invaginações superficiais revestidas com células mucosas superficiais. Destaque para a profundidade. Glândulas pilóricas: tubulares ramificadas e espiraladas. Secretam muco e lisozima. Possuem presença de de células G (liberadoras de gastrina – tipo de célula enteroendócrina) intercaladas com células mucosas. Desaguam no fundo das fossas gástricas Fossas gástricas Glândulas pilóricas Glândulas pilóricas Intestino delgado UC 4 / Semana 2 Intestino delgado É o sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina. Os nutrientes (produtos da digestão) são absorvidos pelas células epiteliais de revestimento. → Divisão: Duodeno: região mais curta (retroperitoneal). Inicia-se no piloro do estômago. Possui 25cm e se funde com o jejuno (junção duodenojejunal). Jejuno: incia-se na junção duodenojejunal e constitui os 2/5 superiores do intestino delgado (cerca de 2,5m). Essa região vai se modificando morfologicamente de modo gradual até tornar-se o íleo. Íleo: constitui os 3/5 inferiores do intestino delgado (cerca de 3,5m). Juntase ao intestino grosso em um esfíncter dexmúsculo liso chamado óstio ileal, que representa a junção ileocecal (encontro do íleo distal com o ceco – porção inicial do intestino grosso). Mucosa • → Pregas circulares (valvas de Kerckring/ plicae circularis): responsáveis por aumentar a superfície de contato do intestino. Cada prega, que são transversais, permanentes e possuem um eixo de submucosa, possui disposição circular. Se iniciam em torno de 5 a 6 cm depois do piloro. valvas de Kerckring / pregas circulares valvas de Kerckring / pregas circulares Vilosidades Mucosa • → Vilosidades intestinais (vilos): são projeções alongadas formadas pelo epitélio e pela lâmina própria, com cerca de 0,5 a 1,5 mm de comprimento a partir da mucosa. Eixo de tecido conjuntivo recoberto por epitélio simples colunar. Cobrem completamente o intestino delgado (responsáveis pela aparência aveludada). • Formadas pelo epitélio absortivo (enterócitos) e células caliciformes (responsáveis por secretar muco). Enterócitos Células caliciformes Cont. vilosidades • Contém também o ducto galactóforo (capilar linfático central em fundo cego), que é acompanhado pelas células musculares lisas derivadas da muscular da mucosa. Essas células musculares lisas são responsáveis pela contração das vilosidades, que forçam a linfa do ducto galactóforo para dentro dos vasos linfáticos que circundam a muscular da mucosa. Ducto galactóforo Intestino delgado - mucosa • → As células absortivas do intestino são chamadas de enterócitos. São células colunares simples com microvilosidades (ou borda em escova) e teia terminal. Possuem enzimas (dissacaridases → açúcares em monossacarídeos e dipeptidases → proteínas em aminoácidos) em seu glicocálice. Os enterócitos possuem microvilosidades responsáveispor aumentar a superfície de contato do lúmen. Cada célula possui milhares de microvilosidades densamente compactadas. Conferem a aparência estriada da região apical da célula (borda estriada). Vilosidades Enterócitos Borda estriada Borda estriada Mucosa • → Criptas: glândulas intestinais na base das vilosidades. Contém células absortivas (enterócitos) – absorvem nutrientes. Células caliciformes – secretam muco Células enteroendócrinas – secretam os hormônios secretina e colecistocinina. Células de Paneth – secretam lisozima e são capazes de realizar fagocitose Contém também células-tronco, responsáveis pela proliferação celular epitelial do intestino. Células da mucosa • → Células caliciformes: estão distribuídas entre as células absortivas. Glândulas unicelulares. São menos abundantes no duodeno e aumentam em número em direção ao íleo. Produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina, cuja função principal é proteger e lubrificar o revestimento do intestino. Enterócitos Células caliciformes Células da mucosa • → Células de Paneth: estão localizadas na porção basal das criptas intestinais. Células exócrinas que secretam lisozima e defensina. Sua principal função é manter a imunidade inata da mucosa por meio da secreção das enzimas antimicrobianas. • → Células tronco: estão localizadas entre as células de Paneth. Vilosidades Criptas Células de Paneth Células tronco Células da mucosa • → Células enteroendócrinas: secretam hormônios: Colecistocinina - estimula contração da vesícula biliar Secretina - estimula secreção de bicarbonato pancreático e estimula as células principais do estômago na produção de pepsinogênio • Tipo aberto: o ápice da célula apresenta microvilosidades e está em contato com o lúmen do órgão • Tipo fechado: o ápice da célula está recoberto por outras células epiteliais. Célula caliciforme Células da mucosa • → Células M (microfold): são células epiteliais especializadas que recobrem folículos linfoides das placas de Peyer (tecido linfóide encontrado na parede intestinal) , localizadas no íleo. Invaginações basais que contém linfócitos e macrófagos. Importantes na defesa imunológica intestinal. Fazem parte do tecido linfóide associado ao sistema digestório (GALT). Placas de Peyer Mucosa • → Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo que sustenta o epitélio e forma o núcleo das vilosidades. Possui vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras musculares lisas. • → Muscular da mucosa: suporta o epitélio e as vilosidades. Lâmina própria Células caliciformes Muscular da mucosa Enterócitos Submucosa Submucosa • → Glândulas duodenais (glândulas de Brunner): presentes no duodeno. São glândulas tubulares enoveladas ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais. Secretam muco alcalino para proteger o duodeno da acidez estomacal e neutraliza o pH do quimo. • → Assim como a lâmina própria, a submucosa possui células de GALT e placas de Peyer. MucosaSubmucosaMuscular Glândulas duodenais Muscular da mucosa Vilosidades Submucosa • → Plexo de Meissner (ou Submucoso): fornece inervação secretora de células caliciformes e inervação motora da muscular da mucosa. Célula caliciforme Muscular externa - Circular interna Muscular da mucosa Plexo de Meissner Muscular externa • → Duas camadas ortogonais de músculo liso (circular interna e longitudinal externa). • Circular interna: sofre segmentação (contração muscular que desloca o quimo e permite que este seja misturado com sucos digestivos). • Longitudinal externa: juntamente à circular interna é responsável pelos movimentos peristálticos intestinais. Plexo de Auerbach (ou Mientérico) - fornece inervação motora da muscular externa. Circular interna Longitudinal externa Plexo de Auerbach A camada adventícia (serosa) é formada por tecido conjuntivo frouxo. Intestino grosso UC 4 / Semana 2 Intestino grosso Função: absorção de água, fermentação, formação da massa fecal e produção de muco. → Divisão: Ceco: pequena bolsa de aproximadamente 6 cm de comprimento. A extremidade aberta do ceco se funde com o cólon. Apêndice: faz parte do ceco. Cólon: dividido em cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente e cólon sigmóide. Reto: conecta o cólon sigmóide ao canal anal. Canal anal: 2 a 3 cm terminais do intestino grosso. Mucosa – colo/ceco Epitélio formado por enterócitos (células absortivas) e células caliciformes. Desprovida de vilosidades e pregas circulares (estas estão contidas apenas na porção retal). • → Presença de Criptas de Lieberkuhn Se estendem por toda a mucosa. Formadas por epitélio simples colunar. São glândulas tubulares retas, não ramificadas. Abundância de células caliciformes e pequeno número de células enteroendócrinas. Células caliciformes Enterócitos Mucosa Criptas de LieberkuhnCripta de Lieberkuhnn Célula caliciforme Mucosa – colo/ceco • → Lâmina própria Contém uma camada de colágeno e proteoglicanos situada na região basal do epitélio que atua no transporte de água e eletrólitos . GALT – contínuo com o íleo (última porção do intestino delgado). Consiste em grandes nódulos linfáticos. Mais desenvolvido no intestino grosso devido à quantidade de microorganismos e produtos finais nocivos do metabolismo. • →Muscular da mucosa: camada fina de músculo liso Lâmina própria Criptas Submucosa Muscular da mucosa Criptas de Lieberkuhn Submucosa – colo/ceco • → A submucosa dessas regiões é formada por tecido conjuntivo denso e irregular Presença do Plexo de Meissner – responsável pela inervação secretora de células caliciformes e inervação motora da muscular da mucosa. SubmucosaPlexo de Meissner Submucosa Muscular externa – colo/ceco • → Dividida em circular interna e longitudinal externa. Longitudinal externa: formada por faixas longitudinais proeminentes de músculo (tênias do cólon). Circular interna: penetrada pelos feixes de músculo da longitudinal externa. As descontinuidades da camada muscular servem para a contração independente do intestino grosso – segmentação (contração local, sem movimentação do conteúdo) e peristaltismo (movimentação do conteúdo). Plexo de Auerbach: fornece inervação motora da muscular externa. Circular interna Longitudinal externa Plexo de Auerbach Plexo de Auerbach Apêndice É um divertículo do ceco. Formado por mucosa, submucosa, muscular externa e adventícia (cobre a superfície externa do apêndice). A diferença entre o apêndice e o cólon é a existência de uma camada uniforme de músculo na muscular externa. Possui um grande número de nódulos linfáticos (GALT) cobertos por células M. Isso faz com que o lúmen dessa região seja espesso. Não contém tênias do cólon. Por ter um fundo cego, essa região não possui muita atividade de renovação celular, o que pode levar a inflamações (apendicite). Nódulo Células M Submucosa Muscular externa Adventícia Mucosa Adventícia Circular interna Transversal externa Submucosa Nódulo Enterócitos Células M Apêndice Reto • →Mucosa retal Presença de vilosidades formadas por enterócitos e células caliciformes. Presença de criptas. Presença de lâmina própria preenchendo o núcleo das vilosidades. Muscular da mucosa • → Submucosa retal Formado por colunas retais: dobras verticais da mucosa e submucosa que se projetam no lúmen. • → Muscular externa: circular interna e longitudinal externa. Vilosidade Lâmina própria Cripta Muscular da mucosa Submucosa Circular interna Longitudinal externa Coluna retal Submucosa Muscular da mucosa Circular interna Vilosidade Criptas Vilosidades do reto Células caliciformes Enterócitos Borda estriada Submucosa Canal anal • → Parte mais distal do canal alimentar. É dividido em 3 zonas: • → Zona colorretal (ZCR): terço superior do canal anal. Glândulas anais: glândulas tubulares retas e ramificadas.Responsáveis pela liberação de muco no canal anal. Enterócitos: células absortivas Células caliciformes: secretoras de muco e muito abundantes. ZCR Glândulas anais Enterócitos Lâmina própria Submucosa Muscular externa EnterócitosGlândulas anais Células caliciformes Canal anal • → Zona anal de transição (ZAT): terço médio do canal anal. Transição entre o epitélio simples colunar da mucosa anal e o epitélio estratificado pavimentoso da pele perianal. Possui epitélio estratificado cuboide interposto entre o epitélio colunar simples e o epitélio estratificado pavimentoso, que se estende até a zona cutânea do canal anal. Epitélio estratificado cuboide Enterócitos Lâmina própria ZAT Canal anal • → Zona pavimentosa (ZP): terço inferior do canal anal. Revestida por epitélio estratificado pavimentoso, que é contínuo com o da pele perianal. Presença de glândulas circum- anais na pele que circunda o ânus, que são glândulas apócrinas grandes. Presença também de glândulas sebáceas. Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado Glândulas circum-anais Glândula sebácea Canal anal músculo esquelético que faz parte do assoalho pélvico Fígado UC 4 / Semana 3 Fígado ● Maior massa de tecido glandular do corpo e o maior órgão interno. ● Localizado no quadrante superior direito e, parcialmente, no quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal, protegido pela caixa torácica. ● Envolvido pela cápsula de Glisson (tecido conjuntivo fibroso) circundada pelo peritônio visceral (exceto no local em que o fígado adere diretamente ao diafragma ou a outros órgãos). Dividido em: lobo direito e esquerdo (grandes) / lobo quadrado e caudado (menores). ● É o órgão no qual os nutrientes absorvidos no sistema digestório são processados e armazenados para serem utilizados por outros órgãos - interface entre o sistema digestório e o sangue. ● Mantém o nível de glicemia e regula os níveis circulantes das lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDLs) - colesterol ruim. ● Degrada substâncias tóxicas e medicamentos. ● Produz secreção biliar (armazenada na vesícula biliar). Fisiologia do fígado O fígado produz a maior parte das proteínas plasmáticas circulantes do corpo. ● Albuminas: regulação do volume plasmático e do equilíbrio do líquido tecidual. ● Lipoproteínas: sintetiza VLDL (transporte de triglicerídeos). Sintetiza também, em pequenas quantidades, LDL (transporte de ésteres de colesterol do fígado para outros tecidos) e HDL (removem o colesterol dos tecidos periféricos e levam para o fígado). ● Glicoproteínas: envolvidas no transporte de ferro - haptoglobina, a transferrina e a hemopexina. ● Protombina e fibrinogênio: cascata da coagulação sanguínea. Também envolvido no armazenamento e conversão de vitaminas e ferro. ● Vitamina A - retinol: captação e manutenção dos níveis. Deficiência de vit. A leva a cegueira noturna. ● Vitamina D - colecalciferol: importante no metabolismo do cálcio e do fosfato. Obtida a partir da vit. D3 na dieta e na síntese por exposição à luz solar. Deficiência de vit. D leva ao raquitismo e distúrbios da mineralização óssea. ● Vitamina K: importante para a coagulação. É transportada para o fígado, absorvida, parcialmente utilizada e secretada juntamente com o VLDL. Deficiência leva a distúrbios hemorrágicos. ● Armazenamento, metabolismo e homeostasia do ferro: o fígado sintetiza quase todas as proteínas envolvidas no transporte e no metabolismo do ferro. Transferina: ligada ao transporte / haptoglobina: preservação do ferro / hemopexina: transporte do heme livre no sangue. O ferro é armazenado no citoplasma dos hepatócitos na forma de ferritina. Fisiologia do fígado Degradação de toxinas: consiste na conversão de substâncias não hidrofílicas, que não podem ser excretadas pelo sistema urinário, em formas mais solúveis. ● Fase I (oxidação): inclui a hidroxilação (adição de um grupo –OH) e a carboxilação (adição de um grupo – COOH) a um composto estranho. Realizada no REL e nas mitocôndrias dos hepatócitos. ● Fase II (conjugação): inclui a conjugação com ácido glicurônico, glicina ou taurina. Torna o composto da fase I mais solúvel para que possa ser removido pelos rins. Metabolismo dos carboidratos: responsável pelo armazenamento de glicogênio ou decomposição da reserva energética durante a glicogenólise. Bile: secreção exócrina do fígado que contém produtos residuais e conjugados, que retornam ao intestino para eliminação, bem como substâncias que se ligam a metabólitos no intestino para auxiliar na digestão. É transportada do parênquima hepático pelos ductos biliares (unidos - ducto hepático) e transportada pelo ducto cístico para a vesícula biliar, onde vai ser armazenada. Organização estrutural do fígado Lóbulos hepáticos: placas hexagonais interconectadas que agrupam os hepatócitos. Os espaços entre as placas de hepatócitos (parênquimas) são denominados sinusoides hepáticos. ● São vasos irregularmente dilatados compostos por uma camada descontínua de células endoteliais fenestradas (separadas por um espaço subendotelial conhecido como espaço de Disse [espaço perissinusoidal], que é responsável pelo transporte da linfa hepática, contém microvilos dos hepatócitos e células de Ito [célula estrelada hepática], que são armazenadoras de lipídios). ● Circundado e sustentado por fibras reticulares. ● Contém as células de Kupffer - macrófagos responsáveis por metabolizar hemácias velhas, secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que penetram o sangue portal através do intestino grosso. São ativas na fagocitose. Residem nos sinusóides capilares do fígado Lóbulo Veia central Veia central Hepatócitos Veia central Hepatócitos Sinusoide hepático Fagocitose nas células de Kupffer (em azul/roxo) Lóbulos hepáticos Lóbulos hepáticos clássicos: massa de tecido com formato hexagonal. ● Pilhas anastomosadas de hepatócitos com uma célula de espessura, intercaladas por espaços sinusoidais (sistema anastomosado de vasos sinusoides que perfundem as células com uma mistura de sangue porta e arterial). ● No centro do lóbulo há a veia hepática terminal, para onde drenam os sinusoides. Essa estrutura é de onde irradiam os parênquimas de hepatócitos em direção à periferia do lóbulo. ● Nos ângulos do formato hexagonal estão as áreas porta (canais porta) - estroma de tecido conjuntivo frouxo (contínuo com a cápsula do fígado) caracterizado pela existência das tríades porta. ● Nas margens do canal porta há o espaço periportal (espaço de Mall). Acredita-se que tal espaço constitua um dos locais de origem da linfa no fígado. Veia hepática terminal Canal porta Tríade porta Canal porta Tríade porta Canal porta Tríade porta Canal porta Espaço de Mall Canal porta Canal porta Espaço de Mall Ramo da artéria hepática Ramo da artéria hepática Espaço de Mall Ramo da veia porta Ducto biliar Suprimento sanguíneo Localizado nos espaços porta. O suprimento sanguíneo é direcionado da periferia do lóbulo para o centro. Sistema portal venoso ● Vênulas portais: originam-se da veia porta. Ramificam-se em vênulas distribuidoras ao redor da periferia do lóbulo, e a partir delas, são desembocadas nos capilares sinusoides, que convergem para formar a veia central. A veia central progride ao longo do lóbulo e funde-se com a veia sublobular. ● O sistema portal contém sangue proveniente do pâncreas, do baço e do intestino. Sistema arterial ● Arteríolas interlobulares: originam-se da artéria hepática. Irrigam os espaços porta e ramificam-se para desembocar nos sinusoides, provocando uma mistura de sangue arterial e venoso nesses capilares. ● Tem como função suprir a demanda de oxigênio dos hepatócitos. Lóbulos hepáticos Lóbulos porta: suas margens externas são linhas imaginárias traçadas entre as três veias centrais que estão mais próximas da tríade porta em foco (bloco triangular). ● A principal função exócrina do fígado é a secreção biliar. ● O eixomorfológico do lóbulo porta é o ducto biliar interlobular da tríade porta do lóbulo clássico. Ácino hepático: menor unidade funcional do parênquima hepático. ● Eixo curto: espaço entre os ramos terminais das tríade porta adjascentes no mesmo lóbulo. ● Eixo longo: linha entre duas veias centrais de lóbulos adjascentes. Os hepatócitos do ácino são agrupados em zonas que circundam o eixo curto: ● Zona 1: mais próxima do eixo curto e do suprimento sangúineo - periferia dos lóbulos clássicos. São as primeiras a receber oxigênio, nutrientes e toxinas do sangue sinusoidais. São as últimas a morrer se a circulação estiver comprometida, e as primeiras a se regenerar. ● Zona 2: intermediária entre a 1 e a 3. Sem limites bem definidos. ● Zona 3: mais distante do eixo curto e mais próxima da veia hepática terminal (central). São as primeiras a exibir necrose isquêmica (necrose centrolobular) em situações de perfusão reduzida e as primeiras a apresentar acúmulo de gordura. São as últimas a responder a substâncias tóxicas e à estase biliar (oclusão do ducto biliar). Eixo longo Eixo curto Zona 3 Zona 1 Zona 2 Hepatócitos ● Possuem um grande número de mitocôndrias, retículo endoplasmático (liso e rugoso) e peroxissomos. ● Canalículo biliar: espaço tubular entre dois hepatócitos. Delimitadas pela membrana plasmática. Contém microvilos em seu interior, formando uma rede de anastomoses até a tríade porta do lóbulo que permitem a fluidez da bile do centro até a periferia, onde adentra os ductulos biliares (Canais de Hering). Terminam nos ductos biliares, onde se fundem e formam o ducto hepático. ● A superfície basal dos hepatócitos tem contato com o espaço perissinusoidal (de Disse), enquanto a superfície apical está conectada com o hepatócito adjacente, formando um canalículo biliar. REL: ● Conjugação do glucuronato de bilirrubina, excretado na bile pelos hepatócitos. ● A bilirrubina resulta principalmente da quebra da hemoglobina e é formada pelo sistema mononuclear fagocitário (que inclui as células de Kupffer dos capilares sinusoides), sendo transportada para os hepatócitos. ● Quando bilirrubina ou glucuronato de bilirrubina não são excretados, podem ocorrer várias doenças caracterizadas por icterícia. Hepatócitos REL: ● Contém enzimas envolvidas na degradação e conjugação de toxinas e fármacos, bem como enzimas responsáveis pela síntese de colesterol e da porção lipídica das lipoproteínas. ● Sofre hipertrofia após a administração de álcool, fármacos (i. e., fenobarbital, esteroides anabólicos e progesterona) e certos agentes quimioterápicos usados no tratamento do câncer. ● O REL é frequentemente associado com o glicogênio (reserva energética), onde as quantidades variam de acordo com um ritmo circadiano e com o estado nutricional do indivíduo. O glicogênio hepático é um depósito de glicose, sendo mobilizado quando a glicose sanguínea cai abaixo do nível adequado. Dessa maneira, os hepatócitos contribuem para manter a glicemia estável, representando uma das principais fontes de energia para utilização pelo organismo. Peroxissomos: ● Funções: oxidação de ácidos graxos em excesso; quebra do peróxido de hidrogênio gerado por essa oxidação, quebra de purinas em excesso, com consequente formação de ácido úrico e participação na síntese de colesterol; ácidos biliares e alguns lipídios utilizados para a síntese de mielina. Peroxissomo Glicogênio Núcleo Glicogênio Hepatócitos C. Golgi: ● Funções: formação de lisossomos e a secreção de proteínas plasmáticas (p. ex., albumina, proteínas do sistema complemento), glicoproteínas (p. ex., transferrina) e lipoproteínas (p. ex., lipoproteína de muito baixa densidade [VLDL]). Lisossomos: ● Podem constituir um local de armazenamento normal para o ferro (na forma de complexo de ferritina) e também um local de acúmulo de ferro em certas doenças de armazenamento. ● O número de lisossomos aumenta em uma variedade de condições patológicas, que incluem desde estase biliar obstrutiva simples até hepatite viral e anemia. RER: ● Sintetiza proteínas para a manutenção da célula e para exportação (albumina, protrombina, fibrinogênio e lipoproteínas). Cerca de 5% da proteína exportada pelo fígado é produzida pelas células de Kupffer; o restante é sintetizado pelos hepatócitos. Hepatócitos Secreção de bile: ● Função exócrina - os hepatócitos captam do sangue, transformam e excretam vários componentes para o interior dos canalículos biliares. ● Componentes: água, eletrólitos, ácidos biliares, fosfolipídios, colesterol e bilirrubina. ● Cerca de 90% dos ácidos biliares derivam da absorção pelo epitélio intestinal no íleo e são transportados pelo hepatócito, do sangue para o canalículo biliar (recirculação êntero-hepática). Os 10% restantes são sintetizados no retículo endoplasmático liso do hepatócito por meio de conjugação do ácido cólico (sintetizado pelo fígado a partir do colesterol) com os aminoácidos glicina ou taurina, produzindo ácidos glicocólico ou taurocólico, respectivamente. ● Ácidos biliares desempenham papel importante na emulsificação de lipídios no sistema digestório, facilitando a digestão pelas lipases e sua subsequente absorção. Canalículos biliares Árvore biliar Sistema tridimensional de canais de diâmetro crescente, na qual a bile flui através dos hepatócitos para a vesícula biliar e, em seguida, para o intestino. 1. Canalículo biliar: pequeno canal formado por sulcos apostos na superfície dos hepatócitos adjacentes. São os menores ramos da árvore biliar, nos quais os hepatócitos secretam a bile. Transformam-se nos canais de Hering. 2. Canal de Hering: canal parcialmente revestido tanto por hepatócitos quanto por colangiócitos de formato cuboide. Exibe atividade contrátil, que ajuda no fluxo biliar unidirecional para o canal porta. A bile proveniente do canal de Hering continua fluindo no ducto biliar intra-hepático. ● O distúrbio funcional na atividade contrátil, bem como a lesão ou a destruição dos canais de Hering, pode contribuir para a colestase intra-hepática (obstrução do fluxo biliar). ● Atua como reservatório de células progenitoras (células tronco) hepáticas. ● O canal de Hering cruza os limites do lóbulo e torna-se o ducto biliar no espaço periportal (de Mall) 3. Ducto biliar: extensão do canal de Hering. É totalmente revestido por colangiócitos. Árvore biliar 3. Ducto biliar: extensão do canal de Hering. É totalmente revestido por colangiócitos. 4. Dúctulos biliares intra-hepáticos: transportam bile para os ductos biliares interlobulares que fazem parte da tríade porta. Os ductos interlobulares unem-se para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo, os quais, por sua vez, unem-se no hilo para formar o ducto hepático comum. 5. Ducto hepático comum: revestido por células epiteliais colunares altas, que se assemelham muito àquelas da vesícula biliar. ● O ducto cístico conecta o ducto hepático comum à vesícula biliar e transporta bile tanto dentro quanto para fora da vesícula biliar. Distalmente à junção do ducto cístico, o ducto fundido é denominado ducto colédoco. ● Um espessamento da muscular externa do duodeno na ampola constitui o esfíncter da ampola hepatopancreática (esfíncter de Oddi), que circunda as aberturas tanto do ducto biliar comum quanto do ducto pancreático e que atua como valva para regular o fluxo de bile e de suco pancreático para dentro do duodeno. Armazenamento hepático Lipídios e carboidratos são armazenados no fígado na forma de triglicerídios e glicogênio, respectivamente. ● Gliconeogênese - conversão de aminoácidos em glicose. Realizada pelos hepatócitos. O fígado é um compartimento de armazenamento de algumas vitaminas, especialmente a vitamina A. ● Essa vitamina se origina da dieta, chegando ao fígado juntamente com outros lipídios absorvidos na forma de quilomícrons. ● No fígado, a vitamina A é armazenada nas células de Ito. É também o principal local de desaminação de aminoácidos, processo que resulta na produção de ureia, que é transportada paraos rins pelo sangue, sendo excretada na urina. AH, Artéria hepática DB, Ducto biliar NL, Nódulo linfático TC, Tecido conjuntivo VC, Veia central (vênula hepática terminal) VH, Veia hepática VP, Veia porta Asteriscos (figura inferior), Sinusoide sanguíneos Linha tracejada (figura superior), Indica os limites de um lóbulo CB, Canalículo biliar CK, Célula de Kupffer En, Célula endotelial F, Fibroblasto GL, Gotícula de lipídio S, Sinusoide VC, Veia central Asteriscos, Tecido conjuntivo da veia central Setas, Glicogênio Setas curvas, Abertura do sinusoide na veia central Vesícula biliar UC 4 / Semana 3 Ductos biliares A bile produzida pelos hepatócitos flui através de canalículos biliares, dúctulos biliares (canais de Hering) e ductos biliares. Essas estruturas se fundem gradualmente, formando uma rede que converge para formar os ductos hepáticos direito e esquerdo, os quais se fundem para formar o ducto hepático. Este, após receber o ducto cístico proveniente da vesícula biliar, continua até o duodeno como ducto colédoco ou ducto biliar comum. Estrutura do ducto biliar comum: ● Mucosa: formada por epitélio simples colunar e lâmina própria. Se dobra em papilas. ● Glândulas mucosas: encontradas no tecido conjuntivo subepitelial. ● Adventícia: tecido conjuntivo frouxo que possui camadas musculares finas, nervos e vasos sanguíneos. Mucosa Lâmina própria Epitélio simples colunar Glândulas mucosas Adventícia Vesícula biliar Estrutura: ● Mucosa: formada por epitélio simples colunar. Assume a forma de dobras profundas. A lâmina própria possui capilares fenestrados e em pequenas vênulas, e também é muito celularizada e contém grande número de linfócitos e plasmócitos. Divertículos profundos da mucosa, denominados seios de Rokitansky-Aschoff*, estendem- se algumas vezes através da muscular externa. ● Muscular externa: externa à lamina própria. Apresenta numerosas fibras colágenas e elásticas entre os feixes de células musculares lisas. ● Adventícia: externa à camada muscular. É uma camada espessa de tecido conjuntivo denso. Contém vasos sanguíneos de grande calibre, uma extensa rede linfática e os nervos autônomos que inervam a muscular externa e os vasos sanguíneos. O tecido conjuntivo também é rico em fibras elásticas e tecido adiposo. Sua superfície livre é recoberta por serosa (peritônio visceral). ● Obs: a parede da vesícula biliar não tem muscular da mucosa nem submucosa. * Acredita-se que eles prenunciem alterações patológicas e se desenvolvam em consequência de hiperplasia (crescimento excessivo das células) e herniação das células epiteliais para dentro da muscular externa. Além disso, pode ocorrer acúmulo de bactérias nesses seios, provocando inflamação crônica que constitui um fator de risco para a formação de cálculos biliares. Epitélio simples colunar Lâmina própria Mucosa Muscular externa Adventícia Serosa Pâncreas UC 4 / Semana 3 Anatomia do pâncreas, fígado e v. bilar Pâncreas exócrino O pâncreas exócrino é uma glândula acinosa. Ácino pancreático: produzem os precursores das enzimas digestivas. Secreta o suco pancreático. Células acinosas: presença de grânulos de zimogênio, que secretam os precursores das enzimas digestivas na forma inativa (proenzimas). Ducto intercalar: iniciado no ácino. Estrutura curta que drena para os ductos coletores intralobulares (que drenam para os d. interlobulares, que por sua vez drenam para o d. pancreático principal). As células do ducto intercalar adicionam bicarbonato e água à secreção exócrina para neutralizar o pH do quimo. Células centroacinosas: localizadas no centro do ácino. Células pavimentosas que constituem o início dos ductos intercalares. Enzimas pancreáticas São ativadas quando alcançam o lúmen do intestino delgado. Endopeptidases proteolíticas e exopeptidases proteolíticas – digerem as proteínas a partir da clivagem das ligações peptídicas internas. Enzimas amiolíticas – digerem os carboidratos através da clivagem das ligações glicosídicas. Lipases – digerem lipídios. Enzimas nucleolíticas – digerem os ácidos nucleicos (desoxirribonuclease e ribonuclease). Pâncreas exócrino A secreção do pâncreas exócrino é controlada pelas células enteroendócrinas do duodeno, que são estimuladas pela presença do quimo. Secretina: hormônio que estimula as células ductais a secretar bicarbonato no duodeno – neutraliza o pH do quimo. Colecistoquinina (CCK): hormônio que estimula a secreção de proenzimas pelas células acinosas. Fibras parassimpáticas: estimulam a atividade das células acinosas e das células centroacinosas. Pâncreas endócrino Sintetiza e secreta glucagon e insulina no sangue, responsáveis por regular o nível de glicemia. Ilhotas de Langerhans: estruturas principais do pâncreas endócrino. Responsável pela secreção hormonal da glândula. Constituem apenas 1 a 2% da massa total do pâncreas. Principais células: - Células α: 15-20% das células das ilhotas. Localizadas na periferia. Secretam glucagon, que estimula a liberação de glicose no sangue quando a glicemia está baixa (<70mg/100ml) . - Células β: 60-70% das células das ilhotas. Responsáveis por secretar insulina quando a glicemia sanguínea está alta (>70mg/100ml), que estimula a captação e o armazenamento de glicose, além de sua utilização. - Células Δ: 5-10% das células das ilhotas. Secretam somatostatina, responsável por diminuir as secreções pancreáticas. Ilhota de Langerhans Células exócrinas (ácinos) Pâncreas endócrino e diabetes mellitus
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