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FERNANDA MICHAELSEN GISELLY SANTOS MENDES PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E CONTROLE DE OBRAS Unidade 1 Unidade 1| Introdução Fonte: Pixabay A área de Planejamento, Orçamento e Controle de Obras é uma das mais importantes em uma empresa de Construção Civil. As previsões apontam um cenário bastante otimista para a indústria da construção para os próximos anos, com perspectiva de grande aumento na geração de empregos. Isso mesmo. A área de Planejamento faz parte da cadeia de decisão de uma empresa. Unidade 1| Objetivos 1. Compreender a importância do planejamento de obras; 2. Aplicar as ferramentas de planejamento de obras; 3. Compreender os ciclos de vida de um projeto; 4. Elaborar um roteiro de planejamento de obras. A importância do planejamento de obras O planejamento de obras é uma etapa crucial para que qualquer projeto, seja ele grande ou pequeno, seja executado com sucesso. O planejamento engloba diversas atividades, desde a definição dos recursos que serão necessários para execução da obra até o prazo e cronograma das etapas do projeto, os custos envolvidos, as contratações necessárias (MATTOS, 2010). Fonte: Pixabay O planejamento pode ser compreendido também como um macroprocesso formado por outros tantos procedimentos interativos que buscam atingir metas previamente estabelecidas, por meio da definição de ações que indiquem o que fazer, como fazer, quando fazer e quem o fará (DO VALLE et al., 2010). Podemos dizer que um bom planejador é aquele que reúne competências e habilidades diversificadas que permitam, acima de tudo, uma visão ampla do objetivo do projeto e a capacidade de segmentá-lo em uma sequência lógica de sub etapas e atividades, determinando a duração, relação de interdependência, recursos necessários e orçamento de cada uma delas. É aquele que, de posse das informações técnicas necessárias, consegue estabelecer um “plano” de como executar o escopo, e o que será necessário para atingir o objetivo. A importância de planejar Atualmente, com a globalização e a alta competitividade entre as empresas, o planejamento é uma etapa crucial para garantir que uma construção seja executada de forma racional e economicamente viável e, por consequência, garantir a saúde financeira das empresas envolvidas. Fonte: Pixabay Segundo Mattos (2010), o planejamento de uma obra traz diversos benefícios, tais como: • Conhecimento pleno da obra, por meio do estudo prévio dos projetos, das produtividades envolvidas, das considerações feitas no orçamento e duração das etapas construtivas. • Detecção prévia de situações desfavoráveis, possibilitando a identificação com tempo hábil para revertê-las ou elaborar planos alternativos para mitigá-las. • Agilidade das decisões, já que se tem o conhecimento prévio das atividades e dos recursos envolvidos para execução da obra. • Analisando e acompanhando o andamento dos serviços, com base no planejamento inicial (chamado de referencial ou linha de base), o gestor pode otimizar a alocação de recursos de forma a garantir o cumprimento do cronograma. • Relacionar as premissas utilizadas no orçamento com a situação real da obra, avaliando as inadequações que podem ser ajustadas e as melhorias possíveis de serem adotadas. • A existência de um planejamento indica que a empresa tem profissionalismo e inspira confiança nos clientes. • Permite a padronização e unificação do entendimento da equipe, melhorando a comunicação e garantindo a compreensão do plano de ataque da obra. • Documentação e rastreabilidade, que permitem resgatar históricos, identificar pendências, elaborar pleitos contratuais. • Facilita a criação e implantação de planos de metas. • Geração de dados históricos que poderão auxiliar na elaboração do plano de ataque de obras posteriores. Principais ferramentas de planejamento O ciclo PDCA é um método de gestão que propõe uma abordagem organizada e lógica para a resolução de problemas ou o acompanhamento de um processo, objetivando orientar de forma simples e organizada as etapas de preparação e execução de atividades predeterminadas, permitindo seu acompanhamento, análise e, por fim, o aumento da assertividade nos projetos por meio do aprimoramento contínuo. Fonte: Flickr O ciclo é composto por quatro etapas, associadas à sigla PDCA, que vem do inglês, como se vê a seguir: • P (Plan) - planejar. • D (Do) - desemprenhar/executar. • C (Check) - verificar/controlar. • A (Act) - agir/aprimorar. Essa metodologia visa ao aprimoramento contínuo, por meio da repetição, por quantas vezes for necessário, das quatro etapas (planejar, executar, controlar e agir/aprimorar), até que o resultado esperado seja alcançado. Ele foi desenvolvido inicialmente por Walter Shewart, nos Estados Unidos, na década de 1920, e contava com apenas três passos (especificação, produção e inspeção). Foi no ano 1951 que o ciclo PDCA ganhou notoriedade, com a inclusão de um quarto passo por Edwards Deming, o reprojetar. E o ciclo do PDCA se repete, num processo de melhoria contínua, até a conclusão do projeto. O que foi planejado e executado deve ser verificado, e os gestores (e equipes), analisando o registro das informações, devem implantar as adequações necessárias para que o plano seja cumprido, ou revisar o planejamento traçando as modificações para que a meta seja atingida e o escopo concluído. Outras ferramentas de planejamento Os projetos estão cada vez mais complexos, o que tem demandado um constante aperfeiçoamento e atualização das ferramentas de planejamento, monitoramento e controle. Essas ferramentas auxiliam, e muito, na obtenção de informações mais refinadas, e permitem que a tomada de decisão seja feita de forma racional e assertiva. Diagrama causa e efeito Fonte: Andrade (2021) São muitas as técnicas que podem ser aplicadas no gerenciamento de projetos (DO VALLE et al., 2010). Vamos abordar abaixo algumas delas: • Diagrama causa e efeito – essa ferramenta é chamada também de Diagrama de Ishikawa ou de espinha de peixe e consiste em uma representação gráfica que permite a análise das causas que produzem determinados efeitos, sejam eles bons ou ruins. • Diagrama de Pareto – o diagrama de Pareto é uma ferramenta muito utilizada nas obras de construção em geral. Com base no princípio de Pareto, que diz que 20% dos fatores respondem por 80% dos resultados, a representação gráfica por meio dessa técnica permite compreender a importância relativa de um problema, ação, ou decisão em determinadas situações. Os ciclos de vida de um projeto de obras O ciclo de vida de um projeto é a sequência de fases pelas quais um plano passa desde o início até o encerramento. O número e a sequência do ciclo são determinados pela gestão, e vários outros fatores, como as necessidades da organização envolvida no projeto, a natureza do projeto e a sua área de aplicação. As fases têm um início, um fim e um ponto de controle definidos, e são limitadas pelo tempo. Fonte: Pixabay O ciclo de vida do projeto pode ser definido e modificado de acordo com as necessidades e aspectos da organização. Mesmo que cada projeto tenha um início e um fim definidos, os objetivos, entregas e atividades específicas variam amplamente. O ciclo de vida fornece a base básica das ações que devem ser executadas no projeto, independentemente do trabalho específico envolvido. Os ciclos de vida do projeto podem variar de abordagens preditivas ou orientadas a planos, a abordagens adaptativas ou orientadas a mudanças. Em um ciclo de vida preditivo, as especificações são definidas no início do projeto e quaisquer alterações no escopo são cuidadosamente tratadas. Em um ciclo de vida adaptativo, o produto é desenvolvido em várias iterações, e o escopo detalhado é definido para iteração apenas quando essa começa. Fases de um projeto A estrutura padrão de um projeto consiste na mesma estrutura de ciclo de vida genérica, consistindo nas seguintes fases: • A fase de iniciação - início do projeto. • A fase de planejamento - organização e preparação. • A fase deexecução - execução do projeto. • A fase de rescisão - encerramento do projeto. Fonte: Adaptado de Mattos (2010). • A fase de iniciação - a fase de iniciação visa definir e autorizar o projeto. O gerente de projeto obtém as informações fornecidas e cria um termo de abertura do plano. O termo de abertura autoriza o projeto e documenta os principais requisitos dele. • A fase de planejamento - o objetivo dessa fase é estabelecer uma estratégia detalhada de como o projeto deve ser executado e como torná-lo um sucesso. • A fase de execução - nessa fase, as decisões e atividades definidas durante a fase de planejamento são implementadas. Nesse momento, o gerente de projeto deve supervisionar o plano e evitar a ocorrência de erros. • A fase de rescisão - essa é a última fase de qualquer projeto e marca o encerramento oficial dele. Roteiro de planejamento de obras A evolução de um projeto no tempo obedece a uma curva típica, não importando muito de qual plano estamos falando. Vamos ver que o roteiro para elaboração do planejamento de um projeto também pode ser aplicado independentemente do porte da obra, seja ela uma reforma de uma pequena casa ou uma grande construção de um conjunto de edifícios. Fonte: Adaptado de Mattos (2010). A primeira etapa é identificar as atividades que serão necessárias para execução da obra e que farão parte do cronograma do contrato. É fundamental levantar as tarefas com bastante cuidado, para que não falte nenhum serviço importante na lista, que possa gerar atraso nos prazos estabelecidos no planejamento. Depois de identificar as atividades que vão compor o planejamento, vamos definir a duração delas, quanto tempo será gasto para cada uma delas ser concluída (horas, dias, meses etc.). A duração vai depender de qual volume de serviços temos para fazer e também de quais e quantos recursos vamos poder utilizar para executar essa tarefa. Definir as precedências é definir quem vem antes de quem. Assim, para cada atividade devemos definir sua predecessora imediata, aquela tarefa sem a qual não podemos executar a referida etapa. Representação gráfica A próxima etapa do planejamento é a representação gráfica das atividades e de suas interdependências em um diagrama de rede. Esse diagrama permite entender a sequência lógica das tarefas e do fluxo executivo a ser seguido. Diagrama de rede Fonte: Adaptado de Mattos (2010). Para montagem do diagrama, usualmente se utilizam um dos dois métodos: método das flechas (ou ADM – Arrow Diagramming Method) ou método dos blocos (nomeado também de PDM – Precedence Diagramming Method) e sua escolha depende apenas da preferência do planejador, pois o resultado será o mesmo, não importa a metodologia selecionada. No método das flechas, as atividades são representadas por setas que partem de um evento em direção a outro, e não pode haver duas atividades com o mesmo par de eventos de início e fim. O número constante abaixo da seta corresponde à duração da atividade. Já, no método dos blocos, as tarefas são representadas por caixinhas, e as flechas que as conectam indicam a relação de dependência. O caminho crítico é a sequência de atividades da obra que, somadas suas durações, resultam no maior prazo para conclusão total do projeto. Para identificação do caminho crítico, devemos calcular os prazos de cada um dos rumos constantes no diagrama de rede, e identificá-lo com um traço mais espesso ou duplo. Para concluir o roteiro de planejamento, precisamos reunir as informações obtidas nas etapas anteriores em um cronograma. A distribuição das tarefas no tempo permite a identificação das atividades e quando cada uma delas deve ser executada. Pela representação por barras, chamadas de Gráfico de Gantt, o entendimento visual fica muito mais fácil. Número do slide 1 Unidade 1| Introdução Unidade 1| Objetivos A importância do planejamento de obras Número do slide 5 A importância de planejar Número do slide 7 Número do slide 8 Principais ferramentas de planejamento Número do slide 10 Número do slide 11 Outras ferramentas de planejamento Número do slide 13 Os ciclos de vida de um projeto de obras Número do slide 15 Fases de um projeto Número do slide 17 Roteiro de planejamento de obras Número do slide 19 Representação gráfica Número do slide 21 Número do slide 22