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Lei penal no espaço. Art. 6 Lugar do Crime (locus commissi delicti): Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Teoria da ubiquidade (da unidade ou mista): Lugar do crime é tanto o lugar da ação quanto o lugar do resultado O Código Penal brasileiro adotou em seu art. 6° a teoria da ubiquidade. Por força deste critério, sempre que o fato se deva considerar praticado tanto no território brasileiro como no estrangeiro, será aplicável a lei brasileira. Em regra, ao crime praticado no território nacional aplica-se a lei brasileira. Como exceção, pode ocorrer a incidência da lei de outro país a um crime praticado no território nacional, desde que haja previsão em convenções, tratados e regras de direito internacional. A doutrina chama este princípio de Territorialidade Relativa ou Mitigada. A hipótese excepcional de aplicação de lei estrangeira, por autoridade de outro país, a um crime ocorrido no território brasileiro, dá-se o nome de Intraterritorialidade. Exemplo: Crime praticado por um embaixador estrangeiro no território brasileiro. Será julgado por um Tribunal de seu país e de acordo com sua lei penal. Art. 5º CP Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Consideram-se como extensão do território nacional: as embarcações e aeronaves brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem; as embarcações brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se achem em alto-mar; as aeronaves brasileiras mercantes ou de propriedade privada que se achem no espaço aéreo correspondente ao alto-mar Artº 5 §2 É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil. Passagem inocente O art. 3° da Lei 8.617/93 dispõe sobre o direito de aeronaves e embarcações passarem pelo território nacional. A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. A passagem inocente poderá compreender o parar e o fundear, mas apenas na medida em que tais procedimentos constituam incidentes comuns de navegação ou sejam impostos por motivos de força ou por dificuldade grave, ou tenham por fim prestar auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em perigo ou em dificuldade grave. Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro. Nesse caso, ocorrendo crime a bordo da embarcação, não se aplicará a lei brasileira. Embaixadas: Para fins penais, não são consideradas território estrangeiro. Destroços da embarcação pública em alto-mar: São consideradas extensão do território em que a embarcação está matriculada. Existem casos em que um estado acaba por utilizar de princípios para lançar sua pretensão punitiva a fatos cometidos no estrangeiro (fora do seu território). Esses princípios autorizam, de forma excepcional, que um estado puna o agente que cometeu crime fora de seu território. Principios Penais da Extraterritoriedade Nacionalidade ativa: Aplica-se a lei do país a que pertence o agente Nacionalidade passiva: Aplica-se a lei do país ao que pertence a vítima Defesa (ou Real): Aplica-se a lei da nacionalidade do bem jurídico lesado Justiça Penal Universal (ou Cosmopolita): Dependendo do crime praticado o agente será julgado pelo país que internacionalmente se comprometeu a reprimi-lo Representação (do Pavilhão ou da Substituição): Aplica-se a lei do país ao que a aeronave ou embarcação estiver matriculado Art 7º do CP Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; contra a administração pública, por quem está a seu serviço; de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; praticados por brasileiro; praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
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