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Lei penal no tempo

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Direito temporal – Lei penal no Tempo
Código Penal
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória
        Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.   
Tempus rege actum: o fato é regido pela lei e, vigor no tempo de sua prática. 
NOVATIO LEGIS REVOCATORIUM OU ABOLITIUS CRIMINIS (tem efeito retroativo)
Quando um legislador deixa e considerar um fato como criminoso, algo que deixou de ser reprovável para a sociedade. Deixa de ser penal mas continua ilícito. Não que seja algo aceitável, mas deixa de ser criminoso, tendo assim consequências punitivas por outros códigos que não o penal. EX: Lei 11.106/05 Onde descriminalizou-se o adultério, porem continua sendo regido pelo código civil.
LEX MITIOR OU NOVATIO LEGIS IN MELLIUS (tem efeito retroativo)
Quando sem deixar de tratar como criminoso certo fato, o legislador passa a trata-lo com mais benignidade, mais brandura, de forma mitigada e melhor. Algo que não seja tão reprovável mais. O fato continua sendo penal, mas não um crime. Pode se transformar em uma contravenção penal por exemplo, deixando assim de ser considerado crime. Como por exemplo: Lei 11.343 Art. 28º onde a posse de entorpecentes para uso próprio deixa de ser criminosa, e recebe apenas penas restritivas de direito, com sansões mais brandas.
NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
Quando o legislador faz de um fato que não era considerado criminoso, criminoso. Por mais repugnante que fosse o fato e ele não era criminoso, o legislador o torna criminoso. Ex: Lei 11.829 Art. 241A à 241E. Estatuto da criança que passou a considerar algumas práticas como “Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.” Art. 241 B
NOVATIO LEGIS IN PEJUS OU LEX GRAVIOR 
Quando o legislador, passa a considerar fatos criminosos com mais severidade e gravidade, agregando severidade as punições da conduta. Ex: Art 33º da Lei 11.343 para posse de entorpecentes, onde aumentou-se as multas e a pena para essa especifica conduta. Antes a lei 6368 Art. 2, previa 3 anos de prisão, e foi aumentado para 5 anos.
 A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.” (art. 5º, XL, da Constituição Federal de 1988); A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (Parágrafo único, art. 2º, do Código Penal).
TEMPO REGE ACTUM – A lei nova alcança o réu?
Uma vez praticado um fato e então sobrevém uma lei nova, depois do fato, que venha trata-lo com maior benignidade ou até mesmo descriminaliza-la = ALCANÇA O REU – Art. 2º do Código Penal sobre a retroatividade da lei mais benigna.
Pratica alguém um fato que a lei o define como criminoso e depois a lei o torna mais grave, com punições mais severas = NÃO ALCANCA O REU, pois a lei não retroagira a não ser eu seja para beneficiar o réu.
Atividade da lei: vigência da lei, desde o vigor até a sua revogação.	
Art. 2º Parágrafo Único Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar criminoso. Cessando qualquer efeito penal decorrente da ação. A lei retroagirá mesmo se já houver sentença judicial transitada em julgado.
Sucessão de leis: Lei mais benigna tem extra atividade (alcança ultra ativamente e retroativamente o reu) Tempus regit actum: lei do tempo: lei mais benigna sempre prevalece
EXEMPLO
	1ª Lei (2001)
	2ª Lei (2002)
	3ª Lei (2004)
	--
	Lei mais benigna que a anterior em um aspecto (dando diferentes condições) e mais severa em outro (penalizando mais)
	Lei mais benigna que a anterior (penalizando menos) e mais severa no sentido das condições. 
	--
	O legislador aumentar a pena (tornar mais severa nesse ponto) porem mudar de reclusão para detenção (tornar mais benigna nesse ponto) 
	O legislador desta vez diminuiu a pena (tornando mais benigna nesse ponto) porem mudou de detenção para reclusão (tornando-a mais severa nesse ponto.
Pode-se ou não combinar leis que se sucederam, para aplicar somente suas porções mais benignas? 
Pode-se extrair das leis que se sucedam apenas as porções que mais favorecem o réu?
Segundo a CF e o CP A lei retroagira de qualquer modo para beneficiar o réu, porem segundo o Supremo Tribunal Federal o juiz não pode tomar lugar de legislador, não pode agir como se legislador fosse e formar uma lei com fragmentos de outras. Sendo assim o juiz deverá decidir qual entra as duas leis que tem diferentes pontos de benignidade e de severidade, é a mais benigna de acordo com a relevância do ponto de benignidade. Se é melhor uma pena de detenção com mais anos ou de reclusão com menos anos por exemplo.
A lei mais severa não pode ter extra atividade, ou seja, ser aplicada depois de ter perdido sua vigência ou sido revogada.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS – lei excepcional ou temporária
É quando a severidade e a pena para certo fato são acentuados. Ex: Crise alimentícia, gerando escassez de alimentos. Muitas pessoas passariam a roubar frequentemente, então o legislador passa a tratar com mais severidade por certo período de tempo ou durante certo quadrante histórico (situação especial)
É uma lei ordinariamente mais severa do que a lei que está em vigor, mas tem sua vigência limitada a uma data ou a um quadrante de tempo. É uma lei associada a uma circunstância.
A lei porém, não teria efeito válido de inibir o fato (caráter intimidativo) se as pessoas soubesse que ao voltar ao normal após o período estipulado que a lei retroagiria para benefício do réu e ele passaria a ser julgado pela lei “normal” que estava em vigor antes da especial ou temporária e que volta a estar em vigor quando passado o período de tempo ou a situação excepcional que a fez mudar. 
De tal sorte que a lei especial ou temporária faz-se aplicada aos fatos cometidos em seu vigor, mesmo que depois volte a lei normal. 
Portanto sempre se aplica o Tempus regit actum, com exceção de leis que beneficiam o réu e em caso de lei excepcional ou temporária mesmo que mais severa para com o réu.

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