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AULA 01: INTRODUÇÃO À AGROMETEOROLOGIA AGROMETEOROLOGIA TERRA: UM SISTEMA DINÂMICO Terceiro planeta do sistema Solar, Sol: responsabiliza-se por cerca de 99,5% da energia que incide na superfície da Terra, A atmosfera da Terra é integrante dos Sistemas Naturais Terrestres de Superfície – SNTS, Geossistema (conceito derivado da Teoria Geral dos Sistemas – TSG). A AGROMETEOROLOGIA É o ramo da agronomia que estuda a interação dos fenômenos meteorológicos e seus impactos na cadeia produtiva do sistema agropecuário. A maioria dos ramos agronômicos adota técnicas agrometeorológicas na tomada de decisões, como: na economia e sociologia rural, logísticas de escoamento de safras, fito e entomologia, obras hidráulicas, irrigação e drenagem, pesquisa do sistema solo-água-planta, entre outros (INEMA, 2015). A CLIMATOLOGIA A Climatologia possui excepcional importância para o estudo ambiental, pois a dinâmica climática é responsável pela intensidade assumida pelos processos geomorfológicos, formação dos solos, e crescimento e desenvolvimento das plantas. Todo sistema do ambiente físico funciona em termos de calor e umidade. As próprias atividades humanas apresentam características relacionadas com os eventos climáticos (AYOADE, 1996). TEMPO X CLIMA O estado da atmosfera pode ser descrito por variáveis quecaracterizam sua condição física. Essas variáveis são o que chamamos de elementos meteorológicos: temperatura do ar, umidade relativa do ar, velocidade e direção do vento, precipitação, pressão atmosférica, radiação solar, etc... Para um dado local, o estado da atmosfera pode ser descrito tanto em termos instantâneos, definindo a condição atual, a qual é extremamente dinâmica, como também em termos estatísticos, definindo a condição média, a qual é por sua vez uma descrição estática. Condição atual, mostrando a ocorrência de uma tempestade Condição média, mostrando as diferenças entre as regiões brasileiras À grosso modo: Clima – Conjunto de características de tempo observados em um determinado período de tempo. Para tal, são necessários no mínimo 30 anos de observação. Estudado pela Climatologia. ex.: Tropical, Equatorial e etc. Tempo – Estado momentâneo da atmosfera num determinado lugar, observando uma série de fatores, tais como: nebulosidade, temperatura, umidade e ventos. Estudado pela Meteorologia. ex.: nublado, parcialmente nublado e etc. TEMPO X CLIMA TEMPO X CLIMA À condição atual denomina-se: TEMPO À condição média denomina-se: CLIMA Piracicaba, SP - 01 Jan 2005 5 10 15 20 25 30 35 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Horário T em p er at u ra d o a r (C ) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 U m id ad e R el at iv a d o a r (% ) T UR Piracicaba, SP - 11 Jul 2004 5 10 15 20 25 30 35 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 Horário T em p er at u ra d o a r (C ) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 U m id ad e R el at iv a d o a r (% ) T UR A variação da temperatura e da umidade relativa do ar, ao longo de um dia, mostra o grande dinamismo das condições do tempo. Observe que dependendo da época do ano essa variação ao longo do dia pode ser maior ou menor, o que na realidade é dependente dos fatores meteorológicos que estão atuando em cada um desses dias. TEMPO TEMPO O mesmo acontece ao analisarmos as temperaturas médias mensais para uma série de anos consecutivos. Percebe-se que apesar de haver um padrão de variação, ocorre oscilação nas médias de um mesmo mês, de ano para ano. Isso também pode ser observado para a chuva... TEMPO ... em que apesar de se observar a oscilação estacional, os valores mensais variam sensivelmente de ano para ano, com o total anual variando de 1.104 mm em 2003 a 1.461 mm em 2002. CLIMA Piracicaba, SP 0 5 10 15 20 25 30 J F M A M J J A S O N D T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Já as médias das temperaturas médias mensais e dos totais médios mensais de chuva para um período igual ou superior a 30 anos, denominadas de NORMAIS CLIMATOLÓGICAS, mostra apenas a variabilidade estacional, porém com valores estáticos para cada mês, descrevendo assim o CLIMA do local. Como dito anteriormente, as NORMAIS CLIMATOLÓGICAS indicam as condições médias do estado da atmosfera do local e isso possibilita se caracterizar o seu CLIMA e a comparação entre localidades. Dê uma olhada nas figuras a seguir e veja as diferenças entre os climas de várias regiões do mundo e também do Brasil. Pindorama, SP - BRASIL 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out NovDez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Tucuman - ARGENTINA 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out NovDez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Tampico - MÉXICO 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Bhopal - ÍNDIA 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 100 200 300 400 500 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Kano - NIGÉRIA 0 5 10 15 20 25 30 35 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 100 200 300 400 500 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Helwan - EGITO 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 20 40 60 80 100 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Valência - ESPANHA 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Sta. Maria de Leuca - ITÁLIA 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Bebedouro, SP 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Itabaianinha, SE 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Taquarí, RS 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100150 200 250 300 350 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed Uberaba, MG 0 5 10 15 20 25 30 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez T em pe ra tu ra m éd ia (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 C hu va ( m m /m ês ) Chuva Tmed NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA O campo da Climatologia é bastante amplo e pode-se fazer subdivisões, com base nos tópicos enfatizados ou na escala dos fenômenos atmosféricos que são ressaltados. Climatologia Regional É a descrição dos climas em áreas selecionadas da Terra. NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA Climatologia Sinótica É o estudo do tempo e do clima em uma área com relação ao padrão de circulação atmosférica predominante. A Climatologia Sinótica é, assim, essencialmente uma nova abordagem para a climatologia regional. NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA Climatologia Física Envolve a investigação do comportamento dos elementos do tempo ou processos atmosféricos em termos de princípios físicos. Neste, dá-se ênfase à energia global e aos regimes de balanço hídrico da Terra e da atmosfera. Climatologia Dinâmica Enfatiza os movimentos atmosféricos em várias escalas, particularmente na circulação geral da atmosfera. NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA Climatologia Aplicada Enfatiza aplicação do conhecimento climatológico e dos princípios climatológicos nas soluções dos problemas práticos que afetam a humanidade. NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA NATUREZA E CAMPO DA CLIMATOLOGIA Climatologia Histórica É o estudo do desenvolvimento dos climas através dos tempos. ESCALAS DA CLIMATOLOGIA Uma abordagem alternativa à subdivisão da climatologia está baseada em escalas dos sistemas de circulação meteorológica. Deve-se ressaltar, todavia, que os vários fenômenos atmosféricos, que vão desde zonas planetárias até os sistemas de ventos locais, constituem um único espectro contínuo dos sistemas climáticos. ESCALAS DA CLIMATOLOGIA Macroclimatologia – relacionada com os aspectos dos climas de amplas áreas da Terra e com os movimentos atmosféricos em larga escala que afetam o clima. Mesoclimatologia – preocupada com o estudo do clima em áreas relativamente pequenas, entre 10 e 100 quilômetros de largura (por exemplo, o estudo do clima urbano e dos sistemas climáticos locais severos tais como os tornados e temporais). Microclimatologia – preocupada com o estudo do clima próximo à superfície ou de áreas muito pequenas, com menos de 100 metros de extensão. ORGANIZAÇÕES METEOROLÓGICAS / CLIMÁTICAS Organização Meteorológica Mundial (OMM) A Organização Meteorológica Mundial (OMM) foi fundada em 1950 e tornou-se uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) em 1951, para a Meteorologia (tempo e clima), hidrologia operacional e ciências geofísicas. A sede da OMM fica localizada em Genebra, Suíça e, desde 4 de dezembro de 2009, é composta por 189 membros (sendo 183 estados e 6 territórios). O Brasil é um estado-membro desde a fundação da OMM e o Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) é o órgão operacional responsável pelas atividades de Meteorologia Marítima na METAREA- V. ORGANIZAÇÕES METEOROLÓGICAS / CLIMÁTICAS Organização Meteorológica Mundial (OMM) • Facilitar a cooperação mundial na criação de redes de estações para a realização de observações meteorológicas, bem como hidrológicas e outras observações geofísicas relacionadas com a meteorologia, e promover o estabelecimento e a manutenção de centros encarregados da prestação de serviços meteorológicos e afins; • Promover o estabelecimento e manutenção de sistemas de troca rápida de informações meteorológicas e correlatas; • Promover a normalização das observações meteorológicas e afins e assegurar a publicação uniforme de observações e estatísticas; • Prosseguir a aplicação da meteorologia para aviação, navegação, problemas de água, agricultura e outras atividades humanas; • Promover atividades de hidrologia operacional e cada vez mais estreita cooperação entre os Serviços Meteorológicos e Hidrológicos; • Incentivar a investigação e formação em meteorologia e, quando apropriado, em áreas afins, e para ajudar na coordenação dos aspectos internacionais desse tipo de investigação e formação. ORGANIZAÇÕES METEOROLÓGICAS / CLIMÁTICAS INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET O INMET representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) e, por delegação desta Organização, é responsável pelo tráfego das mensagens coletadas pela rede de observação meteorológica da América do Sul e os demais centros meteorológicos que compõem o Sistema de Vigilância Meteorológica Mundial. Ainda por designação da OMM, o Brasil, por meio do INMET, deve sediar um Centro de Sistema de Informação Mundial (GISC, na sigla em inglês), integrante do principal núcleo do novo Sistema de Informação da OMM (WIS, na sigla em inglês). O WIS é resultado da evolução do Sistema Mundial de Telecomunicações (GTS). ORGANIZAÇÕES METEOROLÓGICAS / CLIMÁTICAS INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA – INMET São atribuições do INMET: elaborar e divulgar, diariamente, em nível nacional, a previsão do tempo, avisos e boletins meteorológicos especiais; promover a execução de estudos e levantamentos meteorológicos e climatológicos aplicados à agricultura e outras atividades correlatas; coordenar, elaborar e executar programas e projetos de pesquisas agrometeorológicas e de acompanhamento das modificações climáticas e ambientais; estabelecer, coordenar e operar as redes de observações meteorológicas e de transmissão de dados, inclusive aquelas integradas à rede internacional; propor a programação e acompanhar a implementação de capacitação e treinamento de recursos humanos, em atendimento a demandas técnicas específicas. 70% do total de terras utilizadas no mundo são com a agricultura e silvicultura: 12% para culturas anuais e perenes 31% para florestas plantadas 27% para pastagens A agricultura é também fonte essencial de divisas para os países em desenvolvimento. A produção agrícola é altamente dependente do tempo, do clima e da disponibilidade de água, e é adversamente afetada pelos desastres meteorológicos. Tempo/Clima x Agricultura 0 10 20 30 40 50 60 70 80 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Year Da m ag e (M ill io n $U S) Variação anual dos danos estimados para a agricultura devido aos desastres meteorológicos Source: Sivakumar (2005) Source: Sivakumar (2005) Porcentagem dos danos causados por diferentes desastres meteorológicos 0 10 20 30 40 50 60 Floods Windstorms Droughts Forest Fires Extreme Temp. Landslides Other Pe rc en t Total amount of estimated damage = $412.65 billion Valor médio anual dos danos causados = US$ 41,3 milhões Source: Sivakumar (2005) P o rc e n ta g e m Porcentagem do total dos danos causados pelos desastres meteorológicos nos diferentes continentes 29% 2% 19% 49% 1% Source: Sivakumar (2005) Tempo/Clima x Agricultura Agricultura é altamente dependente das condições de tempo e clima e os agricultores na maioria das vezes não tem controle sobre eles Cerca de 80% da variabilidade na produtividade agrícola se deve à variabilidade das condições meteorológicas durante a estação de cultivo, especialmente para as culturas de sequeiro O impacto da variabilidade do tempo não é apenas sobre o crescimento e produtividade das culturas, mas também sobre as práticas agrícolas: preparo do solo, semeadura, irrigação, pulverização, colheita, etc... Se estima que, direta ou indiretamente, as condições do tempo sãoresponsáveis por 75% das perdas anuais das propriedades agrícolas Influência do Clima e do Tempo na Produtividade Agrícola Tipos e Níveis de Produtividade Produtividade Potencial Prod. Atingível Prod. Real Nível de Produtividade T ip o d e P ro d u ti v id a d e RS, T, N, Genotipo Fatores Determinantes Fatores Limitantes Disponibilidade de água (P – ETP) e nutrientes no solo Fatores Redutores Pragas, Doenças e Daninhas (T, RH, P e DPM) Variabilidade da produtividade da soja no Sul do Brasil Fonte: IBGE and CONAB Estado do Rio Grande do Sul 4 milhões ha de soja Efeito da seca na produtividade Em 2005, as perdas no RS com a seca na cultura da soja chegaram a US$ 2,5 milhões Tempo/Clima x Sistema Agrícola Basicamente, o clima é o primeiro fator a ser considerado para a definição de que tipo de cultura pode ser explorado numa dada região, da época de cultivo, do nível de produtividade que pode ser esperado e do tipo de sistema agrícola a ser adotado. Por outro lado, as condições do tempo num dado ano irá controlar o nível de sucesso da cultura, definindo o momento mais adequado para as práticas agrícolas, o nível de produtividade realmente obtido como conseqüência das condições meteorológicas adversas, como seca, granizo, geada, inundação, etc, e as medidas a serem adotadas para a minimização dos riscos. Agricultura e/ou o Agronegócio é uma das principais atividades econômicas no Brasil, responsável por: • 35% do PIB • 42% das Exportações • 37% dos Empregos O Brasil tem 388 milhões ha de terras agricultáveis sendo que 23% delas ainda não são utilizadas O tempo/clima exerce papel preponderante na produção agrícola, sendo responsável pela diversidade das culturas, pelos níveis de produção e pela variabilidade da produtividade. Uma breve noção da relação entre clima e agricultura no Brasil Brasil é um país muito grande, apresentando vários tipos de clima Temp. média e Chuva para diferentes regiões do Brasil Manaus, AM 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Cuiabá, MT 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Santa Maria, RS 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Pindorama, SP 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Recife, PE 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 350 400 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Quixeramobim, CE 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 R ai n fa ll (m m ) Rainfall Avg Temp Carolina, MA 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec Months A ve ra g e T em p (o C ) 0 50 100 150 200 250 300 R ai n fa ll (m m )Rainfall Avg Temp Os diferentes climas resultam em diferentes regimes do balanço hídrico, que juntamente com a temperatura, irá determinar o zoneamento agrícola e o tipo de sistema agrícola a ser empregado Balanço hídrico climatológico de diferentes regiões do Brasil Extrato do Balanço Hídrico Mensal -200 -100 0 100 200 300 400 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal -180 -160 -140 -120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal -100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal -50 0 50 100 150 200 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Extrato do Balanço Hídrico Mensal -150 -100 -50 0 50 100 150 200 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Sistema Agroflorestal Agricultura de Subsistência Agriculture de alta tecnologia Clima úmido e sub-úmido Clima super- úmido Clima semi-árido Clima x Sistemas Agrícolas Como as informações meteorológicas e agrometeorológicas podem auxiliar a agricultura ? Essas informações podem ser utilizadas para melhorar os níveis de produção, minimizando os impactos adversos, ou seja, o risco climático, As informações meteorológicas / agrometeorológicas podem ser utilizadas das seguintes formas: a) Para propósitos estratégicos b) Para propósitos táticos c) Para obtenção de resiliência Propósitos Estratégicos Levantamento da capacidade de produção, da disposição das culturas na propriedades e da escolha do tipo de empreendimento baseados na interpretação do clima do local Basicamente, isso está relacionado ao planejamento agrícola – zoneamento agroclimático, épocas de semeadura, risco climático e planejamento topoclimático da propriedade Zoneamento agroclimático e épocas de semeadura para a cevada no Estado do Rio Grande do Sul Fonte: Embrapa Trigo Zoneamento agroclimático e épocas de semeadura para o feijão no Estado do Paraná Safra das Águas Safrinha ou Safra da Seca Safra de inverno Zoneamento agroclimático e risco climático para a cultura do feijão, semeado em janeiro, no Estado de Goiás Chuva anual, zoneamento agroclimático, épocas de semeadura e risco climático para a cultura do caupí no Estado do Piauí B a ix o M é d io A lt o O risco de ocorrência de geadas é outra informação importante para o planejamento agrícola Probabilidade de ocorrência de geadas (Tmin < 0oC) em uma dada região subsidia o planejamento topoclimático da propriedade Probabilidade de Tmin<0oC (%) Fonte: CIIAGRO/IAC Planejamento Topoclimático Nos lugares onde há probabilidade de ocorrência de geadas, os produtores devem escolher as melhores condições topográficas para o cultivo de culturas perenes, de modo a se minimizar o risco de danos. Cultura perene Planejamento topoclimático Ex po si çã o do terr en o Locais corretos para o cultivos de culturas anuais e perenes Cultura anual de inverno Cultura perene Vegetação alta e densa Planejamento Topoclimático Escolha da melhor configuração do terreno para o cultivo de culturas anuais e perenes, objetivando se minimizar os riscos de danos por geadas Configuração do terreno Propósitos Táticos Criar flexibilidade no sistema de produção, em função do acompanhamento das condições do tempo, da disponibilidade hídrica do solo e da previsão do tempo/clima Isso permite se ter uma idéia de como está e/ou de como será a estação de crescimento, auxiliando nas tomadas de decisão Extrato do Balanço Hídrico Mensal -50 0 50 100 150 200 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez m m DEF(-1) EXC Balanço Hídrico do Solo – Piracicaba, SP – CAD = 100mm Excedente hid. Deficiência hid. Data média de semeadura Data média de semeadura para culturas anuais de sequeiro baseada no balanço hídrico normal de Piracicaba, SP Spoil water budget - Piracicaba - CAD = 100mm -50 0 50 100 150 200 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D m m 1985 1986 Balanço hídrico do solo - Piracicaba, SP – CAD = 100mm Conhecendo-se as condições hídricas de um ano como esse, os produtores podem adotar estratégias para a minimização das perdas, como redução da área de plantio, ou mesmo não semear a cultura. Informações de balanço hídrico podem ser obtidas de várias fontes, como os mapas publicados pelo INMET, com os valores mensais de excedente e deficiência hídrica... April 2006 May 2006 June 2006 Soil water storage (mm) Rainfall (mm) Actual Evapotranspiration (mm) Soil water budget – Northeastern Region, Brazil ... ou armazenagem, chuva e ET real para uma região específica do país. 09 July 2006 Balanço hídrico e previsão do tempo são importantes também para tomadas de decisão para as culturas irrigadas, proporcionando assim racionalização do uso da água na agricultura Produtividade (Kg/ha) Lâmina de irrigação Ymax Ymin Produtividade afetada pelo déficit hídrico Produtividade afetada pelo excesso de água: lixiviação, erosão, mudança do microclima, etc... Produtividade x Irrigação Lâmina ótima Lâmina de irrigação (% of ECA) Produtividade (kg/ha) 75 11,206 100 11,968 125 16,232 150 14,036 175 13,800 Lâmina de irrigação x Produtividade da Banana Mapas de índices de conforto animal auxiliam na tomada de decisão a respeito da adoção de estratégias de minimização do estresse causado pelas condições ambientais Without Stress Medium Stress High Stress Without Stress Medium Stress High Stress Previsão de geada – é uma informação importante para a tomada de decisão. Medidas de curto-przao podem ser adotadas para minimizar os danos nas culturas, como nos cafezais e nas fruteiras Risco de Geada Alto Médio Baixo Sistema de Previsão de Geadas - CPTEC/INPE Cobrindo as plantas jovens com solo ou palha Irrigando a cultura durante a noite de geada Começo da irrigação Fim da irrigação O conhecimento da evolução dos fenômenos El Niño / La Niña é uma ferramenta muito importante para a previsão do clima da estação de cultivo, o que ajuda os agricultores na tomada de decisão El Niño 1997-1998 La Niña 2005-2006 Efeitos do El Niño No Brasil, a seca é mais intensa na região NE, ... ... A temperatura é mais alta do que o normal na região SE ... ... e as chuvas ficam acima do normal da região S. Efeitos da La Niña No Brasil, as chuvas atingem valores acima do normal na região NE, ... ... a temperatura fica abaixo do normal na região SE, ... ... e as chuvas ficam abaixo do nromal na região S, com intensificação da seca. Estado Perda de grãos (ton) Rio Grande do Sul 1.693.777 Santa Catarina 1.626.298 Paraná 1.568.700 Total para a Região Sul 4.888.775 Efeitos do El Niño de 1982/83 na perda de grãos no Sul do Brasil (Source: www.senado.gov.br/web/relatorios/elnino/fenomeno.htm) Áreas com potencial de inundação no Brasil As inundações foram a causa das perdas apresentadas acima Entretanto, em anos em que o El Niño promove apenas chuvas um pouco acima do normal, os efeitos na produtividade agrícola são positivos: Anos de El Niño Produtividade Soja (kg/ha) % de aumento em relação à média (1.480 kg/ha) 1976/77 1.650 11,5 1986/87 1.610 8,8 1991/92 1.960 32,4 1992/93 1.980 33,8 1994/95 1.730 16,9 1994/95 1.950 31,8 Efeitos da La Niña nas perdas de grãos (soja + milho) no Estado do Rio Grande do Sul (Fonte: Berlato & Cordeiro, 2005) A estiagem foi a principal causa dessas perdas Ano Perdas (milhões ton) Perdas (milhões US$) 1995/96 2,8 522,5 1998/99 2,8 335,4 1999/00 2,3 307,8 A previsão sazonal do clima, do CPTEC/INMET, é uma ferramenta muito importante para os produtores com relação aos propósitos táticos Em anos de La Niña, as secas são esperadas para a Região Sul do Brasil, e assim os agricultores podem adotar as seguintes medidas: a) Reduzir a área de plantio ou mesmo não plantar b) Usar variedades mais tolerantes à seca c) Usar o planti direto ou o cultivo mínimo para reduzir a evaporação da água do solo d) Usar a irrigação quando e onde possível Em anos de El Niño effects, chuvas acima do normal são esperadas para a Região Sul do Brasil, e assim os agricultores podem adotar as seguintes medidas: a) Evitar os plantios de áreas sujeitas a inundação b) Manuter e conservar os sistemas de drenagem c) Investir mais em fertilizantes, já que normalmente se espera obter maiores produtividades d) Usar variedades de ciclo mais curto Obtenção de Resiliência Fortalecimento dos sistemas agrícolas por meio da diversificação e das estratégias de manejo dos riscos Resiliência se refere à capacidade e abilidade do sistema agrícola de enfrentar condições meteorológicas adversas inesperadas e severas, como secas prolongadas, etc. A resiliência dos sistemas agrícolas pode ser melhorada por meio das seguintes ações: Diversificação de culturas, variedades e datas de plantio – reduz a exposição das culturas às condições adversas em estágios críticos, tal como florescimento e enchimento dos grãos Utilização do cultivo mínimo ou do plantio direto – reduz a evaporação da água do solo, resultando num melhor uso da água pelas culturas e dando mais flexibilidade para o escalonamento dos plantios. Correção das deficiências nutricionais e controle integrado de pragas e doenças – melhora o vigor das culturas, permitindo maior tolerância às condições meteorológicas adversas IPM Uso de quebra-ventos para redução da evapotranspiração das culturas e da demanda de alimentos pelo animais Uso da irrigação, onde haja condições para isso, especialmente nos períodos mais críticos das culturas, como no estabelecimento, florescimento e enchimento dos grãos Considerações Finais As informações meteorológicas/climáticas são extremamente importantes para a agricultura e para a realização de práticas agrícolas. A importância dessa informações relativas ao tempo e ao clima são para fins estratégicos, táticos e também para obtenção de resiliência. Um sistema racional de informações agrometeorológicas deve contar com especialistas das mais diversasáreas, entre elas: meteorologia, agrometeorologia, agronomia, extensão rural, economia e irrigação. Os serviços nacionais de meteorologia são essenciais nesse contexto, não apenas como fornecedores de dados meteorológicos ou de previsões do tempo e do clima, mas também fornecendo produtos agrometeorológicos específicos para os agricultores, por meio de um Sistema de Informações Agrometeorológicas REFERÊNCIAS AYOADE, John O. Introdução a climatologia para os trópicos. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 332 p MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007. 206 p. Aula Prof. Paulo Cesar Sentelhas / ESALQ-USP 2006
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