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AULA 13 - RECURSOS EM ESPÉCIE - EMBARGOS E CARTA TESTEMUNHAVEL

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RECURSOS EM ESPÉCIE
AULA 13
Embargos Infringentes e de Nulidade – Arts. 609 CPP 
 Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP. 
Carta Testemunhável – Arts. 639 a 646 CPP
Embargos Infringentes e de Nulidade – Arts. 609 CPP 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária.  (Redação dada pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
	  Parágrafo único.  Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei nº 1.720-B, de 3.11.1952)
Embargos Infringentes e de Nulidade – Arts. 609 CPP 
Existe diferença entre embargo infringente e de nulidade? 
	O recurso é o mesmo, porém ele será chamado de infringente quando o objeto da sua impugnação girar em torno de questões de direito material. 
	Ele será chamado de nulidade quando o objeto da sua impugnação for questões de direito processual .
Embargos Infringentes e de Nulidade – Arts. 609 CPP 
Peculiaridades dos Embargos Infringentes e de Nulidade: 
	- Trata-se de recurso exclusivo da defesa que excepcionalmente poderá ser utilizado pelo MP, mas apenas pró réu. 
	- Esse recurso pressupõe a existência de um voto vencido proferido no julgamento de uma apelação ou RSE. 
	- O efeito devolutivo deste recurso é limitado aos termos do voto vencido, ou seja, o seu objetivo é promover uma reanálise desse voto vencido. 
Embargos Infringentes e de Nulidade – Arts. 609 CPP 
É possível a concessão de HC de ofício no julgamento de embargos infringentes ou de nulidade? 
	Apesar de juízes e Tribunais poderem conceder HC de ofício, não é possível, em hipótese alguma, que isso seja feito em relação à decisão do próprio órgão pois ninguém pode conceder HC em relação à sua própria decisão, uma vez que o HC pressupõe a existência de um órgão superior analisando a decisão guerreada. 
Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP 
	Regulamentados pelos art. 382 (para sentença de juiz singular) e art. 619 e 620 (para acórdão), todos do CPP, os embargos servem para corrigir contradições, ambiguidades, omissões ou obscuridades em sentenças e acórdãos . 
	No entanto, apesar de só estarem legalmente previstos contra estas duas decisões, Grinover, Magalhães e Scarance afirmam que “os embargos podem ser interpostos contra qualquer decisão judicial” (Recursos no Processo Penal, p. 225). 
Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP 
	Os embargos devem ser dirigidos, em petição, ao próprio Relator do acórdão embargado dentro do prazo de 2 dias. 
	O prazo começa a partir da publicação do referido acórdão. 
	O artigo 263 do regimento do STJ prescrevia o prazo de 5 dias. Entretanto, houve alteração, de sorte que atualmente o prazo, continua o previsto no art. 619 do CPP. 
	No STF o prazo é de 5 dias, nos termos do art. 337,§ 1º do respectivo regimento interno.
Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP 
	PRESSUPOSTOS PARA ADMISSÃO SÃO: 
	a) Que o acórdão contenha ambiguidade, obscuridade, omissão ou contradição;
	 b) Que o Embargante, indique no requerimento, o ponto que deva ser declarado ou corrigido.
Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP 
	  PROCEDIMENTO 
     Trata-se de recurso Inaudita altera parte, isto é, não é ouvida a parte adversa. No prazo de 2 (dois) dias após publicado o acórdão, a parte interessada fará uma petição ao próprio Relator, indicando no acórdão os pontos a ser corrigido ou declarado. Apresentada a petição subscrita por quem capacidade postulatória, será julgado a admissibilidade pelo Relator. Prescreve o § 2º do art. 619: “§ 2º - Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo o requerimento.” 
Embargos de Declaração – Arts. 382, 619 e 620 CPP 
SUSPENSÃO OU INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA OUTROS RECURSOS
	O código de Processo Penal é omisso a respeito. Entretanto, como no art. 538 do Código de Processo Civil, os embargos interrompem o prazo para outro recurso, e consoante com o art. 3º do CPP, tal princípio se entendeu ao Código de Processo Penal. 
CARTA TESTEMUNHÁVEL – Arts. 639 a 646 CPP 
Carta testemunhável é o recurso cabível contra a decisão que não recebe recurso em sentido estrito ou agravo na execução, ou cria obstáculo á sua expedição ou seguimento ao tribunal “ad quem”. 
	A carta testemunhável é um recurso para fazer receber ou fazer andar outro recurso, embora seja antigo quase não é utilizada na prática. 
	Dirige-se contra a decisão que denega recurso interposto (art.639, I), ou que impede o seguimento daquele admitido (art. 639, II).
CARTA TESTEMUNHÁVEL – Arts. 639 a 646 CPP 
O prazo para interposição é de 48 horas do despacho impugnado. Exige-se intimação ou ciência inequívoca do despacho para inicio de prazo, embora o código empregue a expressão “48 horas seguintes do despacho”.
	 Se assim não fosse, bastaria o juiz reter os autos por 48 horas para que a carta se tornasse inviável, e a parte teria que acampar no fórum para saber o exato instante do despacho.
CARTA TESTEMUNHÁVEL – Arts. 639 a 646 CPP 
Embora a matéria não tenha sido objeto de análise na doutrina, tudo faz crer, que no caso de omissão do juiz que está obstando ao recurso, o lapso começa a correr depois de escoado o prazo do juiz. 
A carta é interposta por requerimento, ao escrivão, com a indicação das peças do processo que deveram compor o instrumento que subirá com a carta. 
	No ato, o escrivão passara recibo do requerimento.
CARTA TESTEMUNHÁVEL – Arts. 639 a 646 CPP 
Em seguida o escrivão terá 5(cinco) dias para extrair, conferir e consertar o instrumento, entregando-o ao testemunhante para o oferecimento de razões , por 2(dois) dias. Após igual prazo para o testemunhado, os autos vão conclusos ao juiz, que, também em 2 (dois) dias, reformará seu despacho, dando prosseguimento ao recurso obstado, em juízo de retratação, ou o sustentará, seguindo-se o rito dos artigos 588 a 592(recurso em sentido estrito).
CARTA TESTEMUNHÁVEL – Arts. 639 a 646 CPP 
No tribunal ad quem a carta seguirá o procedimento do recurso obstado. 
Conhecendo da Carta, o tribunal mandará o juízo a quo processar o recurso obstado ou, se a carta estiver suficientemente instruída, possibilitando o exame do recurso obstado, decidirá logo toda a matéria, no mérito. 
A carta não tem efeito suspensivo. De acordo com o artigo 646 do CPP tem efeito devolutivo.

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