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1 DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS TRATAMENTO: Submeter a habitação do demônio (o corpo do paciente) a toda sorte de desconforto e sofrimento Doença era causada por espíritos maus ou demônios FONTES DE FÁRMACOS Antigamente o tratamento das doenças consistia em uso de drogas de origem animal e vegetal. Paracelso (1493 a 1541) - Doutrina da assinatura açafrão, por ter cor amarela, curaria a icterícia; mucosa do estômago de carneiro eliminaria as perturbações gástricas. 2 Descoberta de alcalóides (1803 a 1920) - o estudo dos fármacos recebeu grande impulso. Até 1930 as drogas usadas na Medicina eram, em sua maioria, de origem natural: vegetal, animal e mineral. 1940: descoberta acidental de que fungos e outros microrganismos produzem antibióticos. Introdução de fármacos semi-sintéticos mediante modificação química de produtos vegetais, animais ou microbianos, como alcalóides, hormônios e antibióticos. Atualmente - 5.000.000 substâncias químicas identificadas e caracterizadas. Anualmente, são cerca de 100.000 compostos novos. 3 CUSTO E LOCAL DE DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS Custo - Na década passada custava 6.000.000 de dólares na França e 8.000.000 na Inglaterra. Instituições Atualmente - cerca de 3.000 a 5.000 compostos químicos para que resulte 01 fármaco de uso terapêutico. 4 GÊNESE DE FÁRMACOS Os fármacos são introduzidos na terapêutica principalmente por um dos seguintes processos: � Ao acaso, � Triagem empírica, � Extração de princípios ativos de fontes naturais, �Modificação molecular de fármacos conhecidos, � Planejamento racional. � Acetanilida e fenilbutazona (antipiréticos); Em 1886, erro de dispensação, no lugar de naftaleno para um paciente com parasitose abaixamento da temperatura. � Penicilina (antibacteriano), em 1929; � Dissulfiram: tratamento de alcoolismo crônico, em 1948 durante uma pesquisa de novos anti-helmínticos; � Iproniazida e IMAO como antidepressivos, em 1952, em teste deste composto como tuberculostático; GÊNESE AO ACASO 5 � Tentativas para formular um derivado aminado da diclorfenamida (II), não tiveram êxito, mas conduziram à clorotiazida, o primeiro membro das tiazidas e hidrotiazidas, duas novas classes de diuréticos administrados por via oral. TRIAGEM EMPÍRICA Propriamente dita: Substâncias químicas disponíveis são submetidas a uma variedade de ensaios biológicos na esperança de que algumas manifestem atividade útil. Método não muito recompensador, pois para ter-se um novo fármaco tem-se de submeter à triagem 500.000 a 400.000.000 compostos químicos. 6 TRIAGEM EMPÍRICA Uma variante deste método é a triagem empírica racionalmente dirigida. Usada durante a Segunda Guerra Mundial para descobrir novos antimaláricos. Isolamento e identificação de produtos do metabolismo de medicamentos: EXTRAÇÃO DE FONTES NATURAIS � Cerca de 160 fármacos contidos na USP-NF (USA) eram utilizados pelos índios norte americanos. � Em 1960, 47% dos fármacos prescritos pelos médicos nos EUA provinham de fontes naturais, sendo, em sua maioria, antibióticos. 7 Exemplos de produtos naturais de grande aplicação na indústria farmacêutica 8 9 MODIFICAÇÃO MOLECULAR � Também denominado manipulação molecular, é o mais usado e, até agora, o mais recompensador. � Consiste em tomar uma substância química bem determinada e de ação biológica conhecida, como modelo ou protótipo e daí sintetizar novos compostos que sejam congêneres, homólogos ou análogos estruturais do fármaco matriz. 1. Maior probabilidade dos congêneres, homólogos e análogos apresentarem propriedades farmacológicas semelhantes às do protótipo do que aqueles selecionados ou sintetizados ao acaso; 2. Possibilidade de obter produtos farmacologicamente superiores; 3. Síntese semelhante à do protótipo, com economia de tempo e dinheiro; 4. Os dados obtidos poderão elucidar a relação entre estrutura e atividade; 5. Emprego dos mesmos métodos de ensaios biológicos utilizados para o protótipo. VANTAGENS DESTE MÉTODO 10 Os fármacos de origem sintética representam significativa parcela do mercado farmacêutico (75% são de origem sintética). PLANEJAMENTO RACIONAL 11 Quando observamos a estrutura dos fármacos empregados na terapêutica, constata-se que 62% deles são heterociclícos, ou seja, possuem átomos de elementos distintos do carbono (heteroátomos), envolvidos em ciclos (heterociclícos) dentre os quais cerca de 95% apresentam-se nitrogenados. 12 Adicionalmente, cerca de 28% dos fármacos de estrutura heterocíclica apresentam átomos de enxofre e cerca de 18% apresentam átomos de oxigênio. 13 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO FÁRMACO Descoberta Exploração e/ou criação de substâncias novas e fisiologicamente ativas. Nesta etapa ainda não são fármacos, mas apenas ligantes ou protótipos de fármacos. Triagem Seleção dos compostos candidatos e investigação de eficácia e propriedades físico-químicas. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO FÁRMACO Investigação Avaliação de segurança e farmacodinâmica (mecanismo de ação) do composto selecionado. Formulação e produção Estabelecimento da metodologia de produção em larga escala, formulações e especificações de aplicações do novo fármaco. 14 PESQUISA PRÉ-CLÍNICA Visa verificar a eficácia, segurança e tolerabilidade, além de analisar a absorção, distribuição, metabolismo e excreção dos princípios ativos. Geralmente o estudo pré-clínico é realizado primeiramente in vitro e posteriormente em animais, tratando-se da etapa mais importante nesta fase, pois avalia a atividade do fármaco em um ser vivo. Para tanto são estudados em vários modelos animais (diversas espécies como camundongo, rato, cobaia, coelho). PESQUISA CLÍNICA Fase I Primeira vez que o fármaco será testado em humanos, neste caso serão voluntários sadios. Pois o principal objetivo desta fase é verificar se os efeitos colaterais são suportáveis, determinar a melhor forma de administração, verificar como o organismo reage ao fármaco (são rapidamente eliminados pela urina, fezes ou se ficam retidos no fígado). 15 PESQUISA CLÍNICA Fase II Nesta fase, o objetivo é avaliar a eficácia do fármaco (isto é, se ele funciona para tratar determinada doença) e também obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxicidade) em um número menor de sujeitos. Somente se os resultados forem bons passa-se para a fase seguinte. PESQUISA CLÍNICA Fase III Ocorre a comparação com o tratamento padrão já existente. Geralmente, os estudos desta fase são randomizados, isto é, os pacientes são divididos em dois grupos: o grupo controle (recebe o tratamento padrão) e o grupo investigacional (recebe o novo fármaco). 16 PESQUISA CLÍNICA Fase IV - Pesquisa pós-comercialização e Farmacovigilância Estudos de eficácia e segurança em uma grande parte da população doente que também permitem avaliar os efeitos dos medicamentos em longo prazo. Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para ser comercializado. 17 ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE UM NOVO FÁRMACO 10.000 moléculas identificadas com potencial terapêutico 1.000 chegam à fase de investigação pré-clínica 10 serão estudadas em seres humanos 1 chegará ao mercado, após aprovação e registro para uso terapêutico INTERDISCIPLINARIDADE DA QUÍMICA MEDICINAL
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