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DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 1 Nesta semana você deverá iniciar o estudo da teoria geral das medidas de urgência: processo cautelar, ação cautelar e tutela antecipatória. I. Do processo cautelar e da ação cautelar 1. Introdução O processo cautelar tem como elemento especifico a prevenção (a tutela preventiva). A tutela cautelar corresponde à providência jurisprudencial com a finalidade de conservar o estado de fato do objeto da lide, durante o tempo necessário para a outorga da tutela definitiva no processo de execução ou de conhecimento. A finalidade é que se possa evitar uma decisão inócua e de pouca valia, no processo principal. Porém é importante entender que a tutela cautelar não representa a antecipação da solução da lide especificamente, ela almeja a preservação do status quo. 2. Características do processo cautelar Instrumentalidade A medida cautelar corresponde a um instrumento voltado para assegurar a eficácia e utilidade de outro processo. O processo cautelar é um processo acessório, pois depende de um processo principal. Provisoriedade A medida cautelar não tem caráter definitivo. Quando concedida, possui previsão da cessação da sua eficácia, ou seja, ela será absolvida ou substituída com a outorga da providência jurisprudencial satisfatória do processo principal. Revogabilidade A medida cautelar poderá ser substituída, modificada ou revogada a qualquer tempo, alterada a realidade fática que ensejou seu deferimento a medida pode ser reapreciada. A sentença proferida no processo cautelar via de regra não faz coisa julgada material, isso porque o Juiz normalmente não resolve o mérito da causa apreciando apenas os pressupostos para a concessão da tutela preventiva, portanto o indeferimento da medida cautelar não impede o ajuizamento da ação principal. Autonomia O desenvolvimento do processo cautelar se dá de forma autônoma, apesar da relação deacessoriedade mantida com o processo principal. Fungibilidade A fungibilidade se dá pelo fato que no processo cautelar visa-se a satisfação do processo principal e não o direito material das partes. O juiz pode conceder à medida que julgar mais adequada ao caso concreto não ficando restrito ao pedido formulado pelo requerente. 3. Requisitos da tutela cautelar Existem dois requisitos necessários para a ação cautelar: fumus boni iuris e periculum in mora Presença do fumus boni iuris É o que chamamos de fumaça do bom direito. Aqui se dá mediante a cognição sumária, ou seja, a averiguação superficial e provisória dos fatos que compõem a lide. Verificam-se quais as reais possibilidades para a obtenção da tutela satisfatória do processo principal. Existência do periculum in mora Dá-se pelo possível dano que será causado pela demora da satisfação do processo principal. O dano possível deve ser grave e de difícil reparação. Este dano deve ser objetivo. 4. Responsabilidade civil do requerente A responsabilidade civil do requerente é objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa, vem através do dano ocorrido pela efetivação da medida. O requerente deve apenas provar a existência do dano e o nexo causal. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. A t tutela cautelar representa a antecipação da solução da lide especificamente? Explique. 2. Quanto as características do processo cautelar, explique a instrumentalidade, aprovisoriedade e a revogabilidade. 3. Quanto as características do processo cautelar, explique a autonomia e a fungibilidade. 4. Discorra sobre os requisitos da tutela cautelar. 5. Explique a responsabilidade civil do requerente da medida cautelar. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v.III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 2 Nesta semana você deverá continuar o estudo da teoria geral das medidas de urgência: processo cautelar, ação cautelar e tutela antecipatória. Da tutela antecipada 1. Introdução A tutela antecipada diferentemente da ação cautelar se destina ao provimento antecipatório da demanda. Representa o adiantamento da tutela de mérito ou dos seus efeitos, propiciando imediata fruição do direito que ainda será reconhecido na sentença a ser proferida no processo de conhecimento. A tutela antecipada tem caráter satisfativo, enquanto a tutela cautelar tem caráter preventivo. A tutela antecipada poderá ser argüida dentro do processo de conhecimento. 2. Requisitos A tutela antecipada exige para sua efetivação mais do que o fumus boni iuris, pois diferentemente da ação cautelar, o código de processo civil se refere à necessidade da apresentação de prova inequívoca que convença o Juiz da verossimilhança das alegações do requerente. Exige-se, portanto a quase certeza do direito afirmado pela parte e não apenas mera aparência. Na tutela antecipada o direito deve ser evidente e visível. A prova inequívoca não quer dizer prova concreta ou definitiva, significa prova consistente, apta a revelar a forte possibilidade de que seja verdadeira a alegação do requerente. A tutela antecipada para ser concedida exige ainda a presença de outros pressupostos alternativos previstos nos incisos I, II e no parágrafo 6º do artigo 273 do CPC. Um desses requisitos é a presença do “periculum in mora”, ou seja, a indicação de que a demora processual pode acarretar dano de difícil reparação. Mas a tutela antecipada também pode ser concedida sem que esteja presente o requisito do “periculum in mora”, diferentemente da tutela cautelar, na qual é indispensável. A tutela antecipada pode ser argüida diante de: Evidência do direito afirmado pelo requerente mais a presença do periculum in mora; Evidência do direito afirmado mais o abuso do direito de defesa ou intuito protelatório do réu; e, Evidência do direito afirmado mais a incontroversa de um ou mais pedidos cumulados ou de parcelas deles; O artigo 273 § 2º do CPC contempla ainda outro pressuposto para antecipação da tutela de mérito, que é justamente a inexistência do riso de irreversibilidade dos efeitos do provimento provisório. A tutela de primeiro grau pode ser concedida a qualquer tempo, porém deverá ser argüida antes da sentença de mérito. Tem-se discutido na doutrina e na jurisprudência a possibilidade da concessão ou não de tutela antecipada no próprio corpo da sentença de mérito. A doutrina majoritária entende que é possível a tutela antecipada na própria sentença de mérito sendo que essa concessão se prestará a excluir o efeito suspensivo da apelação. Entende-se ainda que após a prolação da sentença de mérito o pedido de tutela antecipada deve ser apresentado diretamente ao Tribunal incidindo por extensão a regra do artigo 800 § único do CPC. Efetivação da tutela antecipada Via de regra a efetivação se dá mediante cumprimento de ordens e de mandado judiciais com utilização dos meios de coerção e dos meios executivos. 3. Observações sobre a antecipação da tutela Depende da argüição da parte, não pode ser concedida de oficio pelo juiz; Pode ser total ou parcial; É cabível em ação de conhecimento; e, Atutela antecipada pode ser requerida pelo autor, pelo réu quando apresentar reconvenção ou pedido contra posto por terceiro interveniente (opoente e assistente) e ainda pelo Ministério Público quando atuar como fiscal da lei em proveito da parte assistida. 4. Tutela antecipada contra Pessoa Jurídica de Direito Público e tutela antecipada em ação rescisória Tutela antecipada contra Pessoa Jurídica de Direito Público A Fazenda Pública goza de tratamento especial em várias situações processuais, porém no que tange a antecipação da tutela não há disposição legal expressa no sentido de impedir a concessão de tutela antecipada contra o ente público. Alguns doutrinadores sustentam que diante da exigência do reexame necessário das sentenças proferidas contra as pessoas jurídicas de direito público ficaria inviável a antecipação de tutela de mérito, porém predomina o entendimento de que o duplo grau de jurisdição obrigatório não representa a óbice a tutela antecipada quanto presente os pressupostos legais. Entende-se que em princípio as pessoas de direito público estão sujeitas ao regime processual que faculta a antecipação da tutela de mérito. Tutela antecipada em ação rescisória Com a alteração do art. 489, CPC, feita pela lei 11.280/06, é possível a antecipação da tutela em ação rescisória nos casos em que seja imprescindível tal concessão para o cumprimento do julgado a ser rescindido. 5. Principais diferenças entre tutela antecipatória e tutela cautelar A tutela cautelar é preventiva, tendo como única função de garantir o resultado útil do processo principal, de modo que não decide o mérito da lide. Já a tutela antecipada realiza de imediato a pretensão, não se limita a assegurar a viabilidade da realização do direito afirmado como a cautelar, mas satisfaz esse direito; A tutela cautelar tem como características a instrumentalidade, devendo ser sempre acessória e dependente de um processo principal; A cautelar é uma ação possuindo todas as características desta, é autônoma, possui custas e termina com sentença, da qual cabe recurso; pode ser intentada antes mesmo de existir um processo principal e forma novos autos. A antecipação da tutelase dá mediante a decisão interlocutória que resolve um incidente processual, não se formando autos apartados e, dessa decisão cabe agravo; A tutela cautelar tem como pressupostos específicos o fumus boni iuris e o periculumin mora, enquanto que na tutela antecipatória exige para sua efetivação mais do que o fumus boni iuris e do periculum in mora, pois diferentemente da ação cautelar, o código de processo civil se refere a necessidade da apresentação de prova inequívoca que convença o Juiz da verossimilhança das alegações do requerente; A tutela cautelar pode ser concedida de ofício ou a requerimento de qualquer das partes e a tutela antecipatória somente pode ser requerida pelo autor; e, A tutela cautelar não deve ter a mesma natureza que do processo principal, não deve ter o mesmo objeto para não ter caráter satisfatório. A antecipação da tutela tem a mesma natureza da decisão definitiva, incidindo sobre todo ou parte do objeto da lide, pois seu caráter é satisfativo. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Discorra sobre a tutela antecipada contra Pessoa Jurídica de Direito Público. 2. Qual a finalidade da tutela antecipada? 3. Discorra sobre a tutela antecipada em ação rescisória. 4. São requisitos, para a concessão da tutela antecipada o fumus boni iuris e opericulum in mora? Explique. 5. Diferencie a tutela cautelar da tutela antecipada. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v.III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 3 Nesta semana você deverá estudar a classificação das ações cautelares. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES CAUTELARES 1. INTRODUÇÃO Diversas são as classificações feitas pela doutrina das ações cautelares, sendo a mais comum àquela que as classifica em medidas típicas ou nominadas e medidas atípicas ou inominadas e também em cautelares preparatórias ou incidentais. a) Medidas típicas ou nominadas São as ações cautelares reguladas sob a denominação de procedimentos cautelares específicos. A própria legislação específica os objetivos e as condições de admissibilidade, estabelecendo, para algumas, procedimento peculiar. As medidas típicas se subdividem: Medidas para assegurar bens Visam à garantia de uma futura execução forçada e manter o estado da coisa. Exemplo: arresto, seqüestro, busca e apreensão, caução, atentado. Medidas para assegurar pessoas Compreendem as providências relativas à guarda provisória de pessoas e as destinadas a satisfazer suas necessidades urgentes. Exemplo: alimentos provisionais, a guarda provisória de filhos, regulamentação do direito de visitas, busca e apreensão. Medidas para assegurar provas Compreendem a antecipação de coleta de elementos de convicção a serem utilizadas na futura instrução do processo principal. Exemplo: produção antecipada de provas, exibição de documento ou coisa com finalidade probatória. b) Medidas atípicas ou inominadas São as ações cautelares que decorrem do poder geral de cautela do juiz, previsto no art. 798 do CPC. Além das providências típicas, o juiz pode deferir outras medidas preventivas que se mostrem necessárias para garantir a efetividade do processo principal. O juiz tem então o poder de criar e deferir outras providências de segurança diante de situações de perigo não previstas expressamente pelo legislador. As medidas inominadas mais freqüentes são: sustação de protesto cambiário e suspensão dos efeitos de deliberações de assembléias de S/A e de condôminos. c) Medidas preparatórias São aquelas que antecedem a propositura da ação principal, ou seja, a medida é realizada antes do ajuizamento da ação principal. A doutrina entende que a melhor denominação é antecedente, pois a expressão "preparatória" não se harmoniza bem com o conceito da atividade cautelar. A cautela não se destina a preparar o processo principal, mas assegurar sua eficácia e utilidade. As medidas realmente preparatórias não são medidas de segurança, mas sim requisitos ou condições da ação principal. d) Medidas incidentais As incidentais são aquelas requeridas incidentalmente a uma ação já ajuizada, ou seja, são aqueles que surgem no curso do processo principal, como incidentes dele. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Explique a ação cautelar típica. 2. Explique a ação cautelar atípica. 3. Dê um exemplo de ação cautelar nominada e um exemplo de ação cautelar inominada. 4. Explique a ação cautelar preparatória. 5. Explique a ação cautelar incidental. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de UrgênciaSemana 4 Nesta semana você deverá estudar sobre o poder geral de cautela e sobre o poder geral de antecipação da tutela. 1. Introdução O poder geral de cautela pelo magistrado nada mais é que o ato do juiz em promover medidas acautelatórias ainda que estas não estejam previstas em lei (medida atípica). Conforme o art. 798 do CPC. “Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o Juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação”. Foi então conferido pela lei, um poder discricionário ao juiz para decretar, por exemplo, liminares acautelatórias do direito do autor, sempre que presentes os pressupostos dofumus boni iuris e do periculum in mora. 2. Discricionariedade do Juiz A lei concede poder discricionário ao juiz, porém não significa o efetivo dever do juiz em poder ou não conceder tal medida. Significa que é dele a prerrogativa para escolher qual a medida cautelar (atípica) é a mais adequada ao caso. O poder discricionário do juiz atua com a verificação dos seguintes requisitos: Apreciação da verossimilhança das circunstâncias reveladoras do interesse a proteger; Possibilidade ou probabilidade de que se verifique o evento danoso e à oportunidade de providenciar a eliminação do perigo; e, Escolha e determinação da providência que, segundo as circunstâncias, se figura, no juízo discricionário julgador, mais idônea para conservar o estado de fato e de direito envolvido na lide. Desse modo, havendo os requisitos para a impetração de uma medida cautelar o juizdeve concedê-la. 3. Fungibilidade cautelar Certas medidas, às vezes possuem uma distinção muito tênue, então se admite que o juiz competente conheça e proceda a adequação de uma cautelar ao invés daquela que seria mais correta. Na maioria das vezes isso ocorre nas ações cautelares inominadas. 4. Tutela cautelar ex officio A tutela antecipada só pode ser concedida diante de requerimento da parte (art. 273 CPC). Já no caso de medida cautelar é possível atuação ex officio do juiz. Há duas possibilidades para essa atuação: Modificação ex officio da tutela deferida ou a concessão da medida cautelar do juiz reputar mais adequada ao caso concreto; Concessão de medidas especiais nos casos previstos em lei no curso de processos de conhecimento ou de execução. A medida cautelar ex officio tem então um caráter incidental. O juiz evidentemente não pode determinar a instauração de processo cautelar, mas apenas determinar medidas preventivas em processo já em andamento. O artigo 273 do Código de Processo Civil instituiu a possibilidade da antecipação da tutela de mérito ou de seus efeitos em qualquer ação de conhecimento mediante cognição sumária. O Magistrado deverá analisar os pressupostos para a concessão da tutela antecipada levando em consideração a aparência e não a certeza do direito, objeto do pedido de proteção judicial. Assim, o Juiz, ao conceder qualquer das ações distribuídas com fulcro nesse instituto, não estará evidentemente decidindo nada na causa, apenas e tão somente estará protegendo um direito, antecipando provisoriamente e com possibilidade de revogação, o provimento jurisdicional. 5. Legitimidade A tutela antecipada deve ser provocada pela parte interessada, sendo vedada aantecipação dos efeitos da tutela de forma ex officio, ou seja, de oficio pelo magistrado, ainda que se trate de direito indisponível. Portanto, é necessário que seja requerida pelo interessado, pois o caput do art. 273 do CPC se refere à tutela “pretendida no pedido inicial”. 6. Pressupostos para a concessão da antecipação da tutela Para a concessão da tutela antecipada, é necessária a apresentação de prova inequívoca de convencimento da verossimilhança das alegações do requerente. A tutela antecipada é cabível quando o direito do requerente se mostra evidente. O deferimento do magistrado, então, está limitado, aos pressupostos de sua concessão, intrinsecamente ligados ao direito material perseguido e incidem de uma decisão interlocutória a qual enfrenta ainda que de forma provisória e sumária o mérito da própria ação. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. O que se entende por poder geral de cautela? 2. Explique a discricionariedade do juiz na concessão da medida cautelar. 3. Explique a tutela cautelar ex officio. 4. Quais são os pressupostos para a concessão de antecipação de tutela? 5. Quem tem legitimidade para requerer a antecipação da tutela? BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 5 Nesta semana você deverá iniciar o estudo dos aspectos procedimentais genéricos das medidas de urgência. 1. Introdução A ação cautelar é autônoma em relação à ação principal, embora exista uma ligação por conta da relação de acessoriedade existente. Portanto, não se admite em princípio a cumulação de pedido cautelar e do pedido da tutela satisfativa, ou seja, apenas excepcionalmente pode ser deferida medida cautelar nos próprios autos da ação de conhecimento ou de execução. Normalmente será possível apenas a concessão de medidas específicas nos casos em que o juiz pode atuar “ex officio” ou diante da hipótese da fungibilidade prevista no artigo 273 § 7º do CPC. O artigo 273 § 7º do CPC não autoriza o requerimento de tutela cautelar nos autos da ação de conhecimento. Apenas admite a aplicação da fungibilidade diante de dúvida fundada acerca da tutela provisória adequada. É hipótese, então, em que o autor requer a título de tutela antecipada, providência de natureza cautelar, estando o juiz autorizado a aplicar a fungibilidade. O contraditório no processo cautelar fica restrito a perquirição da necessidade / utilidade da tutela preventiva a partir do exame da presença do “fumus boni iuris” e do “periculumin mora”. Devem ser atendidas todas as fases do procedimento judicial com a instauração do processo a partir da petição do requerente seguindo-se então a oportunidade para a defesa e a dilação probatória encerrando-se o procedimento com a prolação de uma sentença. 2. Procedimento São dois os procedimentos no processo cautelar: O procedimento comum – artigos 801 a 804 do CPC; Os procedimentos específicos – artigos 813 a 889 do CPC, sendo que nestes temos algumas peculiaridades, quais sejam: a) Estipulação de ritos especiais para certas medidas sem que sejam estabelecidos requisitos próprios para sua concessão. É o caso da busca e apreensão e da caução; b) Definição de requisitos especiais para certas medidas, adotando- se o procedimento comum cautelar, como no caso do arresto e do seqüestro; c) Estipulação de rito especial e de requisitos próprios para o deferimento de certas medidas como nos casos de produção antecipada de provas, exibição de documento ou coisa, arrolamento de bens e atentado. 3. Requisitos da Petição Inicial Indicação da autoridade judiciária competente; Indicação dos dados qualificativos das partes; Indicação da lide principal e seu fundamento, sendo esse requisito indispensável quando se trata de ação cautelar preparatória. O requerente deve indicar o pedido e a causa de pedir da ação principal e a ser proposta, de modo a evidenciar a presença do “fumus boni iuris” e a relação deacessoriedade existente. É preciso demonstrar que a medida cautelar guarda relação com a tutelasatisfativa perseguida no processo principal; Exposição sumária do direito ameaçado e do receio de lesão grave de difícil reparação, caso não seja deferida a tutela preventiva. Trata-se da demonstração do “periculum in mora” uma vez que a tutela cautelar é sempre uma tutela de urgência; Indicação das provas a produzir, pois as provas devem versar exclusivamente sobre os fatos relacionados aos pressupostos do pedido cautelar. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Discorra sobre o contraditório no processo cautelar. 2. Explique a aplicação da fungibilidade acerca da tutela provisória adequada. 3. Admite-se o requerimento de tutela cautelar nos autos da ação de conhecimento?Explique. 4. Na petição inicial da ação cautelar, o autor deve indicar as provas a produzir. Estas provas devem versar sobre a ação principal? Explique. 5. Cite 4 requisitos que deve conter a petição inicial na ação cautelar. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 6 Nesta semana você deverá continuar o estudo dos aspectos procedimentais genéricos das medidas de urgência. 1. Competência As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa e quando preparatórias, deverão ser requeridas ao juiz competente para conhecer da ação principal. A distribuição da ação cautelar deverá ser feita por dependência, pela própriaacessoriedade. 2. Petição inicial e demais atos procedimentais A petição inicial deverá ser redigida observando-se os artigos 282 e 801, do CPC. Determina o artigo 801 incisos e § único que a petição escrita deverá indicar: A autoridade judiciária a que for dirigida; Qualificação do requerente e requerido; A lide e seu fundamento, sendo que se a medida cautelar for requerida em procedimento preparatório não se exigirá esse requisito; A exposição sumária do direito ameaçado e o receio de lesão As provas que serão produzidas. Ao despachar a petição inicial, o juiz pode determinar a sua emenda ou complementação, conforme artigo 284, CPC. Se a petição inicial estiver devidamente instruída e houver requerimento da parte, o juiz pode conceder a medida cautelar liminarmente diante de situação de urgência excepcional ou quando verificar que o requerido sendo citado, poderá tornar ineficaz a tutela preventiva, conforme artigo 804, CPC. Essa medida liminar apresenta uma antecipação dos efeitos da sentença cautelar, porém não se deve confundir medida liminar com medida cautelar. A medida cautelar pode ser concedida liminarmente. A expressão liminar significa o adiantamento de uma providência jurisprudencial a ser concedida normalmente na sentença do processo de conhecimento ou do processo cautelar. A liminar, a rigor, tem um aspecto temporal, representando medida concedida no início do procedimento anteriormente à citação da parte contrária. Ao invés de deferir a medida de plano, o juiz pode determinar a realização de audiência de justificação prévia unilateral e essa justificação consiste na inquirição de testemunhas em audiência, antes mesmo da citação do requerido, objetivando formar a sua convicção. No caso da concessão da medida liminarmente entende-se que não há afronta ao contraditório, e sim que apenas fica deferido, ou seja, poderá ser exercitado pela parte contrária posteriormente mediante interposição de recurso e de apresentação de pedido de revogação dirigido ao juiz da causa. A medida liminar pode ser revogada ou modificada no curso do procedimento a partir da manifestação do requerido, diante de fatos supervenientes ou diante de fatos até então desconhecidos pelo juiz. O recurso cabível é de agravo de instrumento. A decisão que nega, concede ou modifica a medida liminar pode ser impugnada por agravo de instrumento, aplicando-se a ressalva constante do artigo 522 do CPC. Caso indeferida a medida liminar o feito deve prosseguir para a concessão da tutela preventiva na sentença (para eventual concessão, o feito deve prosseguir). Com ou sem a medida liminar o processo cautelar é de natureza contenciosa e deve ser encerrado com uma sentença. Concedida a medida liminarmente o juiz normalmente manda citar o requerido para apresentar resposta e aguarda o ajuizamento da ação principal de conhecimento proferindo afinal uma única sentença em que julgará simultaneamente a ação cautelar e a ação principal. Deferida ou não a medida liminar o requerido é citado para apresentar sua resposta no prazo de 05 (cinco) dias. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Explique o critério de fixação da competência nas ações cautelares preparatórias. 2. Explique o critério de fixação da competência nas ações cautelares incidentais. 3. É correto dizer que a distribuição da ação cautelar incidental deve ser feita por dependência? Explique. 4. Em quais situações o juiz pode conceder a medida cautelar liminarmente? 5. Diferencie a medida liminar da medida cautelar. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 7 Nesta semana você deverá continuar o estudo dos aspectos procedimentais genéricos das medidas de urgência. 1. Resposta do réu e demais atos procedimentais O requerido pode apresentar contestação e exceção de incompetência relativa do juízo e de impedimento ou de suspeição do juiz. A citação no processo cautelar interrompe a prescrição da ação a ser manifestada no processo principal. Admite-se no processo cautelar a dilação probatória, que fica restrita aos fatos relacionados à presença dos pressupostos do pedido cautelar. Entende-se que há revogação automática da medida liminar quando o juiz julga improcedente o pedido cautelar, ainda que não faça remissão ao fato. A improcedência decorre do reconhecimento na sentença da ausência dos pressupostos legais, não se justificando que perdure a eficácia da medida liminar nesse caso, pois ela representava mero adiantamento da eficácia da sentença cautelar. 2. Execução em Medida Cautelar A execução em medida cautelar é parte do procedimento e não se separam as fases de atuação e execução. Na maioria das medidas cautelares, a “execução” resume- se na expedição de um mandado para o cumprimento da sentença. 3. Contra cautela O juiz ao deferir a medida liminar pode impor ao requerente a prestação de caução real ou fidejussória. É a figura da contra cautela voltada a garantir o ressarcimentode prejuízos que possam ser ocasionados pela efetivação da medida. É uma faculdade do juiz que pode ser utilizada diante da existência de dúvida quanto aadmissibilidade da medida e de risco bilateral decorrente da situação litigiosa. A contra cautela é o meio do qual se vale o juiz para ressarcir qualquer prejuízo que a providência cautelar possa, eventualmente, causar ao requerido, a quem, nem sequer se deu o direito de se defender. Ocorre de maneira ex officio pelo juiz. Porém, pode o requerido solicitar a contra cautela, se houver inércia do magistrado. Não é método obrigatório. É uma faculdade oferecida, cujo exercício dependerá da verificação do caso concreto, da existência do risco bilateral para ambos litigantes na situação litigiosa. 4. Efeitos da sentença A sentença cautelar não produz coisa julgada material, pois não diz respeito ao mérito da causa, salvo se o juiz no procedimento cautelar acolher a alegação do autor de prescrição ou a decadência. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Quais são as modalidades de resposta do réu no processo cautelar? 2. Explique a abrangência da dilação probatória no processo cautelar. 3. Como se procede a execução das medidas cautelares? 4. O que é contra cautela? 5. A sentença cautelar produz coisa julgada material? Explique. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 8 Nesta semana você deverá estudar sobre a ação cautelar de arresto. ARRESTO (art. 813 a 821, CPC) 1. Conceito É ação cautelar nominada utilizada quando ainda não estamos na fase executória do processo. Consiste na apreensão cautelar de bens do patrimônio do devedor ou do responsável de modo a garantir a futura execução por quantia certa. A medida visa assegurar futura penhora ou arrecadação se for declarada a insolvência do devedor. O arresto tem como finalidade impedir a fraude executiva, ou seja, fraude que venha a ocorrer no curso do processo. Ao fazermos o arresto do bem do devedor, tornamos o respectivo bem indisponível. Determina o art. 813, CPC que o arresto tem lugar: Quando o devedor sem domicílio incerto intentar se ausentar ou alienar seus bens ou ainda deixar de pagar a obrigação no prazo convencionado; Quando o devedor que tem domicílio certo: - se ausenta ou tenta se ausentar; - ao cair em insolvência aliena ou tenta alienar bens que possui; contrair ou tenta contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr seus bens em nome de terceiro ou a fim de frustrar a execução ou lesar credores, comete qualquer ato fraudulento. Quando o devedor que possui bens de raiz intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-los em anticrese, se ficar com alguns de seus bens livres e desembargados, equivalentes às dívidas; Em outros casos expressos em lei. 2. Requisitos Para concessão desta medida cautelar além dos requisitos clássicos da tutela cautelar, deve o credor preencher os requisitos previstos no artigo 814 caput e § único, quais sejam: Prova literal de dívida líquida e certa; sendo que a sentença líquida ou ilíquida condenando o devedor ao pagamento em dinheiro ou prestação possível de conversão em dinheiro, pendente de recurso equipara-se a prova literal; Prova documental ou justificação de alguns dos casos mencionados no art. 813. 3. Legitimidade Pólo Ativo: Cabe ação de arresto a quem tem legitimação para AÇÃO PRINCIPAL. Pólo Passivo: Devedor ou o fiador e o avalista, se necessário for. 4. Justificação prévia O juiz se não se convencer dos fatos alegados parecendo-lhe indispensável para conceder a cautelar de arresto a oitiva de testemunhas, marcará a audiência de justificação prévia, sendo que a concessão de arresto ocorrerá sem a audiência de justificação prévia em duas situações, previstas no artigo 816, CPC. Quando a medida for requerida pela União, Estado ou Município, conforme previsão legal; e, Quando o credor prestar caução. 5. Procedimento Quanto ao procedimento dessa apreensão observam-se as disposições relativas à penhora. Devem ser arrestados apenas bens suficientes para assegurar a viabilidade da futura exceção. O requerente em princípio deve ser titular de ação executiva contra o requerido, ostentando título de obrigação líquida e certa. 6. Comprovação Prova documental: algo que comprove o direito do credor; Justificação Prévia: quando não houver prova documental ou quando os documentos não forem suficientes para convencer o juiz, poderá este ouvir o depoimento de pessoas apresentadas pelo requerente; Caução: caso o requerente da ação preste caução, não é necessária comprovação dos pressupostos de prova documental e nem a justificação prévia. Vale observar que para as situações de perigo previstas no artigo 813 podem ser comprovadas de plano, mediante documentos ou de justificação prévia. 7. Suspensão do arresto (art. 819, CPC) A suspensão da execução do arresto ficará suspensa quando houver: Depósito do valor da divida: tanto que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas; Prestação de caução (real ou fidejussória): fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários do advogado do requerente e custas. 8. Cessação do arresto (art. 820, CPC) O arresto cessa quando: Houver o pagamento; Houver novação; Houver transação. 9. Efeitos da sentença Em relação à coisa julgada A sentença proferida no arresto não faz coisa julgada material na ação principal, salvo se o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição do direito de ação, casos em que a sentença proferida fará coisa julgada material, o que impedirá que a parte intente nova ação. Em relação à conversão Após o transito em julgado com cumprimento de sentença da ação principal, sendo a ação principal julgada procedente o arresto resolve-se em penhora. Ressalte-se que não penhoramos de plano porque não estamos na fase executiva. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Qual a finalidade da ação cautelar de arresto? 2. Quais os requisitos para a concessão da medida cautelar de arresto? 3. Explique a necessidade da audiência de justificação previa no curso da ação cautelar de arresto. 4. Explique as hipóteses de suspensão da execução do arresto. 5. Discorra sobre os efeitos da sentença proferida no processo cautelar de arresto. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 9 Nesta semana você deverá estudar sobre a ação cautelar de sequestro. SEQUESTRO (art. 822 a 825, CPC) 1. Conceito É ação cautelar nominada que visaassegurar futura execução para entrega da coisa, porém diferente do arresto que recai sobre qualquer bem. O seqüestro recai sobre bens determinados, objeto de um litígio de modo a viabilizar a sua entrega futura a quem de direito. No seqüestro temos como finalidade impedir que o objeto da disputa possa ser alienado, onerado ou penhorado e mais tarde frustre-se a execução. O seqüestro, diferentemente do que ocorre com o arresto, não se converte em penhora, ficando o bem depositado para ser entregue ao futuro vencedor da demanda. A idéia é preservar o bem litigioso evitando sua danificação, depreciação ou deterioração. Determina o art. 822, CPC que o juiz, a requerimento da parte, pode decretar o seqüestro: De bens móveis, semoventes ou imóveis, quando lhes for disputada a propriedade ou a posse, quando houver receio de danificações; Dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, após condenação por sentença pendente de recurso, os dissipar; Dos bens do casal, nas ações de divórcio, anulação de casamento, caso os cônjuges estejam dilapidando referidos bens; Nos demais casos determinados em lei. Dessa forma podemos concluir que o arresto e o seqüestro têm incidência diferenciada, pois o arresto incide sobre qualquer bem enquanto que o seqüestro incide sobre os bens, frutos e rendimentos que estão sendo discutidos judicialmente, mas saliente-se que ambas as medidas objetivam garantir que execução. 2. Procedimento O procedimento a ser adotado é o comum das ações cautelares e aplicam-se ao seqüestro as mesmas medidas que o CPC estatui para o seqüestro, naquilo que for cabível. A medida pode ser requerida antes ou no curso do processo principal e poderá ser deferida liminarmente sem anuência da parte contrária, observadas as condições e cautelas já mencionadas no tocante do arresto. O bem seqüestrado deve ser entregue ao depositário nomeado pelo juiz. A escolha pode recair em pessoa indicada pelas partes de comum acordo ou mesmo em uma das partes, desde que ofereça garantia e preste caução idônea. Se houver resistência para entrega dos bens, o depositário solicita ao juiz a força policial. O juiz poderá ou não deferir a liminar decretando o seqüestro. Deferindo a liminar o juiz determinará a expedição do mandado executivo. No caso de indeferimento da liminar, o processo tramitará regularmente. Deferindo ou não a liminar, proceder-se-á à citação do requerido. Este poderá ou não apresentar contestação, sendo que neste caso o juiz poderá designar com audiência a fim de produzir prova oral ou sem audiência. Após a instrução processual o juiz proferirá a sentença, onde poderá: Declarar a subsistência da medida liminar; Revogar a liminar concedida; Expedir mandado executivo quando não houver liminar. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Qual a finalidade da ação cautelar de sequestro? 2. Diferencie a ação cautelar de arresto da ação cautelar de sequestro. 3. Explique a semelhança existente entre a ação cautelar de arresto e a ação cautelar de sequestro. 4. Discorra sobre o procedimento da ação cautelar de sequestro. 5. No curso da ação de sequestro quem é o depositário nomeado pelo juiz. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 10 Nesta semana você deverá estudar sobre a ação cautelar de busca e apreensão. BUSCA E APREENSÃO (art. 839 a 843, CPC) 1. Conceito É ação cautelar nominada de apreensão judicial, podendo recair sobre pessoas. Se a pretensão do requerente não se enquadrar no âmbito do arresto e do seqüestro pode o interessado valer-se da busca e apreensão. Essa ação tem particularidade, pois encerra dois atos: buscar e apreender, sendo que tal medida só se aperfeiçoa quando os dois atos são executados. Tem incidência diferenciada, não podendo incidir sobre bens imóveis, mas pode incidir sobre pessoas o que difere do seqüestro. A busca e apreensão pode apresentar-se também como simples meio de efetivação de outras tutelas preventivas e de tutelas jurisprudenciais satisfativas. Essa ação é largamente utilizada como medida antecedente ou incidental nas ações de guarda de filho menor e de suspensão e destituição do Poder Familiar. Além disso, temos em alguns casos a busca e apreensão como tutela satisfativa, ou seja, em caráter definitivo. Citem - se os exemplos: Exemplo 1: Os pais que tiveram filho menor retirado de sua guarda por terceiro pode requerer a busca e apreensão como tutela satisfativa. Exemplo 2: A mãe que detém a guarda do filho menor pode requerer a busca e apreensão desde, caso o pai ao exercer o direito de visita não devolva a criança na data ajustada. Em princípio a Ação Cautelar de Busca e Apreensão deve ter apenas caráter acessório aguardando-se então o provimento definitivo no processo principal. Exemplo 3: O pai pretende mover ação contra mãe da criança para a mudança da guarda definida na separação judicial alegando maus tratos. É cabível, então, pedido de busca e apreensão cautelar em caráter preparatório. A expressão “busca e apreensão” pode então designar: O processo cautelar previsto nos artigos 839 a 843 do CPC; Uma autêntica ação de conhecimento, quando se busca um provimento definitivo, nos exemplos citados; Uma simples medida executiva para concretizar outros provimentos jurisdicionais preventivos ou definitivos. 2. Procedimento O requerente deverá expor na petição inicial as razões que justifiquem a medida e deverá indicar o lugar onde pode ser encontrada a pessoa ou coisa. A medida pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. O mandado deve ser cumprido por dois oficiais de justiça. Nos casos de busca e apreensão com fundamento na lei de proteção de direito autoral os oficiais de justiça serão acompanhados por dois peritos que deverão confirmar a ocorrência da violação antes de ser efetivada a apreensão. Nesses casos fica dispensada a justificação prévia tendo em vista a atuação dos peritos. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. No que consiste a ação cautelar de busca e apreensão? 2. Explique o que pode designar a expressão “busca e apreensão”. 3. Qual a particularidade da ação de busca e apreensão? 4. Discorra sobre o procedimento da ação cautelar de busca e apreensão. 5. Nos casos de busca e apreensão com fundamento na lei de proteção de direito autoral há necessidade da justificação prévia? Explique. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 11 Nesta semana você deverá estudar sobre a ação cautelar de produção antecipada de provas. PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS (art. 846 a 851, CPC) 1. Conceito Ação cautelar nominada que tem por objetosatos instrutórios, ou seja, provas produzidas antes do momento processual oportuno. A antecipação pode ser preparatória (antes do curso da ação) e ou incidental (tem cabimento quando a ação de conhecimento já está em curso, mas ainda não se alcançou a fase instrutória). 2. Procedimento O requerente, na petição inicial, deverá justificar sumariamente a necessidade da antecipação a prova e deve indicar também com precisão os fatos a serem provados. Essa ação pode consistir em interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial. Prova oral Falar em interrogatório da parte e inquirição de testemunhas é tratar de prova oral e tanto o interrogatório da parte quanto as inquirições das testemunhas serão feitos antes da propositura da ação ou na sua pendência, porém antes da audiência de instrução quando: As partes e/ou testemunhas tiverem de ausentar-se; Por motivo de idade ou m moléstia grave haja receio de que no momento oportuno par a produção das provas as partes e/ou testemunhas não existam mais ou estejam impossibilitadas de depor. Em se tratando de prova oral o juiz ao despachar a petição inicial deve designar audiência para inquirição das testemunhas ou interrogatório da parte. Nesse caso o requerido será citado para ser interrogado ou para acompanhar a inquirição de testemunhas. Exame pericial Se houver receio de que a verificação de certos fatos tornar-se-á impossível ou muito difícil será admitido o exame pericial. Os exames periciais devem seguir o procedimento previsto nos artigos 420 a 439 do CPC, artigos que tratam da prova pericial. O Juiz ao despachar a petição inicial deve nomear perito e fixar prazo para a entrega do laudo. O requerente já na petição inicial deve indicar assistente técnico e formular quesitos e terá o prazo de 5 (cinco) dias para ser citado para apresentar quesitos e indicar assistente técnico. O trabalho pericial só deve ser iniciado após o decurso do prazo para manifestação do requerido. Em qualquer caso deverão ser citados no processo cautelar todos aqueles que irão intervir no processo principal se o requerente ou o requerido pretendem denunciar à lide o terceiro na Ação Principal, deverão postular a citação deste para acompanhar a produção de prova. O requerido poderá no prazo de 5 (cinco) dias apresentar contestação invocando a falta de condições da ação a ser proposta, ausência de pressupostos processuais ou dos pressupostos específicos para a antecipação de prova. O requerido deve apresentar a sua defesa e caso seja repelida a indicação da ausência dos pressupostos para antecipação da prova, poderá interpor agravo de instrumento. Se o Juiz acolher as alegações do requerido e extinguir o processo cautelar o requerente poderá interpor apelação. Produzida a prova antecipada o Juiz profere sentença de natureza homologatória atestando a regularidade do procedimento. O juiz no processo cautelar é documentador dos fatos a serem provados não lhe incumbindo a valoração da prova. O não ajuizamento da Ação Principal no prazo de 30 dias não retira a eficácia da prova antecipada. Trata-se de medida completa que não será absorvida ou substituída quando do provimento de mérito. Ademais não representa ofensa a esfera jurídica da parte contrária, pois não é medida restrita de direitos ou de constrição de bens. Os autos permanecem em cartório a disposição dos interessados. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. No que consiste a ação cautelar de produção antecipada de provas? 2. Discorra sobre o procedimento da ação cautelar de produção antecipada de provas. 3. A sentença da ação cautelar de produção antecipada de provas tem natureza homologatória. Explique. 4. O não ajuizamento da Ação Principal no prazo de 30 dias retira a eficácia da prova antecipada? Explique. 5. A medida cautelar de produção antecipada de provas é medida restrita de direitos ou de constrição de bens? Explique. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3. DISCIPLINA: Processo Civil – Tutelas de Urgência Semana 12 Nesta semana você deverá estudar sobre a ação cautelar de alimentos provisionais e a ação cautelar de arrolamento de bens. I. ALIMENTOS PROVISIONAIS (art. 852 a 854, CPC) 1. Conceito É ação cautelar nominada que tem por finalidade a manutenção da parte durante a tramitação da ação principal, na qual serão fixados valores dos alimentos definitivos. Não deve ser confundida com a ação de alimentos regulada pela lei 5.478/68, pois a ação de que estamos tratando é ação cautelar. É acessória, preventiva e não definitiva, pois vigora até a solução definitiva da demanda. Deve ser levado em conta que para que o pedido de Alimentos Provisionais possa prosperar é imprescindível que o requerente demonstre claramente ao Juiz, de preferência com documentos, a possibilidade do alimentante em prestá-los e a sua necessidade de recebê-los. Determina o artigo 852 do CPC que é lícito pedir alimentos provisionais: Nas ações de separação judicial e de anulação de casamento desde que separados de fato os cônjuges; sendo que nestes casos a prestação alimentícia devida ao requerente abrangerá também as despesas necessárias à demanda; Nas ações de alimentos, desde o despacho da petição inicial; Nos demais casos previstos em lei. 2. Competência O juiz competente para concessão dessa ação cautelar é juiz da causa principal. A ação cautelar de alimentos provisionais é processada em 1º grau, ainda que esteja pendente de recurso no Tribunal a sentença proferida na ação principal, conforme determina o artigo 853, CPC. Trata-se, nesse caso, de exceção à regra do artigo 800, § único, CPC. 3. Procedimento Nas ações de separação judicial e de anulação ou nulidade de casamento o pedido deve ser feito desde o momento da separação de fato devendo ser ajuizada a ação principal no prazo de 30 (trinta) dias contados do primeiro pagamento (data da efetivação da medida). O requerente, na petição inicial, deverá expor suas necessidades e também as possibilidades do alimentante, por isso dizemos que o regramento desta ação obedece ao binômio da possibilidade de quem presta alimentos e necessidade de quem os pede. Poderá também o requerente solicitar ao juiz que lhe fixe uma mensalidade para a mantença, e isso poderá ser feito sem audiência do requerido. Este pedido poderá ser feito em caráter preparatório ou incidental. O requerido pode apresentar resposta no prazo de 5 (cinco) dias sendo admissível a dilação probatória. Convém observar que a sentença que fixa alimentos não transita em julgado, podendo ser sempre revista, para suspensão, minoração ou majoração dos valores e até extinção de tal obrigação. II. ARROLAMENTO DE BENS (art. 855 a 860, CPC) 1. Conceito É ação cautelar nominada que tem como finalidade identificar e conservar os bens litigiosos em perigo de dissipação ou de extravio, visando documentar a existência de bens e do respectivo estado de conservação, devendo os mesmos ser depositados a quem for nomeado pelo juiz. O arrolamento de bens não deve ser confundido com o arrolamento de inventário, que será estudado na aulada semana 11. 2. Legitimidade Pode requerer o arrolamento todo aquele que tiver interesse na conservação dos bens, sendo que esse interesse pode resultar de direito que ainda será declarado em ação própria. Aos credores somente será permitido requerer tal medida em casos em que houver a arrecadação de herança. 3. Procedimento Deverá o requerente na petição inicial expor o seu direito aos bens e os fatos que o levam a ter receio do extravio ou da dissipação dos bens. As provas produzidas em audiência de justificação prévia se forem suficiente para formar o convencimento o juiz de que o interesse do recorrente corre risco deferirá medida e nomeará depositário dos bens que deverá lavrar um auto. O depositário fará constar nesse auto do arrolamento todos os bens e as ocorrências que tenham interesse na conservação dos mesmos. Se não houver risco de comprometimento da finalidade da medida, o possuidor ou detentor dos bens deve ser ouvido previamente. Não havendo inconveniente a nomeação de depositário pode recair sobre o possuidor ou detentor dos bens. QUESTÕES DE FIXAÇÃO 1. Qual a finalidade da ação cautelar de alimentos provisionais? 2. Em quais hipóteses é lícito pedir alimentos provisionais? 3. Qual a finalidade da ação cautelar arrolamento de bens? 4. Quem tem legitimidade para a propositura da ação cautelar de arrolamento de bens? 5. A ação de alimentos provisionais se confunde com a ação de alimentos regulada pela lei 5.478/68? Explique. BIBLIOGRAFIA BÁSICA THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 2010. v. III. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo Curso de Direito Processual Civil. 3. ed., São Paulo: Saraiva, 2010. v.3. GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. 20. ed., São Paulo: Saraiva, 2009. v. 3.