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PRÁTICA PEDAGÓGICA: ENSINO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA Renata Cristina Melloni 2 1 A HISTÓRIA E A GEOGRAFIA COMO SABER DISCIPLINAR Apresentação O ensino de História estimula os alunos a questionar a realidade e perceber que tudo que aconteceu está relacionado a um determinado momento histórico e sociopolítico. Com isso, passam a valorizar o patrimônio sociocultural e o direito à cidadania, compreendendo que esses elementos socioculturais perpassam os valores, costumes e tradições de uma sociedade. Dessa forma, fazem valer o seu direito à democracia, que é o único sistema capaz de manter o respeito às diferenças e à luta contra a desigualdade. Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de determinado povo ou região e entender que o passado também é importante para compreender o presente. Isso leva os alunos a fazer a identificação de problemas sociais e a descobrir formas político-institucionais que possam ajudar a resolvê-los, buscando fornecer um senso de identidade que estimule e facilite a cooperação com outras pessoas, nações e culturas. A História também é capaz de levá-los a conhecer os modos de vida de diferentes grupos em diversos tempos e espaços e aprender a respeitá-los, reconhecendo não só as suas semelhanças, mas também as diferenças. Fazendo uso das metodologias ativas e de novas tecnologias, o aluno constrói o seu conhecimento, dando significado a sua própria aprendizagem. Passa, então, a ter condições de aplicar esses conhecimentos aprendidos, na sala de aula, em suas atividades do cotidiano. Para Moran: [...] é essencial uma educação que ofereça condições de aprendizagem em contextos de incertezas, desenvolvimento de múltiplos letramentos, questionamento da informação, autonomia para a resolução de problemas complexos, convivência com a diversidade, trabalho em grupo, participação ativa nas redes e compartilhamento de tarefas [...] (Moran, 2018, p. 9). 3 De acordo com a BNCC, as duas disciplinas dialogam entre si, trabalhando a interdisciplinaridade e a transversalidade de temas com diferentes áreas. Sendo assim, refletem o modo que a sociedade pensa e vive dentro do espaço ocupado. Para a formação de indivíduos participantes na sociedade, é fundamental que os alunos construam conhecimentos geográficos, tornando-os participantes da vida e da prática social em que estão inseridos. Seguindo esse pensamento, Cavalcanti afirma: A construção e reconstrução do conhecimento geográfico pelo aluno ocorre na escola, mas também fora dela [...] (Cavalcanti, 2018 p. 12). Esses conhecimentos geográficos levam os alunos a entenderem e aprenderem a significação do espaço construído, que está em constante transformação para atender às necessidades humanas, uma vez que esse espaço é apropriado para o homem que vive em sociedade. 1.1 O que é História? Partindo do princípio de que tudo tem História e que a História perpassa tudo e todos, o ensino de História, na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, leva os alunos à compreensão de que as Histórias pessoais são parte integrante de Histórias coletivas e que é importante conhecer modos de vida de diferentes grupos em diversos tempos e espaço. De acordo com a BNCC, a construção do sujeito é edificada a partir da relação entre os objetivos e os conteúdos. No texto da base, recomenda-se partir de uma definição básica da História como disciplina que estuda a ação do homem ao longo do tempo sobre o espaço e em dado contexto. Além disso, pode ser compreendida também como disciplina que estuda a relação do homem com a natureza e com os outros homens ao longo do tempo e em diferentes espaços. Sendo assim, o ponto de partida para a aprendizagem são as experiências vividas pelas crianças em seu cotidiano, uma vez que o ensino de História valoriza tanto a História do educando, como a de sua família e da comunidade em que vive, para, então, atingir uma História mais ampla, em seu aspecto de disciplina escolar e conteúdo. É importante que 4 o educador, neste momento, faça relação entre os fatos do presente com os diferentes eventos do passado. O exercício de “fazer História” é marcado, a princípio, pela constituição de um sujeito, seguido do conhecimento de um “outro”, às vezes semelhante, outras diferentes, alargando-se em relação a outros povos, com usos e costumes específicos, em direção a um mundo sempre em transformação. Após aprender a reconhecer a si mesmo e ao outro como individualidades, o educando é instado a pensar sua relação com os diversos grupos sociais dos quais participa: familiar, escolar, religioso, amigos da rua, vizinhos etc. O terceiro termo, “nós”, é então trabalhado. (BAUER, 2018, p. 14-15). Essas variáveis do “eu”, do “outro” e do “nós”, que são construídas no ensino de História, inseridas em tempos e espaços diversificados, permitem que os indivíduos produzam saberes que os tornem mais aptos a enfrentarem situações de conflitos e de conciliação. As crianças, no final da Educação Infantil e no início das séries iniciais do Ensino Fundamental, começam a perceber que são diferentes umas das outras e também percebem as diferenças existentes dentro dos grupos sociais nos quais estão inseridas. É neste momento que a temática da disciplina de História é importante no ensino, promovendo nos alunos a observação, o questionamento, a comparação, a compreensão, o aprendizado, a análise e a capacidade de argumentação, permitindo, assim, que consigam enfrentar problemas e propor soluções para questões políticas, econômicas, religiosas ou sociais do mundo contemporâneo. Destacamos que essa capacidade de comunicação e diálogo é fundamental para o respeito às diferenças culturais, sociais e políticas. Na Figura 1.1 a seguir, é possível perceber as competências gerais elencadas pela BNCC. 5 Fonte: BNCC. Figura 1.1 – Competências Gerais da BNCC. De acordo com a BNCC, estão previstas as experiências dos educandos advindas de suas relações com os grupos nos quais se inserem. Seguem as competências específicas de História para o Ensino Fundamental: 1. Compreender acontecimentos históricos, relações de poder, processos e mecanismos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais ao longo do tempo, em diferentes espaços, para analisar, posicionar-se e intervir no mundo contemporâneo; 2. Compreender a historicidade no tempo e no espaço, relacionando acontecimentos e processos de transformação e manutenção das estruturas sociais, políticas, econômicas e culturais, bem como problematizar os significados das lógicas de organização cronológica; 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos de proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito; 4. Identificar interpretações que expressam visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários; 5. Analisar e compreender o movimento de populações e mercadorias no tempo e no espaço e seus significados históricos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações; 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica; 6 7. Produzir, avaliar e reutilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais. Fonte: Base Nacional Comum Curricular (BNCC), p. 402. Essas habilidades não se encontram numa hierarquia, podendo ser trabalhadasem outra ordem, bem como é possível alterá-las e ampliá-las, desde que não se percam de vista os aspectos constantes na BNCC. Para que essas aprendizagens ocorram de maneira efetiva e significativa para os alunos, é importante que o educador faça uso de ferramentas que facilitem a compreensão da relação tempo e espaço, assim como de diferentes fontes, documentos, registros escritos, iconográficos, materiais ou imateriais, registros e vestígios, mobiliários, música, instrumentos de trabalho etc. A organização do espaço também é muito importante, independentemente da faixa etária para a qual será realizada a atividade. As atividades podem ser realizadas em sala de aula ou fora dela, tendo como objetivo instigar a curiosidade, possibilitar a construção e a desconstrução de ideias e promover a conquista da identidade e da autonomia, com foco em relações mais saudáveis. Vamos ver o que nos diz Moran: A aprendizagem é mais significativa quando motivamos os alunos intimamente, quando eles acham sentido nas atividades que propomos, quando consultamos suas motivações profundas, quando se engajam em projetos para os quais trazem contribuições, quando há diálogo sobre as atividades e a forma de realizá-las. (Moran, 2018, p. 5). Desta forma, podemos concluir que a História está sempre em produção e um dos seus aspectos importantes, no Ensino Fundamental, é estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem de acordo com a época e o lugar em que vivem, de forma a preservar ou transformar seus hábitos e condutas. O ensino de História leva os alunos a perceberem que existe grande diversidade de sujeitos, estimulando, assim, o pensamento crítico, a autonomia e a formação para a cidadania. 7 Essa disciplina dialoga com os acontecimentos do presente e do passado, buscando desvendar significados, compor e decompor explicações em um movimento contínuo ao longo do tempo e do espaço. Sugestões de atividades 1) Como estimular que os estudantes se tornem cidadãos críticos, a partir do estudo da História? Sugestão de leitura para os alunos do Ensino Fundamental: Figura 1.2 – Tantas Histórias Numa Caixa De Sapatos. 1.2 O ensino de História a partir de fontes históricas A origem da palavra história foi fundamentada a partir das investigações de Heródoto, que viveu no século V a.C. Pioneiro na investigação do passado, ele é um filósofo grego e primeiro historiador, considerado o pai da História. Fonte: https://acervo.sead.ufes.br/materiais/historia/teoria-e-metodologia-da-historia/cap2.php. Figura 1.3 – Heródoto de Halicarnaso (485–425 a.C.), “pai da História”. 8 Heródoto de Halicarnaso (485–425 a.C.), “pai da História”, é considerado o primeiro historiador do mundo ocidental. Ele saiu de sua terra e viajou por diversos lugares do mundo antigo, observando, investigando, colhendo e compilando relatos nas sociedades por onde passava (cf. CAVALCANTI, 2018, p. 38). Foi por meio da observação dos relatos em primeira pessoa, do registro de diálogos, da observação de tradições, lendas e profecias que Heródoto relatou a estética local e os costumes dos povos que visitava. Escreveu Histórias, obra composta por nove livros que relatam acontecimentos que ocorreram entre o governo do rei Creso da Lídia, que governou de 560 a 546 a.C., e o início da Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.). Essa guerra foi investigada e descrita pelos historiadores Tucídides (460–400 a.C.) e Xenofonte (485–425 a.C.), respectivamente, em suas obras Guerra do Peloponeso e Helênicas. Depois de Heródoto, outros foram aperfeiçoando a arte de fazer História no Ocidente. Sabendo-se que o termo história significa o conhecimento advindo de uma investigação, o historiador torna-se o principal responsável pelos dados e pela pesquisa, pois tem papel fundamental na construção do processo histórico. Para Cavalcanti: O termo “história” vem do grego antigo ἱστορία, transliterado como historía, que significa “pesquisa”, “conhecimento advindo da investigação” (CAVALCANTI, 2018, p. 35). Além do trabalho do historiador, a História também conta com o auxílio de outras ciências como a Antropologia, a Paleontologia, a Paleografia e a Arqueologia. A inter- relação entre as ciências permite a compreensão de como os nossos antepassados viviam. • História – através do trabalho do historiador, interpretam-se fatos históricos, analisam-se registros que foram deixados, buscam-se vestígios que possam fornecer informações à investigação, estudam-se documentos e fontes históricas; • Antropologia – consiste no estudo científico da humanidade, tendo como objeto de estudo o comportamento humano, a biologia humana, suas evoluções culturais, sociais e linguísticas; 9 • Paleontologia – é a ciência que estuda os seres vivos que viveram num passado remoto da Terra; • Paleografia – consiste no estudo das escritas antiga; • Arqueologia – é uma disciplina científica que estuda as relações entre cultura material e as sociedades estabelecidas na longa duração. As fontes históricas são vestígios deixados pelo homem em diversos espaços; elas guardam Histórias e por este motivo é importante conservá-las e protegê-las contra a destruição causada pelo tempo e pelas pessoas, pois são produzidas pelo homem ao longo do tempo e servem como fonte de pesquisa na busca de informações, que serão o ponto de partida para se obter dados sobre lugares, moradores, construções entre outros. Bauer comenta que: As narrativas históricas são construídas a partir de elementos denominados fontes. Fontes referem-se de alguma forma a fatos. Elas são objetos, documentos e relatos escritos ou orais que informam sobre fatos ocorridos no tempo e no espaço em razão da ação dos homens e da natureza (vendavais, temporais, secas etc.). As fontes podem ser de diversos tipos (BAUER, 2018, p. 36). É por meio de fatos históricos e das relações vividas do educando com pessoas pertencentes a outros grupos, faixas etárias, sujeitos com diferentes ocupações e visões de mundo, que as crianças ampliem seu universo de conhecimento. Fontes históricas podem ser: Fotos, documentos, mapas, relatos orais ou escritos, jornais e revistas antigos, são registros que, quando guardados e conservados, compõem o acervo histórico de determinado lugar, possibilitando manter viva a memória de fatos ou pessoas do passado que foram compondo, ao longo do tempo, a identidade de um lugar, isto é, costumes e tradições que os diferenciam dos demais lugares. 10 Fonte: https://lemad.fflch.usp.br/node/5837. Figura 1.4 – Documento da Lei Áurea. Fontes escritas – Jornais, revistas e livros – Levam a compreensão de fatos importantes para a construção da História. https://www.bol.uol.com.br/listas/2016/01/23/sao-paulo-em-100-imagens-do-passado.htm?foto=3 Figura 1.5 – Largo da Igreja da Sé, no final do século 19. Fotos – Identifica características de uma época, como paisagens, meios de transporte entre outros. 11 http://danielmunduruku.blogspot.com/p/daniel-munduruku.html. Figura 1.6 – Daniel Munduruku. Daniel Munduruku nasceu em Belém (Pará). Passou a infância entre as cidades e a aldeia onde nasceu seu pai. O escritor formou-se em Filosofia, é licenciado em História e Psicologia e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Estudou e tornou-se professor. Em seus livros, ele narra muitas histórias sobre o seu povo. Fontes orais – São Histórias da memória das pessoas, contadas dos mais velhos para os mais novos, de geração em geração. Podem estar também registradas em livros. Sobre as histórias orais, Pinsky comenta: Na análise de entrevistas de história oral deve-se ter em mente também outras fontes – primárias e secundárias; orais, textuais, iconográficas, etc. – sobre o assunto a ser estudado (PINSKY, 2006, p. 187). Fontes pictográficas– Mostram detalhes de uma época ou de um acontecimento, de acordo com a visão do artista (mapas, esculturas, pinturas). 12 Fonte: https://www.ipatrimonio.org/rio-de-janeiro-chafariz-do-mestre-valentim/vista-do-largo-do- carmo-debret-1834-em-primeiro-plano-ve-se-o-chafariz-de-mestre-valentim-junto-ao-cais/ Figura 1.7 – O Largo do Paço, em 1830. Fontes arquitetônicas – Representam e guardam muitas histórias e muitos acontecimentos do passado (monumentos e construções). Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/Attractions-g303631-Activities-c47-zfn7593163- Sao_Paulo_State_of_Sao_Paulo.html. Figura 1.8 – Monumento às Bandeiras, no Parque dos Seios de Ibirapuera, em São Paulo. 13 1.3 O que é Geografia? Para iniciar a leitura deste texto, vamos compreender o que é Geografia e o que é o conhecimento geográfico. Segundo Löbler (2018, p. 26), “a Geografia pode ser definida como uma ciência social que estuda a superfície terrestre e, portanto, suas características e fenômenos físicos e humanos buscam entender a inter-relação entre o homem e o espaço”. Constitui-se como ciência no século XIX, com características comuns a todas as ciências, e tem como objetivo localizar e entender os diferentes lugares, habitados pelos humanos, de acordo com as necessidades materiais e afetivas. O conhecimento geográfico consiste no conjunto de informações, observações e escritas construídas pelo homem sobre o mundo que o cerca, existindo desde os primeiros grupamentos humanos. Para sua própria sobrevivência, os primeiros humanos, que ocuparam o planeta, já demonstraram interesse em conhecer e transformar o espaço natural. Os nossos antepassados (hominídeos) sempre fizeram registros históricos caracterizados por pinturas rupestres (relativo à rocha), que são desenhos feitos nas paredes das cavernas. Esses registros são uma importante fonte de pesquisa de um período em que a escrita ainda não existia. Conforme Pinsky: O historiador que se dedicar aos primeiros milhões de anos dos hominídeos até a invenção da escrita terá como ponto de partida muito pouco, contando apenas com um objeto aqui outro acolá, com diferenças de milhares de anos (PINSKY, 2006, p. 95). Tratava-se de pinturas que exprimiam cenas de caça e do dia a dia deles. Os materiais utilizados para fazer essa representação eram restos de carvão, pigmentos de vegetais, terra e minerais. Os materiais retratados nas pinturas foram fundamentais para a sobrevivência, pois a partir deles conseguiram caçar, retirar frutos de árvores e se defender de predadores. Todavia, ao conseguirem dominar o fogo, passaram, então, a poder cozinhar e aquecer a carne de sua caça, iluminar a noite e se defender. 14 Pense nas sociedades primitivas: a natureza (com escassos recursos de alimentação, enormes e ferozes animais, condições climáticas adversas etc.) era vista como um ambiente hostil para a espécie humana. Assim, por meio do trabalho, o homem produziu a técnica agrícola, inventou instrumentos de proteção, de caça aos animais, construiu moradias e fabricou roupas, entre outras (LÖBLER, 2018 p. 16). Fonte: GAS-photo via Shutterstock. Figura 1.9 – Pinturas rupestres. Ao longo do tempo, observamos e entendemos os nossos lugares: a casa em que moramos, o bairro onde ela está e em qual cidade está inserida. Passamos também por outras ações transformadoras conscientes que são exclusivas do ser humano; tais ações chamamos de trabalho. Esse trabalho, que é característico do homem, resultou na formação da cultura que se diferencia em cada região, e é passada de geração em geração. O resultado do trabalho é a cultura que pode ser compreendida com o conjunto individual ou coletivo de técnicas, pensamentos, costumes, valores que foram (e continuam sendo) produzidos pela espécie humana (LÖBLER, 2018, p. 17). Essa relação entre o trabalho e a cultura alterou os espaços naturais que, aos poucos, foram sofrendo transformações feitas pelos homens para atender às suas necessidades. Esses espaços naturais transformaram-se, então, em espaços geográficos. 15 Caracterizados pelo geógrafo Milton Santos como: • Espaço Natural: é a “primeira natureza” ou o espaço intocado pelo ser humano que não sofreu transformações (SANTOS, 2008). Fonte: https://www.visiteobrasil.com.br/sul/parana/ecoturismo/conheca/-cataratas-do-iguacu. Figura 1.10 – Cataratas do Iguaçu. • Espaço Geográfico: é considerado o principal objeto de estudo da Geografia. Segundo Santos (2008), é entendido como uma “segunda natureza” e definido como o espaço que foi, ao longo da História, alterado pelo homem. Fonte: http://cinegnose.blogspot.com/2014/07/por-que-et-o-extraterrestre-tornou-se.html. Figura 1.11 – Espaço que sofreu transformações. 16 Esses espaços geográficos são formados por elementos naturais, que correspondem aos elementos produzidos pela própria natureza, como rochas, relevo, solo, água, vegetação, luz, calor e ar. Já os elementos antrópicos são as modificações do ambiente natural pela ação do homem, como as plantações, construção de casas, pontes, túneis, prédios etc. Em cada uma dessas observações, está estabelecida a relação entre as pessoas que vivem nesses espaços, seus costumes e modos de vida. Em todos os lugares, as relações humanas estabelecem um importante papel. Fazendo uma viagem no tempo, vamos nos recordar do filme “E.T. – O Extraterrestre”, que conta a história de um alienígena que foi esquecido por seus companheiros aqui em nosso Planeta. Ele precisava voltar para o seu lugar, conheceu Elliot e viraram amigos. O menino, utilizando diferentes materiais disponíveis em sua casa, construiu um instrumento para se comunicar com os companheiros de E.T. e mostrar a sua localização, o lugar onde estavam, a fim de que o alienígena fosse resgatado. Fonte: http://cinegnose.blogspot.com/2014/07/por-que-et-o-extraterrestre-tornou-se.html. Figura 1.12 – E.T. O Extraterrestre. Nas séries iniciais, o ensino da Geografia tem como objetivo alfabetizar geograficamente os alunos. Para dar conta desse desafio, o espaço geográfico foi dividido em categorias ou conceitos centrais, sendo eles: o lugar, a paisagem, as regiões e os territórios. 17 Vamos iniciar o nosso estudo, partindo do conceito de lugar. O conceito de lugar pode ser o ponto de partida do estudo do espaço geográfico, com os alunos das séries iniciais. Podemos partir de uma simples pergunta: Em que lugar você mora? Sabendo que não ocupamos toda extensão do espaço geográfico, os lugares (onde moramos, estudamos, passeamos) passam a fazer parte de nossas vidas, pois são neles que construímos os vínculos afetivos e valores. Por esse motivo é comum usarmos frases como: “Lar doce lar” ou ouvirmos expressões, como, por exemplo, “Lá na minha Terra”. O lugar é algo que representa em nossa vida o familiar, é o local que define a nossa identidade, as nossas experiências individuais; são pontos espaciais de recordação afetiva: O espaço, qualquer porção da superfície terrestre, é amplo, desconhecido, temido ou rejeitado. O lugar, recordado afetivamente, emerge da experiência e é um mundo ordenado e com significado (CAVALCANTI, 2010, p. 92). Desta forma, os lugares podem trazer recordações boas ou ruins, mas o conhecimento de diferentes lugares (e a comparação entre eles) leva os alunos a avançarem nos conhecimentos de cada lugar vivido. Isso exige que o aluno desenvolva habilidades espaciais para fazer comparações entre o seu lugar e outros lugares. Dentro dessa habilidade espacial desenvolvida, está presente também a lateralidade, que é desenvolvida ao longo da infância, a qual apresenta as seguintes fases: 1ª fase – dos 5 aos 8 anos aproximadamente – a criança considera a esquerda e a direita apenas do seu ponto de vista. Por exemplo, se pedimos a ela que diga qual o objetoque está à sua direita, ela consegue localizá-lo, mas se pedirmos para ela que localize um objeto à direita de outra pessoa, não é capaz de fazê-lo. 2ª fase – dos 8 aos 11 anos aproximadamente – a criança considera o ponto de vista do outro. Localiza o objeto quando está “à sua direita” ou quando está à direita de outra pessoa. 3ª fase – dos 11 aos 12 anos aproximadamente – agora, a criança percebe que os objetos estão à direita e à esquerda uns dos outros ao mesmo tempo que estão posicionados em relação às pessoas (CAVALCANTI, 2010, p. 96). 18 Essa noção de lateralidade, desenvolvida por meio da habilidade espacial, vai contribuir futuramente na aprendizagem dos pontos cardeais. 1.4 Leitura de paisagem Vamos abordar, agora em nossos estudos, o conceito de Paisagem, considerando que paisagem é tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança. Já a natureza está presente em todos os lugares do nosso planeta, e suas paisagens podem ser formadas por diferentes elementos, estando em constante transformações. O trabalho com o conceito de paisagem será realizado durante todo o ensino fundamental I e deve desenvolver no aluno a capacidade de observação, descrição e análise e, sobretudo, a compreensão e o entendimento de quais fatos e motivos produziram a paisagem vista (LÖBLER, 2018, p. 27). De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a paisagem é definida como uma unidade visível do território, que possui identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural, contendo espaços e tempos distintos: o passado e o presente. Desta forma, ao realizar a leitura de paisagens, os alunos passam a ter a compreensão dos fatos e de sua relação com a nossa vida. Observe a paisagem do Cristo redentor, no Rio de Janeiro e responda: • O que é paisagem para você? • O que é necessário observar para realizar a leitura de uma paisagem? 19 Fonte: dmitry_islentev via Shutterstock. Figura 1.13 – Cristo Redentor, Rio de Janeiro. Olhando as paisagens, descobrimos a organização do espaço, que é promovida pelo trabalho dos homens que vivem nesses espaços e precisam atender às suas necessidades. A interseção entre o tempo da sociedade e o tempo da natureza constitui o conceito de paisagem. Esse conjunto entre o tempo da sociedade, que reflete decisões tomadas pelos homens em épocas diferentes e o tempo da natureza, que define as formas de relevo, o clima, a vegetação, a distribuição de plantas e animais, leva-nos à compreensão dos fatos e de sua relação com a nossa vida. Ler a paisagem é compreender como interagimos com a natureza. Observando o local onde vivemos, identificamos muitas imagens. São casas, ruas, praias, montanhas automóveis; enfim, são diversas paisagens em que o homem e a natureza estão presentes. Para Löbler: 20 A paisagem é uma categoria dinâmica e que se transforma no decorrer do tempo. Pense em como o bairro no qual você mora ou conhece passou por transformações nos últimos 20 anos: as construções podem ter passado de horizontais (casa e sobrados) para verticais (prédios), estabelecimentos comerciais surgiram para atender a demanda da população local, investimentos na infraestrutura podem (ou não) ter ocorrido, um rio pode localizar-se ao lado de um hospital etc. Esses exemplos mostram tanto o dinamismo quanto as mudanças e as permanências das paisagens (LÖBLER, 2018, p. 28). As ações acumuladas historicamente são as produtoras das paisagens, que nada mais é do que o produto da paisagem da vida em sociedade. Para fazer essa leitura e para fazer a leitura dessa paisagem, é preciso desenvolver uma linguagem, em que possamos decifrar formas, objetos, movimentos muitas vezes ocultos etc. É importante os alunos compreenderem: • Como um e outro interagem. • Como entender e explicar essa relação partindo daquilo que percebemos com o nosso olhar? O trabalho, com o conceito de paisagem, será realizado durante todo o Ensino Fundamental I. Esse trabalho pode ser apresentado aos alunos, ao se introduzir questões que os levem a compreender o que significa cada paisagem, assumindo responsabilidades em relação a como o mundo se apresenta hoje e, assim, passam a interagir de forma consciente. Esses questionamentos devem ser feitos com o uso de uma linguagem adequada a cada faixa etária; porém, sem perder de vista a fundamentação de cada um. Veja a seguir alguns exemplos de questões: • Ao observar os fatos visíveis nas paisagens, o que estamos vendo? • O que tentamos explicar ao procurar alguns fatos que não vemos nas paisagens? • A que conclusões chegamos após relacionar e comparar os fatos? • Serão tais conclusões uma síntese do mundo em que vivemos? 21 • O que podemos fazer em relação ao que compreendemos sobre o mundo? A paisagem sofre mudanças, à medida que os fenômenos naturais e sociais se transformam. Observar e descobrir como estas transformações acontecem é fundamental na leitura de paisagem. Estas descobertas podem ser feitas por meio de entrevistas com antigos moradores de uma cidade, relatos escritos, fotos etc. Observar a localização também ajuda a entender essas transformações. Por exemplo, ao pensar na rua do seu trabalho, procure identificar se é um local alto ou baixo, se é ou não possível que seja atingido por inundações, dificuldades de acesso etc. As paisagens podem ser classificadas como paisagens naturais e paisagens culturais (que também são chamadas de humanizadas ou modificadas). São considerados paisagem natural os lugares ainda não ocupados pela sociedade humana. Nesse sentido, porém, podemos perceber que, por mais que o homem tenha ocupado quase todo o planeta, a natureza continua realizando o seu trabalho por meio de chuvas, ventos, rios, florestas etc. Para Löbler: São compostas apenas por elementos da natureza que sofreram pouca ou nenhuma intervenção humana, como uma floresta ainda intocada ou uma geleira (LÖBLER, 2018, p. 28). Todas as partes da natureza estão interligadas: • Os rios fazem parte da hidrosfera; • A terra – com seu relevo – compõe a litosfera; • O ar e seus elementos, a atmosfera; • Os seres vivos, a biosfera. A partir dessa análise, notamos que é possível perceber como tais fatos se relacionam, um explicando o outro. Pensando no estudo geográfico da paisagem é importante respeitar as noções de escala espacial de um fenômeno. Para cada fenômeno, é necessário decodificar-se o que vê, 22 compreendendo-o dentro de determinado contexto. Exemplificando: ao realizar o estudo de um fenômeno climático – como as chuvas –, é preciso mostrar que, de acordo com o local (território), as consequências podem ser bem diferenciadas (excesso de chuva pode ser bom em algumas regiões, mas, em outras, pode provocar inundações). O Primeiro passo para o processo de observação é olhar para as diferenças. Nesse momento, algumas outras questões podem ser inseridas: • Por que existem regiões desérticas e outras de florestas? • Por que algumas cidades sofrem com as enchentes? • Por que uma grande cidade difere de uma pequena vila? A explicação para esses fatos será o resultado de pesquisas, motivadas por perguntas feitas a partir da observação. O ato de pesquisar o que se passa à nossa volta é o caminho para tentar compreender como o mundo e o lugar interagem de forma global, uma vez que, ao estudarmos as paisagens, estamos também promovendo interações com o mundo e com um lugar. Através do estabelecimento de relações entre um fato rotineiro e outros fatos cotidianos, podemos passar da observação para a explicação dos fatos. Por esse caminho, é possível acumular elementos para entender e explicar o porquê dos acontecimentos e compreender como se formam as paisagens culturais através da ação dos homens. Paisagens culturais são aquelas compostas por elementos construídos pelo homem ouque sofreram transformação por meio do trabalho humano, como, por exemplo, as cidades, os parques e áreas de cultivo. 1.5 A História como produto da atividade transformadora Sabemos que a História é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço. E esse Homem é um mamífero da ordem dos primatas, responsável pelas transformações da natureza por meio do trabalho. 23 • Você já pensou como os seres humanos surgiram no planeta Terra? • Como é possível encontrar informações sobre a origem dos seres humanos? Ser humano, entre os demais animais, é o nome dado pela ciência para caracterizar a espécie a que nós pertencemos. Nós, seres humanos, somos uma espécie viva. A capacidade de pensar, o uso da linguagem (palavras, frases, gestos, símbolos, entre outros), o ato de andar sobre dois pés, isto é, ser bípede são as características que nos distinguem de outras espécies. Fonte: Varavin88 via Shutterstock. Figura 1.14 – Seres Humanos. Há milhões de anos, a espécie humana era muito diferente. Os seres vivos foram sofrendo mudanças para se adaptarem ao ambiente que viviam. Essas mudanças são nomeadas como a Teoria da Evolução, elaborada pelo naturalista britânico Charles Darwin (1809 – 1882). Charles Darwin, autor de A origem das espécies e fundador, juntamente com Alfred Wallace, da moderna Teoria da Evolução. 24 Fonte: Vectorfarmer via Shutterstock. Figura 1.15 – Charles Darwin, autor de “A origem das espécies”. a origem das espécies por Charles Darwin, em 1859, levou a uma tempestuosa, embora breve batalha entre religião e ciência... (FOLEY, 2003, p. 15). Todo processo de evolução dos seres vivos é muito lento e contínuo, e isso leva milhares de anos para acontecer. Essa evolução acontece biológica e culturalmente. Para Pinsky: Assim, apesar da capacidade cerebral menor, o homo sapiens teve uma grande vantagem histórica e fundamental: a possibilidade de transmitir informações oralmente, de geração a geração, formando o que chamamos de cultura (PINSKY, 2006, p. 96). Fonte: Usagi-P via Shutterstock. Figura 1.16 – Teoria da Evolução de Charles Darwin. Os hominídeos, descendentes dos primatas considerados da linhagem dos seres humanos, são assim definidos por serem bípedes. 25 A evolução para o bipedismo trouxe outra vantagem, como a de ter as mãos livres para realizar várias tarefas. Assim, as mãos, com o polegar opositor afastado e maior que o dos outros animais, deram ao homem mais habilidade para construir ferramentas e segurar objetos. O bipedismo talvez tenha possibilitado algumas outras características humanas, particularmente a destreza manual. Os humanos, juntamente com outros primatas, têm mãos sensíveis dotadas de capacidade de preensão e com cinco dedos (FOLEY, 2003, p. 61). Com o passar do tempo, aprenderam a preparar seus alimentos e, com isso, a mandíbula e os dentes ficaram mais frágeis que a maioria dos animais. Fonte: https://bit.ly/3pZtCnm Figura 1.17 – Lucy foi encontrada no deserto de Afar, na Etiópia. Viveu há 3,2 milhões de anos. 26 • Periodização da Pré-História Paleolítico (Idade da Pedra Lascada) Foi o período em que os hominídeos começaram a produzir artefatos, até 10 mil anos atrás. Eles eram nômades, caçadores de animais e coletores de frutos e vegetais. Começaram a dominar o fogo para assar alimentos. Habitavam cavernas e abrigos sob rochas; nesses locais, faziam pinturas nas paredes e rochedos, chamadas de pinturas rupestres. Seus artefatos eram instrumentos de pedra lascada, como machados, lanças etc. Com as lascas que sobravam, fabricavam facas, ponta de lança e de flecha. Além da evolução – as transformações ao longo do tempo – há ainda outra consequência da seleção natural, que é a adaptação. Em seu sentido mais simples, ela se refere à qualidade do encaixe entre um organismo e seu meio ambiente (FOLEY, 2003, p. 46). Começaram a usar ossos de animais para fabricar anzóis, agulhas e enfeites corporais. Fonte: https://bit.ly/44Tsq3D. Figura 1.18 – Instrumentos Paleolíticos. Neolítico (Idade da Pedra Polida) Este período ocorreu, aproximadamente, entre 10 mil anos atrás e 6 mil anos atrás. Alguns povos começaram a usar a agricultura e a domesticar animais. Criaram monumentos megalíticos, que eram grandes construções feitas de pedra, como a Stonehenge na Inglaterra. 27 Fonte: Mr Nai via Shutterstock. Figura 1.19 – Stonehenge, Inglaterra. Deram início à formação de aldeias e pequenas cidades próximas aos rios e instauraram a divisão do trabalho. Iniciaram a produção de vasos e outros artefatos de cerâmica, para guardar cereais, cozinhar alimentos para uso religioso. Quanto às sociedades agrícolas e produtoras de cerâmica, Leroi-Gourhan observa que muitos aspectos da vida social, como vestuário, podem ser conhecidos apenas com relação a povos do presente, pois vestes são muito perecíveis (PINSKY, 2006, p. 97). Facas e enxadas passaram a ser fabricados de pedra polida. Começaram, também, a utilizar metais nobres como cobre, bronze e ferro, para fazer armas e ferramentas. Passaram a utilizar fibras vegetais como o linho e o algodão para fabricar tecidos rústicos e pelos de animais para fazer a lã. 28 Fonte: https://artesol.org.br/conteudos/visualizar/Herancas-culturais-mais-perto-de-nos6. Figura 1.20 – “Acervo da Reserva de Arqueologia Mário Simões, MCTIC / Museu Paraense Emilio Goeldi” Luzia é a primeira brasileira de que se tem notícia. Seu fóssil foi encontrado em Minas Gerais na década de 1970 e tem aproximadamente 11.000 anos. Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/prehistoria-no-brasil.htm. Figura 1.21 – Reconstituição do fóssil de Luzia. 29 Sugestão de leitura e filme com os alunos: Figura 1.22 – Sugestão. Conclusão Uma aprendizagem se torna significativa, à medida que construímos os conhecimentos, partindo de atividades desafiadoras, interessantes e motivadoras, porque, desse modo, compromete-se com uma relação ativa entre o professor mediador e o estudante protagonista, bem como se mantém a inter-relação entre os seres em desenvolvimento e a cultura. Nesse cenário de ensino, portanto, é que são desenvolvidos os conceitos da História e da Geografia. É fundamental conhecer e aprender os conhecimentos geográficos para entender a interação entre sociedade e natureza, desenvolvendo, assim, o pensamento espacial e fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de diferentes gêneros textuais. Além disso, é necessário também a compreensão dos acontecimentos históricos, para criar oportunidades para que os cidadãos tenham uma visão democrática, com condições de identificar, analisar, compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. Traçado esse percurso, os estudantes notam-se relevantes nesse cenário como também notam o outro, passando a exercitar o respeito às diferenças e a promover de forma responsável os direitos humanos, sendo protagonista de suas atitudes para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 30 REFERÊNCIAS BACICH, L; MORAN, J.M. Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre, 2018. BAUER, C. Conteúdo e metodologia do ensino de História. Porto Alegre: Sagah, 2018. BAUER, C. S. et al. História antiga. Porto Alegre: Grupo A, 2019. BNCC. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base. Ministério da Educação. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 20 jul. 2023. CAVALCANTI, L. S. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 13. ed. Campinas: Papirus, 2010. FERNANDES, J. et al. Dicionário de Geografia aplicada. Porto: Porto Editora, 2016. FOLEY, R. Os humanos antes da humanidade: uma perspectiva evolucionista. São Paulo: Unesp, 2003. FONSECA, T. N.L. História e ensino de História. Grupo Autêntica, 2017. KOZEL, S.; FILIZOLA, R. Didáticas de Geografia – Memórias da Terra – O espaço vivido. São Paulo: FTD, 1996. LOBLER, C. A; FRANCISCO, M. Metodologia do ensino de Geografia. Porto Alegre: Grupo A, 2016. MOREIRA, R. O que é Geografia? 2. ed. São Paulo: Brasiliense. MOREIRA, R. Representando a Geografia. In: Santos, Milton (Org.). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982, p. 35-49. MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2018. PERRENOUD, P. 10 Novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. PINSKY, C. B. et al. Fontes históricas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006.