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Defeitos o Negócio Jurídico

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Defeitos o Negócio Jurídico
	Espécies
	Vícios de Consentimento: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão
Vícios social: fraude contra credores
Tornam anulável o negócio jurídico (art. 171,II). É de 4 anos o prazo decadencial para a propositura da ação anulatória (art. 178)
	
Erro ou ignorância 
	Conceito: é a falsa ideia de realidade. O agente engana-se sozinho. Quando é induzido em erro pelo outro contratante ou por terceiro, caracteriza-se o dolo.
Requisitos: deve ser substancial, escusável (critério hodiernamente pelo da cognoscibilidade) e real.
Erro substancial: é o que:
Interessa à natureza do negócio;
Diz respeito ao objeto principal da declaração;
Concerne a alguma das qualidades essenciais do objeto;
Versa sobre as qualidades essenciais da pessoa;
Sendo de direito, não implica recusa a aplicação da lei (art. 139)
Erro escusável (ou cognoscível): escusável é o erro justificável, exatamente o contrario de erro grosseiro, decorrente do não emprego diligência ordinária. A tendência é a prevalência da corrente que sustenta ter o CC/2002 exigindo apenas a cognoscibilidade (ser reconhecível pela outra parte), e não a escusabilidade, como requisito do erro, refletida no Enunciado 12 da I Jornada de Direito Civil: “Na sistemática do art. 138., é irrelevante seja ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o principio da confiança”.
Erro real: é o erro efetivo, causador de real prejuízo ao interessado.
Erro acidental: é o que se opõe ao substancial e real, porque se refere a circunstancias de somenos importância e que não acarretam afetivo prejuízo.
Erro obstativo ou impróprio: é o que impede ou obsta a própria formação do negocio, tal a gravidade do engano, tornando-o inexistente , como acontece no direito italiano no tocante ao erro sobre natureza. No Brasil, porém, tal erro torna o negocio apenas anulável.
	
 
Dolo
	Conceito: é o induzimento malicioso de alguém a erro*******************
Espécies:
Dolo principal (quando é a causa do negocio) e dolo acidental (quando, a seu despeito, o negocio seria realizado, embora por outro modo): só o primeiro acarreta a anulabilidade;
Dolus bônus e dolus malus: o primeiro é tolerável no comercio em geral; já o segundo causa a anulação do negocio;
Dolo positivo e dolo negativo (omissão dolosa – art. 147);
Dolo unilateral e dolo bilateral (de ambas as partes): na ultima hipótese, nenhuma delas pode reclamar em juízo, porque ninguém pode valer-se da própria torpeza.
Dolo do outro contratante e dolo de terceiro: o de terceiro só acarreta a anulabilidade se a outra parte, beneficiada,o conhecia. Caso contrario, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor do dano (art. 148);
Dolo da propria parte e dolo do representante: o do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder até a importância do proveito que teve. Se for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos, por ter escolhidos mal o mandatário (art. 149).
Dolo de aproveitamento: constitui o elemento subjetivo do negocio jurídico, que é a lesão. Configura-se quando alguém se aproveita da situação de premente necessidade ou da inexperiência do outro cotratante para obter lucro exagerado, manifestamente desproporcional à natureza do negocio (CC, art. 157).
	
Coação
	Conceito: é toda ameaça ou pressão exercida sobre um individuo para força-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou realizar um negocio.
Espécies:
Absoluta: exercida mediante o emprego de força física. Inocorre qualquer manifestação da vontade e, por isso, o negocio é inexistente;
Relativa ou moral: em que o coator faz um grave ameaça a vitima, deixando-lhe uma opção: praticar o ato exigido ou correr risco de sofrer as consequências da ameaça que lhe foi feita. Trata-se de uma coação psicológica. É esta que torna anulável o negocio jurídico.
Da outra parte ou de terceiro: a de terceiro só acarreta anulabilidade se a outra parte , beneficiada, a conhecida. Se não, cabe apenas pedido de perdas e danos contra o autor da coação (art. 155)
Requisitos da coação:
Deve ser a causa determinante do negocio;
Deve ser grave, ou seja, incutir na vitima um fundado temor. Levam-se em conta as condições pessoais da vitima no apreciar a gravidade da ameaça. Não se considera coação o simples temor reverencial (art. 153, 2º parte);
Deve ser injusta, contraria do direito. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito (art. 153, 1º parte);
A ameaça deve ser de causar dano atual ou iminente;
Deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou a bens da vitima ou a pessoa de sua família. Se a coação disser respeito a pessoa não pertence à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houver coação (art. 151, parágrafo único).
	
Estado de perigo
	Conceito: configura-se quando alguém, premido da necessidade de salvar de si mesmo ou pessoa de sua família de grave dano conhecido pela outra parte assume obrigação excessivamente onerosa. Tratando-se de pessoa não pertence à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstancias (art. 153, parágrafo único).
Efeitos: o código civil, considera anulável o negocio realizado em estado de perigo. Não será anulado, todavia, se a obrigação assumida não for excessivamente onerosa. Se o for, deverá o juiz, para evitar o enriquecimento sem causa, apena reduzi-la a uma proporção razoável, anulado o excesso, e não todo o negocio jurídico. Aplica-se a hipótese, por analogia, o disposto no §2º do art. 157, segundo o qual não se decretará a anulação “se for oferecido suplemento suficiente ou a parte favorecida concordar com a redução do proveito”.
	
Lesão
	Conceito: é o prejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de uma das partes (art.157).
Elementos:
Elemento objetivo: manifesta desproporção entre as prestações recíprocas ;
Elemento subjetivo: inexperiência ou premente necessidade.
Espécie:
Usuária ou real: quando a lei exige, além da necessidade ou inexperiência do lesionado, o dolo de aproveitamento da outra parte;
Lesão especial , lesão enorme ou simplesmente lesão: quando a lei limita-se à exigência de obtenção de vantagem desproporcional, sem indagação da má fé da parte beneficiada. É a espécie adotada pelo CC/ 2002.
Efeitos: o código civil considera a lesão um vicio de consentimento, que torna anulável o negocio (art. 178, II). Faz, porém, um ressalva: não se decretará a anulação “se for oferecido suplemento suficiente ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito” (art. 157, §2º).
	Fraude contra credores
	Conceito: é o vicio social. Configura-se quando o devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se tornar insolvente, com o intuito de prejudicar os credores. Caracteriza-se insolvência quando o ativo, ou seja, o patrimônio do devedor, não é suficiente para responder pelo seu passivo.
Hipóteses legais:
Nas transmissões onerosas: para anulá-las, os credores terão de provar a eventus damni (que a alienação reduziu o devedor à insolvência) e o consilium fraudis (a má-fé do terceiro adquirente);
Nas alienações a titulo gratuito (art. 158): nesses casos, os credores não precisam provar a consilium frauis, pois a lei presume o propósito da fraude. A remissão (perdão) de divida também constitui uma liberdade, que reduz o patrimônio do devedor;
Quando o devedor já insolvente paga o credor quirografário divida ainda não vencida (art. 162);
Quando o devedor já insolvente concede gratuitas dividas a algum credor, colocando-o em posição mais vantajosa do que os demais (art. 163).
Ação pauliana:

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