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RESUMO - Defeitos do negócio jurídico

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Defeitos do negócio jurídico
O erro só é considerado como causa de anulabilidade do negócio jurídico se for:Erro Substancial: É erro de fato por recair sobre circunstância de fato, ou seja, sobre as qualidades essenciais da pessoa ou da coisa.
a) Essencial (substancial);
b) Escusável (perdoável).
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio”.
Substancial é o erro que incide sobre a essência (substância) do ato que se pratica, sem o qual este não se teria realizado. EX: É o caso do colecionador que, pretendendo adquirir uma estátua de marfim, compra, por engano, uma peça feita de material sintético.
a) Error in negotio – É o erro que incide sobre a natureza do negócio que se leva a efeito, como ocorre quando se troca uma causa jurídica por outra.
b) Error in corpore – aquele que versa sobre a identidade do objeto, é o que ocorre quando, por exemplo, declara-se querer comprar o animal que está diante de si, mas acaba-se levando outro, trocado.
c) Error in persona – É o que versa sobre a identidade ou as qualidades de determinada pessoa. É o caso de o sujeito doar uma quantia a Caio, imaginando-o ser o salvador de seu filho, quando, em verdade, o herói foi Tício.
Dolo
	Seria, portanto, todo artificio malicioso empregado por uma das partes ou por terceiro com o propósito de prejudicar outrem, quando da celebração do negócio jurídico.
	Assim, o sujeito que alínea a caneta de cobre, afirmando tratar-se de ouro, atua com dolo, e o negócio poderá ser anulado.
	
Quanto a extensão dos seus efeitos no negócio jurídico, o dolo poderá ser:
a) Principal (essencial, determinante ou casual);
b) Acidental.
Quanto a atuação do agente, o dolo poderá ser:
a) Positivo;
b) Negativo (omissivo).
Segundo SÍLVIO VENOSA, são requisitos do dolo negativo:
a) Intenção de levar o outro contratante a se desviar de sua real vontade, induzindo-o a erro;
b) Silêncio sobre circunstância desconhecida pela outra parte;
c) Relação de essencialidade entre omissão dolosa intencional e a declaração de vontade;
d) Omissão do próprio contraente e não de terceiro.
O novo Código Civil é mais preciso e justo do que o CC-16, ao prever que o dolo de terceiro invalida o ato, não apenas quando a parte a quem aproveite efetivamente soube de expediente astucioso, mas também se dele devesse ter conhecimento.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas da parte a quem ludibriou.
Ex: Caio colecionador de vasos antigos, contrata os serviços de Tício, profissional especializado em intermediar a compra e venda de objetos raros. Após alguns meses de busca infrutífera, Tício, atuando dolosamente e objetivando não perder a sua remuneração, promoveu a negociação de um falso jarro da dinastia Ming (réplica de um original), entre Caio, tomador de seus serviços, e ORFEU, proprietário do referido artefato. Note-se que Caio fora induzido a erro pelo intermediário Tício, pessoa em quem depositava sincera confiança.
	Com base, nesta situação hipotética, as seguintes conclusões podem ser tiradas, à luz do CC:
a) Se Orfeu tinha conhecimento da atuação maliciosa de Tício, caracterizando verdadeiro concluio entre ambos, o negócio pode ser anulado;
b) Se Orfeu não tinha conhecimento direito do dolo de Tício, mas podia presumi-lo em face das circunstâncias do fato, o negócio pode ser anulado;
c) Se Orfeu não sabia, nem tinha como saber da atuação dolosa de Tício, em face da boa-fé de Orfeu o negócio subsiste, responde apenas Tício pelas perdas e danos devidos a Caio.
Se ambas as partes do negócio procederam com dolo, pelo princípio que veda a alegação da própria torpeza em juízo, a lei proíbe que se possa anular o negócio jurídico ou pleitear indenização.
Coação
	Enquanto o dolo manifesta-se pelo ardil, a coação traduz violência.
“a coação é a ameaça com que se constrange alguém à prática de um ato jurídico. É sinônimo de violência, tanto que o Código Civil usa distintamente os dois termos. A coação não é, em si, um vício da vontade, mas sim o temor que ela inspira, tornando defeituosa a manifestação de querer do agente. Configurando-se todos os seus requisitos legais, é a causa de anulabilidade do negócio jurídico”.
São dois os tipos de coação:
a) Física (“vis absoluta”);
b) Moral (“vis compulsiva”).
A coação física (“vis absoluta”) é aquela que age diretamente sobre o corpo da vítima. A doutrina entende que este tipo de coação neutraliza completamente a manifestação de vontade, tornando o negócio jurídico inexistente, e não simplesmente anulável. 
Ex: Imagine a hipótese de um lutador de sumô pegar a mão de uma velinha analfabeta, à força, para propor a sua impressão digital em um instrumento de contrato que ela não quer assinar.
Também no Direito Penal a coação moral determina importantes efeitos jurídicos. Segundo o art. 22 do CP brasileiro, se o fato é cometido sob coação (moral) irresistível, só é punível o autor da coação. Trata-se, segundo a teoria finalista da ação, causa excludente de culpabilidade, por atacar o requisito da exigibilidade de conduta diversa.
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável a sua pessoa, à sua família, ou a seus bens.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, à saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela.
	Se a ordem jurídica reconhece o legítimo e regular exercício de um direito, não se poderá considerar abusiva a ameaça de seu exercício. Ex: “o locatário, tornando-se inadimplente, não poderá afirmar haver sido coagido pelo fato de o locador adverti-lo de que “se não pagar os aluguéis, recorrerá a justiça”.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que se aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos”
Lesão
	Pode-se conceituar lesão como sendo o prejuízo resultante da desproporção existente entre as prestações de um determinado negócio jurídico, em face do abuso da inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes.
	O primeiro diploma brasileiro a tratar da lesão, ainda que sob o aspecto criminal, foi a Lei. n° 1.521, de 26/12/1951 (Lei da economia popular), que, em seu art. 4°, previa:
Art. 4. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim considerando:
a) A lesão só é admissível nos contratos comutativos, porquanto nestes há uma presunção de equivalência entre as prestações; por conseguinte, ela não se compreende nos ajustes aleatórios.Contratos comutativos: É o contrato em que cada uma das partes faz prestações equivalentes, e tem conhecimento destes atos. São contratos de prestações certas e determinadas.
b) A desproporção entre as prestações deve se verificar no momento do contrato e não posteriormente. Pois, naquele instante não houver disparidade entre os valores, incorreu lesão.
c) A desproporção deve ser considerável. Aliás, a Lei Segunda falava em diferença superior à metade do preço verdadeiro.
A lesão é vício que surge concomitantemente com o negócio.
	A nova disciplina legal de lesão (agora aplicável para as relações contratuais em geral), além de não existir o dolo de aproveitamento para a sua configuração (isto é, a intenção de auferir vantagem exagerada às expensas de outrem.
Estado de perigo
	Configura-se quando o agente, diante de situação de perigo conhecido pela outra parte, emite declaração de vontade para salvaguardar direito seu, ou de pessoa próxima, assumindo obrigação excessivamente onerosa.
Art. 156. Configura-se estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família,de grave dano conhecido pala outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Ex: O indivíduo, abordado por assaltantes, oferece uma recompensa ao seu liberador para salvar-se; o sujeito está afogando e promete doar significativa quantia ao seu salvador;
	Entretanto, a prestação de serviços médicos emergenciais é obrigação, não apenas jurídica, mas principalmente moral, decorrente do sublime juramento de Hipócrates.
	Finalmente, não devem confundir o estado de perigo, a coação e a lesão.
	No estado de perigo, diferentemente do que ocorre na coação, o beneficiário não empregou violência psicológica ou ameaça para que o declarante assumisse obrigação excessivamente onerosa.O Estado de perigo pressupõe o conhecimento do dano pela outra parte, partindo do pressuposto que o celebrante conhecia o risco do agente e buscou tirar proveito da situação.
Na lesão, sequer que a outra parte saiba do estado de necessidade ou da inexperiência do agente.
Na coação uma das partes faz uso de violência psicológica (ameaça), para tomar vantagem em negócio jurídico para si ou para outrem.
Simulação
	A simulação “é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado”
	Na simulação celebra-se um negócio jurídico que tem aparência normal, mas que, na verdade, não pretende atingir o efeito que juridicamente devia produzir.
No Direito Civil brasileiro, a simulação poderá ser:
a) Absoluta: neste caso, o negócio forma-se a partir de uma declaração de vontade ou uma confissão de dívida emitida para não gerar efeito jurídico algum. Ex: o cônjuge simula negócio com um amigo, contraindo falsamente uma dívida, com o escopo de transferir-lhe bens em pagamento, prejudicando sua esposa. Note-se que o negócio simulado fora pactuado para não gerar efeito jurídico algum. Como se sabe, a alienação não pretende operar a transferência da propriedade dos bens em pagamento de dívida, mas sim permitir que o terceiro (amigo) salvaguarde o patrimônio do alienante até que se ultime a ação de separação judicial. Trata-se de um verdadeiro jogo de cena, uma simulação absoluta.
b) Relativa (dissimulação): Neste caso emite-se uma declaração de vontade ou confissão falsa com o propósito de encobrir ato de natureza diversa, cujos efeitos, queridos pelo agente, são proibidos por lei. Denominamos esta hipótese de simulação relativa objetiva.
Observe-se que, diferentemente do que ocorre na simulação absoluta, na relativa as partes pretendem atingir efeitos jurídicos concretos, embora vedados por lei. 
	Em caso de simulação absoluta, fulmina-se de invalidade todo o ato; caso se trate de simulação relativa, declara-se a nulidade absoluta do negócio jurídico simulado, subsistindo o que se dissimulou, se for válido na substância e na forma.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido na substância e na forma.
	A Reserva mental se configura quando o agente emite declaração de vontade, resguardando o íntimo propósito de não cumprir o avançado, ou atingir fim diverso do ostensivamente declarado.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo de dela o destinatário tinha conhecimento”.
Ex: Um estrangeiro, em um país que admite a aquisição de nacionalidade pelo casamento, contrai matrimônio apenas para este fim, reservando mentalmente a intenção de não cumprir os deveres do casamento. Pretende apenas tornar-se nacional e evitar a sua expulsão. Se a outra parte sabia do desiderato espúrio, torna-se cúmplice do outro contraente, e o ato poderá ser invalidade por simulação
	“Na reserva mental o enganado é o outro contraente. Pode-se dizer que nesta a simulação é unilateral. Mas, quando a reserva é ilícita e se torna conhecida do outro contraente, é como se houvesse um acordo simulatório e a reserva mental se equipara, então, em seus efeitos, à simulação maliciosa ou fraudulenta”.
Fraude contra credores
	A fraude contra credores, também considerada vício social, consiste no ato de alienação ou oneração de bens, assim como de remissão de dívida, praticado pelo devedor insolvente, ou à beira da insolvência, com o propósito de prejudicar credor pré-existente, em virtude da diminuição experimentada pelo seu patrimônio.Fraude contra credores consiste na forma em que o devedor, tem a intenção de prejudicar ou causar algum dano ao credor no âmbito de receber o que é seu de direito. A fraude pode ser caracterizada pela má-fé.
	Na fraude contra credores, não há um necessário disfarce, como n simulação.
	“A fraude é a manobra, a técnica para prejudicar e lesar terceiro”.
	“Consiste a fraude no ato deliberadamente realizado para o fim de prejudicar direitos ou interesses: fraude contra credores, fraude fiscal, fraude à lei, fraude criminal”.

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