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Revisão_Dor Nociceptiva

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Serviço Público Federal 
Ministério da educação 
Universidade Federal de Sergipe 
Campus Universitário “Professor Antônio Garcia Filho” 
Graduação em Medicina 
 
Sanni Silvino Parente 
 
Revisão: Mecanismo da Dor 
Nociceptiva 
 A dor aguda é entendida como um 
sintoma e se manifesta sem nenhuma 
disfunção do sistema somatossensorial, 
como mecanismo protetor do corpo a 
algum agente externo. Portanto, é uma 
resposta fisiológica normal e previsível a 
estímulos térmicos, químicos ou mecânicos 
adversos. 
 Semiologicamente, varia em 
intensidade, característica, duração e 
localização. É bem localizada devido a 
atuação em áreas somatossensoriais 
corticais S1 e S2. 
 Transdução: 
Estímulos mecânicos e térmicos atuam 
excitando os nociceptores ou causando 
dano tecidual e vascular, liberando 
substancias que podem ativar diretamente 
os nociceptores (K, H, Cininas, Serotonina e 
histamina); sensibiliza-los (cininas, PGL’s e 
substancia P) ou causar o extravasamento 
do plasma (substancia P e cininas). 
Os nociceptores podem estar 
distribuídos: 
- Músculos: mais sensíveis ao 
estiramento e contração e à isquemia; 
- Articulações: Processos inflamatórios 
e movimentos extremos; 
- Vísceras: distensão, tração, isquemia, 
inflamação e contração espasmódica; 
- Capsula das vísceras maciças: 
distensão; 
- Miocárdio: isquemia; 
- Tegumentares: mecânicos, térmicos e 
químicos. 
Os nociceptores estão distribuídos em 
maior quantidade nas meninges, periósteo, 
peritônio parietal e pleura parietal. 
Existem alguns nociceptores 
silenciosos, que só manifestam o estímulo 
álgico em condições de sensibilização, estes 
estão presentes em articulações, no 
tegumento e nas vísceras. 
Estímulos externos ativam um receptor 
de membrana ligado a um canal iônico, 
abrindo-o e possibilitando o influxo de 
Ca/Na, acontece, então, a despolarização 
da célula, ativando canais Na voltagem 
dependentes, gerando um pico de potencial 
de ação, transmitindo, dessa forma, o 
estímulo álgico em direção à medula. 
OBS: Existem canais iônicos ácido-
sensíveis (ASIC) que respondem ao H, 
despolarizando a membrana em meio 
ácido. Esse canal está presente na dor da 
isquemia muscular estriada (claudicação), 
na isquemia do miocárdio (infarto), e em 
processos inflamatórios teciduais (artites). 
Existem ainda proteínas que abrem os 
canais em resposta às alterações de sua 
confirmação estrutural por pressão 
mecânica. 
 Condução: 
É o processo de carreamento da 
informação álgica da periferia ao corno 
dorsal da medula espinhal. Realizado por 
neurônios pseudounipolares do tipo C 
(amielinicas, baixa VCN) e A delta 
(mielínicas finas, média VCN). 
 Transmissão: 
Refere ao mecanismo, no CDME, de 
transmissão dos estímulos ao segundo 
neurônio, e do segundo neurônio ao SNC 
superior por diferentes feixes. 
As mensagens álgicas chegam à medula 
pelas fibras C nas lâminas I, II e V do CD, 
enquanto as fibras A-D tem suas 
terminações nas lâminas I, II, V e X. Dessas 
lâminas partem estímulos dolorosos que 
cruzam para o outro lado, unindo-se a dois 
grupos de feixes que ascendem ao SNC 
superior (lateral e medial). 
O grupo lateral é composto pelas fibras 
do trato neoespinotalâmico, trato 
neotrigemiotalâmico, trato 
espinocervicotalâmico e o sistema pós-
sináptico da coluna dorsal. Esse feixes 
podem terminar no núcleo ventrocaudal 
(de lá partir para o córtex somestesico), 
para o núcleo talâmico submedio, para a 
porção medial do tálamo posterior (de lá 
partem para o córtex orbitofrontal) e para 
porção posterior do núcleo ventromedial 
(dirigindo-se para a insula). 
O grupo medial é composto pelas fibras 
do trato paleoespinotalâmico, trato 
paleotrigemiotalâmico, trato 
espinorreticular, trato espinomesencefálico 
e sistema ascendente multissináptico 
proprioespinal. Essas fibras fazem sinapse 
na formação reticular do troco cerebral ou 
na substancia cinzenta pariaquedutal (que 
ascendem, por vias reticulotalamicas, para 
o sistema límbico o para a substancia 
cinzenta periventricular). Os neurônios pós-
sinápticos partem para o núcleo 
dorsomedial e intralaminares do tálamo 
medial e, de lá, sobem ao cortéx cerebral. 
Sabe-se que o trato espinotalâmico 
lateral é especializado em conduzir 
estímulos térmicos e álgicos agudos bem 
localizados. Entende-se, portanto, que o 
trato espinotalâmico medial conduz 
sensações álgicas crônicas, pouco 
localizadas devido à conformação multi 
ssináptico.

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