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GRAVIDEZ E LACTAÇÃO (Resumo Guyton)

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GRAVIDEZ E LACTAÇÃO
Oócito primário -> oócito secundário + corpo polar -> ovulação (o oócito secundário é lançado pra cavidade abdominal e capturado pelas fímbrias da tuba uterina).
As fímbrias da tuba possuem cílios que são ativados pelo estrogênio, que faz com que eles “batam”. 
Os espermatozoides são levados até a ampola da tuba uterina, e seu transporte é auxiliado pela contração do útero e tubas estimulada pelas prostaglandinas do sêmen e por ocitocina liberada durante o orgasmo feminino. 
A fecundação ocorre na ampola, quando o espermatozoide penetra na coroa radiada e na zona pelúcida. 
Quando o espermatozoide penetra, o oócito secundário se divide de novo pra formar o óvulo maduro e o segundo corpo polar, que é expelido. O núcleo do óvulo maduro é chamado pronúcleo feminino. Quando o espermatozoide entrou, seu núcleo se tornou o pronucleo masculino. Ambos se fundem, dando origem ao zigoto. 
Então fica:
Oócito primário -> oócito secundário + corpo polar -> ovulação -> oócito secundário + espermatozoide (fecundação) -> óvulo maduro + segundo corpo polar
Transporte do ovo até o útero: ocorre de 3 a 5 dias. É feito pela corrente de líquido da secreção da trompa, pela ação dos cílios da trompa que batem em direção ao útero, e pelas contrações fracas da trompa.
O istmo da trompa fica fechado até 3 dias após a ovulação. Depois, a progesterona produzida pelo corpo lúteo no ovário promove relaxamento, o que permite a entrada do ovo no útero. Isso é feito pra dar tempo de o embrião chegar ao estágio de blastocisto, que é o estágio de implantação. As células da tuba produzem secreções eu nutrem o blastocisto nesse período. 
Quando chega na cavidade uterina, o blastocisto ainda não se implanta (demora de 1 a 3 dias). Enquanto isso, é nutrido pelas secreções endometriais, o “leite uterino”. 
Implantação: as células trofoblásticas do blastocisto secretam enzimas proteolíticas que digerem as células do endométrio. Parte dos nutrientes liberados é transportada para o blastocisto, dando mais nutrição. 
Ocorreu a implantação: as células trofoblásticas e as adjacentes (tanto do blastocisto quando do endométrio) se proliferam rapidamente, formando a placenta e as diversas membranas da gravidez.
Na fase secretora do endométrio, a progesterona produzida pelo corpo lúteo faz com que as células endometriais inchem e produzam mais glicogênio, proteínas e lipídeos. Quando o embrião se implanta, a progesterona faz com que inchem ainda mais. Essas células são agora as células da decídua, e a massa total de células é chamada decídua.
Os nutrientes da decídua são usadas pelo embrião até a 8ª semana, embora a placenta comece a promover nutrição depois de uma semana da implantação. Resumindo a nutrição: primeiras 8 semanas -> nutrição trofoblástica e pela decídua; depois disso -> placenta. 
Placenta: vilosidades carregando sangue fetal (vindas das células trofoblásticas) são rodeadas por sinusoides carregando sangue materno. Principal função da placenta: difusão de nutrientes e O2 da mãe pro feto, difusão de excretas do feto p mãe.
Feto: artérias umbilicais -> sinusoides -> veias umbilicais
Mãe: artérias uterinas -> sinusoides -> veias uterinas
O O2 dissolvido nos sinusoides maternos passa para o sangue fetal por difusão. A PO2 de sangue da mãe nos sinusoides é de 50mmHg, aí oxigena a placenta e só 30mmHg chega no sangue fetal. Essa pressão é baixa, mas é suficiente pro feto porque:
1- hemoglobina fetal: consegue carregar 20% a 50% mais oxigênio que a hemoglobina materna.
2- a concentração de hemoglobina no feto é 50% MAIOR do que na mãe!
3- efeito Bohr: a hemoglobina consegue carregar mais oxigênio em uma PCO2 baixa do que em uma PCO2 alta. Grande parte do CO2 do sangue fetal se difunde para o materno através da placenta, o que deixa o sangue fetal mais alcalino e o materno mais ácido.
A pressão de CO2 do feto é 2 a 3mmHg maior, o que facilita a difusão.
A glicose do sangue materno é transportada por difusão facilitada nas vilosidades placentárias. Os ácidos graxos vão por difusão simples, mas lentamente. Corpos cetônicos, sódio, potássio e cloreto difundem com facilidade também. 
Hormônios da gravidez: HGC, estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana.
Gonadotropina coriônica humana: secretado pelas células trofoblásticas. Pode ser medido pouco depois da implantação do blastocisto (8 a 9 dias depois da ovulação). Continua elevada pelo resto da gravidez. Função principal: evitar a involução do corpo lúteo. Faz com que o corpo lúteo secrete quantidades ainda maiores de progesterona e estrógenos, que impedem a menstruação e incham ainda mais as células deciduais, que nutrirão o feto nas primeiras semanas. Após a 7ª semana, a placenta começa a produzir progesterona e estrógenos pra manter a gravidez. O corpo lúteo involui após a 13ª e a 17ª semanas. Resumindo: a HCG mantém o corpo lúteo produzindo progesterona e estrógenos até que a placenta comece a produzir. Outra função: estimula as células intersticiais dos testículos fetais a produzir testosterona. Isso é o que determina que cresçam órgãos sexuais masculinos, e não femininos. Perto do fim da gestação, a testosterona também faz com que os testículos desçam para o saco escrotal.
Estrogênios: secretados pelo corpo lúteo no início, e depois pelas células sinciciais trofoblásticas da placenta. Eles são formados na placenta a partir de precursores que saem das adrenais da mãe e do feto: desidroepiandrosterona e 16-hidroxidesidroepiandrosterona. Na placenta, são convertidos em estradiol, estrona e estriol. Funções: aumento do útero materno, aumento das mamas e crescimento da estrutura dos ductos, aumento da genitália externa feminina da mãe. Também relaxam os ligamentos pélvicos, o que facilita o parto. 
Progesterona: primeiro pelo corpo lúteo, depois pela placenta. (1) Promove o desenvolvimento das células da decídua, (2) diminui a contratilidade do útero gravídico, impedindo aborto espontâneo, (3) contribui para o desenvolvimento do concepto ainda antes da implantação, aumentando as secreções da tuba que o nutrem, (4) ajuda o estrogênio a preparar as mamas para a lactação.
Somatomamotropina coriônica humana: hormônio placentário. Começa a ser secretada na 5ª semana, aumentando progressivamente. É secretada em maiores quantidades do que os outros hormônios. Funções: pode causar lactação, mas isso não foi comprovado; tem ação semelhante ao GH, causando a formação de tecidos proteicos; diminui a sensibilidade à insulina e a utilização de glicose pela mãe, disponibilizando assim mais glicose pro feto; promove a liberação de ag da mãe, gerando fonte de energia alternativa pro feto.
Respostas do corpo materno à gravidez:
Secreção hipofisária: a anterior aumenta 50% a secreção de corticotropina, tireotropina e prolactina. A secreção de LH e FSH é quase completamente suprimida (estrogênio e progesterona placentários fazem feedback negativo). 
Corticosteroides: sua secreção é aumentada, pois a corticotropina (ACTH) também elevou. Os glicocorticoides ajudam a mobilizar aminoácidos maternos pra sintetizar os tecidos do feto. Aldosterona também aumenta, principalmente no fim da gravidez, o que pode levar à hipertensão induzida pela gravidez.
Tireoidianos: a glândula inteira aumenta em 50% na gravidez. Os hormônios aumentam pois a HCG tem efeito tireotrópico e pelo fato da placenta produzir a tireotropina coriônica humana em pequenas quantidades.
Paratireoides: as glândulas aumentam, especialmente se faltar cálcio na dieta. O aumento das glândulas causa maior absorção de cálcio dos ossos maternos, mantendo a calcemia materna mesmo quando o feto absorve o cálcio para seus próprios ossos. A secreção do paratormônio é ainda maior durante a lactação. 
Relaxina: secretada pelo corpo lúteo e pela placenta. Pode causar relaxamento dos ligamentos pélvicos e amolecimento do colo uterino durante o parto, mas não foi comprovado. 
Aumento do útero, mamas, vagina. Pode aparecer edema, acne e traços masculinos.
Ganho de peso: cerca de 11a 15 kg, entre feto, placenta líquido amniótico, útero, mamas, líquido extra. Geralmente 1 a 5 kg representa acúmulo de gordura. 
Metabolismo: aumenta devido à secreção hormonal aumentada. Devido ao peso extra, mais energia é utilizada pelos músculos. Frequentemente surge sensação de calor excessivo. 
Nutrição: o maior crescimento do feto ocorre no 3º trimestre. A mãe não absorve mais proteínas, cálcio, fosfatos, ferro e vitaminas suficientes, no entanto, o corpo da mãe já armazenou previamente essas substâncias. Se os elementos nutricionais necessários estiverem em déficit na dieta, pode ocorrer deficiência de cálcio, fosfatos, ferro e vitaminas. 
Sistema circulatório: o fluxo de sangue através da placenta aumenta, e aumenta também o débito cardíaco (em 40% na 27ª semana, depois cai pra quase o normal), também por causa do aumento do metabolismo. O volume de sangue materno também aumenta, principalmente durante a segunda metade da gravidez, devido à aldosterona e aos estrogênios (maior retenção de líquido pelos rins). A medula óssea fica cada vez mais ativa, produzindo as células sanguíneas. Na época do nascimento, a mãe está com 1 a 2L a mais de sangue, pra que na hora do parto seja um fator de segurança (perde ¼ do sangue). Também aumenta devido a maior necessidade nutricional e pra gerar aquecimento corporal materno.
Respiração: aumenta a frequência respiratória devido a maior necessidade de oxigênio. Diminui a PCO2. 
Função renal: aumento da ingestão de líquido, maior quantidade de urina. Aumenta a reabsorção de Na, Cl e água pelos rins (ação da progesterona e da aldosterona). Aumenta a filtração renal e o fluxo sanguíneo no rim (vasodilatação renal não explicada). 
Líquido amniótico: geralmente entre 500mL e 1 L. A água no líquido amniótico é substituída a cada 3h, e os eletrólitos (sódio, potássio) são repostos a cada 15h. Grande parte do líquido vem da excreção renal do feto, mas parte é formada pelas membranas amnióticas.
Parto: o útero fica progressivamente mais excitável, até que desenvolve contrações rítmicas que expelem o bebê. Promovem excitação do útero: fatores hormonais e mudanças mecânicas progressivas.
1) Fatores hormonais: estrogênio > progesterona. Como a progesterona inibe a contratilidade uterina, a maior quantidade de estrogênios (que aumentam a contratilidade) se sobrepõe (o que ocorre a partir do 7º mês). Nos últimos meses de gravidez, a musculatura uterina aumenta seus receptores de ocitocina, e um estímulo neurogênico causado pela dilatação do colo uterino (causada pelo bebê) é enviado para o hipotálamo, que estimula a neuro-hipófise a liberar mais ocitocina. A hipófise do feto também libera ocitocina. As membranas fetais liberam prostaglandinas durante o trabalho de parto. 
2) Fatores mecânicos: distensão mecânica da musculatura uterina causada pelo feto aumenta a contratilidade; a distensão do colo uterino pela cabeça do bebê também aumenta a contratilidade.
Trabalho de parto: durante a gravidez, o útero sofre contrações fracas e lentas (de Braxton Hicks), que ficam progressivamente mais fortes ao final da gravidez, até ficarem tão fortes que começam a distender o colo uterino e forçando o bebê para fora. Isso ocorre por feedback positivo: a cabeça do bebê distende o colo -> aumenta a contração do útero -> a contração empurra o bebê pra baixo, o que distende ainda mais o colo -> aumenta a contração do útero, e assim sucessivamente até o bebê ser expelido. A dilatação também aumenta a secreção de ocitocina. Soma-se a isso as contrações abdominais causadas por reflexo na medula espinhal, que acrescentam mais força que causa expulsão do bebê. 
Lactação: durante a gravidez, a grande quantidade de estrógenos estimula o crescimento do sistema de ductos das mamas, ficando desenvolvido para a produção de leite. Outros hormônios também atuam no sistema de ductos: GH, prolactina, glicocorticoides adrenais e insulina. A progesterona é necessária para o desenvolvimento total do sistema lóbulo-alveolar (amadurecimento final com desenvolvimento da atividade secretória). O estrogênio e a progesterona INIBEM a secreção de leite, apesar de desenvolverem as mamas. A prolactina promove-a. É secretada pela hipófise anterior, e é apoiada pela somatomamotropina coriônica humana (tem propriedades lactogênicas). Devido aos efeitos supressivos da progesterona e estrogênio, no período logo após o parto são secretados apenas poucos mililitros de um líquido chamado colostro, parecido com o leite mas sem gorduras. Depois da queda de estrogênio e progesterona, a hipófise secreta prolactina e ocorre a lactação. A lactação depende dos outros hormônios também: GH, cortisol, paratormônio e insulina (aminoácidos, glicose e cálcio). Cada vez que a mãe amamenta, estímulos neurais do mamilo são transmitidos para o hipotálamo, aumentando a secreção de prolactina (por isso o gráfico é cheio de picos). Esses mesmos sinais inibem a liberação do hormônio liberador de gonadotropina (suprime os ciclos ovarianos, a secreção de LH e FSH), e estimulam a secreção de ocitocina pela neuro-hipófise, que vai para a mama e faz com que as células mioepiteliais que circundam os alvéolos contraiam (o leite vai do alvéolo para o ducto e é ejetado). 
Profe falou: o estresse pode aumentar a secreção do hormônio inibidor de prolactina pelo hipotálamo, o que pode impedir a lactação. Além de nutrientes, o leite materno também fornece anticorpos, neutrófilos e macrófagos que protegem o bebê, o que não existe no leite de vaca. 
FISIOLOGIA FETAL E NEONATAL

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