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Judá Ribeiro - 4° Beta GRAVIDEZ E LACTAÇÃO (CÁP 83) Fatores hormonais na gravidez ● Durante a gravidez, a placenta forma quantidades grandes de gonadotropina coriônica humana, estrogênios, progesterona e somatomamotropina coriônica humana. ● Gonadotropina coriônica humana (HCG): ○ Hormônio que causa a persistência do corpo lúteo e evita a menstruação ○ A gonadotropina evita a descamação do endométrio quando o ovo está implantado, impedindo a menstruação e viabilizando a gravide. ○ É secretada pelos tecidos embrionários em desenvolvimento, a secreção pode ser medida no sangue entre 8-9 dias após ovulação, pouco tempo depois do blastocisto se implantar no endométrio. ○ A secreção atinge valor máximo entre 10-12 semanas de gestação, diminuindo por volta de 16-20 semanas, e mantendo esse valor pelo resto da gravidez. ○ Sua função mais importante é a de evitar a involução do corpo lúteo no fim do ciclo sexual feminino mensal, fazendo com que o corpo lúteo secrete quantidades ainda maiores de progesterona e estrogênios pelos próximos meses. Esses hormônios sexuais impedem a menstruação e possibilitam o crescimento do endométrio e o armazenamento de nutrientes. ■ Por ação desses hormônios, às células semelhantes às células deciduais se desenvolvem no endométrio em células deciduais verdadeiras, sendo volumosas e nutritivas. ○ O corpo lúteo, sob influência da gonadotropina coriônica, dobra seu tamanho inicial durante a gestação e a secreção contínua de estrogênios e progesterona mantém a natureza decidual do endométrio uterino ○ Corpo lúteo involui lentamente depois da 13° a 17° semana de gestação, depois desse período a placenta vai passar a secretar quantidades suficientes de progesterona e estrogênios para manter a gravidez. ○ A gonadotropina coriônica também estimula as células de leydig no testículo do feto masculino, induzindo produção de testosterona até o nascimento. ● Secreção de estrogênios pela placenta ○ No final da gestação, a produção diária de estrogênios aumenta em 30 vezes do nível normal. ○ Os estrogênios secretados pela placenta não são sintetizados de novo a partir de substratos básicos da placenta, eles são formados quase inteiramente dos esteroides androgênicos, desidroepiandrosterona e 16- hidroxidesidroepiandrosterona, que são formados nas adrenais da mãe e do feto. ■ Esses androgênios fracos são transportados pelo sangue para a placenta e são convertidos pelas células trofoblásticas em estradiol, estrona e estriol. ● Progesterona na gravidez 1 Judá Ribeiro - 4° Beta ○ Secretada inicialmente pelo corpo lúteo no início da gravidez, passa a ser secretada em quantidades enormes pela placenta; funções: 1. Desenvolvimento das células deciduais no endométrio uterino, que têm papel na nutrição do embrião inicial 2. Diminui contratilidade do útero grávido, evitando aborto espontâneo pelas contrações 3. Contribui para o desenvolvimento do concepto, aumentando as secreções das tubas uterinas e do útero, proporcionando nutrientes para o desenvolvimento da mórula e do blastocisto. 4. Ajuda o estrogênio a preparar as mamas para a lactação ● Estrogênio na gravidez 1. Causam aumento do útero materno 2. Aumento das mamas maternas e crescimento dos ductos da mama 3. Aumento da genitália externa feminina materna. 4. Relaxa os ligamentos pélvicos da mãe, deixando a sínfise pubiana elástica e as articulações sacroilíacas maleáveis, facilitando a passagem do feto pelo canal de parto. ● Somatomamotropina coriônica humana ○ Começa a ser secretada pela placenta em torno do 5° mês de gestação e tem sua secreção aumentada durante todo o resto da gravidez ○ É secretada em quantidades maiores que todos os outros hormônios da gravidez combinados ○ Não se sabe ao certo a ação desse hormônio, além de que aparenta ser um metabólico geral, foram atribuídas as seguintes possíveis ações ao hormônio: 1. Tem ações fracas semelhantes às do GH, mas é necessário 100 vezes mais desse hormônio do que o GH para promover o crescimento. 2. Diminui a sensibilidade à insulina e a utilização de glicose pela mãe, disponibilizando mais glicose para o feto, que vai fornecer energia para o crescimento desse. 3. Promove a liberação de ácidos graxos livres das reservas de gordura da mãe, proporcionando fonte de energia alternativa para o metabolismo materno. 4. Possível ação na lactação ● Outros fatores hormonais na gravidez: ○ Hipófise aumenta pelo menos 50%, aumentando produção de corticotropina, tireotropina e prolactina, enquanto secreção de FSH e LH é quase totalmente suprimida devido ao estrogênio e progesterona. ○ Tireóide aumenta em até 50%, elevando a produção de tiroxina. ○ A secreção de PTH aumenta, causando absorção de cálcio dos ossos maternos. ○ Secreção de relaxina pelos ovários e placenta, que amolece o colo uterino da gestante no momento do parto e também atua como vasodilatador. Parto ● No final da gravidez o útero fica progressivamente mais excitável até que desenvolva contrações rítmicas fortes o suficiente para expelir o bebê. Esse aumento de excitabilidade ocorre por mudanças hormonais e mudanças mecânicas. 2 Judá Ribeiro - 4° Beta ● Fatores hormonais que aumentam a contratilidade uterina ○ Maior proporção de estrogênios do que progesterona. ■ Progesterona inibe a contratilidade uterina durante a gravidez, enquanto estrogênios têm tendências de aumentar a contratilidade. A partir do sétimo mês a secreção de estrogênio continua a aumentar enquanto a progesterona mantém a mesma secreção ou diminui. ○ Ocitocina: ■ Hormônio secretado pela neuro hipófise que causa contrações uterinas. Ocitocina tem sua secreção aumentada perto do momento do parto e a musculatura uterina também aumenta seus receptores de ocitocina nesse período. ○ Hormônios fetais ■ Glândulas adrenais do feto secretam cortisol, um possível estimulante uterino e as membranas fetais liberam prostaglandinas em concentrações elevadas no momento do trabalho do parto, que aumenta a intensidade das contrações. ● Fatores mecânicos que aumentam a contratilidade uterina ○ Distensão da musculatura uterina ■ Distensão intermitente causada pelos movimentos fetais pode provocar contração dos músculos lisos ○ Distensão ou irritação do colo uterino ■ Supõe-se que a irritação cervical excita o corpo uterino por contrações uterinas reflexas, ou que podem ser resultantes de transmissão miogênicas de sinais do colo ao corpo. ● Início do trabalho de parto ○ Contrações rítmicas fracas e lentas, chamadas de contrações de Braxton Hicks, ocorrem durante a gravidez e ficam progressivamente mais fortes ao final da gravidez, até que em questão de horas mudem para contrações excepcionalmente fortes, que distendem o colo uterino e forçam o bebê pelo canal de parto. Essas contrações fortes são chamadas de contrações do trabalho de parto. ○ Não se sabe ao certo o que muda essas contrações de lentas e fracas para fortes durante o trabalho de parto. A teoria do feedback positivo sugere que a distensão do colo uterino causada pela cabeça do bebê tornam-se tão grandes o suficiente para provocar um forte reflexo no aumento da contratilidade do corpo uterino, isso vai empurrar o bebê para frente, distendendo ainda mais o colo e causando mais feedback positivo de reflexo de contratilidade. Esse feedback fica até o bebê ser expelido. ● Contrações musculares abdominais ○ Quando as contrações uterinas ficam fortes durante o trabalho de parto, sinais de dor vão causar reflexos neurogênicos na medula espinhal para os músculos abdominais, causando contrações intensas desses músculos, que acrescentam muito à força de expulsão do bebê. 3 Judá Ribeiro - 4° Beta Lactação ○ As mamas Começam a desenvolver na puberdade, por estímulo dos estrogênios, que vão provocar o crescimento da parte glandular das mamas e causar depósito de gordura. ○ Estrogênio, juntamente com GH, prolactina, insulina e glicocorticóides adrenais, estimulam o sistema de ductos das mamas durante a gravidez. ○ Progesterona é necessária para o desenvolvimento finaldas mamas, ela age juntamente com o estrogênio, induzindo o crescimento adicional dos lóbulos mamários, a multiplicação dos alvéolos e o desenvolvimento de características secretoras nas células dos alvéolos. ○ Estrogênio e progesterona inibem a verdadeira secreção de leite, enquanto a prolactina tem efeito contrário, promovendo a lactação. A prolactina é secretada na hipófise anterior e tem sua propriedade lactogênica regulada pelo estrogênio e progesterona. ○ Líquido secretado nos últimos dias antes e nos primeiros dias após o parto é chamado de colostro, que contém quase nenhuma gordura. ○ Após o nascimento do bebê, a perda de secreção de estrogênio e progesterona da placenta permite que o efeito lactogênico da prolactina assuma seu papel natural, e no período de 1-7 dias as mamas começam a secretar quantidades abundantes de leite. ○ Cada vez que a mãe amamenta o bebê, sinais neurais dos mamilos para o hipotálamo causam pico de prolactina, que dura aproximadamente 1 hora. ○ O hipotálamo produz um hormônio inibidor de prolactina, que têm papel de feedback negativo na prolactina. ○ Na maioria das nutrizes, a ovulação não retorna até poucas semanas depois dela parar de amamentar, isso ocorre porque os sinais que provocam a secreção de prolactina durante a sucção, também inibem a secreção do hormônio liberador da gonadotropina pelo hipotálamo (GnRh), suprimindo a formação de LH e FSH. ○ A ejeção do leite ocorre por ação da ocitocina, quando o bebê suga, ele não recebe quase nenhum leite por 30 segundos,é necessário que impulsos sensoriais chegam para o hipotálamo e promovam a secreção de ocitocina ao mesmo tempo que causam a secreção de prolactina. A ocitocina faz com que as células mioepiteliais, que circulam as paredes externas nos alvéolos, se contraiam, transportando assim o leite dos alvéolos para os ductos, possibilitando a sucção do bebê. Esse processo é chamado de ejeção ou descida do leite. ○ Os anticorpos são secretados no leite, juntamente com neutrófilos e macrófagos. Os anticorpos mais importantes são os que destroem a bactéria Escherichia Coli. O leite de vaca não causa esse efeito de proteção. ○ Composição do leite: 4 Judá Ribeiro - 4° Beta 5
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