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OS ARTIGOS 12 ao 17 da CF-88

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ARTIGOS 12 A 17 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde
que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a
residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada
esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;
c) – A -) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,
desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
c) – B -) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira,
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham
a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
b) – A -) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 1º – A -) Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao
brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa(Incluído pela Emenda Constitucional nº
23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II – A -) adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do
Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as
armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos
próprios.
CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei,
mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o
período do serviço militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
 V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,
Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º - São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subsequente, o
Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os
Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído nos seis meses anteriores
ao pleito.
§ 5º – A -) O Presidente da República, os Governadores de Estado e do
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de
1997)
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar
aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os
parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à
reeleição.
 § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.
§ 9º - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os
prazos de sua cessação, a fim de proteger a normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
§ 9º – A -) Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e
os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do
candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do
poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 4, de 1994).
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de
abuso do poder econômico, corrupçãoou fraude.
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão
só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa,
nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor um ano
após sua promulgação.
Art. 16 - A) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data
de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de
1993)
CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º - É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos
estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias.
§ 1º – A -) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de
escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou
municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52,
de 2006)
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma
da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º - Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.
§ 4º - É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
paramilitar.
Artigos 14 e 15 da CF/88 – Direitos Políticos
Artigo 14:
– Direito de sufrágio: é o direito democrático por excelência. É o direito de
votar e ser votado.
– Voto: direto, secreto e igualitário.
Secreto – para votar sem medo das consequências. 
Igualitário – um eleitor, um voto.
Consultas da população:
I. Plebiscito: A consulta é formulada antes.
II. Referendo: A consulta é feita depois.
III. Iniciativa popular: É um mecanismo que disponibiliza que a população
brasileira possa participar de um projeto de lei. É o povo legislando. Ex: O
projeto ficha limpa. OBS: Diferente de Ação popular.
VIDE artigo 61 §2º.
§ 1º Alistamento eleitoral
– Facultatividade do voto para os portadores de deficiência grave (TSE)
– Condições formais que para alguns é obrigatório e para outros facultativos.
§ 2º Inalistáveis: Quem não pode votar, tão pouco ser votado.
– Estrangeiros
– Conscritos: Aqueles que estão servindo as forças armadas.
§ 3º Condições de elegibilidade:
* A cidadania plena se adquire com 35 anos.
§ 4º Inelegíveis: Capacidade eleitoral passiva, quem não pode ser votado.
– Inalistáveis (§ 2º)
– Analfabetos (§ 1º) – Eles podem votar, mas não podem ser votados.
§ 5º Reeleição
Sucessão X Substituição (STF)
A substituição por ser meramente curta/ temporária não conta para a regra de
reeleição. A sucessão sim.
§ 6º Desincompatibilização para outros cargos
– Reeleição: inexigibilidade (não é necessária a desincompatibilização).
§ 7º Inelegibilidade reflexa
– Exceção: cargo de jurisdição mais ampla
– Regra: aqueles que eleitos em cargo de chefia passa a serem ilegíveis os
parentescos de 2º grau. Evitar o monopólio do poder.
§ 8º Militares
§ 9º Outros casos de inelegibilidade
– Este parágrafo não é autoaplicável (Supremo)
– LC 64/90
§§ 10º e 11º Impugnação de mandato eletivo:
– Incorrera o segredo de justiça
– É isento de custos, é de graça
Artigo 15:
Perda/ Suspensão de direitos políticos
I. Cancelamento da naturalização
II. Incapacidade civil
III. Condenação criminal transita em julgado
IV. Recusa a imposição legal e a prestação alternativa
V. Improbidade administrativa
Direitos Políticos na Constituição Federal de 1988
INTRODUÇÃO:
Os direitos políticos, ou de cidadania, resumem o conjunto de direitos
que regulam a forma de participação popular no governo. A Constituição
Federal elenca um conjunto de preceitos, os quais proporcionam ao cidadão a
participação na via pública do País.
O direito democrático de participação do povo no governo, por seus
representantes, exigiu a formação de um conjunto de leis, denominado
direitos políticos.
José Afonso da Silva citando Pimenta Bueno, esclarece como sendo
direitos políticos: “as prerrogativas, os atributos, faculdades ou poder de
intervenção dos cidadãos ativos no governo de seu país, intervenção direta ou
só indireta, mais ou menos ampla, segundo a intensidade de gozo desses
direitos”[1]
Nesse sentido, prescreve o artigo 1º da Constituição Federal: “todo
poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição”.
Os direitos políticos compreendem os institutos constitucionais relativos
ao direito de sufrágio, aos sistemas eleitorais, às hipóteses de perda e
suspensão dos direitos políticos e às regras de inelegibilidade.
1. Do sufrágio:
A lei deveria ser a expressão da vontade geral, ou seja, deveria
representar a vontade comum. Os representantes do povo, eleitos por meio
do voto, deveriam criar leis pautando-se na vontade maior, ou seja, de
maneira a atingir as convicções do povo.
O Poder Legislativo, o qual tem o poder/dever de criar leis, é composto
por representantes escolhidos pelo povo, por meio do voto.
Para resguardar o direito político representado pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto, o artigo 14 da Constituição Federal estabelece que:
“A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
 I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular”.
O sufrágio universal surgiu com a Revolução Francesa, antes da
reivindicação burguesa, o povo não tinha direito à escolha de seus
representantes. Pelo contrário, o voto era censitário, constituindo direito da
minoria detentora das riquezas e do poder.
O voto nada mais representava do que a expressão da vontade
particularizada da minoria detentora do poder, ou seja, os representantes
eram membros da classe detentora do poder e escolhidos por essa mesma
classe, sendo que, desse modo, somente os interesses da minoria eram
preservados e observados.
O sufrágio universal deslocou o fulcro do poder político, possibilitando ao
povo a participação na escolha de seus representantes.
O direito de sufrágio não é mero direito individual, pois seu conteúdo,
que predica o cidadão a participar da vida política do Estado, transforma-o em
um verdadeiro instrumento do regime democrático, que, por princípio, só
pode realizar-se pela manifestação dos cidadãos na vida do Estado. Bem por
isso, o sufrágio constitui simultaneamente um direito e um dever.[2] 
O direito de sufrágio expressa-se pelacapacidade de eleger e ser eleito.
No tocante à capacidade de eleger, constitui-se ela por meio do voto, o
qual é obrigatório para maiores de dezoito anos (artigo 14, I, da Constituição
Federal), sendo facultativo para analfabetos, para os maiores de setenta e
para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
1.1. Características:
Como bem assinala José Afonso da Silva:
“As palavras sufrágio e voto são empregadas comumente como
sinônimas. A Constituição, no entanto, dá-lhes sentido diferentes,
especialmente no seu art. 14, por onde se vê que o sufrágio é universal e o
voto é direito, secreto e tem valor igual. A palavra voto é empregada em
outros dispositivos, exprimindo a vontade num processo de participação do
povo no governo, expressando: um, o direito (voto); outro, o seu exercício
(voto),e outro, o modo de exercício (escrutínio)”.[3]
O sufrágio é universal, ou seja, todos os cidadãos que atendam as
condições, indicadas no texto constitucional, têm o direito/dever de votar
(capacidade eleitoral ativa) e o direito de ser votado (capacidade eleitoral
passiva).
O legislador constituinte ao estabelecer condições para a capacidade
eleitoral ativa (direito de votar) não tirou o caráter universal do sufrágio, à
medida que este somente seria desvirtuado caso a Constituição não
estabelecesse prévia, genérica e abstratamente os requisitos para a
capacidade eleitoral ativa, impossibilitando uma aplicação comum a todos os
cidadãos.
O voto é exercido de forma direta, e, na lição no Professor Alexandre de
Moraes, apresenta diversas características constitucionais, quais sejam,
personalidade, obrigatoriedade, liberdade, sigilosidade, igualdade e
periodicidade[4]
A característica da personalidade está presente porque o voto é direito
personalíssimo, o qual deverá ser exercido de pessoalmente, não sendo
possível outorgar procuração para votar, sob pena de nulidade do voto.
Por seu turno, o voto é obrigatório para os cidadãos maiores de dezoito
anos e menores de setenta (idade a partir da qual o voto se torna facultativo).
A obrigatoriedade do voto consiste no dever de o cidadão comparecer à
eleição, assinado uma folha de presença, manifestando a escolha de seu
representante, havendo sanção para aqueles que não comparecem à eleição
(multa). 
A liberdade está presente no direito de escolher o representante
conforme as convicções do eleitor e pela faculdade de anular o voto.
Já a sigilosidade consiste na proibição de revelação do voto. O voto não
pode ser revelado nem por seu autor nem por terceiro fraudulentamente.
O voto é direto porque os eleitores elegem, no exercício do direito de
sufrágio, por meio do voto (instrumento), por si, sem intermediários, seis
representantes e governantes.
No tocante à periodicidade, ela está presente no artigo 60, § 4º da
Constituição Federal o voto é garantia da temporariedade dos mandatos, uma
vez que a democracia representativa prevê e exige existência de mandatos
com prazo determinado.
Por último, a igualdade do voto se revela porque todos os cidadãos têm
o mesmo valor no processo eleitoral. 
1.2. Direito de votar:
Conforme já assinalado, sufrágio é o direito de votar e ser votado. Voto
é o ato pelo qual se exercita esse direito.
Eleitores são todos os brasileiros (natos e naturalizados) que, à data da
eleição, tenham dezesseis anos de idade, alistados na forma da lei.
O alistamento eleitoral é obrigatório para os maiores de dezoito anos e
facultativo aos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos analfabetos e
aos maiores de setenta anos.
O direito de sufrágio exerce-se praticando atos de diversos tipos, No que
tange à sua função eleitoral, o voto é o ato fundamental de seu exercício, que
se manifesta também como ato de alguma função participativa: plebiscito e
referendo.
O voto é a manifestação dos cidadãos tendente à escolha de seus
representantes, sendo, por última análise, a vontade ver as pretensões do
povo atendidas por meio do poder legiferante.
1.3. Plebiscito, referendo e iniciativa popular:
O artigo 14, incisos I a III da Constituição Federal prescrevem que a
soberania popular será exercida diretamente mediante o plebiscito, o
referendo e a iniciativa popular.
A Lei nº 9.709/98, regulamentando os citados dispositivos
constitucionais, indica, em seu artigo 2º, que plebiscito e referendo “são
consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada
relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa”.
O plebiscito é convocado com anterioridade ao ato, chamando o povo
para aprová-lo ou rejeitá-lo pelo voto. 
O referendo, diferentemente, é convocado com posterioridade, de tal
modo que a manifestação popular pelo voto cumprirá a função de ratificar ou
rejeitar o ato legislativo ou administrativo já editado.
A iniciativa popular encontra-se disciplinada pelo artigo 13 da Lei nº
9.709/98 que estabelece que como requisitos para essa forma de deflagração
do processo legislativo a apresentação de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.
2. Capacidade eleitoral passiva:
O direito de ser votado, ou sufrágio passivo, traduz o direito que o
cidadão tem de, satisfeitas as condições necessárias e livre dos impedimentos
constitucionais, apresentar-se como candidato a um cargo eletivo.
Assim como a alistabilidade diz respeito à capacidade eleitoral ativa
(capacidade de ser eleitor), a elegibilidade se refere à capacidade eleitoral
passiva, à capacidade de ser eleito. Tem elegibilidade, portanto, quem
preencha as condições exigidas para concorrer a um mandato eletivo.
Consiste, pois, a elegibilidade no direito de postular a designação pelos
eleitores a um mandato político no Legislativo ou no Executivo.
A elegibilidade está prevista no artigo 14, § 3º da Constituição Federal,
o qual prevê as condições para que o cidadão exerça o direito ao sufrágio
passivo, a saber:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e
Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do
Distrito Federal; 
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para vereador.
Citando Luis Lopes Guerra, Luiz Alberto David Araújo explica: “o direito
de sufrágio passivo, embora implique o de se apresentar como candidato a
cargos eletivos e simultaneamente ter o direito à proclamação de sua eleição,
com a efetiva posse no cargo, quando vitorioso no certame eleitoral, não se
esvai nesses direitos. É que as regras pertinentes ao sufrágio passivo devem
ter conexão com o direito de sufrágio ativo, isto é, com o direito de votar”
2.1. Os eleitos e o mandato político:
Eleito é o candidato que receber votos em número suficiente para que
lhe seja conferido o mandato, sendo diplomado pela Justiça Eleitoral.
Ao eleito é conferido o direito à investidura no cargo para o qual se
candidatou, pelo prazo previsto na Constituição Federal, desde que não
incorra ou venha incorrer em alguma incompatibilidade para o exercício do
mandato. Incompatibilidades são situações jurídicas que impedem o eleito de
exercer certas ocupações ou praticar certos atos cumulativamente com o
mandato.
Outra consequência da investidura se refere às prerrogativas inerentes
ao exercíciodo mandato. Assim, todos os representantes do povo estão em
posição de igualdade, um não podendo colocar-se em situação de
superioridade em relação a outros, de tal forma que o debate legislativo, por
exemplo, deve assegurar o direito de manifestação das minorias
parlamentares, bem como o uso de todos os dispositivos regimentais em
igualdade com a maioria parlamentar.
3. Sistemas Eleitorais:
Antes de falar do sistema eleitoral, importante destacar que ele se
expressa por meio da eleição, a qual é o processo mediante o qual se dá a
escolha dos governantes por um grupo social, através do voto.
Conforme visto acima, o voto é a manifestação popular em um regime
democrático, que permite a participação do eleitorado na vida pública da
Nação.
Existem dois sistemas eleitorais no Brasil, quais sejam, o majoritário e o
proporcional. O majoritário é aquele pelo qual se considera eleito o candidato
que obtiver o maior número de votos.
Por seu turno, a forma proporcional consiste na eleição de membros de
um grupo para um órgão em proporção ao número de sufrágios que recebeu o
grupo em relação ao total apurado. NOTA DE RODAPÉ Ferreira Filho, Manoel
Gonçalves. Curso de Direito Constitucional. Ed. Saraiva. 2006. página 103.
O sistema eleitoral majoritário é utilizado para a eleição do Presidente
da República, Governadores e Prefeitos (de cidades com mais de duzentos mil
eleitores) e Senadores. Para ser eleitor pelo sistema majoritário, o candidato
deverá obter 50% + 1 dos votos (maioria absoluta) para que seja eleito em
primeiro turno. Caso isso não ocorra, será instaurado o segundo turno das
eleições, no qual disputarão os dois candidatos mais votados em primeiro
turno, elegendo-se o candidato que obtiver a maioria dos votos.
Por seu turno, no sistema eleitoral proporcional são eleitos Vereadores e
Deputados Estaduais e Federais. Por esse sistema, o total de votos válidos é
dividido pelo número de vagas em disputa. O resultado é o quociente eleitoral,
ou o número de votos correspondentes a cada cadeira. Ao dividir o total de
votos de um partido pelo quociente eleitoral, chega-se ao quociente
partidário, que é o número de vagas que ele obteve.
4.Direitos Políticos:
Todo brasileiro pode ascender à condição de cidadão ativo, isto, é eleitor.
Todavia, é necessário que não esteja como conscrito realizando serviço militar
obrigatório, não esteja privado, temporário ou definitivamente, dos direitos
políticos e tenha, no mínimo, dezesseis anos de idade. . Preenchendo tais
requisitos, pode inscrever-se como eleitor. Na verdade, o maior de dezoito,
menos de setenta anos, é obrigado a inscrever-se como eleitor. NOTA DE
RODAPÉ. OBRA JÁ CITADA .114
O artigo 12, § 1º da Constituição permite ao português inscrever-se
como eleitor, caso haja reciprocidade desse direito com relação ao brasileiro.
4.1. Hipóteses de Perda e Suspensão dos Diretos Políticos:
Os requisitos apontados para a aquisição da condição de eleitor são os
requisitos para aquisição dos poderes políticos.
No mesmo sentido, somente possui a capacidade eleitoral passiva o
candidato que estiver em pleno gozo da capacidade eleitoral ativa, sendo
pressuposto de elegibilidade.
Embora os direitos políticos estejam constitucionalmente consagrados,
em determinadas hipóteses o brasileiro pode vir a ser privado dos mesmos,
temporária ou definitivamente (nesse último caso, estamos diante de perda
dos direitos políticos).
A perda dos direitos políticos está prevista no artigo 15 da
Constituição Federal, a qual decorre: 
1) do cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
2) da escusa da consciência, ou seja, da recusa em cumprir com obrigação,
encargo ou serviço impostos pela lei aos brasileiros em geral, ou em satisfazer
os deveres que a lei estabeleceu em substituição àqueles.
4.2. Suspensão e Recuperação dos Direitos Políticos:
A privação temporária dos direitos políticos, impropriamente chamada
“suspensão”, decorre de:
1) incapacidade civil absoluta (artigo 15, II) decretada pelo Judiciário,
conforme a jurisprudência;
2) condenação criminal (artigo 15, III), enquanto perdurarem os seus efeitos.
Contra o texto claro desse dispositivo constitucional, julgados há que
entendem suspender o sursis, não só a execução da pena, também a privação
dos direitos políticos. 
3) Improbidade administrativa nos termos do artigo 37, § 4.
Importante ressaltar que as pessoas privadas dos direitos políticos
podem recuperá-los. Se essa provação for a dita definitiva, ou perda,
dependerá do cumprimento de exigências legais. Se a privação for decorrente
de suspensão, a recuperação será automática, quando do desaparecimento de
seu fundamento ou pelo decurso do prazo assinalado.
Da perda e da suspensão dos direitos políticos ocorrem os mesmos
efeitos. Assim, ambas acarretam a perda dos cargos que não possam ser
preenchidos por quem não for cidadão, bem como dos mandatos
representativos.
4.3. Elegibilidade e Inelegibilidade:
A capacidade eleitoral passiva (elegibilidade) também decorre do
princípio democrático. O analfabeto não goza da elegibilidade. Ela só se torna
plena aos 35 anos, pois até essa idade o brasileiro não pode ser eleito para a
presidência e vice-presidência da República e para o Senado. Os naturalizados
não a têm em sua plenitude, pois só podem se candidatar a determinados
cargos, sendo alguns destinados somente aos brasileiros natos. O português
equiparado usufrui de situação igual ao brasileiro naturalizado, caso haja
reciprocidade.
A inelegibilidade é uma medida destinada a defender a democracia
contra possíveis e prováveis abusos,
5.Irreelegibilidade:
A irreelegibilidade impede que a reeleição por tempo indeterminado dos
Chefes do Executivo. A Emenda Constitucional n. 16/97 veio a admitir a
reeleição, mas apenas para o período imediatamente subsequente. A aludida
Emenda deu nova redação ao artigo 14, § 5º, da Constituição vigente,
permitindo que o Presidente da República, o Governador de Estado ou do
Distrito Federal a o Prefeito possam se reeleger para o período posterior, uma
única vez.
6.Incoerência:
As autoridades mencionadas no tópico acima podem reeleger-se sem sequer
se afastarem do exercício do cargo. Todavia, por força do artigo 14, § 6, se
objetivarem cargo distinto, terão de renunciar ao cargo que ocupam “até seis
meses antes do pleito”.
7.Inelegibilidades Enunciadas no Texto Constitucional:
A Constituição Federal de 1988 prevê a possibilidade de lei
complementar enunciar hipóteses de inelegibilidade que não as previstas na
Carta Magna.
São hipóteses de inelegibilidade previstas no texto constitucional:
a) Não possuir domicílio eleitoral na circunscrição; 
b) não ter filiação partidária; 
c) ser analfabeto;
d) ser titular de determinados cargos;
e) ter vínculos pessoais com quem seja titular de determinados cargos,
ou os haja exercido num determinado período (Constituição, artigo 14, § 7º).
Conclusão:
Os direitos políticos, ou de cidadania proporcionam ao cidadão a
participação na via pública do País.
O direito de participação do povo no governo, por seus representantes,
é elementar ao estado democrático de direito, posto que todo poder deve
emanar do povo.
Sem os direitos políticos mencionados no presente trabalho, estaríamos
diante de uma ditadura, na qual prevaleceriam os interesses de uma classe
dominante. 
ESQUEMA PARA LEMBRAR
A idade mínima de:
• 35 ANOS { Presidente e Vice-Presidente da República e Senador};
• 30 ANOS { Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito
Federal };
• 21 ANOS { Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz };
• 18 ANOS { Vereador}.

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