Buscar

Aula_7_-_Globalização_e_Estado_do_Bem-estar_social

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Avaliação do trabalho em aula – artigo “Cultura de Paz e o novo Nobel”.
GLOBALIZAÇÃO
Globalização – vários conceitos:
Fenômeno decorrente da evolução do mercado capitalista sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. 
Projeto das grandes empresas transnacionais e de governos em resposta ao refluxo capitalista e à estagnação econômica.
Processo histórico: (dependendo da conceituação e da interpretação); iniciado com os Descobrimentos (século XV e XVI, )no colapso do bloco socialista e o consequente fim da Guerra Fria (entre1989 e 1991), expansão capitalista e estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.
Reinvenção do processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre competição). - Ideias adotadas pela “Cartilha” do FMI – Consenso de Washington(Estabilizar, privatizar e liberalizar).
MIGUEL REALE (ENTREVISTA C?)
http://home.comcast.net/~pensadoresbrasileiros/MiguelReale/um_brasileiro_do_seculo.htm
COMO O SENHOR VÊ AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO NESTE SÉCULO, ATÉ CHEGARMOS A ISSO QUE HOJE SE CHAMA GLOBALIZAÇÃO? HÁ NA NOSSA FRENTE UM MUNDO NOVO OU É APENAS O MESMO MUNDO TRANSFORMADO?
O problema da globalização é um problema tremendo, porquanto ele até agora não se definiu. Globalização significa uma esfera uniforme e uniformizante, de tal maneira que dela resulte o desaparecimento das diferenciações regionais e nacionais? Eu entendo que a globalização tem um sentido pluralístico e não um sentido monocórdico. Ai de nós se prevalecesse a globalização como uma solução ditada igualmente para todos os povos e para todos os indivíduos – teríamos caído num totalitarismo amargo, difícil de ser suportado pelo homem. Assim, é indispensável mais do que nunca o indivíduo tomar consciência de si mesmo. Quando eu falo em liberalismo social e ponho a tônica na liberdade, é exatamente porque o que se tem que preservar é a individualidade da pessoa humana, com os seus valores próprios, que não podem ser mecanizados e ser objeto de uma uniformização global. O grande problema do século que está vindo é exatamente preservar o indivíduo e os grupos sociais, como, por exemplo, a família. O que me preocupa hoje é que a família está desaparecendo. Quando se fala em globalização, nós devemos pensar na multiplicidade da existência humana em suas variadas manifestações. Eu sou um pluralista por excelência, por compreensão de vida. Não é à toa que um dos meus livros mais importantes no meu modo de ver, e que marcou o início de uma fase da minha vida, chama-se Pluralismo e Liberdade. Será por meio do pluralismo que nós poderemos nos contrapor à uniformização global e mecânica que nos ameaça.
VALORES COMO O DE PÁTRIA E IDENTIDADE NACIONAL ESTÃO AMEAÇADOS?
É exatamente a esses valores que eu estava me referindo. Não acredito que a globalização possa significar o desparecimento das nações e também do Estado nacional, porque o Estado nacional de amanhã acima de tudo terá uma função cultural, a preservação, por exemplo, do idioma. Um povo tem algumas expressões fundamentais como o idioma, a moeda. A moeda é o retrato de um povo, e a fala, e a língua... Quando um povo não tem a expressão própria preservada, ele está perdendo a sua independência e sua soberania vital. Não se trata de soberania política, porque a soberania política pode sofrer restrições, mas a soberania vital... essa não deve ser ameaçada. Deve-se preparar o indivíduo, desde cedo, para que ele tenha consciência de si mesmo e vá compreendendo a necessidade de preservar-se e de preservar o seu grupo social, a sua regionalidade, a sua nacionalidade. Há uma graduação em tudo isso. Nós vamos ao universal. O universal é uma coisa, a globalidade é outra. Eu sou pela universalidade das idéias, mas não aceito sem resistência a globalidade mecânica que muitos pensam ser uma conseqüência natural da técnica. 
POR FALAR EM MECÂNICO, O MUNDO HOJE É O MUNDO DO DISCURSO E DA PRÁTICA TECNOLÓGICA. PARECE QUE A CIÊNCIA NO SEU SENTIDO LATO TEM UM DOMÍNIO SOBRE AS COISAS, A TECNOLOGIA PRINCIPALMENTE TEM UM DOMÍNIO SOBRE AS COISAS. QUAL É O IMPACTO DISSO SOBRE O PENSAMENTO E A FILOSOFIA, SOBRE A CULTURA NO SENTIDO ANTROPOLÓGICO, OU SEJA, ELES SERÃO ESMAGADOS POR ESTE MUNDO MECÂNICO?
Eu não acredito de maneira alguma que o mecânico prevaleça sobre o existencial. Apesar de todas as pressões de ordem mecânica que possam existir, haverá sempre a resistência do homem naquilo que ele tem de mais significativo, que é o seu próprio ego, a sua consciência, a sua intimidade, sem a qual a vida não merece ser vivida. Apesar de não ter uma perspectiva vital muito larga, eu prefiro que esses últimos anos que me restam sejam da liberdade da existência e não a da compressão mecânica.
O professor Eduardo Soveral tem insistido muito em que há uma nota distintiva na indústria cultural, que é a presença do homem. É exatamente na esfera da cultura que a máquina por si só não pode sobreviver. É uma visão apropriada de que a indústria cultural tem uma singularidade que nos dá uma certa tranqüilidade quanto a visão às vezes catastrófica que se tem do futuro.
Ao longo da minha atividade cultural, eu tenho posto em realce duas afirmações básicas e que são correlatas. A primeira é de que o valor da pessoa humana é o valor fonte de todos os valores. E a segunda de que o ser do homem é o seu dever ser. Com essas duas afirmações, o que eu estou pretendendo não é outra coisa senão preservar a individualidade de cada ser humano no que ele tem de significativo e de destino próprio. O ser do homem é o seu dever ser, quer dizer que cada homem tem em si mesmo uma diretriz condicionante fundamental. São duas condicionantes fundamentais. Uma é o DNA, que governa a minha existência biológica, e a outra são os valores que se põem como estrelas diretoras deste percurso que é viver. Há uma afirmação muito importante de Jackson Figueiredo: a vida humana é uma oportunidade única de aperfeiçoamento. Eu tenho a impressão de que esta idéia básica de que viver é aperfeiçoar-se é um meio de defesa formidável contra a massificação da globalização, que é inevitável do ponto de vista técnico, mas que é absolutamente excedente e, digamos assim, abusiva no que se refere ao homem como homem e à existência na sua dignidade, tal como ela deve ser conduzida. 
E QUANTO À ALEGADA contradição entre liberalismo e socialismo?
Eu não vejo que se possa falar propriamente em uma contradição, porquanto no fundo no fundo nós estamos diante de duas perspectivas. O que é o liberalismo? É uma teoria política que tem como perspectiva o valor da liberdade, é aquela diretriz política que acima de tudo coloca a problemática da liberdade. O socialismo, ao contrário, é aquela corrente de idéias para a qual o que interessa é a igualdade, ainda que muitas vezes com sacrifício da liberdade, como aconteceu na Rússia e como está acontecendo em Cuba. Então são duas abstrações diante das quais nós nos colocamos e que se colocaram no processo histórico. As circunstâncias da economia contemporânea, sobretudo na época da cibernética, vêm mostrar que não existe mais um capitalismo como acumulação de riqueza apenas, mas também um capitalismo como estrutura e processo ao mesmo tempo. Isso vem criar então um instinto mais pragmático a respeito do plano das idéias e é a razão pela qual nós vemos, por exemplo, na Itália um líder do partido comunista antigo estender a mão a um liberal conservador para a formação de um governo. E o mesmo ocorre na França, onde liberais e socialistas estão associados para realizar o governo. Então estamos percebendo que as idéais são idéias-forças. As idéias são forças que podem se combinar para poder realizar uma determinada experiência. Porém, não se trata de fazer uma divisão pelametade no sentido de somar metade do liberalismo com metade do socialismo. A idéia fundamental é a idéia de liberdade, porque é a idéia de liberdade que possibilita a existência da igualdade. A igualdade quer ser espontânea e ela só será espontânea onde houver uma experiência de liberdade. Em lugar de falar de liberdade nós temos que falar em livre iniciativa. Ao mesmo tempo, em lugar de falar em força de produção, devemos ver essa força de produção em função do fenômeno social comum. Não se trata mais de olhar um indivíduo perante um indivíduo, mas de olhar para a coletitividade. A sociedade hoje é cada vez mais formada por três elementos: indivíduos, coletividades e Estados. Essa pluralidade de elementos atuantes é que permite falar-se, sem ser uma mera abstração, em liberalismo social ou social liberalismo. 
ESTADO DO BEM-ESTAR SOCIAL, 
 Welfare State , Estado Contemporâneo, Estado Social, Estado Intervencionista, Estado Tecnocrático ou Estado Social-Democrata
A quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, a crise do modelo capitalista que desencadeia a experiência totalitária na Alemanha e Itália - nazismo e fascismo, levam à revisão do papel do Estado na economia. O Estado começa a intervir na produção e distribuição de bens, o que indica forte tendência ao Welfare State, ou seja, ao Estado de Bem-Estar Social. 
O cidadão passa a ter direito a emprego, controle de salário, seguro contra invalidez, doença, aposentadoria, licença maternidade e educação, o que aumentou significativamente a rede de serviços sociais garantidos pelo Estado.
Os defensores do agora denominado liberalismo social avaliam como necessário aliar a eficiência econômica à liberdade individual, atendendo a justiça social. Isso provoca um revisionismo econômico que exige do Estado maior intervenção nos negócios a fim de controlar as forças econômicas.
Paulo BONAVIDES diz que “...o Estado Social é a 3ª revolução da idade moderna: a revolução da sociedade.”
Jean Touchard (apud. CRUZ, Paulo Márcio) em sua obra “História das ideias políticas”, sugere que o surgimento do Estado de Bem-Estar passou pela evolução geral da economia, da política e da sociedade, apontando 3 (três) fases: 
d) a fase de redefinição do Estado de Bem-Estar, vai
 do início de 1980 até os dias atuais, protagonizada
 pelos partidários da “Terceira Via”, teorizada por 
 Anthony Giddens. (uma 4ª fase, cf. CRUZ, Paulo Márcio)
Keynesiana – referente à JOHN MAYNARD KEYNES, economista inglês (1883 – 1946): preconizou a intervenção do Estado visando à eliminação do desequilíbrio econômico, através do crescimento do consumo, baixa taxa de juros e do crescimento dos investimentos públicos.
A “equação keynesiana” propõe a convergência de elementos de mercado e sociais através da articulação de políticas redistributivas.
Principais obras: “Tratado sobre a moeda” (1930); “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” (1936). Suas ideias foram empregadas no Canadá, Inglaterra e França e em países com grande desenvolvimento na atualidade.
 	Chegou-se a considerar que o Estado de Bem-Estar significaria o fim do confronto ideológico entre esquerda e direita ou entre liberdade e igualdade.
Em meados da década e 1970, as teorias que defendem a intervenção estatal começam a dar sinais de desgaste devido às freqüentes dificuldades dos Estados em arcar com as responsabilidades sociais. 
O NEOLIBERALISMO
O NEOLIBERALISMO surge como crítica a essas teorias e como nova proposta liberal para limitar a ação assistencial do Estado e, ao mesmo tempo, retomar o ideal do Estado mínimo.
Para os neoliberais, o Estado (mínimo) deve se restringir ao policiamento, justiça e defesa nacional. "O que, segundo eles, não implica em enfraquecimento do Estado, mas, ao contrário, no seu fortalecimento, já que se pretende reduzir os seus encargos" (ARANHA; MARTINS, 1993, p. 261).
A tendência da onda neoliberal no Brasil tem se confirmado nos processos de privatização de organismos estatais e abolição da reserva de mercado, ou seja, tem priorizado o modelo de mercado monopolista.
Para os neoliberais, a sociedade ideal é concebida como um mercado, sem excluir a intervenção da lei e do Estado no sentido de fazer respeitar as leis do jogo, a honestidade das transações e a liberdade de expressão e ação de cada um.

Continue navegando