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Geografia 1

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CHG  Geografia  
 _________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia  45 
*MÓDULO 1* 
 
Geopolítica – Ordem mundial 
 
E o mundo nunca mais foi o mesmo 
 
 6 de junho de 1944. Nessa data, conhecida como Dia 
D, tropas aliadas invadiram a Normandia, na França 
ocupada pelos nazistas alemães. Tradicionalmente, é 
celebrado como o início da vitória aliada contra a 
Alemanha hitlerista. Mas isso de acordo com a visão 
predominante nos países ocidentais. Hoje, acredita-se 
que o regime de Hitler já estava condenado desde o ano 
anterior, quando as tropas alemãs foram derrotadas pelo 
Exército soviético na Batalha de StaIingrado. Depois 
desse revés, os alemães foram sendo cada vez mais 
acuados pela contraofensiva dos soviéticos, que 
avançaram em direção a Berlim. 
 Depois do Dia D, a futura divisão da Europa foi 
combinada durante a Conferência de Yalta, de 4 a 11 de 
fevereiro de 1945, com a participação do líder soviético, 
Josef Stalin, do primeiro-ministro britânico, Winston 
Churchill, e do presidente norte-americano, Franklin 
Delano Roosevelt. Quando os nazistas foram finalmente 
derrotados, em 30 de abril de 1945, a Alemanha e a 
Europa foram divididas em duas áreas de influência. A 
partir da Alemanha Oriental, seguindo pela 
Tchecoslováquia, Hungria e Romênia, os países do Leste 
Europeu se alinharam com a União Soviética, adotando 
governos comunistas e economia planificada. A 
Iugoslávia também se tornou comunista, mas manteve 
certa independência em relação à União Soviética. Os 
demais países europeus, com exceção das ditaduras 
fascistas de Portugal e Espanha (que adotaram uma 
posição neutra), tornaram-se democracias liberais 
capitalistas. 
 O Japão, que se rendeu aos Estados Unidos em 2 de 
setembro de 1945, após os ataques nucleares de 
Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto), 
tornou-se também um aliado dos países capitalistas 
ocidentais. A nova divisão foi oficializada com a criação, 
em 4 de abril de 1949, da Organização do Tratado do 
Atlântico Norte (OTAN), e, em 14 de maio de 1955, do 
Pacto de Varsóvia — a primeira reunindo os países 
capitalistas e o segundo, os comunistas. 
 O fim da Segunda Guerra marcou o início do período 
da Guerra Fria, que duraria até a dissolução da União 
Soviética, em 1991. Em maio de 1949, a União Soviética 
demonstrou ter armas nucleares. Por medo da destruição 
mútua, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas 
superpotências que emergiram da Segunda Guerra, 
evitaram um confronto aberto. Mas adotaram posições 
antagônicas em conflitos travados em países periféricos, 
como nas guerras da Coreia (1950-1953), Vietnã (1955-
1975) e Afeganistão (1979-1989). 
 Os resultados da Segunda Guerra são vistos até hoje. 
A Alemanha é o país mais rico da Europa e o Japão, o 
mais rico da Ásia, mas ambos são política e militarmente 
fracos. Países do antigo bloco comunista, como a 
Polônia e a Romênia, enviam migrantes para países 
ocidentais. A Iugoslávia, ao fim do regime comunista, 
fragmentou-se após guerra civil. A atual Rússia 
capitalista mantém pretensões imperiais sobre os antigos 
territórios soviéticos. Milícias afegãs armadas pelos 
Estados Unidos contra os russos formaram a AI Qaeda. 
Na América Latina, ressentimento com o apoio norte- 
-americano a regimes anticomunistas ainda é foco de 
tensão política. 
 
O continente redesenhado 
 
O mapa político da Europa em três momentos 
 
1938 
 
 
 
1955 
 
 
 
2009 
 
 
 
 INFOGRÁFICOS EDITORA MOL 
 CHG  Geografia  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia  46 
 A Segunda Guerra Mundial redefiniu fronteiras, tem 
forte presença na cultura popular e marca o debate 
ideológico ainda hoje. 
 
 Após a Segunda Guerra, a Europa foi repartida entre 
a União Soviética e os Estados Unidos, França e 
Inglaterra. Os países capitalistas se organizaram 
militarmente na OTAN, enquanto os comunistas 
criaram o Pacto de Varsóvia. 
 
 A OTAN continua ativa, mas o Pacto de Varsóvia 
dissolveu-se com o fim da União Soviética. Outros 
órgãos criados com o objetivo de reconstruir o 
mundo no pós-guerra e manter a paz permanecem: a 
ONU e organismos financeiros como o FMI e o 
Banco Mundial. 
 
 O FMI concede empréstimos a países arrasados 
pela guerra ou pobres, mas, em troca, exige a 
adoção de políticas consideradas por alguns como 
conservadoras. 
 
 O fim do regime soviético, em 1991, significou 
redemocratização e liberdade de expressão, mas 
também instabilidade para alguns países do bloco. A 
Iugoslávia esfacelou-se após guerra civil. A Polônia 
tornou-se adversária da Rússia, o mesmo ocorrendo 
com a Ucrânia e a Geórgia. A própria Rússia passou 
por um período conturbado, que culminou com a 
eleição do presidente Vladimir Putin, ex-diretor da 
KGB, em 1999. Seu governo autoritário (2000-2008) 
foi marcado por forte repressão aos rebeldes da 
República da Chechênia. 
 
 A economia de mercado ganhou força, mesmo em 
países do antigo bloco comunista. Ao sair de cena o 
regime marxista puro, os conflitos passaram a ser 
menos político-ideológicos e mais ligados a religião 
ou nacionalismo. 
 
 O mundo conta atualmente com uma única 
superpotência: os Estados Unidos, que em 2003 
atacaram o Iraque, ignorando unilateralmente uma 
decisão da ONU que rejeitava a ação militar. 
 
 Acredita-se que o desenvolvimento da China, e 
também do Brasil, da Rússia e da Índia (que formam 
um grupo de países emergentes conhecidos como 
BRICs), possa criar no futuro um mundo multipolar, 
em que os Estados Unidos não serão mais a única 
superpotência. 
 
 
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  
 
Para complementar o estudo deste Módulo, 
utilize seu LIVRO DIDÁTICO. 
 
*********** ATIVIDADES *********** 
 
Texto para as questões de 1 a 4. 
 
A guerra pop 
 
A Segunda Guerra Mundial não sai da cabeça 
das pessoas, 65 anos depois do seu fim 
 
 Em abril de 
2010, a produtora 
alemã Constantin 
Films pediu ao site 
YouTube que 
tirasse do ar todas 
asparódias de 
seu filme A 
Queda, por 
considerar que 
seus direitos 
autorais estavam 
sendo violados. O 
filme narra os 
últimos dias de 
Adolf Hitler, em 
1945, com base 
nos relatos de 
Traudl Junge, ex- 
-secretária do líder nazista, e nas investigações do 
jornalista alemão Joachim Fest. A cena das paródias, 
invariavelmente, mostrava Hitler tendo um ataque de 
fúria ao ser informado de que o Exército Vermelho estava 
às portas de Berlim. A brincadeira consistiu em colocar 
legendas engraçadas para “traduzir” a fala de Hitler em 
alemão, fazendo o ditador surtar com assunto qualquer, 
como por causa de uma banda musical ruim ou um 
professor chato. A piada foi repetida em diversas línguas, 
inclusive em português. Os vídeos foram removidos, mas 
outros acabaram sendo postados depois no YouTube. 
 A Liga Antidifamação, ONG norte-americana dedicada 
a combater o antissemitismo, queixou-se de que esse 
tipo de vídeo contribui para banalizar a figura de Hitler, 
tornando-a cômica e inofensiva. Mas brincadeira como 
essa não é fácil de controlar. Afinal, a Segunda Guerra 
Mundial é pop e continua rendendo boas histórias e 
discussões. Existe até mesmo a “Lei de Godwin”, 
formulada pelo advogado norte-americano Michael 
Godwin em 1990. Segundo ele, se uma discussão se 
prolonga por muito tempo, a probabilidade de surgir 
alguma comparação com os nazistas ou com Hitler se 
aproxima de 100%. 
 Filmes sobre a Segunda Guerra já foram mais 
comuns nos anos 50 e 60, mas continuam a ser 
produzidos em bom número. Além de A Queda (2004), 
tivemos nos últimos anos O Pianista (2002), Cartas de 
Iwo Jima (2006) e Bastardos Inglórios (2009), para citar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIA NOVOSTI / AFP 
 
 Brad Pitt em cena de Bastardos 
Inglórios, dirigido por Quentin 
Tarantino: a Segunda Guerra Mundial 
continua rendendo boas 
histórias a Hollywood 
 
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alguns campeões de bilheteria. Mesmo filmes que 
exploram temas sem relação com a Segunda Guerra 
podem se inspirar nela de algum modo, como os 
uniformes “nazistas” dos oficiais do Império na série 
Guerra nas Estrelas. 
 A música também costuma inspirar-se na Segunda 
Guerra. Em 1973, o poema A Rosa de Hiroshima, de 
Vinicius de Moraes, foi musicado pela banda Secos e 
Molhados, de Ney Matogrosso. Lá fora, a guerra foi 
abordada por grupos como Rolling Stones (Sympathy for 
the Devil), Iron Maiden (Aces High) e Pink Floyd (The 
Wall). Mas foi o movimento punk que a tornou um tema 
constante. Em 1977, os Sex Pistols lançaram Belsen 
Was a Gas, polêmica canção sobre o campo de 
concentração na Alemanha onde morreu Anne Frank, 
garota alemã de origem judaica. A banda inglesa Joy 
Division (1977-1980) tirou seu nome de uma “divisão” de 
prostitutas que atendia a soldados nazistas. 
 Na área de videogames, todos os anos são lançados 
novos títulos sobre o tema. Em 2009, por exemplo, 
vieram Wolfenstein, Company of Heroes – Tales of Valor 
e Battlefield 1943. Na internet, uma pesquisa rápida no 
Google revela 26 milhões de ocorrências para “World 
War II” (Segunda Guerra Mundial), contra 6 milhões para 
“Vietnam War” (Guerra do Vietnã) e 5,5 milhões para 
“Iraq War” (Guerra do Iraque). Como se vê, 65 anos 
depois de seu fim, a Segunda Guerra está longe de sair 
do imaginário popular. 
 
Superinteressante, jul. 2010. 
 
.1. (AED-SP) 
 
A produtora alemã Constantin Films pediu ao YouTube 
que removesse seus vídeos. Ela conseguiu seu objetivo? 
___________________________________________________
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___________________________________________________ 
 
.2. (AED-SP) 
 
Por que a divulgação de vídeos no YouTube satirizando 
Adolf Hitler foi considerada uma forma de banalização da 
figura do ditador nazista? 
___________________________________________________
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___________________________________________________ 
 
.3. (AED-SP) 
 
Além do cinema, o texto cita outras formas de 
manifestação artística que costumam se inspirar na 
Segunda Guerra Mundial. Dê um exemplo. 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
.4. (AED-SP) 
 
“A Segunda Guerra Mundial é pop.” Assinale o que for 
fiel ao significado da frase: 
 
I. O conflito entrou para o imaginário popular de 
forma nem sempre adequada. 
 
II. A guerra foi incorporada de diversas formas, em 
especial na música e no cinema. 
 
III. As conquistas militares do Exército alemão 
ganharam simpatia popular no mundo todo. 
 
É correto o que se afirma em 
 
(A) I, apenas. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, II e III. 
 
.5. (INEP-MEC) 
 
A Rosa de Hiroshima 
 
Pensem nas crianças 
Mudas telepáticas 
Pensem nas meninas 
Cegas inexatas 
Pensem nas mulheres 
Rotas alteradas 
Pensem nas feridas 
Como rosas cálidas 
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa 
Da rosa de Hiroshima 
A rosa hereditária 
A rosa radioativa 
Estúpida e inválida 
A rosa com cirrose 
A antirrosa atômica 
Sem cor sem perfume 
Sem rosa sem nada. 
 
(Vinicius de Moraes) 
 
Sobre o poema de Vinicius de Moraes, diz-se: 
 
I. O poeta assume uma postura humanista e 
pacifista, de oposição à guerra. 
 
II. O poema sugere que se consiga superar e 
esquecer o episódio atômico para que a vida 
recupere sua dimensão poética. 
 
III. Há trechos ligados aos efeitos das bombas 
atômicas: “rosa radioativa”, “rosa com cirrose”. 
 
É correto o que se afirma em 
 
(A) I, apenas. 
(B) I e II, apenas. 
(C) I e III, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, II e III. 
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.6. (ENEM-MEC) 
 
A nova des-ordem geográfica mundial: 
uma proposta de regionalização 
 
 
 
Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado. 
 
 O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um 
emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços 
hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de 
forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a 
polêmica que envolve uma nova regionalização mundial. 
Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em 
parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo? 
 
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova 
des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006. 
 
 O mapa procura representar a lógica espacial do 
mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto 
de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a 
divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e 
as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam 
sua validade explicativa. 
 
Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição 
espacial aponta para 
 
(A) a estagnação dos Estados com forte identidade 
cultural. 
(B) o alcance da racionalidade anticapitalista. 
(C) a influência das grandes potências econômicas. 
(D) a dissolução de blocos políticos regionais. 
(E) o alargamento da força econômica dos países 
islâmicos. 
.7. (ENEM-MEC) 
 
 A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da 
União Europeia, mas também da unidade e da identidade 
da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas 
douradas representa a solidariedade e a harmonia entre 
os povos da Europa. 
 
Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm. 
Acesso em: 29/4/2010 (adaptado). 
 
A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o 
que propõe a bandeira da Europa e o cotidiano 
vivenciado pelas nações integrantes da União Europeia? 
 
(A) Ao contexto da década de 1930, no qual a bandeira 
foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre 
os povos traumatizados pela Primeira Guerra 
Mundial. 
(B) Ao fato de que o ideal de equilíbrio implícito na 
bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e 
rivalidades regionais tradicionais. 
(C) Ao fato de que Alemanha e Itália ainda são vistas 
com desconfiança por Inglaterra e França mesmo 
após décadas do final da Segunda Guerra Mundial. 
(D) Ao fato de que a bandeira foi concebida por 
portugueses e espanhóis, que possuem uma 
convivência mais harmônica do que as demais 
nações europeias. 
(E) Ao fato de que a bandeira representa as aspirações 
religiosas dos países de vocação católica, 
contrapondo-se ao cotidiano das nações 
protestantes. 
 
.8. (ENEM-MEC) 
 
 
 
Disponível em: www.culturabrasil.org.br. Acesso em: 28/4/2010. 
 
A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-
1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou, 
em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos 
papéis exercidos pelos meios de comunicação na 
cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi 
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(A) demonstrar as diferenças culturais existentes entre 
norte-americanos e vietnamitas. 
(B) defender a necessidade de intervenções armadas 
em países comunistas. 
(C) denunciar os abusos cometidos pela intervenção 
militar norte-americana. 
(D) divulgar valores que questionavam as ações do 
governo vietnamita. 
(E) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da 
América. 
 
.9. (ENEM-MEC) 
 
 A América se tornara a maior força política e 
financeira do mundo capitalista. Havia se transformado 
de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era 
agora uma nação credora. 
 
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. 
Rio de Janeiro: Zahar, 1962. 
 
Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que 
consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares para 
que os países europeus reconstruíssem suas economias. 
Um dos resultados desse plano, para os EUA, foi 
 
(A) o aumento dos investimentos europeus em indústrias 
sediadas nos EUA. 
(B) a redução da demanda dos países europeus por 
produtos e insumos agrícolas. 
(C) o crescimento da compra de máquinas e veículos 
estadunidenses pelos europeus. 
(D) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos 
países da América Latina e da Ásia. 
(E) a criação de organismos que visavam regulamentar 
todas as operações de crédito. 
 
.10. (ENEM-MEC) 
 
 A lei não nasce da natureza, junto das fontes 
frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das 
batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das 
conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a 
lei nasce das cidades incendiadas, das terras 
devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que 
agonizam no dia que está amanhecendo. 
 
FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa 
da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
 
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a 
política e a lei em relação ao poder e à organização 
social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade 
das leis na organização das sociedades modernas é 
 
(A) combater ações violentas na guerra entre as nações. 
(B) coagir e servir para refrear a agressividade humana. 
(C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre 
os indivíduos de uma mesma nação. 
(D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as 
ações bélicas entre países inimigos. 
(E) organizar as relações de poder na sociedade e entre 
os Estados. 
.11. (ENEM-MEC) 
 
 Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a 
Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a 
formação de alianças antagônicas de caráter militar, 
como a OTAN, que aglutinava os países do bloco 
ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do 
bloco oriental. É importante destacar que, na formação 
da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste 
europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica 
atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que 
se refletia pela opção entre os modelos capitalista e 
socialista. 
 
Essa divisão europeia ficou conhecida como 
 
(A) Cortina de Ferro. 
(B) Muro de Berlim. 
(C) União Europeia. 
(D) Convenção de Ramsar. 
(E) Conferência de Estocolmo. 
 
.12. (ENEM-MEC) 
 
 Em conflitos regionais e na guerra entre nações, tem 
sido observada a ocorrência de sequestros, execuções 
sumárias, torturas e outras violações de direitos. 
 
 Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das 
Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos 
Direitos do Homem, que, em seuartigo 5.º, afirma: 
 
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou 
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. 
 
Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é 
coerente esperar que 
 
(A) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos 
Direitos Universais do Homem, apenas enquanto 
houver conflito. 
(B) a soberania dos Estados esteja em conformidade 
com os Direitos Universais do Homem, até mesmo 
em situações de conflito. 
(C) a violação dos direitos humanos por uma nação 
autorize a mesma violação pela nação adversária. 
(D) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além 
dos quais a violação aos direitos humanos seria 
permitida. 
(E) a autodefesa nacional legitime a supressão dos 
Direitos Universais do Homem. 
 
.13. (ENEM-MEC) 
 
 O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as 
décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que 
seria instaurada uma ordem internacional marcada pela 
redução de conflitos e pela multipolaridade. 
 
O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria 
apresenta 
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(A) o aumento de conflitos internos associados ao 
nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo 
religioso e ao fortalecimento de ameaças como o 
terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. 
(B) o fim da corrida armamentista e a redução dos 
gastos militares das grandes potências, o que se 
traduziu em maior estabilidade nos continentes 
europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra 
Fria. 
(C) o desengajamento das grandes potências, pois as 
intervenções militares em regiões assoladas por 
conflitos passaram a ser realizadas pela 
Organização das Nações Unidas (ONU), com maior 
envolvimento de países emergentes. 
(D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que 
afastou a possibilidade de um conflito nuclear como 
ameaça global, devido à crescente consciência 
política internacional acerca desse perigo. 
(E) a condição dos EUA como única superpotência, mas 
que se submetem às decisões da ONU no que 
concerne às ações militares. 
 
.14. (INEP-MEC) 
 
Observe a foto e o infográfico a seguir: 
 
 
 
 
 
estadao.com, 3/3/2010. 
A foto mostra uma reunião do Conselho de Segurança da 
ONU e o infográfico exibe a posição dos países-membros 
em relação a uma proposta de sanções contra o Irã, por 
causa de seu programa nuclear. Assinale a afirmação 
incorreta. 
 
(A) O Conselho de Segurança é formado por 15 
membros. 
(B) Dez países participam de forma rotativa. 
(C) Somente cinco países têm o poder de veto. 
(D) Há um consenso sobre a questão entre os dez 
membros rotativos. 
(E) É preciso que nove dos 15 países do Conselho 
digam “sim” para a decisão valer. 
 
.15. (UNESP, adaptada) 
 
Leia com atenção os itens a seguir: 
 
I. Em 1945, criou-se um sistema multilateral de 
discussões e negociações com 50 países, 
depois ampliado com o ingresso de nações que 
obtiveram independência na África e na Ásia. 
 
II. As duas superpotências que emergiram após a 
Segunda Guerra. 
 
III. Comandando Estados abrigados em suas áreas 
de influência, as superpotências disputam a 
hegemonia mundial. 
 
Os itens referem-se, respectivamente, a: 
 
(A) I. Organização das Nações Unidas (ONU); 
II. Inglaterra e França; III. Doutrina Monroe. 
(B) I. Organização das Nações Unidas (ONU); 
II. Estados Unidos e União Soviética; III. Guerra Fria. 
(C) I. Organização dos Estados Americanos (OEA); 
II. Reino Unido e Japão; III. Plano Marshall. 
(D) I. União Europeia; II. Canadá e EUA; III. Doutrina 
Truman. 
(E) I. Organização do Tratado do Atlântico Norte 
(OTAN); II. Alemanha e França; III. Conferência de 
Potsdam. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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*MÓDULO 2* 
 
Geopolítica – Globalização 
 
Mundo pequeno 
 
 Chamamos de globalização ao processo pelo qual 
economias e sociedades locais passam a participar e se 
tornar dependentes da economia e cultura internacionais. 
Isso se dá por meio de fluxos de tecnologia, informações, 
pessoas e capital. Por exemplo, hoje é possível comprar 
no Brasil, em uma loja que emprega imigrantes 
bolivianos, um aparelho de MP3 feito na China com 
tecnologia norte-americana, numa empresa de 
propriedade coreana. 
 O primeiro passo para a globalização foi o comércio 
internacional mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII. 
O capital acumulado com a venda de bens 
manufaturados a potências coloniais desindustrializadas 
(Espanha e Portugal) permitiu uma Revolução Industrial 
na Inglaterra. A globalização atual tem como causa 
avanços tecnológicos que possibilitam fluxos muito mais 
rápidos de produtos, pessoas e informações — como a 
internet, os telefones celulares e o transporte marítimo e 
aéreo intercontinental. Mas também tem causas políticas, 
como a adesão ao capitalismo pelos antigos países do 
bloco soviético e pela China, bem como a pressão contra 
barreiras alfandegárias e o nacionalismo econômico, 
liderada por países exportadores e órgãos internacionais 
como o FMI e o Banco Mundial. 
 A globalização trouxe resultados desiguais em 
diferentes regiões do mundo. Enquanto alguns países 
conseguem se beneficiar das facilidades do comércio e 
do fluxo de capitais, tornando-se exportadores de 
tecnologia ou produtos baratos, outros acabam à 
margem, incapazes de competir internacionalmente. O 
Brasil tem conseguido exportar principalmente produtos 
agrícolas e insumos industriais, como o aço, mas esses 
produtos são commodities, isto é, são materiais de baixo 
valor agregado,com preços determinados pelo mercado 
internacional — diferentemente de carros, aviões ou 
produtos eletrônicos, que têm seu preço determinado não 
só pelo valor da concorrência, mas também pela 
qualidade ou pela inovação embutida. 
 Como consequência da globalização, países que 
anteriormente tinham um setor industrial voltado para o 
mercado doméstico podem se ver desindustrializados, 
incapazes de concorrer com produtos estrangeiros mais 
baratos e de melhor qualidade. Isso, em parte, ocorreu 
na Argentina, e um dos “vilões” foi justamente o Brasil, 
que consegue exportar produtos industriais mais baratos 
para o vizinho, como carros e geladeiras. O próprio Brasil 
hoje importa muitos produtos que, antes da abertura 
econômica dos anos 90, eram produzidos localmente, 
como computadores. Mas isso tem como contrapartida 
positiva o fato de o preço, em geral, cair para os 
consumidores e a tecnologia ser mais atualizada, 
facilitando a rápida popularização das inovações. 
 Outro fator importante na globalização é a migração 
de trabalhadores. Em países desenvolvidos, a mão de 
obra tornou-se muito cara. Por isso, várias empresas 
instalam suas fábricas em países mais pobres, tirando 
proveito do menor custo de produção e de legislações 
trabalhistas e ambientais mais frouxas. Isso é 
particularmente notável na China, que desenvolve pouca 
tecnologia própria, mas é o país onde é feita grande 
parte dos componentes eletrônicos atuais. 
 Diante da concorrência internacional, países com 
melhor grau de escolaridade acabam ocupando a 
posição de produtores de inovação, que é facilmente 
comercializável e rende maiores benefícios que uma 
indústria poluente, não criativa e dependente de mão de 
obra mais barata. Sair da posição de exportador de 
commodities, isto é, produtos sem valor agregado, e 
tornar-se uma potência criativa é um dos maiores 
desafios do Brasil nos próximos anos. 
 
 
 
WU NIU / AFP 
 
 A China desenvolve pouca tecnologia própria, mas produz boa parte 
dos componentes eletrônicos atuais 
 
 Globalização é a tendência de maior integração e 
interdependência econômica entre os países. Ela 
tem raízes muito antigas, mas tornou-se 
particularmente acentuada a partir da segunda 
metade do século XX. 
 
 Globalização também significa maior fluxo de 
pessoas e informações. 
 CHG  Geografia  
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 As origens da globalização remontam ao comércio 
mercantilista da época das grandes navegações e às 
três Revoluções Industriais. A Terceira Revolução 
Industrial está em curso. 
 
 As novas tecnologias aceleraram imensamente a 
globalização. Elas estão presentes nos meios de 
transporte e nas telecomunicações, especialmente 
na internet. 
 
 Alguns pontos positivos da globalização: a 
disponibilidade de informações, a diminuição da 
tensão política entre países com relações comerciais 
importantes e o barateamento de produtos. 
 
 Um ponto negativo é que o processo não ocorre de 
forma simétrica entre países. Alguns, como a China, 
a Coreia e o Brasil, conseguem aproveitar a 
oportunidade para enriquecer com o comércio 
internacional. Outros, como quase todos os países 
da África, ficam à margem dessa economia 
integrada. Críticos de esquerda consideram a 
globalização uma nova forma de colonialismo dos 
ricos. 
 
 A indústria vem migrando para países de mão de 
obra mais barata, deprimindo salários ou causando 
desemprego em outros países. As nações mais ricas 
continuam detendo a tecnologia de produção. 
 
 A tendência, agilizada por tecnologias que 
substituem mão de obra humana, é que os empregos 
migrem da indústria e da agricultura para o setor de 
serviços e comércio. Como o setor terciário exige 
maior qualificação, muitas pessoas acabam em 
subempregos ou desempregadas. A educação passa 
a ter um papel crucial na empregabilidade. 
 
 O sentimento antiglobalização nasce tanto de crises 
econômicas, como as citadas acima, quanto do 
temor de ter a cultura local engolida pela cultura 
global, em grande parte influenciada pelos Estados 
Unidos. 
 
 
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  
 
Para complementar o estudo deste Módulo, 
utilize seu LIVRO DIDÁTICO. 
 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
*********** ATIVIDADES *********** 
 
Texto para as questões de 1 a 4. 
 
Globalização gastronômica 
 
As grandes navegações nos séculos XV e XVI mudaram 
definitivamente o cardápio da humanidade 
 
 Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus 
tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar: 
muito dinheiro. As novas rotas comerciais, abertas com 
as viagens de descobrimento em direção ao Sudeste 
Asiático e às Américas, garantiam fortunas com a venda 
de especiarias, condimentos que melhoravam o gosto da 
comida e garantiam sua preservação. O que os 
exploradores e comerciantes não sabiam é que, além de 
cravo, noz-moscada, pimenta e gengibre, eles 
encontrariam uma série de outros sabores. Por sua vez, 
os moradores dessas novas regiões não conheciam 
muitas das comidas trazidas nas embarcações. 
Começava assim uma verdadeira revolução 
gastronômica. “Pela primeira vez, todos os povos da 
Terra entravam em contato, abrindo um intercâmbio 
generalizado dos gêneros de todos os continentes”, 
afirma Henrique Carneiro, professor de História da USP, 
no livro Comida e Sociedade — Uma História da 
Alimentação. 
 
 Especiarias 
diversas: ao 
viajar ao redor 
do mundo, 
os europeus 
promoveram 
um intercâmbio 
entre os 
diversos 
tipos de 
alimento que 
encontraram 
nos locais em 
que estiveram 
 
 
DAVID FORMAN / AFP 
 
Vaivém de sabores 
 
A origem e o destino de alguns dos principais alimentos 
 
PIMENTÃO 
Originário da América, foi levado para a Espanha. 
Dali chegou à Hungria, onde passou a ser usado 
como matéria-prima para a páprica. Também fez 
sucesso na Tailândia, na Coreia, na Índia e em vários países 
africanos. 
 
BATATA 
Era consumida nos Andes e na região onde hoje 
ficam o Equador e o Peru. Foi plantada na Galícia, 
na Península Ibérica, e na Itália. Depois se difundiu 
no resto da Europa e na Ásia. 
 
TOMATE 
Assim como a mandioca, o abacaxi e o mamão, o 
tomate partiu das Américas e acabou na Ásia, após 
passar pela Europa. Esses alimentos faziam tanto 
sucesso no Oriente que acabaram usados como moeda. 
 CHG  Geografia _________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
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MILHO 
Veio da América Central e foi cultivado em 
Portugal. Logo estava nas mesas do sul da 
França e do norte da Itália, onde foi usado para 
fazer fubá. Depois se tornou comum na culinária oriental. 
 
ABACATE 
Ao lado do cacau e do feijão, é um alimento da 
América Central que conquistou o gosto europeu. 
O cacau, que entre os astecas era consumido com 
pimenta, passou a ser acompanhado de açúcar. 
 
LARANJA 
Muitas frutas de sabor e aroma exóticos para o 
paladar dos europeus foram descobertas na Ásia. 
É o caso da laranja e da manga, que, da 
Península Ibérica, acabaram introduzidas no resto do continente 
e nas Américas. 
 
UVA 
Ao lado do trigo e do azeite, tinha grande valor na 
região do Mediterrâneo. Tornou-se alimento 
simbólico para o cristianismo e se alastrou pelo 
mundo. 
 
ESPECIARIAS 
A noz-moscada, o cravo e o gengibre eram 
comprados na Indonésia. A pimenta-do-reino vinha 
do sul da Índia e a canela, do Ceilão, atual Sri 
Lanka. Os produtos eram reunidos em Goa, de onde seguiam 
para Portugal. 
 
Viagem & Turismo, jan. 2010 (com adaptações). 
 
.1. (AED-SP) 
 
Levando em consideração o texto, quando começou a 
globalização? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.2. (AED-SP) 
 
Essa primeira globalização atingiu apenas países 
ocidentais? 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
.3. (AED-SP) 
 
Culturas podem integrar ingredientes estrangeiros a 
ponto de parecerem seus, mas também há alimentos que 
carregam consigo elementos culturais. Cite um exemplo 
de cada um extraído do texto. 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
.4. (AED-SP) 
 
No texto, a frase que melhor se associa ao fenômeno da 
globalização é: 
 
(A) “Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus 
tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar: 
muito dinheiro.” 
(B) “As novas rotas comerciais, abertas com as viagens 
de descobrimento em direção ao Sudeste Asiático e 
às Américas,...” 
(C) “O que os exploradores e comerciantes não sabiam 
é que, além de cravo, noz-moscada, pimenta e 
gengibre, eles encontrariam uma série de outros 
sabores.” 
(D) “‘Pela primeira vez, todos os povos da Terra 
entravam em contato, abrindo um intercâmbio 
generalizado dos gêneros de todos os 
continentes’,...” 
(E) “Por sua vez, os moradores dessas novas regiões 
não conheciam muitas das comidas trazidas nas 
embarcações. Começava assim uma verdadeira 
revolução gastronômica.” 
 
.5. (ENEM-MEC) 
 
Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado 
 
 
 
SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção 
familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.; 
MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e 
assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado). 
 
O organograma apresenta os diversos atores que 
integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação 
entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse 
sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial 
demonstra 
 
(A) a autonomia do setor primário. 
(B) a importância do setor financeiro. 
(C) o distanciamento entre campo e cidade. 
(D) a subordinação da indústria à agricultura. 
(E) a horizontalidade das relações produtivas. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CHG  Geografia  
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.6. (ENEM-MEC) 
 
 Estamos testemunhando o reverso da tendência 
histórica da assalariação do trabalho e socialização da 
produção, que foi característica predominante na era 
industrial. A nova organização social e econômica 
baseada nas tecnologias da informação visa à 
administração descentralizadora, ao trabalho 
individualizante e aos mercados personalizados. As 
novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo 
tempo, a descentralização das tarefas e sua 
coordenação em uma rede interativa de comunicação em 
tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares 
de um mesmo edifício. 
 
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: 
Paz e Terra, 2006 (adaptado). 
 
No contexto descrito, as sociedades vivenciam 
mudanças constantes nas ferramentas de comunicação 
que afetam os processos produtivos nas empresas. Na 
esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado 
 
(A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com 
as linhas de montagem sob influência dos modelos 
orientais de gestão. 
(B) o aumento das formas de teletrabalho como solução 
de larga escala para o problema do desemprego 
crônico. 
(C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como 
respostas às demandas por inovação e com vistas à 
mobilidade dos investimentos. 
(D) a autonomização crescente das máquinas e 
computadores em substituição ao trabalho dos 
especialistas técnicos e gestores. 
(E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, 
executivos e clientes com a garantia de 
harmonização das relações de trabalho. 
 
.7. (ENEM-MEC) 
 
 A introdução de novas tecnologias desencadeou uma 
série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e 
sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a 
diminuição do trabalho necessário que se traduz na 
economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, 
com a presença da automação microeletrônica, começou 
a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma 
mudança na organização dos processos de trabalho. 
 
Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. 
Universidadde Barcelona. N.º 170(9), 1/8/2004. 
 
A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras 
alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são 
observadas em um modelo de produção caracterizado 
(A) pelo uso intensivo do trabalho manual para 
desenvolver produtos autênticos e personalizados. 
(B) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de 
trabalho no setor industrial. 
(C) pela participação ativa das empresas e dos próprios 
trabalhadores no processo de qualificação laboral. 
(D) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores 
especializados em funções repetitivas. 
(E) pela manutenção de estoques de larga escala em 
função da alta produtividade. 
 
.8. (ENEM-MEC) 
 
 
 
Nova Escola, n.º 226, out. 2009. 
 
A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender 
suas necessidades e de se apropriar dos espaços, 
 
(A) adotou a acomodação evolucionária como forma de 
sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências 
impostas pelo meio ambiente. 
(B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar 
equipamentos que lhe permitiram compensar as 
suas limitações físicas. 
(C) levou vantagens em relação aos seres de menor 
estatura, por possuir um físico bastante 
desenvolvido, que lhe permitia muita agilidade. 
(D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo 
adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente. 
(E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, 
por utilizar os recursos naturais como forma de se 
apropriar dos diferentes espaços. 
 
.9. (ENEM-MEC) 
 
 Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola, 
com a humanização e a mecanização do espaço 
geográfico, uma considerável mudança em termos de 
produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição 
de um meio técnico-científico-informacional, 
característico não apenas da vida urbana, mas também 
do mundo rural, tanto nos países avançados como nas 
regiões mais desenvolvidas dos países pobres. 
 
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). 
 
A modernização da agricultura está associada ao 
desenvolvimento científico e tecnológico do processo 
produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas 
relações tecnológicas no campo, verifica-se que a 
 CHG  Geografia  
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(A) introdução de tecnologia equilibrou o 
desenvolvimento econômico entre o campo e a 
cidade, refletindo diretamente na humanização do 
espaço geográfico nos países mais pobres. 
(B) tecnificação do espaço geográfico marca o modelo 
produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem 
transferir gradativamente as unidades industriais 
para o espaço rural. 
(C) construção de uma infraestrutura científica e 
tecnológica promoveu um conjunto de relações que 
geraram novas interações socioespaciais entre o 
campo e a cidade. 
(D) aquisição de máquinas e implementos industriais, 
incorporados ao campo, proporcionou o aumento da 
produtividade, libertando o campo da subordinação à 
cidade. 
(E) incorporação de novos elementos produtivos 
oriundos da atividade rural resultou em uma relação 
com a cadeia produtiva industrial, subordinando a 
cidade ao campo. 
 
.10. (ENEM-MEC) 
 
Sozinho vai descobrindo o caminho 
O rádio fez assim com seu avô 
Rodovia, hidrovia, ferrovia 
E agora chegando a infovia 
Para alegria de todo o interior 
 
GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br. 
Acesso em: 16/4/2010 (fragmento). 
 
O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas 
centrais da globalização, diretamente associada ao 
processo de 
 
(A) evolução da tecnologia da informação. 
(B) expansão das empresas transnacionais. 
(C) ampliação dos protecionismos alfandegários. 
(D) expansão das áreas urbanas do interior. 
(E) evolução dos fluxos populacionais. 
 
.11. (ENEM-MEC) 
 
 
 
Folha de S. Paulo, 22/11/2003. 
 
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver 
 [ no Universo... 
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer 
Porque sou do tamanho do que vejo 
E não do tamanho da minha altura... 
 
(Alberto Caeiro) 
A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos 
heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com 
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a 
compreensão que temos do mundo é condicionada, 
essencialmente, 
 
(A) pelo alcance de cada cultura. 
(B) pela capacidade visual do observador. 
(C) pelo senso de humor de cada um. 
(D) pela idade do observador. 
(E) pela altura do ponto de observação. 
 
.12. (INEP-MEC) 
 
A China tem sido o país-símbolo da globalização e vem 
ocupando enorme espaço na mídia internacional nas 
últimas décadas. Sobre a realidade desse país de 
grandes dimensões e história milenar, e sobre a forma 
como vem criando e reforçando seus vínculos com a 
rede global, é incorreto afirmar que 
 
(A) a abertura econômica não foi acompanhada da 
democratização política. O episódio do rompimento 
com a empresa americana Google é um dos 
melhores exemplos recentes desse fato. 
(B) a China inventou o “socialismo de mercado”, um 
regime que desenvolve uma economia capitalista de 
mercado bastante agressiva, sem abrir mão do 
controle político e social, de inspiração socialista, 
instalado no país no decorrer da segunda metade do 
século XX. 
(C) a China aproveitou-se do baixíssimo custo de mão 
de obra para se tornar uma “fábrica global”. A 
princípio, ocupou espaço no mercado internacional 
com produtos de baixa tecnologia. Mas, 
recentemente, vem conseguindo se destacar com 
produtos bem mais sofisticados tecnologicamente. 
(D) é grande a dependência chinesa por matérias-primas 
indispensáveis à sua indústria. Na tentativa de uma 
solução para esse problema, o país procura agora 
diversificar seu comércio exterior, buscando 
parceiros em todo o mundo. 
(E) a estratégia extremamente inovadora de cuidar 
melhor do meio ambiente, ao contrário do que ocorre 
com a grande maioria dos países ricos, vem 
melhorando muito a imagem da China como país 
exportador. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CHG  Geografia  
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SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia  56 
.13. (UERJ, adaptada) 
 
 A estrutura desse sistema internacional de circulação 
alcançou tal grau de complexidade que ultrapassa a 
compreensão da maioria das pessoas. As fronteiras entre 
funções diferentes, como as de bancos, corretoras, 
serviços financeiros, financiamento habitacional, crédito 
ao consumidor etc., tornaram-se cada vez mais porosas, 
ao mesmo tempo em que novas transações futuras de 
mercadorias, de ações, de moedas ou de dívidas 
surgiram em toda parte, introduzindo o tempo futuro no 
tempo presente de maneiras estarrecedoras. 
 
DAVID HARVEY. Condição pós-moderna. São Paulo: 
Edições Loyola, 1992 (adaptado). 
 
O texto acima faz referência a características de um dos 
mais importantes aspectos do atual estágio em que se 
encontra o capitalismo. Dois fatores que contribuem para 
o fenômeno destacado pelo autor do fragmento estão 
apontados em uma das alternativas. Indique-a: 
 
(A) aumento da especulação financeira – maior 
eficiência das redes de transportes. 
(B) controle do Banco Mundial sobre o sistema 
financeiro – formação da União Monetária Mundial. 
(C) desregulamentação dos mercados financeiros – 
disseminação das tecnologias da informação. 
(D) padronização dos horários de funcionamento dos 
centros financeiros – surgimento dos bancos globais. 
(E) protecionismo comercial – formação de blocos 
regionais. 
 
.14. (UNESP) 
 
 Quanto mais a globalização econômica avança, mais 
o mundo é marcado pela fragmentação do espaço 
geográfico por meio de megablocos regionais, como 
mostra a figura. Em contrapartida, quanto mais 
abrangente for a integração do bloco, maior a perda de 
soberania dos Estados participantes. 
 
MEGABLOCOS REGIONAIS 
 
 
 
Os blocos I, II, III e IV, representados na figura, são, 
respectivamente: 
(A) Nafta, Comunidade Econômica Europeia, Alca e 
Mercosul. 
(B) União Europeia, Apec, Aladi e Alca. 
(C) CEI, União Europeia, Mercosul e Nafta. 
(D) Pacto Andino, Comunidade Econômica Europeia, 
CEI e Nafta. 
(E) Nafta, Mercosul, União Europeia e CEI. 
 
.15. (INEP-MEC) 
 
 Vivemos num mundo confuso e confusamente 
percebido. Se desejamos escapar à crença de que esse 
mundo assim apresentado é verdadeiro, devemos 
considerar a existência de pelo menos três mundos num 
só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a 
globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal 
como ele é: a globalização como perversidade; e o 
terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra 
globalização. 
 
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à 
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). 
 
A imagem da “globalização como fábula” encontra seu 
principal fundamento no aspecto 
 
(A) político, com o triunfo de regimes democráticos em 
continentes inteiros. 
(B) socioeconômico, com a redução das desigualdades. 
(C) sanitário, com êxito na prevenção das pandemias. 
(D) financeiro, com a intensa circulação de capitais em 
nível planetário. 
(E) cultural, com a crescente unificação das crenças 
religiosas. 
________________________________________________ 
*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CHG  Geografia  
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*MÓDULO 3* 
 
Geopolítica – Conflitos contemporâneos 
 
Esquerda e direita 
 
 Durante a Guerra Fria, movimentos políticos violentos 
ocorreram até mesmo na Europa. Nos anos 1970, a 
Facção do Exército Vermelho (também chamada Baader-
-Meinhof) cometeu vários atentados na Alemanha, 
enquanto na Itália as Brigadas Vermelhas executaram o 
primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978. 
 Na América Latina, pobreza, racismo, incompetência 
do Estado, desigualdade social e corrupção fomentam a 
continuidade de conflitos ideológicos. As FARC (Forças 
Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegaram a 
controlar não apenas territórios remotos, mas favelas em 
grandes cidades colombianas nos anos 1980. No 
entanto, o grupo recuou ante a ofensiva do governo de 
Álvaro Uribe (2002-2010). O Sendero Luminoso, 
oficialmente denominado Partido Comunista do Peru 
(PCP), foi fundado em 1980 e segue uma linha parecida. 
Ambos os movimentos são acusados de violência, 
inclusive contra indígenas, e tráfico de drogas. Obtêm 
apoio popular desempenhando funções típicas do 
Estado, como a distribuição de alimentos e remédios, 
mas também por meio de intimidação. 
 No México, o Exército Zapatista de Liberação 
Nacional (EZLN) tem uma estratégia diferente. Surgido 
em 1994, o movimento se opõe à globalização e ao 
neoliberalismo e busca encarnar os anseios de 
autonomia da população maia da região de Chiapas, no 
sul do país. Apesar de estarem “em guerra declarada” 
contra o Estado mexicano, os zapatistas utilizam meios 
não violentos. Em vez de armas, usam a internet para 
promover sua causa. Seu líder, o subcomandante 
Marcos, transformou-se em celebridade mundial. 
 O Equador, a Bolívia e a Venezuela — países com 
governos bolivarianos (movimento socialista iniciado pelo 
venezuelano Hugo Chávez, inspirado nos ideários de 
Simón Bolívar) — têm uma relação tensa com a 
Colômbia, que acusa aqueles países de colaborar com 
os guerrilheiros das FARC. Internamente, opositores aos 
governos bolivarianos criticam o que enxergam como 
populismo e manipulação política da população pobre ou 
indígena. 
 Cuba é atualmente a única ditadura de partido único 
na América Latina. O país não tem relações diplomáticas 
com os Estados Unidos e sofre embargo comercial desde 
1962, o que impede cidadãos norte-americanos de 
comprarem produtos cubanos ou de viajarem para a ilha. 
O embargo é apontado pelo governo cubano como causa 
da penúria econômica da população. Ainda em 1962, a 
instalação de mísseis soviéticos em Cuba quase levou o 
mundo a uma nova guerra mundial, mas a situação foi 
resolvida diplomaticamente entre norte-americanos e 
soviéticos. Desde 1903, tropas norte-americanas ocupam 
a baía de Guantánamo, onde está instalada a polêmica 
prisão na qual estão encarcerados afegãos e iraquianos 
acusados de terrorismo. 
 Na Ásia, a Coreia do Norte — que foi classificada pelo 
presidente George Bush (2001-2009) como integrante do 
“Eixo do Mal”, ao lado de Cuba, Líbia, Síria, Irã e Iraque 
— também tem uma relação complicada com os países 
vizinhos. Em 2006, a Coreia do Norte realizou um bem- 
-sucedido teste de bomba nuclear, deixando alarmados 
os governos doJapão e da Coreia do Sul. Desde então, 
negociações de desarmamento estão em andamento. 
 A Rússia, por fim, não voltou aos tempos do regime 
soviético, mas é considerada um país autoritário, 
promovendo prisões e assassinatos de inimigos políticos, 
desde a ascensão de Vladimir Putin ao poder, em 1999. 
O país tem uma relação tensa com os Estados Unidos. 
Uma das razões é o plano norte-americano de instalação 
de um escudo antimísseis na Polônia, com o objetivo 
declarado de conter um possível ataque iraniano. 
Moscou entende, contudo, que tal projeto visa a 
neutralizar o arsenal russo. 
 
 
 
NOTIMEX / AFP 
 
 Subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista de Liberação 
Nacional (EZLN): tática de não violência e uso dos meios de 
comunicação para conquistar a opinião pública 
 
 Conflitos surgidos na época da Guerra Fria 
continuam vivos na América Latina, fomentados pela 
memória de regimes militares pró-americanos e por 
grupos guerrilheiros fundados para agir em defesa 
de preceitos pró-soviéticos. 
 
 Pobreza, desigualdade social, corrupção e 
ineficiência do governo são alguns fatores que criam 
oportunidade para a atuação de movimentos 
radicais, que assumem papéis típicos do Estado. 
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 Diferentemente das FARC e do Sendero Luminoso, 
o movimento de Chiapas, surgido nos anos 90 no 
México, é pacífico. 
 
 Cuba está sob embargo comercial americano desde 
1962, e uma parte de seu território, Guantánamo, 
abriga uma base militar dos Estados Unidos. Os 
norte-americanos instalaram ali uma prisão, onde 
mantêm encarcerados suspeitos de terrorismo. 
 
 Conflitos nacionalistas violentos ainda ocorrem na 
Europa, com o IRA e o ETA como principais 
entidades. 
 
 Os curdos são um povo sem país: eles vivem 
espalhados pelos territórios da Turquia, do Iraque, do 
Irã e da Síria, e seu desejo de independência 
incomoda as autoridades desses países. 
 
 A Rússia tem enorme influência política sobre as ex- 
-repúblicas soviéticas e exerce seu poder por formas 
às vezes agressivas. 
 
 Conflitos religiosos graves atingem países como a 
Rússia, a China e, principalmente, a Índia. Muitas 
vezes, causas religiosas e nacionalistas se misturam 
nos conflitos. 
 
 Nenhuma religião está a salvo de conflitos. Na Índia, 
militantes hindus cometem atentados, depredações e 
massacres. No Tibete e em Sri Lanka, budistas 
tomaram parte na violência local. 
 
 Outros focos recentes de tensão política são a 
Coreia do Norte, que desenvolve um programa 
nuclear, e a Polônia, em que a proposta norte- 
-americana de instalar um escudo antimísseis 
desagrada à Rússia. 
 
 
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  
 
Para complementar o estudo deste Módulo, 
utilize seu LIVRO DIDÁTICO. 
 
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*Anotações* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
*********** ATIVIDADES *********** 
 
Texto para as questões de 1 a 4. 
 
A saga de Ingrid Betancourt 
 
A ex-candidata à Presidência da Colômbia passou 
seis anos e meio como refém de guerrilheiros 
 
 Em 2 de junho de 2008, o governo colombiano tinha 
um importante anúncio a fazer. Era uma boa notícia, mas 
que causaria surpresa internacional. Após seis anos e 
meio em cativeiro pelas Forças Armadas Revolucionárias 
da Colômbia (FARC), a senadora Ingrid Betancourt 
Pulecio estava livre. 
 
 
 
JACKY NAEGELEN / AFP 
 
 Ingrid Betancourt participa de evento após ser libertada. Ela fora 
sequestrada em 2002, quando era candidata à Presidência da Colômbia 
 
 Ingrid havia sido sequestrada em fevereiro de 2002, 
quando era candidata à Presidência do país pelo Partido 
Verde Oxigênio. O governo colombiano havia 
estabelecido uma zona desmilitarizada no território das 
FARC, na tentativa de conduzir um acordo de paz, mas 
as negociações haviam chegado a um impasse. Ingrid 
queria chegar à cidade de San Vicente de Caguán, onde 
ocorriam as negociações de paz. Como o governo se 
recusou a levá-la num helicóptero militar, a senadora e 
sua equipe tentaram ir por terra. Foram parados por 
integrantes das FARC num bloqueio de estrada e 
levados para o cativeiro em regiões inacessíveis. 
 As eleições daquele ano foram ganhas por Álvaro 
Uribe, com uma plataforma de endurecimento de ações 
contra os rebeldes. Após anos de negociações sem 
resultados, as últimas notícias eram alarmantes. Um 
vídeo obtido em novembro de 2007, após a captura de 
membros da guerrilha, mostrava Ingrid muito doente e 
desnutrida. No mesmo ano, o presidente da Venezuela, 
Hugo Chávez, propôs ser intermediário das negociações, 
ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A 
questão interessava à França porque Ingrid, filha de pai 
francês, tem dupla cidadania. A proposta não foi bem 
recebida pelo governo colombiano, que acusou Chávez 
de colaborar com a guerrilha. 
 As FARC são uma guerrilha marxista fundada em 
1964. Desde o regime militar pró-americano de Gustavo 
Rojas, entre 1953 e 1957, formaram-se enclaves em 
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regiões remotas da Colômbia, controlados por grupos 
armados. Nos anos 1960, o governo civil colombiano 
tentou retomar o controle dessas regiões. A partir daí, 
esses grupos se reorganizaram, fundando os 
movimentos FARC, ELN e, em 1970, o M-19. Além de 
promoverem sequestros, assassinatos e extorsões, as 
FARC são acusadas de se sustentar com o narcotráfico, 
de usar crianças como soldados e de atacar populações 
indígenas. 
 O governo Uribe perseguiu implacavelmente a 
guerrilha, inclusive por meio de ações controversas. Em 
março de 2008, despachou a força aérea para tomar umabase das FARC no Equador, matando o líder Raul 
Reyes. A incursão provocou uma crise diplomática: Hugo 
Chávez enviou tropas à fronteira com a Colômbia, e os 
dois países estiveram à beira de uma guerra. 
 Em 2009, Uribe, que havia conseguido aprovar uma 
emenda constitucional para se reeleger presidente em 
2006 — a exemplo do que Chávez fizera na Venezuela 
—, tentou realizar um plebiscito para poder ser reeleito 
novamente. A proposta foi barrada no Congresso, mas 
Uribe conseguiu eleger um aliado: seu ex-ministro da 
Defesa, Juan Manuel Santos, que ficou famoso por 
liderar a operação militar de 2008. 
 Em julho de 2010, a crise entre a Colômbia e a 
Venezuela se agravou. Chávez anunciou o rompimento 
das relações diplomáticas entre os dois países, depois de 
o governo de Bogotá acusar a Venezuela de abrigar 
guerrilheiros colombianos em seu território. 
 
Veja, 8/9/2010 (adaptado). 
 
.1. (AED-SP) 
 
Como surgiram as FARC? 
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.2. (AED-SP) 
 
As ações do governo de Álvaro Uribe contra as FARC 
causaram controvérsias. Cite uma delas. 
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.3. (AED-SP) 
 
Álvaro Uribe é um adversário do venezuelano Hugo 
Chávez, acusado de táticas pouco éticas para manter-se 
no poder. No entanto, um fato político citado no texto os 
torna similares. Qual? 
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.4. (AED-SP) 
 
O conflito entre as FARC e o Estado colombiano pode 
ser visto como 
 
(A) reivindicação de uma nação sem Estado. 
(B) movimento separatista. 
(C) tensão político-religiosa. 
(D) conflito político interno. 
(E) guerra entre dois Estados nacionais. 
 
.5. (ENEM-MEC) 
 
 No mundo árabe, países governados há décadas por 
regimes políticos centralizadores contabilizam metade da 
população com menos de 30 anos; desses, 56% têm 
acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de 
futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens 
incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. 
Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, 
vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em 
protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de 
manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, 
o vírus libertário começa a se espalhar pelos países 
vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, 
Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o 
Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar 
manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico. 
 
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade. 
IstoÉ Internacional, 2/3/2011 (adaptado). 
 
Considerando os movimentos políticos mencionados no 
texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes 
 
(A) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes. 
(B) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. 
(C) manter o distanciamento necessário à sua 
segurança. 
(D) disseminar vírus capazes de destruir programas dos 
computadores. 
(E) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a 
população. 
 
.6. (ENEM-MEC) 
 
 A poluição e outras ofensas ambientais ainda não 
tinham esse nome, mas já eram largamente notadas no 
século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. 
E a própria chegada ao campo das estradas de ferro 
suscitou protestos. A reação antimaquinista, 
protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a 
batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o 
combate social contra os miasmas urbanos. 
 
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e 
emoção. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado). 
 
O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe 
modificações na paisagem e nos objetos culturais 
vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, 
pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e 
se expressaram por meio 
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(A) das ideologias conservacionistas, com milhares de 
adeptos no meio urbano. 
(B) das políticas governamentais de preservação dos 
objetos naturais e culturais. 
(C) das teorias sobre a necessidade de harmonização 
entre técnica e natureza. 
(D) dos boicotes aos produtos das empresas 
exploradoras e poluentes. 
(E) da contestação à degradação do trabalho, das 
tradições e da natureza. 
 
.7. (ENEM-MEC) 
 
 Na América do Sul, as Forças Armadas 
Revolucionárias da Colômbia (FARC) lutam, há décadas, 
para impor um regime de inspiração marxista no país. 
Hoje, são acusadas de envolvimento com o narcotráfico, 
o qual supostamente financia suas ações, que incluem 
ataques diversos, assassinatos e sequestros. 
 Na Ásia, a Al Qaeda, criada por Osama bin Laden, 
defende o fundamentalismo islâmico e vê nos Estados 
Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos 
poderosos, os quais deve combater sem trégua. A mais 
conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001, 
quando foram atingidos o Pentágono e as torres do 
World Trade Center. 
 
A partir das informações acima, conclui-se que 
 
(A) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo 
contemporâneo usam métodos idênticos para 
alcançar os mesmos propósitos. 
(B) o apoio internacional recebido pelas FARC decorre 
do desconhecimento, pela maioria das nações, das 
práticas violentas dessa organização. 
(C) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta, 
foram surpreendidos com ataques terroristas que 
atingiram alvos de grande importância simbólica. 
(D) as organizações mencionadas identificam-se quanto 
aos princípios religiosos que defendem. 
(E) tanto as FARC quanto a Al Qaeda restringem sua 
atuação à área geográfica em que se localizam, 
respectivamente, América do Sul e Ásia. 
 
.8. (ENEM-MEC) 
 
 Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) 
aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a 
criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A 
recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro 
conflito entre Israel e países árabes. 
 A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão 
egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia 
interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel 
passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro

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