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Filiacao e Investigacao de paternidade

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Direito familia
Filiação e Investigação de Paternidade
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1. NOÇÕES GERAIS E HISTÓRICAS SOBRE FILIAÇÃO
A filiação historicamente se prende a ideia que trata-se da relação jurídica de parentesco de 1º grau em linha reta.
Filiação é um parentesco estabelecido de forma direta, pois diz respeito a relação de uma pessoa com os seus pais.
 
Partindo desta premissa, hoje já não se pode mais dizer, como anteriormente, que a filiação seria a relação jurídica entre uma pessoa e aquelas que lhe deram origem, pois ao contrário do que se disse um dia, a filiação pode decorrer de uma situação não biológica. Pode decorrer da adoção, da sócio-afetividade, não mais sendo a relação jurídica entre uma pessoa e aquelas que a deram origem.
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1. NOÇÕES GERAIS E HISTÓRICAS SOBRE FILIAÇÃO
Hoje filiação é uma relação entre uma pessoa e os seus pais.
Assim, há várias possibilidades de filiação. Um indivíduo é pai mesmo não tendo vinculação biológica.
Outro ponto importante, no Código Civil de 1916, prevalecia a máxima que a sociedade não teria interesse no reconhecimento dos filhos bastardos, chamados de filhos ilegítimos.
Atualmente, não interessa a qualificação do filho. Percebe-se que no novo panorama sobre filiação a relação jurídica poderá ter diferentes origens, agora é uma relação com os seus pais, pouco interessando de onde proveio esta relação.
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2. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS
Art. 227, CF
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Encerrando um período histórico de desigualdade, a CF consagrou a igualdade entre os filhos.
Para a CF todos os filhos são iguais.
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2. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS
A magnitude do princípio da igualdade indica que se todos os filhos são iguais, e são, é preciso perceber que esta igualdade entre os filhos se projeta em DOIS CAMPOS. Projeta-se primeiro pelo ângulo patrimonial e segundo pelo existencial.
A IGUALDADE PATRIMONIAL significa que independente de como a relação se estabeleceu, todos os filhos tem o mesmo direito sucessório.
Nem sempre foi assim, no código de 1916, o filho adotivo quando do morte dos pais adotivos restabelecia o vínculo biológico, pois a morte dos pais adotivos extinguia a adoção, com o intuito de impedir ter herança.
Portanto, o filho adotivo agora tem direito à herança, como qualquer outro filho.
Assim, a igualdade patrimonial significa que nenhum filho poderá ser privado do direito à herança.
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2. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS
A IGUALDADE EXISTENCIAL é a igualdade de tratamento jurídico. Todos os filhos têm o mesmo tratamento jurídico. Isto significa que nenhum filho pode sofrer designações discriminatórias.
No Código Civil de 1916, existia filhos legítimos e filhos ilegítimos (bastardos, espúrios, incestuosos, adulterinos).
Não há mais esta designação, nenhum filho poderá ser discriminado sob o ponto de vista designativo.
Basta que seja filho. Todos os filhos são iguais.
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2. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE ENTRE OS FILHOS
Art. 1593, CC – igualdade de origem.
Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
O estudo do princípio da igualdade revela que a igualdade consagrada pela Constituição não é apenas uma igualdade formal. Ela é uma igualdade substancial significa tratar desigualmente quem está em posição desigual.
O princípio da igualdade autoriza tratamento desigual, quando houver uma situação fática subjacente de desigualdade, chamado “Discrímen”. Este caso se encaixa sob o ponto de vista dos alimentos. Deve-se verificar a situação fática. A real necessidade de cada filho, podendo ter valores distintos para cada filho um.
Além destes, outros Princípios Constitucionais aplicam-se, pois de algum modo se entrelaçam com a filiação, como o Princípio da Responsabilidade Parental e o Princípio do Planejamento Familiar.
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2.1 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PARENTAL
DANO MORAL AFETIVO: responsabilidade civil.
Pai que não é parente, que não vive com o filho no cotidiano, não dá amor ou carinho.
Este pai seria obrigado a indenizar o filho por dano moral afetivo?
Malgrado alguns autores defenderem o dano moral afetivo, a posição do STF e no STJ que prevalece é pela não admissibilidade do dano moral afetivo.
Para o STF e o STJ existem outros meios para punir o pai. Como a destituição do poder familiar, o excluindo apenas dos poderes e não dos deveres. O poder familiar é um poder/dever, significando que o pai tem poderes e deveres. Assim, a destituição do poder familiar atinge os poderes sem atingir os deveres. Continua obrigado a pagar alimentos, se morrer, o filho terá direito a herança, se o filho for menor de 18 anos e causar danos a terceiros o pai indeniza. Quando o pai tiver 60 anos não terá o direito de pedir pensão alimentícia.
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2.1 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE PARENTAL
DIREITO DO PARTO ANÔNIMO: roda dos rejeitados.
O direito que se reconhece a mãe que logo após o parto poderá entregar o seu filho na Vara da Infância e da Juventude para ser encaminhado o filho para adoção.
Art. 8º e 13, ECA.
 
Mantém o sigilo da identidade da mãe e com direito à assistência médica e psicológica pelo SUS.
 
Necessidade da descoberta da origem (impedimentos matrimoniais, doença): técnica de ponderação de interesses para quebrar o anonimato judicialmente.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.1 PRESUNÇÃO LEGAL (ART. 1.597, CC)
É a presunção pater is est. É a presunção do filho da mulher casada, e presumidamente é filho do marido dela. É o critério exclusivo ao casamento.
Ora, se o filho da mulher casada é do seu marido, não se aplicaria isto na união estável?
Alguns autores acham que sim, mas de acordo com o Código Civil não se aplica. Coloca-se em rota de colisão a CF pelo princípio da igualdade entre os filhos.
Presume a paternidade no direito brasileiro, a maternidade é presumida pela gestação – Enunciado nº 199, Jornada de Direito Civil.
Obs.: Barriga de aluguel. Gestação por substituição ou por útero alheio.
Conselho Federal de Medicina, Res. nº 1957/2010: só pode ser feita com pessoas que sejam parentes entre si (mãe e filha, irmãs, sogra e nora). Provar a incapacidade gestacional. Gratuidade. O filho não terá presunção de maternidade pela gestação. Exceção a regra. Útero por gestação – mãe hospedeira.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.1.1 Presunção de paternidade no código civil
 
3.1.1.1 Concepção sexual ou biológica
 
Duas hipóteses: 
Presume-se a paternidade dos filhos nascidos 180 dias depois do casamento (tempo mínimo de gestação).
Presume-se a paternidade dos filhos nascidos até 300 dias depois de dissolvido o casamento (tempo máximo de gestação).
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.1.1.2 Concepção artificial ou fertilização medicamente assistida
 
Fertilização na proveta ou in vitro: sémen e óvulo, concepção no laboratório.
Inseminação artificial ou in vivo: implanta o sémen no corpo da mulher e lá acontece a concepção.
Homóloga: sémen e óvulo do casal.
 
Heteróloga: material genético de terceiro.
 
Qualquer forma pode ser homóloga ou heteróloga.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
Três hipóteses
Presume-se a paternidade dos filhos decorrentes de fertilização homóloga,
mesmo que já falecido o marido.
O filho será herdeiro? Art. 1798, CC – capacidade sucessória – “concebidas”: artificial ou uterina? Maria Berenice Dias, não só a concepção uterina, mas a em laboratório. Princípio da igualdade dos filhos.
Lei nº 11.105/2005 – Biossegurança – art. 5º - ADIN nº 35/10 DF, constitucionalidade – células tronco. Os embriões congelados ficarão guardados no prazo máximo de 03 anos. Após, encaminha para pesquisas com células tronco.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
Presume-se a paternidade dos filhos decorrentes de fertilização homóloga, mesmo que se trate de embrião excedentário.
Embrião excedentário: aquele que sobrou. Critério: prepara o número de embriões de acordo com a idade da mulher. Termina dispensando o restante. Depende de nova concordância do pai. Prazo 03 anos.
Tal assertiva estaria em rota de colisão com a Constituição Federal. O pai se não quer mais ter filhos, notificaria o médico para realizar o descarte de embriões. O médico notificará a esposa e se esta se opuser, o Juiz decide.
Nos Estados Unidos e Inglaterra prevaleceu a vontade da mãe. O filho terá tudo do pai: alimentos, herança, sobrenome, mesmo contra a vontade do pai.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
Presume-se a paternidade de filhos decorrentes de fertilização heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Este é o único caso no direito brasileiro de presunção absoluta de paternidade, todos os demais são de presunção relativa, portanto, admite prova em contrário.
Enunciado 258 da Jornada.
Se não fosse absoluta, haveria o “venire contra factum proprium”: primeiro o marido autoriza a fertilização heteróloga, depois diria que o filho não é seu. Ato contra seu próprio aceite.
Para impedir comportamento contraditório que esta fertilização é absoluta.
Exemplo de filiação sócio-afetiva.
Seria aplicado este critério nas uniões homoafetivas? Res. 1957/10 pende que sim. O STJ vem reconhecendo o cabimento de adoção pelo par homoafetivo.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.2 CRITÉRIO BIOLÓGICO
É o critério do exame de DNA, quando a mãe não for casada ou quando a presunção for afastada.
A realização do exame é gratuito para os beneficiários da assistência judiciária gratuita – art. 3º, Lei 1060/50;
Alguns Estados da Federação (ex.: Bahia) há a recusa do poder executivo em pagar este DNA. Se o Estado não pagar como se resolve tal situação? STJ entende que o judiciário não poderá compelir o Estado, devido a independência dos poderes. Neste caso, se o Estado não pagar e a pessoa não puder arcar, o Juiz decide como base na prova testemunhal.
É obrigatória a realização do exame de DNA? Para o STF ninguém é obrigado a fazer o exame. Art. 2º A, Lei 8560/92, estabelece que (mesma linha de pensamento dos arts. 231 e 232, CC) se houver recusa de fazer o exame, presume-se a paternidade (relativa).
O pai que se recusou em fazer o exame não poderá requisitar a negativa de paternidade. “Venire contra factum proprium”. Abuso de direito.
O exame deve ser requerido de ofício pelo Juiz: Se as partes não requerer ou o MP. O STJ diz que mesmo se o Juiz de 1º grau não tenha determinado o Tribunal deve converter o julgamento em diligência para fazer o DNA.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
É o critério de determinação da filiação através do laço de convivência.
Art. 1593, CC
 
É a filiação que se controle pela conveniência. É a possibilidade da determinação da filiação através da relação cotidiana entre pai e filho.
 
Posse do estado de filho é quando duas pessoas se tratam como pai e filho mesmo não tendo o vínculo biológico. Ex.: filho de criação, adoção a brasileira (registrar como seu filho que não sabe ser), fertilização heteróloga com prévia autorização do marido.
 
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
Estabelecida a relação pelo critério sócio-afetivo desatrela entre os conceitos de pai e genitor.
Pai é quem cria.
Genitor é quem concebe.
Na filiação sócio-afetiva é estabelecido o vínculo de paternidade e esta pode não coincidir com a genética.
Estabelecida a filiação sob o conceito afetivo todos os efeitos jurídicos, familiares e sucessórios dali decorrem. Ex.: alimentos, parentesco, sobrenome, herança.
Se existem todos os efeitos quanto a relação sócio-afeitva, aniquilam-se os efeitos quanto ao genitor.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
Os efeitos todos se projetam em relação ao pai, o genitor terá a cessação da relação. Provavelmente uma ação negatória será julgada improcedente, pois a filiação já se estabeleceu sob o critério sócio-afetivo. Este é o entendimento do STJ (REsp. 878941 – DF).
É possível se ajuizar uma ação de investigação de paternidade sob o critério sócio-afetivo.
Não há hierarquia entre os critérios biológicos, presumido e sócio-afetivo. Eles são autônomos entre si e isto indica que qualquer dos critérios poderá ser usado para determinar uma filiação.
O exame de DNA será irrelevante numa ação de paternidade sócio-afetivo, pois o que interessa é a relação de vínculo e não pela genética.
Uma vez fixada a filiação sócio-afetiva e cessados todos os efeitos quanto ao genitor, poderá ocorrer que a investigação de paternidade contra o genitor seja julgada improcedente. 
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
As necessidades dos filhos que não conseguem ser supridas pelo pai poderão ser supridas pelo genitor?
Quando ficar provada a incapacidade alimentícia do pai e dos avós paternos, será possível responsabilizar o genitor por alimentos, a isto se dá o nome de paternidade alimentar.
Paternidade alimentar é a excepcional possibilidade de responsabilização do genitor pelos alimentos que o pai e os avós paternos não tenham condição de suprir.
Excepcional caráter subsidiário da paternidade alimentar com fundamento no princípio da dignidade humana e da solidariedade social.
Não há paternidade sucessória, o fundamento da paternidade alimentar serve para negar a paternidade sucessória.
Dignidade é a manutenção (alimentos).
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
Fixada a filiação pelo critério sócio-afetivo, teria o filho direito de saber quem é o genitor?
Art. 48, do ECA, incorporando a jurisprudência do STJ, diz que é possível o filho sócio-afetivo descobrir a sua origem genética. Trata-se de uma ação chamada de Ação de investigação de Origem Genética (origem ancestral). Ação é personalíssima. Apenas se descobre a origem ancestral. Sendo personalíssima somente poderá ser requerida por pessoas maiores e capazes, ou seja, após os 18 anos. Por pessoas incapazes somente com suprimento judicial, suprimindo a incapacidade o Juiz autoriza a ação. O MP não tem legitimidade, pois a ação é personalíssima, somente funcionará como fiscal da lei. Esta ação é imprescritível, meramente declaratória, podendo ser impetrada em qualquer tempo, apenas para determinar o vínculo genético. Desta sentença não decorrerá nenhum efeito, nem familiar, nem sucessório. Poderá apenas decorrer o impedimento matrimonial, ou o tratamento terapêutico, ou excepcionalmente a paternidade alimentar.
É uma ação baseada em direito da personalidade e não do Direito de Família.A competência é da Vara de Família, por se tratar de ações de estado (estada da pessoa).
 
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3
CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
OBSERVAÇÕES:
A sócio-afetividade não precisa estar presente no momento da sentença, pois ela precisa ter sido relevante durante a vida da pessoa, durante o período de tempo as pessoas como pai e filho. Serviu como comprovar a relação/vínculo.
A afetividade só pode ser utilizada para declarar a filiação, nunca para negar. O critério é o afeto.
São critérios autônomos, independentes, sem hierarquia, mas excludentes. Ex.: se tem um pai afetivo por ser adotado não terá um pai biológico. Se tem um pai por presunção terá outro pai.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
No entanto, surge uma nova tese.
TESE DA PLURALIDADE OU MULTIPARENTALIDADE OU TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE FAMÍLIA.
Significa a possibilidade da simultaneidade de pais, a partir da incidência de diferentes critérios determinantes de filiação.
Os autores que defendem esta tese, se baseiam no princípio da igualdade. Para dizer que se tenho um pai biológico não me tira o direito de ter um pai afetivo.
A existência do critério biológico não afasta a incidência do critério afetivo.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
Os defensores desta tese defendem que a pessoa poderá ter até 3 pais:
Pai biológico: genética;
Pai afetivo: convivência;
Paia antológico: modelo de vida.
Se posso ter três pais, posso ter três mães (todo mundo é parente).
Esta tese traz um inconveniente que é a plurihereditariedade, terá herança de três pais e três mães. Traz uma patrimonialização da filiação. Escolher os pais pelo patrimônio.
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3 CRITÉRIOS DETERMINANTES DA FILIAÇÃO E A INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE ELES
3.3 CRITÉRIO SÓCIO-AFETIVO (ART. 1593, CC)
Esta tese não é admitida nos tribunais. Não há nenhum precedente.
A expressão de pluripaternidade para indicar filiação de pessoas do mesmo sexo, pai e pai ou mãe e mãe, isto é permitido pelo STJ. Filiação homoafetiva. 
Não se permite mais de dois pais ou mais de duas mães, por não permitir a patrimonialização da afetividade.
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
Os pais podem reconhecer voluntariamente seus filhos.
Só se refletirá quando não for caso da incidência da presunção da paternidade. 
Este se dá por ato do pai e/ou da mãe, em conjunto ou separadamente.
Em qualquer caso é sempre ato jurídico em sentido estrito, ou seja, é irrevogável e irretratável.
Significa que o pai e a mãe não poderão se arrepender. É possível a invalidação judicial através de uma ação. 
A ação de impugnação é a ação negatória de paternidade que é imprescritível. Ajuizada a qualquer tempo.
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
Legitimidade: pai, mãe e filho.
O Código Civil no art. 1.609, admite que o reconhecimento voluntário de filhos se dê por qualquer modo ou forma. 
É possível reconhecer um filho na ata de casamento?
A Lei 8.560/92 diz não, esta é a única proibição.
Maria Berenice Dias diz que esta lei foi revogada tacitamente pelo CC/02.
O art. 1.609, CC, é a cópia do art. 3º, da Lei 8.560/92 e este tinha um parágrafo único proibindo o reconhecimento de filho na ata do casamento. Não existe mais no CC, havendo o que se chama de silencia eloquente da lei (a lei silencia para revogar).
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
A finalidade de coibir o reconhecimento na ata do casamento, era para que aquele filho não fosse qualificado como ilegítimo, mas a Constituição/88 proíbe situações discriminatórias, filho é filho.
Se cair na prova marque, pois está na Lei, a não ser que seja prova aberta.
O nosso ordenamento jurídico permite o reconhecimento desde o nascituro até o filho morto.
RECONHECIMENTO PÓSTUMO OU FUNERÁRIO
Reconhecer um filho que já morreu;
Exige que o filho morto tenha deixado herdeiros;
Lógica: se reconhecer o filho sem herdeiros quem será herdeiro será o pai. Evidente torpeza.
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
Concordância do filho a ser reconhecido: O filho precisa anuir? Se o reconhecimento é de um filho incapaz o ato é unilateral. Se o filho é capaz, o ato se torna bilateral.
O pai que reconhecer filho incapaz terá o exercício do poder familiar. E assim, terá o usufruto e administração dos bens do filho. O filho terá que suportar o pai para o resto da vida?
Art. 1.614, CC: prazo decadencial de 04 anos para que o filho reconhecido unilateralmente impugne a sua paternidade.
Não se trata de uma ação negatória de paternidade (esta é imprescritível) ela é Ação de Impugnação de Reconhecimento de Filho. Não está negando que é o genitor, estará negando a paternidade, não quer ser reconhecido por tal pessoa. 
Somente se valerá desta ação, aquele filho que foi reconhecido voluntariamente pelo pai. 
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
Esta ação não poderá ser promovida por filho que fora reconhecido judicialmente, nem pelo filho que foi decorrente de presunção de paternidade.
A lei nº 8.560/92 estabelece um procedimento administrativo que se chama AVERIGUAÇÃO OFICIOSA. 
Tende regularizar a filiação para as pessoas registradas somente em nome da mãe. 
Nestes casos, o oficial do cartório É OBRIGADO a tirar a segunda via da certidão, colher com a mãe os dados do suposto pai e iniciar um procedimento (de ofício), encaminhando para o juiz. 
O Juiz recebe os dados e designa uma audiência para persuadir o suposto pai ao reconhecimento espontâneo. 
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4. Reconhecimento Voluntário de filhos
E se o suposto pai não comparecer, tem revelia?
Não há revelia, pois o procedimento é administrativo. 
O juiz remete ao MP para ajuizar o reconhecimento de paternidade.
Para o MP prevalece a obrigatoriedade motivada/regrada.
O MP, conforme a nova redação do ECA, não promoverá a ação de investigação de paternidade caso a criança ou o adolescente tenha sido encaminhado para a lista de adoção. Neste caso, só irá atrapalhar a adoção, já que o consentimento dos pais é requisito.
E se a mãe se recusar a dar os dados para o oficial?
Ela não é obrigada a revelar a sua privacidade. O oficial tirará a 2º via e remeterá ao juiz. Este remete ao MP que investiga a paternidade.
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
Se não foi determinada a filiação pelo critério da presunção legal e se não houve reconhecimento espontâneo serão casos de reconhecimento judicial.
Obs.: melhor do que chamar de investigação de paternidade é chamar de investigação de parentalidade. 
Ex.: maternidade – troca de bebês ou barriga de aluguel. Avoenga – neto contra o avó (STJ); neto que não tem pai e não quer ter e investiga o avó (Cristiano Chaves – não tem o nome do avó na certidão.
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
5.1 COMPETÊNCIA
Súmula nº 1, STJ: processar e julgar. Depende do tipo de pedido.
Competência relativa: 
Se o único pedido é o de investigação de paternidade a competência é o do domicílio do réu.
Se vier cumulada com alimentos a competência é a do domicílio do autor.
Súmula nº 33, STJ – o Juiz não poderá reconhecer de ofício incompetência relativa. 
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
5.1 COMPETÊNCIA
Professor Nelson Neri:
A súmula nº 1 precisa ser compreendida com o art. 7º, da Lei nº 8.560/92. 
Ao julgar procedente o pedido de investigação de paternidade o juiz fixará alimentos, mesmo que não tenham sido requeridos pela parte. 
O juiz poderá conceder na sentença, se a parte não pediu alimentos. Trata-se da mitigação ao princípio dispositivo. Se não, o autor pediu alimentos e o juiz não concedeu, cabe embargos declaratórios, pois o juiz se omitiu. Cumulação implícita de alimentos, assim, a competência deverá ser sempre do
domicílio do autor. 
Se cair na prova colocar como na Súmula nº1.
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
5.2 LEGITIMIDADE
Ativa: FILHO – se menor representado; MP – se tratar incapaz; STJ – filho mesmo que estiver registrado no nome de outro homem, neste caso, litisconsórcio passivo necessário: pai registral e o suposto pai.
Passiva: suposto pai: se morto dos herdeiros e não do espólio (pos mortem), só responde por interesses patrimoniais. Se não tiver herdeiros será dos eventuais interessados citados por edital. Se o pedido for cumulado com petição de herança também será réu a fazenda pública – litisconsórcio passivo necessário.
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
5.3 CUMULATIVIDADE DE PEDIDOS
Com alimentos;
Com indenização por dano moral (prazo: 03 anos);
Com petição de herança (prazo: 10 anos).
Imprescritível é a ação de investigação, mas não a ação de petição de herança nem a indenização – Súmula 149, STF.
O DNA não é o único meio de prova, inclusive poderá ser por prova testemunhal.
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5. Reconhecimento judicial de filhos (ação de investigação de parentalidade)
5.3 CUMULATIVIDADE DE PEDIDOS
REsp. 557365 – RO, STJ: admitiu como prova que as partes estavam ficando. Hábito moderno de ficar pode ser prova na investigação de paternidade.
Os alimentos fixados na sentença serão devidos a partir:  Súmula 277, STJ – desde a citação do réu.
O STF flexibilizou/mitigou a coisa julgada nas ações filiatórias. A ação (anos 70 e 80) que fora julgada improcedente por falta de provas poderá ser reproposta para fazer o exame de DNA. Quando houver novas provas.
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Referências
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: Direito de família. 14 ed. São Paulo: Atlas, 2014.  
GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: Direito de família: as famílias em perspectiva constitucional. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. v.6.
FARIAS, Cristiano Chaves de, ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Famílias. 6 ed. Salvador: JusPodivm, 2014, v. 6.
DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 8 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
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