Buscar

Das Relações de Parentesco

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Das Relações de Parentesco
Classificação de parentesco
Quanto à linha
· Em linha reta: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
· Quanto ao grau: Sem limites.
· Contagem: Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações;
· Em linha colateral transversal ou oblíqua: São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
· Quanto ao grau: Até o 4º.
· Contagem: também pelo número de gerações, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Quanto à origem
· Natural: Consaguinidade. Ainda pode ser duplo ou simples. Duplo se derivar dos mesmos genitores e simples se apenas de um deles.
· Civil: demais hipóteses que não o vínculo biológico.
· Adoção
· Afinidade
· Socioafetividade
Parentesco por afinidade
Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. Cônjuges não são parentes.
Limitação
O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro. 
· Ilimitado em linha reta
· Até o 2º grau colateral
Não extinção do vínculo em linha reta
Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. 
· Como há extinção na linha colateral, não haverá impedimento matrimonial.
Direito sucessório ou alimentício
Parentesco por afinidade não gera direito sucessório (art. 1.829, CC) nem direito a alimentos (art. 1.697, CC): sogra ou cunhada não são herdeiras nem podem pleitear pensão alimentícia.
Parentesco por Socioafetividade
Refere-se à possibilidade de reconhecimento de um filho como sendo seu em decorrência da afetividade. É necessário que o pai ou mãe se manifeste expressamente, não sendo possível a presunção.
· Multiparentalidade: Assim, uma pessoa pode acabar tendo mais de um pai ou mais de uma mãe. Porém, é limitado até 2 (2 pais e uma mãe ou 2 mães e 1 pai).
Mecanismo de proteção ao filho e princípio do melhor interesse do menor
O filho sempre poderá rejeitar a paternidade socioafetiva e pleitear o cancelamento do registro, bem como pode pleitear a inclusão no registro do pai biológico, mas o pai biológico não pode entrar com ação declaratória de nulidade contra o pai socioafetivo e pleitear o reconhecimento de paternidade quando nunca demonstrou interesse pelo filho.
Revogação ou Anulação
· Reconhecimento voluntário: Não pode pleitear a nulidade quando já formado um vínculo socioafetivo. Pode se dar de duas formas:
· Quando procede o registro tendo dúvidas acerca da paternidade.
· Adoção à brasileira: Quando registra sabendo que não é o pai Conduta típica e causa de nulidade (exceto se formado vínculo socioafetivo).
· Vício de consentimento: De acordo com a jurisprudência mais recente dos Tribunais, a revogação ou anulação do reconhecimento da paternidade socioafetiva somente ocorre quando o pai registral consegue demonstrar vício na constituição do ato jurídico (erro, coação, dolo, simulação ou fraude) E inexistência de vínculo afetivo.
· Exceção: o STJ desconstituiu a paternidade registral no seguinte caso: (a) o pai registral fez o registro pois acreditava ser o pai; (b) estabeleceu-se vínculo de afetividade entre o pai registral e a criança durante os primeiros cinco anos de vida deste; (c) o pai registral solicitou, ao descobrir que fora traído, a realização de exame de DNA e, a partir do resultado negativo do exame, não mais teve qualquer contato com a criança, por mais de oito anos até a atualidade; e (d) o pedido de desconstituição foi formulado pelo próprio pai registral (REsp 1.330.404-RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 5/2/2015, DJe 19/2/2015).
Da Filiação
· Maternidade – aquela que tem apartado de suas entranhas o filho Certeza.
· Paternidade – filhos da mulher casada Presunção.
Desde a constituição de 1988 (227, § 6º) todos os filhos são iguais, havidos na constância do casamento (legítimos) ou de relações extraconjugais (ilegítimos), bem como os adotivos.
· NATURAIS: quando entre os pais não havia impedimento para o casamento.
· ESPÚRIOS: quando não era permitida a união conjugal dos pais. Poderiam ser:
· ADULTERINOS: quando eram casados ou;
· INCESTUOSOS: decorrentes de parentescos próximos.
Importante ressaltar que, o nosso ordenamento jurídico civil, traz efeitos diferenciados pela origem da filiação:
· para os filhos que procedem de justas núpcias, uma presunção da paternidade;
· para os havidos fora do casamento, critérios para o reconhecimento: judicial ou voluntário; e
· para os adotados, requisitos para a sua efetivação.
Princípio da veracidade da filiação: ordenamento não deve criar óbices para se reconhecer a verdadeira vinculação entre pais e filhos.
Proibição de discriminação
Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Presunção legal de Paternidade
Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: Presunção relativa.
· nascidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
· nascidos nos 300 dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; o prazo começa a partir da separação de fato, assim, se o filho nascer depois dos trezentos dias, a contar da morte do marido, não socorrerá a presunção.
· Nascendo após 300 dias caberá ação de impugnação de paternidade.
· havidos por fecundação artificial homóloga (Material genético de ambos os cônjuges) mesmo que falecido o marido; 
· No caso de falecimento deve haver autorização escrita do marido.
· havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
· É proibida a utilização de embrião excedentário, por homem e mulher que não sejam os pais genéticos.
· Finda a sociedade conjugal somente poderá ocorrer com autorização prévia por escrito.
· É o CFM, Resolução 1.358/92, que define a partir de quando se considera embrião (a partir de 14 dias).
· Se o cara já tiver morrido: necessidade de autorização expressa por escrito.
· Há dois métodos de reprodução artificial:
· Fertilização in vitro (embriões excedentários): espermatozóide e o óvulo são unidos numa proveta, ocorrendo a fecundação fora do corpo da mulher.
· Inseminação artificial: introdução de gameta masculino, por meio artificial, no corpo da mulher, esperando-se que a natureza faça a fecundação.
· havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Sêmen de outro homem devendo ter autorização prévia, não necessitando ser por escrito.
· Se não há autorização, ocorrerá adultério tácito.
Viúva que casa antes de completar 10 meses da morte do marido
Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo de 10 meses da viuvez (causa de suspensão do casamento), a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho:
· Nascido dentro de 300 dias a contar do falecimento do marido Presume-se filho do falecido;
· Nascido após 300 dias do falecimento e já decorridos 180 dias da convivência conjugal Presume-se filho do novo marido;
Exclusão da Presunção de Paternidade
· Impotência: A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
· Só a impotência “generandi” (esterilidade), não a “couendi” ou instrumental -incapacidade para o coito (isso porque apesar de inviabilizar a fecundação natural, não impede a inseminação), pode ser arguida pelo marido, provando a ausência de espermatozóides (azoospermia).
· Adultério: Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade. O pai deve entrar com a contestatória de paternidade.
· Confissão materna: Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
Alimentosgravídicos
É possível que o juiz defira os alimentos gravídicos mesmo que a situação não esteja no rol de casos do art. 1.597 se estiver convencido da existência de indícios da paternidade.
Prova da filiação
A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
· Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro. Caso de socioafetividade.
Falta ou defeito do termo de nascimento
Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
· quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
· quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
Ação de prova da filiação
A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
· Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
Filiação no caso de casamento nulo
A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
Direito de contestar a paternidade- Ação negatória de Paternidade
Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação. Critério biológico de contestação
· Deve figurar no polo passivo o pretenso filho e sua mãe por ter sido quem efetuou a falsidade em registro.
Ação negatória de paternidade X Ação anulatória de Paternidade
· Ação negatória de paternidade: Trata-se de direito personalíssimo do pai por ser ação de estado. Ex: a paternidade biológica em registro civil, feita de “livre manifestação”, ainda que negada por exame de DNA, não pode ser afastada em demanda proposta exclusivamente por herdeiros, principalmente havendo provas de laços afetivos entre pai e filha.
· Fundamento: Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível. Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
· Requisitos: 
· Inexistência de origem biológica
· Não ter sido constituída relação socioafetiva.
· Ação anulatória da paternidade: A jurisprudência assentou que, provada a ausência de vínculo biológico pelo resultado negativo do DNA, é possível a desconstituição do registro de paternidade se for constatado que este decorreu de erro (declaração de vontade viciada), desde que não exista vínculo socioafetivo entre as partes. Ex: exame de DNA comprova que não é o pai e não vínculos de afetividade.
· Fundamento: Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro. 
Do Reconhecimento dos Filhos
O reconhecimento pode ser voluntário (perfilhação) ou coativo (ação de investigação de paternidade). Sempre irrevogável (art. 1610 CC/2002).
Efeitos do reconhecimento
O reconhecimento opera efeitos ex tunc, ou seja, retroativos a data do nascimento. 
Reconhecimento Voluntário
Filho havido fora do casamento
O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
· Trata-se de reconhecimento voluntário, pois há presunção nos casos de casamento.
Características do Reconhecimento voluntário
]
· Irrevogável ou irretratável: O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento; 
· Incondicional: São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho;
· Personalíssimo: Reconhecido pelos próprios pais;
· Livre vontade: basta a vontade dos pais;
· Formal: deve ser feito de acordo com a forma estabelecida em lei;
Forma do reconhecimento
O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
· no registro do nascimento;
· por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
· por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
· por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém (ou seja, não é necessário ação própria).
Momento de Reconhecimento
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes (evita o reconhecimento por mero interesse econômico).
Reconhecimento e residência no lar conjugal
O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
Guarda do filho reconhecido
O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.
Consentimento do filho
· Filho maior: não pode ser reconhecido sem o seu consentimento;
· Filho menor: pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
 
Reconhecimento feito por incapaz
· Absolutamente incapaz Necessário um procedimento de jurisdição voluntária com a participação do MP, na forma da lei de registro públicos.
· Relativamente incapaz Dispensa-se assistência pois não se refere a ato negocial.
Reconhecimento Judicial
O reconhecimento judicial dar-se-á por ação investigatória de paternidade ou maternidade. Imprescritível.
Natureza Jurídica
Natureza declaratória e imprescritível por se tratar de direito personalíssimo e indisponível, porém os efeitos patrimoniais do estado da pessoa prescrevem (súmula 149 do STF) em dez anos (art. 205 CC/2002) do momento em que for reconhecida à paternidade.
Legitimidade
· Legitimidade ativa: Filho pois o direito é personalíssimo devendo ser representado ou assistido se for menor.
· Caso morra o legitimado seus herdeiros estarão inibidos de propor a ação, salvo se morrer menor e incapaz. (art. 1606 CC/2002), porém, já foi reconhecida pelo STJ como válida a pretensão dos filhos em substituição ao pai, em investigar a filiação deste, junto ao avô (relação avoenga), pois não existe limitação no código. Mas não poderá se o pai ainda estiver vivo.
· Legitimidade passiva: pai ou mãe se falecido for será dirigida a ação aos seus herdeiros e não ao espólio.
· Mesmo nas hipóteses em que não ostente a condição de herdeira, a viúva poderá impugnar, devendo receber o processo no estado em que se encontra pois não se trata de litisconsórcio necessário. Se funda no art. 1.615 que determina que qualquer pessoa que justo interesse tenha poderá contestar a ação de investigação de paternidade ou maternidade. foi considerado que o interesse meramente moral em virtude dos vínculos formados se encaixa em “justo interesse”.
Contestação
Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
· Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
Efeitos da sentença de investigação
A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
Instrução Probatória
No que tange à instrução probatória, sem nenhuma sombra de dúvida, posto não haja hierarquia entre os meios de prova, o exame científico de DNA é o mais importante.
Condução coercitiva
Não se admite. A recusa a submeter-se a eventual exame de DNA, conforme súmula 301 do STJ induz presunção iuris tantum de veracidade.
· Se o suposto pai houver falecido ou não existir notícia de seu paradeiro, o juiz determinará, a expensas do autor da ação, a realização do exame de pareamento do código genético (DNA) em parentes consanguíneos, preferindo-se os de grau mais próximo aos mais distantes, importando a recusaem presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório.
Ausência do exame de DNA
Ausente o exame de DNA, a sentença, de procedência ou improcedência (por ausência de provas) não transitaria materialmente em julgado, admitindo a sua rediscussão.
Foro Competente
O foro competente para a investigatória é o do domicílio do réu. Entretanto, caso haja cumulação com pedido de alimentos, desloca-se para o domicílio do autor, a teor da Súmula 1 do STJ.

Continue navegando