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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER NÉLIO ANDERSON DA SILVA LIMA – RU 1255387 2015/06 PORTFÓLIO DA UTA – DIVERSIDADE CULTURAL LICENCIATURA EM LETRAS - HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS FASE II CURITIBA 2015 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER NÉLIO ANDERSON DA SILVA LIMA – RU 1255387 2015/06 PORTFÓLIO DA UTA – DIVERSIDADE CULTURAL LICENCIATURA EM LETRAS - HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA E RESPECTIVAS LITERATURAS FASE II Relatório de Potfólio da UTA – Diversidade Cultural Do Curso de Letras Tutor Local: Franciele dos Santos Centro Associado: Pólo Sítio Cercado CURITIBA 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................4 2 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................5 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................9 REFERÊNCIAS ....................................................................................................10 4 1 INTRODUÇÃO A ampliação do Ensino Fundamental traz no seu bojo reflexões que possibilitam problematizar a história, para que possamos seguir novos rumos, agindo de maneira diferente sobre a educação no momento presente. Assim sendo, torna-se imprescindível o constante estudo dos aspectos históricos e legais da implantação dessa política pública, bem como seus antecedentes, a fim de dar continuidade à discussão compreendendo as bases que a sustentam numa perspectiva social, ideológica, política e cultural. Daí a relevância de se analisar os antecedentes históricos e legais do ensino obrigatório no país, uma vez que a implementação dessa política depende de fatores políticos, sociais e educacionais. Por estas razões se julga necessária a compreensão da trajetória dessa implantação, através da análise dos dispostos nos documentos legais. 5 2 DESENVOLVIMENTO Lei 4.024/1961; Segundo Fávero (2001, p. 52), “o conjunto de normas jurídico-constitucionais constitui um campo aberto à realização de pesquisas sistemáticas, na área da educação”. Ação importante para que se possa compreender e perceber os avanços e as conquistas da educação, uma vez que a análise desses textos e de suas fontes primária revela as interfaces da educação. Os estudos das constituições brasileiras têm contribuído para que possamos perceber progressivamente questões recorrentes, tais como: obrigatoriedade e gratuidade do ensino, liberdade do ensino, ensino público verso ensino privado, ensino religioso nas escolas públicas, centralização x descentralização e financiamento do ensino, enfim questões que foram se somando à trajetória das constituições. Cabe, ainda, uma ressalva à constituição de 1946, na qual se inicia o processo de discussão acerca das diretrizes e bases da educação brasileira, sendo assim, destaca-se a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n. 4.024/61, que garantiu o compromisso político de ampliar a educação obrigatória de quatro para seis anos. No entanto, o contexto de implantação dessa Lei se deu num momento político de muitas disputas entre interesses públicos e privados, de modo que o Projeto de Lei foi encaminhado pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra à Câmara Federal, tendo sido sancionado, somente em 1961, ou seja, após 13 anos de muitos conflitos originários dos interesses de grupos que disputavam espaços políticos naquele momento (SAVIANI, 1999). Em 1964 acontece o golpe militar, entendido pelos setores econômicos como necessário à manutenção da ordem socioeconômica, que se sentia ameaçada pelos movimentos contrários ao regime político dominante daquela época. Como se pode observar não havia interesse em se modificar todo o texto da Lei n. 4.024/61, mas sim alguns de seus dispositivos, a fim de que se pudesse garantir a continuidade da ordem socioeconômica. Nesse espaço de discussão surge a Lei n. 5.692/71 que conservou alguns aspectos da Lei anterior, modificando o ensino primário e ensino médio, que passaram a se denominar Ensino de 1º Grau e Ensino de 2º Grau. Além disso, a partir dessa Lei a obrigatoriedade escolar foi ampliada de quatro para oito anos de duração, importante fator da ampliação do Ensino Fundamental. 6 Lei 5.540/1968; A Reforma Universitária de 1968, dado a sua repercussão para a educação e para a sociedade brasileira até os dias de hoje, é reconhecida como fato histórico da mais alta relevância. Sempre um tópico lembrado nos mais diferentes foruns, menos para ressaltar suas virtudes e muito mais para imputar-lhe as mazelas pelas quais tem passado a universidade e a educação ao longo dos quarenta anos após a sanção da Lei 5.540/1968 no regime ditatorial (1964-1985). Como o discurso histórico, oral ou escrito, sempre carrega consigo posições ideológicas ou interesses de quem o elabora, urge que sejam analisados diferentes discursos historiográficos sobre o acontecimento histórico em pauta, com por exemplo a “reforma universitária de 1968”. Isso possibilitará, às atuais e futuras gerações, o máximo de aproximação dessa verdade que certamente implicou perdas e ganhos sociais que, mesmo passados quarenta anos, são objeto de controvérsias. Após uma leitura atenta dos textos acima, surgiu a seguinte questão: Ora, se a reforma universitária de 1968 não foi algo gerado espontaneamente por obra e graça dos militares, mas o resultado de um acúmulo de forças que foi se somando ao longo do tempo, desde a fundação da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 1938, avançando pela discussão do projeto Clemente Mariani (1947) de LDB (Lei 4.204/61), passando pelas pressões dos estudantes em favor de reforma nos anos 60, fertilizando-se na campanha de educação popular, despendendo forças e derramando lágrimas contra o golpe civil-militar de 1964, encorpando-se nas ocupações das universidades e instalação do governo dos estudantes, tendo desfecho na sanção da Lei 5.540 em novembro de 1968, cujo conteúdo encampou a maioria das reivindicações de estudantes e professores pertinentes à melhoria da organização e do funcionamento da universidade, será que, decorridos 40 anos, numa perspectiva histórica de longa duração em que é possível ver legado positivo na reforma universitária de 1968, pode-se requerê-lo para o movimento estudantil resistente? Então, para elucidar a questão acima, esse texto será desenvolvido pontuando: antecedentes históricos; as motivações políticas e econômicas do golpe; a reforma no contexto do golpe civil-militar; o processo de elaboração da reforma, conteúdo e conseqüênciasda Lei 5.540/68; considerações sobre o legado da Reforma Universitária 40 anos depois. 7 Lei 5.692/1971; Essa lei alterou a concepção e os objetivos do ensino primário e médio. A partir de então, o Conselho Federal de Educação, ainda por meio do conselheiro Valnir Chagas, preparou uma série de indicações, extinguindo o curso de Pedagogia no formato até então conhecido. Embora dedicada especificamente à regulamentação dos ensinos de 1º e 2º graus, essa lei preconizou um esquema de formação de professores diferenciados, assim enunciado no seu art. 30: Exigir-se-á, como formação mínima para o exercício do magistério: a) no ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, Curso de Pedagogia no Brasil: olhando o passado, compreendendo o presente Ano 14 - n. 17 - julho 2011 - p. 79-109 95 habilitação específica de 2º grau; b) no ensino de 1º grau, da 1ª à 8ª séries, habilitação específica de grau superior, em nível de graduação, representada por licenciatura de 1º grau obtida em curso de curta duração. §1º - Os professores a que se refere a letra “a)” poderão lecionar na 5ª e 6ª séries do ensino de 1º grau, se sua habilitação houver sido obtida em quatro séries ou, quando em três, mediante estudos adicionais correspondentes a um ano letivo que incluirão, quando for o caso, formação pedagógica. §2º - Os professores a que se refere a letra “b)” poderão alcançar, no exercício do magistério, a 2ª série do ensino de 2o grau, mediante estudos adicionais correspondentes no mínimo a um ano letivo. Segundo Durli (2007), a lei n. 5.692/1971 admitiu a existência de cinco níveis de formação de professores, a saber: formação de nível de 2º grau, com duração de 3 anos, destinada a formar o professor polivalente para as quatro primeiras séries do 1º grau; formação de nível de 2º grau, com um ano de estudos adicionais, destinada ao professor polivalente, com alguma especialização para uma das áreas de estudos, apto, portanto, a lecionar até a 6ª série do 1º grau; formação superior em licenciatura curta, destinada a preparar o professor para uma área de estudos e a torná-lo apto a lecionar em todo o 1º grau; formação em licenciatura curta mais estudos adicionais, destinada a preparar o professor de uma área de estudos com alguma especialização em uma disciplina dessa área, com aptidão para lecionar até a 2ª série do 2º grau; formação Leda Scheibe, Zenilde Durli Ano 14 - n. 17 - julho 2011 - p. 79-109 96 de nível superior em licenciatura plena, destinada a preparar o professor de disciplina e, portanto, a torná-lo apto para lecionar até a última série do 2º grau. 8 Lei 9.394/1996; Segundo Jamil Cury (2002), a Constituição Federal de 1988, no que diz respeito à educação nacional, permitiu a coexistência de sistemas de ensino em diferentes esferas, objetivando uma maior articulação entre as normas e as finalidades gerais, por meio de competências privativas, concorrentes e comuns. O fato é que em decorrência dessa articulação entre os sistemas de ensino, explicita-se a exigência de um Plano Nacional de Educação que possibilite o cumprimento de ações estabelecendo objetivos e metas a serem cumpridos. “Sistema implica organização sob normas comuns que obrigam a todos seus integrantes” (SAVIANI, 1999). As demais constituições também defendiam a idéia de Plano Nacional de Educação determinados por Lei, maneira pela qual o referido documento é estabelecido até os dias de hoje. Vale destacar que o primeiro Plano Nacional de Educação é de 1962, portanto, na vigência da primeira LDB n. 4.024/61, constituindo-se um conjunto de metas que deveriam ser alcançadas no prazo de oito anos, em 1965 sofrem revisão devido à introdução de normas descentralizadoras e estimuladoras da elaboração de planos estaduais. Na continuidade, a LDBEN n. 9394/96 no Art. 9º inciso I, delega que a responsabilidade de elaboração do Plano Nacional é da União em colaboração com o Distrito Federal, Estado e Municípios. Além desse artigo, há também o Art.87 das Disposições Transitórias que estabelece o prazo de um ano, após publicação da nova LDB, para que a União encaminhe ao Congresso Nacional o Plano Nacional de Educação com diretrizes e metas para os próximos dez anos, devendo estar de acordo com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. Com este embasamento legal se tem, no atual cenário, o Plano Nacional de Educação composto de objetivos e metas para cada nível da educação brasileira. Esse documento tem a pretensão de efetivar ações emergentes e necessárias aos sistemas de ensino, além de representar a possibilidade da sociedade em geral, acompanhar e participar do processo de implementação das políticas públicas para a educação. “A principal medida de política educacional decorrente da LDBEN é sem dúvida o Plano Nacional de Educação” (SAVIANI, 1999). 9 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS A ampliação do Ensino Fundamental representa um grande avanço na história da educação brasileira, porque a criança passa a ter o direito de entrar mais cedo na escola obrigatória, fato que tem provocado muitas discussões entre os envolvidos na implantação e implementação dessa política educacional. Tal conquista exige ações que possibilitem a esses alunos estarem nos espaços escolares, experimentando novas aprendizagens, através da convivência com o outro em situações que lhes permitam conhecer o mundo. Uma proposição da antecipação da idade para ingresso no Ensino Fundamental requer, no ponto de partida, não apenas a indicação da necessidade de debates, estudos e discussões intra e inter os dois níveis do sistema educacional envolvidos na mudança, ou seja, Educação Infantil e Ensino Fundamental, como uma avaliação das condições, da realidade institucional, e da provisão das condições concretas para a implementação em cada contexto. Por estas razões concordamos com os estudiosos dos direitos humanos, quando os mesmos afirmam que através da educação ter-se-á a garantia dos demais direitos sociais. 10 REFERÊNCIAS GERMANO, José Willington. Estado militar e educação no Brasil (1964-1985). 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000. GHIRALDELLI JR., Paulo. História da educação brasileira. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006. ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. 24. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. FÁVERO, Osmar. A Educação nas Constituintes Brasileiras. 1823-1988. Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2001. http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L9394.htm http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/todas-leis-educacao-447961.shtml http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb018_05.pdf> Acesso em: maio 2008 http://www.ceed.rs.gov.br/ceed/dados/urs/html/index.html> Acesso em: maio 2008
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