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TCC Infantil - Terapia Cognitiva Comportamental com crianças

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Rita Amorim 
Psicóloga 8363-3210 
Neuropsicóloga ra_amorim@yahoo.com.br 
 
 
 
Terapia Cognitivo Comportamental 
com Crianças 
Rita Amorim 
Psicóloga e Neuropsicóloga 
9 8363-3210 
ra_amorim@yahoo.com.br 
MÓDULO 1 
 
1. O modelo Cognitivo-Comportamental 
 1.1. Primeiras influências 
 1.2. Modelos cognitivos clássicos - ELLIS E BECK 
 1.3. Princípios da TCC 
2. Níveis de processamento cognitivo 
 2.1. Pensamentos automáticos 
 2.2. Crenças, Esquemas e pressupostos 
 2.3. Erros Cognitivos 
 2.4. Afeto, comportamento, pensamento 
3. TCC na Infância 
 3.1. Princípios e Questões Norteadoras 
 3.2. Semelhanças e diferenças – TCC Adulto x criança 
 3.3. Aliança terapêutica 
 3.4. Fases de intervenção 
A Terapia Cognitivo-Comportamental focada na criança 
 
 
É uma psicoterapia amplamente utilizada nos dias de hoje 
para uma variedade de problemas de saúde mental 
apresentados por crianças. 
 
Envolve uma adaptação dos procedimentos psicoterapêuticos 
utilizados com adultos, a qual leva em consideração o nível de 
desenvolvimento da criança (Stallard, 2007). 
1. Modelo cognitivo Comportamental 
 
1.1 Primeiras influências na base teórica da TCC: Modelos: 
SKINNER (1974): 
Condicionamento operante  
relacionamento entre os antecedentes 
(condições desencadeadoras) as conse-
quências (reforço) e o comportamento 
As consequências que aumentam a 
probabilidade de um comportamento são 
reforçadoras; 
 
 
Comportamento é 
afetado por influências 
ambientais: 
Alterar os antecedentes e 
as consequências podem 
resultar em mudanças 
comportamentais. 
 
 
BANDURA (1977) – 
Reconhecimento do ambiente: 
Destacou o efeito mediador das 
cognições que intervêm no 
estímulo e na resposta 
 
 
A aprendizagem poderia 
ocorrer pela observação de 
outra pessoa e propunha 
modelo de: 
Autocontrole com base na 
auto-observação, na auto-
avaliação e no auto-reforço. 
 
Albert Ellis (1955) 
 Terapia Racional 
Emotiva delineou a 
ligação entre emoções 
e cognições. 
Emoção e 
comportamento 
surgem da maneira 
como os eventos são 
construídos 
Lazarus (1966) – 
Desenvolveu a Terapia 
Multimodal. 
Propunha que a 
cognição 
desempenhava um 
papel primário na 
mudança emocional e 
comportamental. 
 
Aaron Beck 
Papel das cognições 
desadaptativas ou 
distorcidas no 
desenvolvimento e na 
manutenção da 
depressão 
1.2 Modelos cognitivos clássicos - ELLIS E BECK 
 
a. TERAPIA RACIONAL EMOTIVA (ALBERT ELLIS 1956) 
TREC 
 Tem como pressuposto de que o modo como o pensamento 
opera, determina o que sentimos. 
P  S 
 
MODELO ABC  
Propõe que qualquer determinada experiência, evento ou perturbações 
emocionais (A) ativa crenças individuais (B), que, por sua vez, geram 
consequências (C) emocionais, comportamentais e fisiológicas 
 
 
 
Modelo ABC 
 
 Dif. Principal em crianças enfoque mais preventivo 
 Se orienta a redução dos pensamentos disfuncionais (auto- 
 sabotadores) 
 Objetivo principal  gerar bem estar – melhor aceitação - alterar o 
auto-conceito – melhorar relacionamento com outros 
 
 Sistema de crenças  pensamentos demandantes (irracionais) 
 “eu quero, eu devo.......”  “eu gostaria......” 
 
 Separar a pessoa da conduta – O que está errado é o jeito se 
comportar 
 
“O que você poderia ter pensado para não ter se sentido tão deprimido?” 
Importante à TREC  Vocabulário emocional: 
 ensinar à criança que existe muito mais emoções do que ela conhece 
  Mudar a forma de pensar 
Benefícios: ajuda a criança a desenvolver melhores habilidades , maior 
desenvolvimento acadêmico, diminuir ansiedade frente a provas. 
Ex: A festa não aconteceu 
Pressupostos de Ellis: 
Ellis postulou que 12 crenças irracionais básicas, que tomam a 
forma de expectativas irrealistas ou absolutistas, são a base do 
transtorno emocional. 
O objetivo da terapia é identificar crenças irracionais e, através 
de questionamento, desafio, disputa e debate lógico-empírico, 
modificá-las. 
 
No tratamento pela Trec, as crenças irracionais ou disfuncionais 
serão desafiadas e o diálogo interno reforçado por métodos 
comportamentais como treinamento de habilidades, resolução 
de e tarefas de casa. 
CRENÇAS DISFUNCIONAIS - ELLIS 
 
1. É fundamental para um adulto ser amado por todos e em relação a tudo o que faz. 
2. Há certos atos terríveis e as pessoas que os cometem, deveriam ser severamente punidas. 
3. É terrível se as coisas não são como nós queremos. 
4. A nossa felicidade é imposta a nós por fatores exteriores: pessoas e acontecimentos. 
5. Se alguma coisa ou algo é perigoso e assustador devemos nos preocupar muito. 
6. É mais fácil evitar do que enfrentar as dificuldades da vida e responsabilidades pessoais. 
7. A pessoa precisa confiar em algo forte e superior a si própria. 
8. A pessoa tem que ser absolutamente competente, inteligente e bem-sucedido em todos os 
aspetos da vida. 
9. Se um acontecimento passado nos afetou, tem de continuar a afetar-nos. 
10. A pessoa tem que ter um controle absoluto sobre todas as circunstâncias e 
acontecimentos. 
11. A felicidade humana pode ser alcançada através da inércia e da inação (falta de ação). 
12. A pessoa não tem controle sobre as suas emoções e, portanto, não pode evitar sentir-se 
de determinada maneira. 
A B C D E F 
Situação 
ativadora / 
aconteciment
o mobilizador 
Pensamentos 
ou crenças 
(racionais e 
irracionais) 
 
Consequênci
as 
emocionais 
ou 
comportamen
tais 
Questionamen
to das crenças 
irracionais 
Uma nova 
filosofia 
efetiva 
(saudável) / 
novo efeito 
Novos 
Sentimentos 
após 
modificação 
das crenças 
Sensações de 
dor de barriga 
Minha mãe 
não estará na 
hora da saída 
Evitação e 
ansiedade 
 
b. Modelo Cognitivo de Beck: 
“O que perturba os homens não são as situações, mas sim a avaliação que cada um faz das situações“ 
Epiceto 
Este conceito é o elemento central da terapia cognitiva, segundo a qual a emoção 
e o comportamento são frutos da forma como o indivíduo interpreta o mundo. 
 
É uma abordagem terapêutica estruturada, diretiva, com metas 
claras e definidas, focalizada no presente e utilizada no tratamento 
dos mais diferentes transtornos psicológicos. 
 
Seu objetivo é o de produzir mudanças nos pensamentos e 
nos sistemas de significados (crenças) dos clientes, evocando 
uma transformação emocional e comportamental duradoura, e 
não apenas no decréscimo momentâneo dos sintomas. 
 
Na concepção cognitivista, a psicopatologia será sempre 
considerada o: 
 
 resultado das crenças excessivamente disfuncionais ou de 
pensamentos demasiadamente distorcidos que, em atividade, 
teriam a capacidade de influenciar o humor e o 
comportamento do indivíduo - enviesando sua percepção da 
realidade. (Beck e Freeman, 1993) 
 
 
Redução dos sintomas significa  identificar crenças e 
pensamentos, e posteriormente modificá-los. 
Do princípio de que a cognição, função da consciência relacionada às 
deduções feitas acerca das experiências de vida, é considerada o 
principal elemento envolvido na manutenção dos transtornos 
psicológicos pela teoria cognitiva de psicopatologia e psicoterapia, 
pode-se ressaltar que: 
 
 clientes com distúrbios psicológicos apresentam pensamentos 
disfuncionais ou distorcidos. 
 
O foco do terapeuta cognitivo-comportamentalserá obter 
mudanças cognitivas através de uma avaliação realista da situação 
e da modificação do pensamento, produzindo, consequentemente, 
uma melhora no humor e no comportamento dos clientes. 
 
A TCC considera a mediação cognitiva responsável pelo 
gerenciamento do comportamento humano. 
 
Este modelo é utilizado para: 
 
 Ajudar os terapeutas a conceitualizarem problemas clínicos e 
implementarem métodos da TCC específicos; 
 Como modelo de trabalho, para direcionar a atenção do 
terapeuta e paciente para as relações entre pensamentos, 
emoções e comportamentos 
 Orientar as intervenções de tratamento. 
J. Beck (1997)  a modificação de crenças disfuncionais refletira 
em mudanças emocionais e comportamentais duradouras. 
 
Modelo Cognitivo de Aron Beck  Propõe a Tríade cognitiva: 
 
(pensamentos desadaptativos sobre o self, o mundo e o futuro) 
que resultam em distorções cognitivas que criam afeto negativo – 
pressupostos ou esquemas básicos (crenças) que ativam 
pensamentos automáticos  
 
distorções ou erros lógicos, com mais cognições negativas sendo 
associadas a um humor depressivo. 
1.3 - Princípios da Terapia Cognitiva: 
 
1. Se baseia em uma formulação em contínuo desenvolvimento do 
paciente e de seus problemas em termos cognitivos; 
2. Requer uma aliança terapêutica segura; 
3. Enfatiza colaboração e participação ativa; 
4. É orientada em meta e focalizada em problemas; 
5. Inicialmente enfatiza o presente; 
6. É educativa, visa a ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e 
enfatiza a prevenção de recaída; 
7. Visa a ter um tempo limitado; 
8. As sessões da TCC são estruturadas; 
9. Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus 
pensamentos e crenças disfuncionais; 
10. Utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e 
comportamento 
Teoricamente as abordagens de TCC partilham da premissa básica 
de que existe um processo interno e oculto de cognição, e 
também de que a mudança de comportamento pode ser 
mediada por eventos cognitivos. 
 
A mudança cognitiva envolve a hipótese mediacional. 
Ela pode não apenas ser o foco da intervenção, mas também servir como 
indicador indireto de mudança cognitiva. 
 
Dois principais indicadores de mudanças comportamentais são: 
cognição e comportamento, 
embora terapeuticamente, em algumas situações, tenha outros 
indicadores como: 
mudanças emocionais e fisiológicas. 
AVALIAÇÃO 
COGNITIVA 
(“não vou saber o 
que dizer.... 
Vou parecer um 
desajustado 
Vou travar e 
querer ir embora 
imediatamente”) 
 
 
 
EMOÇÃO 
(ansiedade, 
tensão) 
COMPORTA- 
MENTO 
Deu uma 
desculpa e 
evitou a festa 
EVENTO 
Preparando-se para ir 
a uma festa 
MODELO COGNITIVO COMPORTAMENTAL 
Quais 
Tipos de pensamentos? 
Distorções cognitivas e pressupostos? 
Tipos de crenças? 
Comportamentos? 
Na prática a TCC é: 
 
 
É uma abordagem do campo das psicoterapias; 
É um tipo de terapia “breve” que se completa (+-) entre 12 a 24 
sessões, conforme estudos, a depender das necessidades do 
paciente; 
 
O foco central está baseado nos processos cognitivos (percepção, 
representação, atenção, raciocínio e atribuição de 
significados); 
É aplicada a uma gama de transtornos de humor e de ansiedade 
(depressão, transtornos ansiosos como: pânico, fobias 
específicas, ansiedade social, TAG transtornos de alimentação, 
dependência química e terapia com familiares, conjugais e 
transtornos de personalidades e psicoses) 
 
 e também com crianças e adolescentes individualmente e em 
grupo. 
 
Os princípios básicos essencialmente construtivistas é de que 
indivíduos não processam o real objetivamente, mas 
subjetivamente atribuem a eventos, um significado muito 
próprio. 
 
Isto explica o por que diferentes pessoas representam o mesmo 
evento de diferentes formas . 
 
O real é processado através de estruturas cognitivas, ou seja, 
esquemas (que se desenvolvem ao longo da vida das pessoas 
com base em momentos relevantes de vida), resultante em algo 
como se fosse seu “software”, que é único e pessoal. 
O resultado do 
processamento 
esquemático que 
ocorre no nível 
memória implícita 
ou inconsciente 
é a 
representação do 
real pela pessoa 
Essa representação 
emerge ao pré-
consciente em 
forma de 
pensamentos 
automáticos 
Determina a 
qualidade e 
intensidade das 
respostas 
emocionais e 
comportamentais 
Exemplo: 
Se nos encontrarmos casualmente com um amigo que não nos 
cumprimenta. Se pensarmos “ele não quer mais ser meu amigo”, 
nossa emoção será tristeza e nosso comportamento será 
possivelmente afastarmo-nos do amigo. 
 
Mas, se pensarmos “oh, será que ele está aborrecido comigo?”, 
nossa emoção será apreensão e nosso comportamento será 
procurar o amigo e perguntar o que está havendo. 
Ou ainda, se pensarmos “quem ele pensa que é para não me 
cumprimentar? Ele que me aguarde!”, nossa emoção poderia 
ser raiva e o comportamento, confrontaríamos o amigo. 
 
Porém, diante da mesma situação, podemos ainda pensar “não me 
cumprimentou... acho que não me viu”; e, nesse caso, nossas 
emoções e comportamentos seguiriam inalterados. 
Este exemplo ilustra: 
 
Nossas interpretações, representações, ou atribuições de significado 
atuam como variável mediacional entre o real e as nossas respostas 
emocionais e comportamentais. 
 
Para modificar emoções e comportamentos, intervimos sobre a forma 
do indivíduo processa informações, ou seja, 
interpretar, representar ou atribuir significado a eventos, em uma 
tentativa de promover mudanças em seu sistema de esquemas e 
crenças. 
 
Essas intervenções objetivam uma reestruturação cognitiva do 
paciente, o que o levará a processar informação no futuro de novas 
formas. 
FASES NA INTERVENÇÃO CLÍNICA – Papel do terapeuta: 
 
1º.  Enfatiza-se a definição da estratégia de intervenção: 
 a conceituação cognitiva do paciente e de seus problemas, a definição 
de metas terapêuticas e do planejamento do processo de intervenção. 
 
2º. O terapeuta objetiva a normalização das emoções do paciente, a 
fim de promover a motivação do paciente para o trabalho terapêutico e 
sua vinculação ao processo. 
 
O terapeuta concentra-se no desafio de cognições disfuncionais, 
iniciando os primeiros esforços com o paciente em resolução de 
problemas e encorajando-o ao desenvolvimento de habilidades próprias 
para novas habilidades sociais. 
3º. o terapeuta enfatiza a intervenção em nível estrutural, 
promover a reestruturação cognitiva do 
paciente, desafiando as crenças e esquemas 
disfuncionais. 
 
4º. Fase de terminação capacitando o paciente, através 
de estratégias cognitivas e comportamentais, à 
promoção e preservação continuadas de uma estrutura 
cognitiva funcional (prevenção de recaídas). 
 
A intervenção cognitiva tem sido mais ampla no sentido em que 
o terapeuta visa não apenas ajudar o paciente com suas 
dificuldades históricas ou presente, mas visa, 
 
transmiti-lo habilidades cognitivas para capacitá-lo a 
gerenciar sua vida sem os prejuízos emocionais e 
comportamentais que o paciente vinha experenciando. 
 
Na prática, o terapeuta busca entender como interagem, na 
vida do cliente em particular, 3 fatores: 
 
 O comportamento (o que a pessoa faz e como ela o faz) 
 
 As cognições (o que a pessoa pensa e sente, e como ela pensa 
e sente) 
 As condições ambientais (como se estrutura e organizao 
ambiente no qual a pessoa vive). 
 
 
À medida que o terapeuta compreende esta interação, ele elabora 
um plano de intervenção para modificar ou corrigir a 
distorção ou disfuncionalidade que produz o sofrimento. 
 
A TCC é um procedimento que 
exige alta flexibilidade e criatividade por parte do terapeuta, 
que deve adaptar e ajustar seu plano de trabalho às 
condições específicas de cada cliente, como se fosse um 
alfaiate, que corta a roupa para ajustá-la às medidas do cliente. 
MODELO DA TCC - TRANSTORNO 
Reações corporais 
Taquicardia, sudorese, boca 
seca 
Emoções/ 
Sentimentos 
Ansiedade / Tensão/medo 
Comportamentos 
Deu uma desculpa e evitou a 
festa 
E também as interações complexas entre processos biológicos (genética, funcionamento de 
neurotransmissores, estrutura cerebral e sistema neuroendócrinos), influências ambientais e 
interpessoais. 
Pensamentos/Avaliação 
cognitiva 
“Não vou saber o que dizer......” 
“Vou ficar perdido”, “Vou travar 
e querer ir embora 
imediatamente” 
 
Ambiente/Evento/ 
Situação 
(preparando-se para ir a uma 
festa) 
 
Crenças Disfuncionais 
No processo psicoterápico identificam-se três níveis de 
processamento cognitivo: 
 
 O pensamento automático 
 
 As crenças intermediárias (que seriam regras, atitudes e pré-
suposições desenvolvidas ao longo da vida do paciente); e 
 
 As crenças centrais (auto-imagem desenvolvida a partir de 
crenças compostas por idéias rígidas, absolutistas e globais que 
a pessoa tem sobre si mesma). 
2. Níveis de processamento cognitivo 
 2.1. Pensamentos automáticos 
 2.2. Crenças, Esquemas e pressupostos 
 2.3. Erros Cognitivos 
 2.4. Afeto, comportamento e pensamento 
Cognição: se refere a um sistema de alta complexidade que envolve eventos, 
processos, produtos (atribuições) e estruturas cognitivas. Estas podem ser 
entendidas como memórias e a maneira como a informação é representada pela 
memória. É como percebemos e interpretamos as experiências. 
Atenção 
 Atenção consciente permite: 
 Monitorar e avaliar as interações com o meio ambiente; 
 Ligar memórias passadas às experiências presentes; 
 Controlar e planejar ações futuras. 
Pensamentos Automáticos 
cognições que passam rapidamente por 
nossa mente estando em meio a 
situações, ou relembrando 
acontecimentos 
(não estão sujeitos a análise 
racional cuidadosa) 
Crenças: 
(idéias mais centrais da pessoa a 
respeito do self) 
Começam na infância e 
representam a idéia sobre si 
mesmo, sobre outras pessoas e seu 
mundo. 
 
 
2.1 
Pensa
men 
tos 
 
Auto-
máti-
cos 
Situação PA Emoções 
 
Minha mãe telefona e Fiz besteira de novo 
pergunta por que eu Não tem jeito, nunca Tristeza 
esqueci do aniversário vou conseguir e 
da minha irmã agradá-la Raiva 
 Não consigo fazer 
 nada direito. 
 O que adianta? 
PENSAMENTO AUTOMÁTICO = é uma cognição alicerçada em auto-avaliações e auto-
direcionamentos, fora do alcance consciente, que operam automaticamente, de forma 
particular e produzidos pelos esquemas. 
Pensamentos automáticos (PA) 
 
 Caracterizam-se por fluxo de consciência, julgamentos, 
apreciações e/ou imagens sob qualquer perspectiva 
temporal (passado, presente, futuro; Padesky, 1988) 
 
 São específicos às situações, provados por motivações e 
ligados à experiências emocionais. 
 
 
 Pa(s) são em geral, diretamente acessíveis e facilmente 
associados a sintomas e problemas infantis: 
 
Pensamentos automáticos (PA) 
 
 Depressão Infantil  caracterizada pela tríade cognitiva negativa 
(A.T.Beck). Jovens deprimidos explicam suas experiência por meio de 
uma visão negativa de si mesmos, dos outros, de suas 
experiências e do futuro. 
 
 Crianças ansiosas  superestimam a probabilidade e a dimensão 
de perigo, negligenciam fatores de resgate e ignoram suas 
habilidades de coping ou estratégias cognitivas comportamentais 
conscientes e intencionais (Kendall). 
 Temem avaliações negativas, muitas vezes atribuem sintomas 
 corporais a algo estando catastroficamente errado com eles, 
 acreditando em morrer. 
 Adolescentes com pânico  interpretam de modo equivocado as 
mudanças corporais normais. 
 
 
2.2. CRENÇAS CENTRAIS ou Nucleares (J.Beck) 
 
São desenvolvidas na infância através das interações do 
indivíduo com outras pessoas significativas (pais, irmãos e 
outros modelos socializadores) e da vivência de muitas 
situações que fortaleçam essa ideia. 
 
Podem ser relacionadas ao próprio indivíduo, às outras 
pessoas ou ao mundo. Geralmente, essas crenças são globais, 
excessivamente generalizáveis e absolutistas. 
 
 
Representam os mecanismos desenvolvidos pelas 
pessoas para lidar com as situações cotidianas, ou seja, 
a maneira como os indivíduos 
percebem a si mesmos, aos outros e ao mundo, e ao 
futuro, sendo esta percepção chamada de tríade 
cognitiva. A. Beck et al. (1997) 
 São entendimentos que são tão fundamentais e profundos que 
as pessoas frequentemente não os articulam, sequer para si 
mesmas. 
 Essas ideias são consideradas pelas pessoas como verdades 
absolutas, exatamente o modo com as pessoas “são” 
 Por representarem o nível mais profundo das crenças da pessoa, 
com frequência não são identificadas pelos paciente; 
 Caracterizam-se por serem pensamentos globais, rígidos e 
supergeneralizados; 
 São ideias, não necessariamente verdades (verdadeiras) 
 Sendo as crenças conteúdos construídos e aprendidos, é possível 
revê-las desconstruir o que não é funcional e aprender 
conteúdos mais adaptados e realistas 
As crenças centrais, podem ser divididas em 4 crenças básicas 
disfuncionais: 
 
 
 Crenças de incapacidade: crenças sobre ser incapaz, 
incompetente, ineficiente, falho, enganador, fracassado. 
 
 Crenças de inadequação: crenças sobre ser inadequado, 
defeituoso, imperfeito, diferente. 
 
 Crenças de desamor: crenças sobre ser indesejável incapaz de 
ser gostado, amado ou querido, sem atrativos, rejeitado, 
abandonado, sozinho. 
 
 Crenças de desamparo/inferioridade: crenças sobre ser 
desamparado, necessitado, frágil, vulnerável, carente, fraco, não ser 
bom o suficiente (ou seja, não chego à altura dos outros). 
CRENÇAS INTERMEDIÁRIAS 
 
Crenças que o indivíduo tem relacionadas a diversos aspectos da vida que 
aparecem como pressupostos, regras e atitudes. 
Elas não são tão rígidas e hipergeneralizáveis como as crenças 
centrais. 
Ex. de Pressuposto... 
Se alguém tem uma Crença Central que diz: 
 "Não sou digno de ser amado“; 
pode ter uma Crença Intermediária que oriente: 
"Se fizer tudo que os outros querem, posso ser amado (Positiva). Se não 
fizer, vou ser desprezado (Negativa) 
 
Um exemplo de Regras: 
"Deveria me sacrificar sempre" e, de atitude, "Vou me sacrificar". 
Esquemas 
 
“Os esquemas, definidos como estruturas cognitivas que organizam e 
processam as informações que chegam ao indivíduo. 
 
São propostos como representações dos padrões de pensamento 
adquiridos no início do desenvolvimento do indivíduo” (Beck, 
1964, 1991).  (Representação das crenças) 
 
Quando estão latentes os esquemas não estão participando do 
processamento da informação e quando ativados canalizam o 
processamento cognitivo do estágio inicial ao final. 
O esquema funciona como uma espéciede filtro, que seleciona 
as informações, assimilando, priorizando e organizando aqueles 
estímulos que sejam consistentes com a estrutura do esquema, e 
evitando todo o estímulo que não seja consistente com essa 
estruturação. 
 
 “Esquemas iniciais desadaptativos: se referem a temas 
extremamente estáveis e duradouros que se desenvolvem durante a 
infância, são elaborados ao longo da vida e são disfuncionais em um 
grau significativo” Young (2003). 
 
 São incondicionais, autoperpetuadores, resistentes à mudança; 
 São disfuncionais de maneira significativa e recorrente; 
 São ativados por acontecimentos ambientais relevantes para o 
esquema específico; 
 Estão ligados a altos níveis de afeto; 
 Parecem resultar da interação entre o temperamento (inato) e as 
experiências disfuncionais nas relações familiares e sociais nos 
primeiros anos de vida. 
 
Crenças / Esquemas Disfuncionais (desadaptativos) 
 
Sou burro; 
Sou uma farsa; 
Nunca me sinto confortável com os outros; 
Tenho de ser perfeito para ser aceito 
Não importa o que eu faça, não vou ter sucesso; 
O mundo é assustador demais para mim 
Se eu decidir fazer alguma coisa, tenho de ter sucesso; 
Sem uma mulher, não sou ninguém; 
 
2.3 - ERROS COGNITIVOS: 
É o processamento defeituoso da informação. 
 
São padrões de respostas que perpetuam os pensamentos automáticos e 
as crenças que os geraram. Todos cometemos alguns erros cognitivos em menor 
ou maior grau. 
 
1 – Generalizações: Frases do tipo “ Ninguém vai gostar de mim se...” ..”Todos na 
festa me criticaram...” .” Aquilo sempre me acontece”... 
Expressões do tipo, nunca, sempre, todos, ninguém, generalizam um 
acontecimento. 
De uma pequena parte, o indivíduo parte para o todo para justificar sua 
crença. 
 
2 – Pensamento dicotômico: Sem meio termo. “Nunca vou conseguir”. 
 Ou 8 ou 80. 
Entre o preto e o branco há várias tonalidades, mas esta distorção só permite o “ ou 
isto ou aquilo”. 
3 – Leitura de pensamento: quando o indivíduo interpreta o que os outros 
estão pensando baseado em poucas evidências reais. 
Por exemplo: “Fulano não prestou atenção no que eu dizia porque minha conversa 
estava aborrecida”... quando na verdade a pessoa em questão pode estar muito 
preocupada com outra coisa. 
 
4 – Ditadura dos deveria: “Eu tenho que...se não..” Os outros deveriam...”. 
Criação de regras rígidas para si ou para os outros. 
 
5 – Maximização do negativo: aumenta o que de ruim pode acontecer, sem ver 
o todo. Foca no que se quer evitar. Catastrofização. 
 
6 – Minimização do positivo: Reduz a importância das próprias 
realizações. Geralmente o item 5 e 6 estão juntos. 
 
7 – Abstração seletiva: Focaliza um detalhe e desconsidera os outros. 
Exemplo: “Todos dormiram na minha apresentação”...quando de 50, somente 2 
ouvintes dormiram 
 
 
8 – Ruminação: Repete ideias perturbadoras mentalmente. Rumina diálogos, 
eventos negativos sentindo-se impotente e sem quebrar o padrão 
negativo. 
 
9 – Personalização: O indivíduo se vê como o único responsável pelo que 
acontece, sem levar em conta inúmeras variáveis. Uma certa 
onipotência. “Ela terminou comigo porque não sou bom o suficiente”, 
desconsidera os motivos alheios. 
 
 
OGRO 
CAOLHO: Ver 
coisas apenas 
sob um ângulo 
e ignorar todos 
os outros 
aspectos. 
PRISIONEIRO DO SENTIMENTO: 
Usar seus sentimentos como a 
principal referência para suas ações 
e para seus pensamentos 
PROFETA DESASTROSO: Acreditar 
falsamente coisas horríveis vão 
acontecer com você com muito pouco 
para sustentar suas ideias 
PENSAMENTO TUDO-EU: Acreditar 
falsamente que todas as coisas ruins 
que acontecem com você ou com outras 
pessoas são todas sua culpa 
RÓTULO BESTA: Usar um rótulo 
para si (“Eu sou ruim”) ou para os 
outros (“Ela é uma bruxa. É tudo 
culpa dela.”) 
REGRA DE MULA: Insistir 
teimosamente que suas ideias 
sobre como você, as outras 
pessoas e o mundo deveriam agir 
são as únicas coisas que estão 
certas. 
PENSAMENTO 
EXCLUDENTE: 
Convencer-se de que 
qualidades, sucessos e 
boas experiências não 
contam 
PENSAMENTO MÁGICO TRÁGICO: 
Acreditar equivocadamente que vc sabe 
com exatidão o que está acontecendo 
na cabeça de outra pessoa, sem 
verificar ou perguntar a ela. 
PENSAMENTO PEIXE GRANDE: 
Acreditar em algo apesar de não haver 
muito em que embasar tal ideia. 
PRETO OU BRANCO: Ver as coisas 
apenas de duas maneiras, como se você 
fosse perfeito ou um perdedor 
PENSAMENTO ESPELHO DE 
CIRCO: Quando você olha para si 
mesmo, para outras pessoas ou para 
o que lhe acontece, diminui o (+) ou 
aumenta o (-) 
PENSAMENTO ADIANTADO: Tirar 
conclusões a partir de pouca 
informação. Não esperar para obter 
todos os resultados ou as informações 
de que você precisa. 
 
 
 
 
Terapia comportamental cognitiva ou 
Terapia cognitivo comportamental ? 
 
Idade Motivos Capacidade Neuropsicológica Intervenção Clínica 
0 a 
3 a 
Baixa Agressividade; hipersexualização (fatores 
geralmente ligados a situações de negligência 
e abusos infantis); distúrbios do sono e 
distúrbios alimentares 
Restrita, baixa capacidade de 
integração entre as funções 
executivas. 
Incapacidade metacognitiva 
Base comportamental, treinamento de 
pais 
3 a 
8 a 
Média Item anterior + TDAH + comorbidades de 
agressividade, e desafiador opositivo; 
problemas de adaptação à escola e 
problemas de aprendizagem e interação 
social 
Um pouco menos restrita do que 
a faixa entre 3 a 6 a. 
De 6 a 8 a grande avanço das 
funções executivas 
3 a 6 a – mais centradas nos pais e 
maior uso de técnicas 
comportamentais. 
De 6 a 8 a, técnicas cognitivas 
comportamentais 
8 a 
12 a 
Alta A soma de todas as queixas anteriores com 
frequência de transtornos de eixo I (DSM IV) 
principalmente envolvendo humor e 
ansiedade 
Maior nível de sofisticação 
neuropsicológica, expressa por 
maior capacidade de 
representação simbólica e 
funções metacognitivas 
Interv. cognitivo-comportamentais 
adaptadas c/ jogos, desenhos, 
fantoches; forte aliança terapêutica 
com pais e, se possível, com a escola 
A 
partir 
dos 
12 a 
Alta Mesma recorrência das situações anteriores, 
mas com características mais próximas das do 
adulto (adolescente) do que da criança 
Grande nível maturacional 
neuropsicológico apesar de 
“instabilidades” típicas de faixa 
de transição. 
Técnicas cognitivas com menor 
inserção de situações mediadas pelos 
pais. 
3.4 Faixa de Intervenção conforme Idades 
 
 
ra_amorim@yahoo.com.br

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