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FACULDADE EVOLUÇÃO ALTO OESTE POTIGUAR - FACEP CURSO DE DIREITO: 2º PERÍODO TURMA 2015.1 “A” DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL I PROFESSORA: Dra. GIGLIOLA DIÓGENES ACADÊMICOS: ERMOM PEREIRA DE MOURA MAGNO KENDS VIEIRA JÉSSICA INGRYD D. DE OIVEIRA JOSÉ HENRIQUE PINHEIRO FRANCISCO BANDEIRA M. NETO ATIVIDADE “ANÁLISES DOS CASOS: LEGALIZAÇÃO DA NACIONALIDADE DE MARCOS E PERDA DA NATURALIZAÇÃO” PAU DOS FERROS 2015 ACADÊMICOS Ermom Pereira de Moura Magno Kends Vieira Jéssica Ingryd D. de Oliveira José Henrique Pinheiro Francisco Bandeira M. Neto ATIVIDADE “Análises dos casos: legalização da nacionalidade de marcos e perda da naturalização” PAU DOS FERROS 2015 I – CASO - Legalização da nacionalidade de Marcos "Marcos, nascido na Itália em 25.11.1990, filho de pais brasileiros, embora não estivessem estes a serviço do Brasil, mora no Brasil desde seus 10 anos de idade. Em novembro de 2006 completou 16 anos. Poderia Marcos solicitar seu título de eleitor junto ao cartório eleitoral da sua cidade, à luz do disposto no art. 12, I, "c" da Constituição Federal, com a antiga redação vigente (Emenda Constitucional de Revisão n° 03/94) ?" “Marcos” não poderia ir ao cartório e requerer seu título de eleitor. Fundamentações do caso; nele temos duas situações. Na primeira, para darmos uma reposta positiva, deveríamos admitir um fator não mencionado no cabeçalho da pergunta. Marcos ao nascer na Itália teria sido registrado em repartição brasileira competente. E dizemos isso porque nosso “Marcos” nasceu antes da entrada em vigor da Emenda Constitucional de Revisão n° 3, que data de 07 de junho de 1994 e, por seu turno, suprimiu o registro consular para fins de gozo da nacionalidade brasileira originária. Na composição original do art. 12, I, "c". o registro em repartição consular brasileira era uma forma de fruição da nacionalidade de origem. Com efeito, “Marcos” então já era brasileiro nato ao advento da predita emenda. Na segunda suposição, para darmos uma resposta negativa, temos que admitir não ter sido o nascimento de “Marcos” registrado no consulado até antes da vigência da ECR n° 03/94, restando-lhe, até antes da alteração proposta pela EC n° 54/07, como única hipótese de gozo da nacionalidade pátria, ter que optar, em qualquer tempo, por ela. Era o que dispunha o art. 12, I, "c" da CF/88, com redação dada pela ECR n° 03/94. Aqui se encontra o núcleo de toda a problemática, porquanto a opção pela nacionalidade é um ato jurídico de direito personalíssimo, que exige manifestação de vontade, e por isso não pode ser solicitada antes de o interessado ter atingido a maioridade civil ou ser emancipado, sendo vedada qualquer forma de representação ou assistência, seja pelos pais ou outro responsável. Registre-se ainda que tal solicitação, por força do artigo 109, X, da CF/88, deve ser feita perante a Justiça Federal, pois a ela compete processar e julgar as causas referentes à opção de nacionalidade, homologando em sentença a opção manifestada pelo requerente. Somos então, à luz desde segundo caso, levados a crer que, não tendo sido o nascimento de Marcos registrado em repartição consular brasileira, este, até atingir os 18 anos ou ser emancipado, quando então poderá optar pela nacionalidade brasileira junto a um juiz federal, “não terá como invocar a nacionalidade brasileira”, por estar suspensa. Salvo, naturalmente, se o nosso fictício personagem fizer uso da prerrogativa agora prevista na nova redação dada à alínea "c", I do art. 12 da CF/88. Contudo o Supremo Tribunal Federal, ao julgar os Recursos Extraordinários n° 415.957 e 418.096, decidiu que o filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, nascido no exterior, ao residir no Brasil deve ser considerado brasileiro nato para todos os efeitos até atingir a maioridade, quando então poderá fazer via judicial a opção prevista no art. 12, I, "c" da CF/88. A partir desse momento MAIORIDADE a nacionalidade nata dessa pessoa ficaria sujeita à condição suspensiva da homologação judicial da opção. Quer nos parecer ter o Supremo Tribunal Federal, ao julgar os preditos casos sob a proteção do direito previsto em leis na redação proposta pela ECR n° 03/94, dito o que a Constituição não quis dizer, transpondo os limites da interpretação e adentrando na seara da inovação. Em síntese, o STF admitiu no pleno gozo da nacionalidade primária, e de forma temporária, alguém que ainda não preencheu todos os requisitos exigidos pela Lei Maior, criando uma nova espécie de nacionalidade nata. CASO II - PERDA DA NATURALIZAÇÃO- O Mandado de Segurança 27.840 DF. Trata da perda da naturalização de Werner Rydl, por ter o mesmo adquirido a naturalização, tendo condenação criminal. A perda ocorreu por procedimento administrativo, tendo o Ministro da Justiça expedido Portaria 361/2008, anulando a naturalização. Neste caso, o procedimento adotado foi o correto? Aponte seu posicionamento com justificativa legal. Entendimento pessoal/jurídico do caso Uma aquisição de nacionalidade corresponde a um ato jurídico, e um dos requisitos para ser valido é ser lícito, caso seja provado lisura no processo é nulo. Por perceber que foi cometido um ato deficitário no ordenamento jurídico brasileiro, o ministro da justiça do Brasil decidiu administrativamente restabelecer a ordem, assim em uma portaria tornar nula a naturalização concedida de maneira criminosa e fraudulenta ao australiano Werner Rydl, ao recorrerem à justiça a defesa entendia que uma vez concedida, só poderia ser revogado pela justiça. Ouve divergência diante dos ministros do STF, uns compreenderam que realmente só deveria ser revogada a naturalização pelo poder judiciário. Já o relator e a maioria dos ministros decidiram pela anulação do fraudulento ato. Pondo um ponto final no caso. E segundo a Advocacia Geral da União, foi cumprida a extradição do delituoso Italiano em setembro de 2009. Justificativa do caso Werner Rydl. De acordo com os autos, preenchidos todos os requisitos legais, o Ministério da Justiça concedeu a naturalização a Werner em 1995. Anos mais tarde, o Ministério recebeu um pedido de extradição do governo da Áustria. Ao tomar conhecimento de que o austríaco era procurado em seu país de origem por supostamente participar de organização criminosa que, segundo a Advocacia Geral da União, cometeu delitos que somariam cerca de 150 milhões de euros, o Ministério instaurou processo administrativo que culminou com a anulação da portaria de naturalização. O Ministério da Justiça entendeu que, ao pedir sua naturalização, Werner Rydl apresentou documento falso para comprovar que não tinha antecedentes criminais, pré-requisito para a concessão da nacionalidade brasileira. A defesa recorreu inicialmente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas, diante da negativa daquela Corte, interpos recurso no STF. Os advogados afirmam que o ato de revogação da naturalização não poderia ocorrer pela via administrativa, mas apenas por decisão judicial, conformeprevê o artigo 12, parágrafo 4º, inciso I, da Constituição Federal de 1988. Autotutela O relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski, votou pelo desprovimento do recurso. Para ele, no exercício do poder de autotutela da administração, o ato de anulação da portaria de naturalização seria legítimo. A naturalização, segundo Lewandowski, é um ato discricionário do Estado. Se os requisitos para a naturalização não foram preenchidos, disse o ministro, “não há falar em naturalização válida”. Assim, a anulação da portaria seria um ato legítimo. No entendimento do relator, não se trataria de cancelamento, como prevê a Constituição, mas de anulação de um ato administrativo que se deu em consequência de uma fraude. Divergência Para os ministros Marco Aurélio e Dias Toffoli, contudo, a anulação do ato só poderia ser feita por meio de via judicial, como determina a Constituição. De acordo com o ministro Marco Aurélio, o “desfazimento” do ato impõe atuação do Judiciário. Já o ministro Dias Toffoli, no mesmo sentido, arrematou que votava no sentindo de restabelecer a situação de brasileiro a Werner Rydl, sem prejuízo de que a matéria possa vir a ser analisada juridicamente. Extradição Em 2006, o Plenário do STF concedeu a extradição de Werner para a Áustria, decisão que, segundo a Advocacia Geral da União, foi cumprida em setembro de 2009.
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