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RESENHA- Títulos de Crédito

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CENTRO UNIVERSITÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ
Fábio Ulhoa Coelho
	
CURSO DE DIREITO COMERCIAL
(capítulos 10, 11,12)
Rio do Sul
2015
Thais Varela
	
CURSO DE DIREITO COMERCIAL
(capítulos 10, 11,12)
Resenha apresentada para obtenção da terceira nota da disciplina Direito Empresarial- Títulos de Crédito, no curso de Direito, da Universidade para o desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí – UNIDAVI, ministrada pelo professor Pablo Franciano Steffen.
UNIDAVI
Rio do Sul
2015
CURSO DE DIREITO COMERCIAL
(capítulos 10, 11,12)
CREDENCIAIS DO AUTOR
Fábio Ulhoa Coelho é Professor Titular da Faculdade de Direito da PUC-SP, instituição em que se formou, e pela qual obteve os títulos de Mestre, Doutor e Livre-Docente. Leciona desde 1982, atualmente dedica-se apenas aos programas e cursos de pós-graduação, sendo o Coordenador de Direito Comercial nos programas de Mestrado e Doutorado e do Curso de Especialização em Direito Empresarial da PUC-SP. Tem proferido palestras no Brasil e exterior. É membro, desde 1992, da Société de Legislatión Comparée, fundada em 1869, com sede em Paris. É Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro - IBDS. É Autor de importantes obras jurídicas, Publicou pela editora Saraiva, obras nacionalmente conhecida de Direito Empresarial. 
RESUMO DAS PRINCIPAIS IDEIAS DO AUTOR ORIGINAL
Em sua obra, inicia o décimo capítulo com o conceito egrégio formulado por Vivante, o qual afirma que o título de crédito é “documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo nele mencionado”, outrossim, exibe a abordagem da doutrina em relação ao tema, que faz com referência ao conceito de crédito, destacando a relação de confiança que se funde entre credor e devedor, a importância da circulação do crédito para a economia e referindo-se aos títulos de crédito como seu principal instrumento. 
Contudo, Ulhoa alvitra um caminho diferente, afirma que o titulo de crédito é um documento, como tal, reporta um fato, a existência de uma relação de crédito, que constitui prova de uma obrigação creditícia. 
Nesse contexto, classifica três diferenciais dos títulos de crédito se comparados com outros documentos representativos de obrigações e direitos, Em primeiro lugar, faz referencia a unicidade dos Títulos a relações creditícias.
Outra diferença existente é cobrança do título em juízo, uma vez que é caracterizado por lei como título executivo extrajudicial (CPC, art. 585, I), ou seja, cede ao credor o direito de promover a execução judicial do seu direito. 
Por último demonstra que os títulos de crédito são de fácil negociação o que simplifica sua circulação, haja vista que, sua transferência a outro titular do crédito e sua cobrança são de forma simplificada, destarte, se torna de fácil aceitação pelo seu futuro portador e titular do crédito, o que não ocorre, com documentos que, simplesmente, comprovam uma relação jurídica.
Adiante o autor relata os três princípios basilares das relações creditícias: a cartularidade, a literalidade e a autonomia, sendo que este último se divide em dois subprincípios, abstração e inoponibilidade.
Partindo do conceito elaborado por Vivante, de que o título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo nele mencionado, temos os três princípios supramencionados, isso porque, quando se declara que é o documento necessário para o exercício do direito, extrai-se o princípio da cartularidade, em que a posse da cártula é imprescindível para o exercício do direito contido no título, e também se torna efetivo credor apenas aquele que obtém a posse. Sucessivamente retira do conceito o princípio da literalidade, em que só produzirá efeitos jurídicos e cambiais os atos lançados no próprio título, como exemplo cita o autor o aval, o qual apenas existirá se assinado na própria cártula. Por último o princípio da autonomia, o qual consiste na independência entre si, das obrigações representadas por um mesmo título de crédito, dessa forma, caso uma obrigação contraída por um título esteja repleta de vícios, estes não infectarão as demais relações jurídicas advindas desse mesmo título de crédito. No entanto, ressalta o autor que o princípio da autonomia se divide em dois subprincípios, o da abstração, que basicamente desconecta os títulos de crédito das causas geradoras da obrigação, do negócio jurídico originário, e a inoponibilidade das exceções pessoais em que o autor explicita que aquele executado por um título de crédito não poderá alegar em sua defesa matéria estranha à sua relação com o exequente, salvo se comprovada a má-fé deste. 
Tratando-se da natureza das obrigações cambiais traz o literato, à distinção entre a solidariedade passiva existente no código civil e a solidariedade nas obrigações advindas dos títulos de crédito, momento em que assegura sabiamente, a inexistência da solidariedade propriamente dita, uma vez que os devedores de um título se submetem a um complexo sistema de regressividade exclusivo do direito cambial e divergente daquele constante na norma civil. O devedor solidário regido pelo art. 283 do CC, ao pagar a totalidade da dívida pode exigir dos demais a quota parte cabível a cada um, o que difere das obrigações advindas dos títulos de crédito. 	Apenas alguns devedores cambiais tem o direito de regresso e nem todos os codevedores respondem regressivamente pelos demais, salientando ainda, que o regresso cambiário se exerce pelo total da dívida e não pela quota parte como no civil. 
Adiante, menciona o doutrinador a existência de uma hierarquia entre os devedores do mesmo título de crédito, em que a lei define um devedor principal, os quais seriam os emitentes, aceitantes e sacados, e os codevedores, que correspondem aos endossantes e avalista. Destarte, tem-se uma ordem em que os posteriores podem cobrar dos anteriores, mas não o contrário.
Ademais, Fábio Ulhoa classifica os títulos de crédito, inicialmente, quanto ao modelo, subdividindo-o em vinculados, aqueles documentos que atendem ao padrão exigido, como o cheque e a duplicata, ou livres, que são os títulos sem padrão de utilização obrigatória, gerando ao emitente o poder de dispor sobre os elementos essenciais do título, pertencentes a essa categoria são, a letra de cambio e a nota promissória. 
Quanto à estrutura, o autor classificou em ordem de pagamento, em que o sacador do título de crédito ordena que o sacado pague determinada importância, e promessa de pagamento, que caracteriza o compromisso assumido pelo sacador em pagar o valor do título.
O terceiro critério de classificação dos Títulos citado no respectivo capítulo refere-se à emissão. Os Títulos podem ser causais, somente emitidos nas hipóteses autorizadas por lei. Limitados, que não podem ser emitidos em algumas hipóteses circunscritas em lei. Não causais (ou abstratos) que podem ser criados em qualquer hipótese. 
Por fim, quanto à circulação, os títulos podem ser ao portador, os quais não identificam o credor sendo transferidos por simples tradição, e os nominativos que identificam o credor e sua transferência pressupõe além da tradição, a existência de outro ato jurídico representado pela expressão à ordem e não à ordem, onde o primeiro o título é transferido por endosso e no segundo o emitente veda a circulação do título, e caso este venha a circular se operará por cessão civil de crédito.
O autor finaliza o décimo capítulo com elucidações acerca da aplicação subsidiária do Código Civil aos títulos de crédito e menciona acerca da informatização dos títulos de crédito, o qual segundo ele desmaterializaria o título, o que afeta, de tal forma, quase todos os princípios que pressupõe a existência do mesmo.
À vista disto, o décimo primeiro capítulo introduz os atos de constituição e exigibilidade do crédito cambiário, para discorrer sobre o assunto o autorelegeu a letra de câmbio como título exemplificativo do tema, apesar deste não ser utilizado no Brasil, pois já se elaborou outros títulos com melhor adequação à nossa realidade, é a letra de câmbio que contempla uma estrutura que facilita conhecimento de todos os aspectos relevantes à completa apresentação dos institutos jurídico-cambiários.
O autor apresenta um breve histórico da letra de câmbio, desde sua origem durante a idade Média, perpassando pelos três períodos na história do título, o Italiano, o Francês e o Alemão, e finaliza expondo a relevância para o desenvolvimento do comercio internacional que deu ensejo às assinaturas diplomáticas e que resultaram em 1930, na assinatura da Convenção de Genebra para a adoção de uma lei uniforme sobre letra de câmbio e nota promissória. Dentre os diversos países que também assumiram o compromisso de inserirem, nos respectivos direitos, uma legislação que reproduzisse a lei uniforme proposta pela Convenção, estava o Brasil. 
O Brasil ao participar da convenção de Genebra, já possuía um direito cambial claramente evoluído, portanto, somente editou norma, com o intuito de atender as normas internacionais, em 1966. Pela sistemática adotada, agregaram-se à Convenção dois anexos: o texto da lei uniforme (Anexo I) e as reservas admitidas (Anexo II). Como o Brasil assinalou 13 reservas, a lei uniforme não vigora inteiramente entre nós.
Acerca dos atos cambiários, consequentemente inicia-se pelo saque o qual tem por objetivo a criação/emissão de um título, neste ínterim ressalta o autor que apesar de alguns doutrinadores estabelecerem diferenças sobre a criação e emissão para ele tal discussão torna-se irrelevante uma vez que tais expressões são sinônimas. Salienta ainda o fato de que é admissível que a pessoa se obrigue em decorrência de um ato cambial por intermédio de um procurador, autorização esta chamada de cláusula-mandato.
No respectivo capitulo o autor faz menção aos requisitos da letra de cambio, conceitua a cláusula-mandado bem como o titulo em branco ou incompleto. 
O aceite é o ato cambiário pelo qual o sacado reconhece a validade da ordem de pagamento, constitui-se por uma assinatura do sacado no anverso do título, tornando-se dessa forma devedor principal. Ademais o aceite é facultativo, não sendo obrigado o sacado a cumprir a ordem contra sua vontade. Ainda, discorre o autor que a recusa do aceite pode ser parcial, havendo duas espécies, a primeira em que o sacado pode reduzir o valor da obrigação, aceite limitativo, e a segunda, em que ele pode alterar o local do pagamento, a data do vencimento ou sujeitar sua obrigação a uma condição, aceite modificativo.
No endosso, ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem transmite os seus direitos a outra pessoa, traz, à letra de câmbio, duas novas situações jurídicas: endossante e do endossatário. O endossante é quem tem o crédito que será transferido à outra pessoa e o endossatário é a pessoa a quem será transferido o eventual crédito.
O endosso é ato típico dos títulos de crédito, apenas não admissível na hipótese de cláusula não à ordem. Caso introduza-se a cláusula não à ordem, o ato de transferência ocorre por cessão civil de crédito. O endosso normalmente produz dois efeitos: transfere o título ao endossatário e vincula o endossante ao seu pagamento.
Há possibilidade de o endossante eximir sua responsabilidade sobre o endosso, se ele puser cláusula sem garantia, concordando com isso o endossatário, exime-se da responsabilidade o endossante. 
O endosso pode ser em branco ou em preto. No primeiro caso, o endossante transfere a titularidade sem definir o endossatário, já no segundo ele é definido. No caso do endosso em preto, o endossante endossa para endossatário específico, já no caso do endosso em branco é endossado àquele que é portador do título e tem por finalidade a circulação do crédito.
É certo que a transferência da posse de um título de crédito, normalmente, acompanha a transferência do direito creditício. Chama-se de endosso improprio, a legitimação da posse do documento a alguém, sem transferência da titularidade do crédito. Existem duas modalidades de endosso impróprio, respectivamente, endosso-mandato e endosso-caução. Pelo primeiro, o endossatário é investido na condição de mandatário do endossante, pelo outro, é investido na de credor pignoratício do endossante. O endossatário, no endosso-impróprio, pode exercer todos os direitos emergentes da letra de câmbio, exceto o de transferir a titularidade do crédito.
Ainda referente a endosso e cessão civil de crédito, o autor enfatiza que a clausula não à ordem, não impede a circulação do crédito, mas opera a mudança do regime jurídico aplicável a circulação. De forma simples e objetiva enquanto o título à ordem se transfere por endosso, o não à ordem transfere-se por cessão civil de crédito. São duas as diferenças entre uma e outra forma de o crédito circular: a) enquanto o endossante, em regra, responde pela solvência do devedor, o cedente, em regra, responde apenas pela existência do crédito; b) o devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé, exceções pessoais, mas pode alegar contra o cessionário.
Vale salientar que, em duas outras situações o endosso produzirá os efeitos de uma cessão civil, 1º) sendo aplicado após o protesto ou expirado por falta de pagamento, ou depois de expirado o prazo para a sua efetivação; 2º) quando praticado em título que se inseriu cláusula não à ordem.
O autor abordou ainda a circulação cambial e o Plano Collor, isso porque no combate a inflação no governo Collor, o legislador através da lei 8.021/90, adotou diversas vedações em relação a alguns documentos representativos de crédito, dentre tais vedações a proibição do endosso em branco e a proibição de emissão de títulos ao portador ou nominativos endossáveis, ou seja, restou proibida a criação de títulos à ordem, somente aceitáveis títulos não à ordem, o que acarretou na dificuldade das negociações e na circulação dos títulos, uma vez que passaram a circular apenas por cessão civil de crédito.
No que concerne ao aval, este é o ato cambiário pelo qual um terceiro, denominado avalista, garante o pagamento do título de crédito nas mesmas condições que o devedor do título, o avalizado. Quanto às características do aval, este é autônomo, uma vez que a sua validade e a eficácia não estão condicionadas a da obrigação avalizada, e equivalente, pois o avalista será devedor do título nas mesmas proporções daquele para quem prestou a garantia. 
O aval é prestado pela assinatura do avalista no anverso do título; por assinatura dada no verso ou anverso, sob a expressão por aval, ou outra de mesmo sentido; por assinatura do avalista, no verso ou anverso sob a expressão, a exemplo, da seguinte maneira, por aval de Pablo; Registra-se que nas duas primeiras formas considera-se aval em branco, vez que não consta o nome do avalista, e ressalta-se que deve constar o nome daquele que prestará garantia para que ocorra o aval em preto.
O devedor cambial pode ter a sua obrigação garantida por mais de um aval, que se responsabilizará pelo cumprimento da obrigação. Caso denominado aval simultâneo, que pode advir em aval em branco, quando conter, além da assinatura do sacador e do sacado, outras assinaturas, bem como aval em preto, quando a existência de mais de um aval em favor do mesmo avalizado. Nos dois casos, os avalistas simultâneos, serão solidariamente obrigados ao cumprimento do ônus avalizado. 
Vale recordar, que a solidariedade conceituada doutrinariamente em relação à obrigação cambiária em geral, apenas deve ser entendida no sentido de que, o credor pode exigir a totalidade do valor do título de qualquer um dos devedores, embasado no direito de regresso, tal regresso que não segue no direito cambiaria, as regras da solidariedade passiva do direito civil. Com isso consegue-se fazer a distinção de aval simultâneo e aval sucessivo. Pois no aval simultâneo, os avalistas assumem entreeles a obrigação, e no caso de aval sucessivo, o avalista garante a obrigação em favor de um devedor e tem seu próprio ônus. Vale salientar que o Supremo tribunal Federal, em sua súmula 198, estabelece que, “avais em branco e superpostos consideram-se simultâneo e não sucessivos.”.
O ato civil que equivale ao aval é a fiança, os dois institutos tem duas diferenças cruciais. A primeira é que o aval é autônomo em relação à obrigação avalizada, já a fiança é obrigação acessória. A segunda diferença é o benefício de ordem, que pode ser invocado pelo fiador, mas não pelo avalista. 
O vencimento da letra de câmbio é definido como fato jurídico que torna exigível o crédito cambiário nela mencionado. O vencimento distingue-se em ordinário e extraordinário, sendo que o ordinário se dá com o decurso do tempo e o extraordinário se divide em outras duas situações, que se dá pela recusa do aceite pelo sacado e na falência do aceitante.
Classificam-se as letras, segundo o vencimento, em quatro espécies: a) letra com vencimento em dia certo; b) letra à vista; c) letra a certo termo da vista; d) letra a certo termo da data. No caso de letra de câmbio com vencimento em dia certo, ocorre quando o vencimento é datado para tal dia, caso seja a vista, vence com a apresentação do título. A letra de câmbio a certo termo da vista é a que vence com o transcurso de um prazo, igualmente fixado pelo sacador, que tem inicio na data do aceite do titulo. Finalmente, a letra de câmbio a certo termo da data vence com o transcurso de prazo, igualmente fixado pelo sacador, que começa a fluir da data do saque.
O pagamento da letra de câmbio extingue ao todo ou em partes as obrigações nela mencionada, mas tudo dependerá de quem paga. Caso o devedor principal, extingue-se todas as obrigações documentadas no titulo. Se o pagamento é realizado pelo aceitante, opera-se a desconstituição da totalidade dos vínculos creditícios, liberando-se quem mais detinha a obrigação. Mas se um codevedor efetue o pagamento, apenas os posteriores a ele, na ordem, estarão eximidos da obrigação e, por óbvio o pagante, mas o mesmo poderá exercer o direito de regresso sobre os que o antecedem.
A apresentação da letra de câmbio deve ser feita ao aceitante, para o pagamento, no dia do vencimento. Se ocorrer o vencimento do titulo num dia não útil, deve ser feita no primeiro dia útil seguinte. Cabe salientar que o dia útil, para o direito cambial, é dia em que há expediente bancário regular. Caso o pagamento ocorra no exterior, se admite apresentação feita nos dois dias úteis seguintes ao vencimento.
O autor relata a respeito desobediência do prazo para protesto, que pode ser prejudicial aos direitos do credor. 
No tocante ao pagamento, o literato recomenda cautela na hora de efetuar o pagamento. A princípio, deve-se exigir a quitação expressa na própria cártula em decorrência do princípio da literalidade. Há se exigir a cártula, já que se assim não o fizer, essa sendo transmitida a terceiro de boa-fé, o mesmo poderá cobrá-la do devedor novamente, com base no princípio da cartularidade. Deve-se também, conferir a validade dos endossos, como medida de cautela no pagamento dos títulos de crédito.
No conceito de protesto o autor utiliza a definição regulada pela lei, de que o protesto é “ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida” (Lei n. 9.492/97, art. 1º). 
Mas demonstra a existência de certo equivoco nessa termologia conceitual legal, pois há protestos que nesse conceito não se encaixam, tais como, a falta de aceite na letra de câmbio, notado que o sacado não tem obrigação de aceitar a ordem de pagamento que lhe é dirigida, ao recusar tal aceite, este não descumpre obrigação alguma, ainda assim, caberá protesto por falta de aceite como forma indispensável para o vencimento antecipado do título.
Destarte, o protesto deveria ser definido como um ato praticado pelo credor, perante competente cartório, com a finalidade de introduzir ao título de crédito, a prova de fato relevante às relações cambiais.
No que tange ao protesto por falta de pagamento, a doutrina divide em protesto necessário e facultativo. Na situação de protesto necessário, sua formalização tem de ser dentro do prazo, para assegurar o direito creditício contra os codevedores e seus respectivos avalistas. No protesto facultativo, independe do protesto, para cobrança judicial do devedor principal e seus respectivos avalistas.
A partir do vencimento do título, incidem juros de mora e correção monetária. À vista disso, o pagamento da letra de câmbio, efetuado em cartório, para evitar o protesto, deve compreender estes encargos, além do valor do título.
Caso haja o protesto, e posteriormente o devedor cumpra a obrigação, a lei autoriza o cancelamento do protesto, que se dará por meio de pedido formulado pelo devedor, ou terceiro interessado, perante o Tabelionato de Protesto de Títulos. O pedido de cancelamento deverá vir instruído com o próprio título protestado ou através da carta de anuência.
O autor encerra o décimo primeiro capítulo com a definição de ação cambial e cita que tal, se difere das demais, porque apresenta a particularidade de limitar as matérias de defesa do devedor, quando o credor é terceiro de boa-fé. 
Em regra, o rito utilizado é o de execução e desta forma os embargos submeter-se-ão aos princípios da inoponibilidade. Vale salientar que para executar os codevedores e seus respectivos avalistas, deve o credor protestar o título em tempo hábil. 
Prescrita a ação executiva, o credor ainda pode recorrer ao judiciário se, a obrigação que se encontrava representada pelo título de crédito, tinha origem extracambial, através de uma ação de conhecimento ou por monitória, conhecidas como “causais”, pois se discutirá a causa da obrigação e não seu título executório, haja vista que o título, somente, servirá como elemento probatório. 
No capítulo que sucede ao anterior, o tema apresentado inicialmente é a nota promissória, que em acordo com o escritor, é uma promessa de pagamento, contendo apenas duas relações jurídicas, a do subscritor, quem assume a obrigação de pagar, e a do tomador, quem tem o direito ao crédito. Quem concorda em se obrigar com a nota promissória esta assentindo com a circulação do crédito correspondente, segundo regime cambiário. 
Para que a nota promissória produza efeito no direito cambiário, deverá preencher certos requisitos. Os requisitos essenciais da nota promissória são: a) a expressão “nota promissória”, inserta no texto do título, na mesma língua utilizada para a sua redação; b) a promessa incondicional de pagar quantia determinada; c) nome do tomador; d) data do saque; e) assinatura do subscritor; f) lugar do saque, ou menção de um lugar ao lado do nome do subscritor.
Vale salientar que a referência para época e lugar, também convém serem preenchidas, pois na falta, no caso da época, reputa-se como sendo à vista, e o lugar, considera-se pagável no local do saque ou no mencionado ao lado do nome do subscritor. 
A nota promissória está regida pelo mesmo regime do da letra de câmbio, apenas se diferem em quatro aspectos; a) inaplicabilidade das regras incompatíveis com a natureza de promessa de pagamento da nota; b) equiparação do subscritor da nota ao aceitante da letra; c) subscritor da nota é o avalizado, no aval em branco; d) a nota promissória a certo termo da vista vence depois de decorrido o prazo nela mencionado, a partir do visto. No restante, rege-se de forma igualitária às regras da letra de câmbio, às quais já foram vistas anteriormente.
CONCLUSÃO DA RESENHISTA
Com uma visão crítica e inovadora, o Autor Fábio Ulhoa Coelho oferece uma contribuição para esse tema de relevante importância jurídica, que são os títulos de crédito.
O literato expõe, de forma clara e objetiva, fundamentos a respeito dos títulos de créditos, apresenta seu conhecimento, menciona suas opiniões no decorrer do texto, alémde nos encaminhar para exposições mais detalhadas a respeito de determinados tópicos abordados, relacionando autores e bibliografias específicas, o que complementa de forma lustrosa o assunto. Um texto bem redigido, de fácil compreensão, que impulsiona a reflexão crítica em relação ao tema. 
Vale ressaltar, que embora a obra se debruce sobre o estudo dos títulos de crédito em sua feição tradicional, houve uma breve abordagem do autor, em relação à inserção ou aplicação do regime cambial ao processo eletrônico. Tal inserção que coloca em discussão os princípios essenciais dos títulos de crédito, haja vista o ideal de tornar o processo desprovido de papel. Deveras, encontramo-nos em período de transição, necessário e inarredável da prática forense. Já se tem algum parâmetro acerca do futuro que aguardamos. No entanto, a maior parte das normas e regulamentações novas, acredita-se, está por vir, e a doutrina, ainda incipiente quanto ao tema, há de se ater intensamente a ele.
Conclui-se que, com o estudo dos capítulos 10,11 e 12 dessa obra, se obtêm um amadurecimento e ampla visão no que concerne a títulos de crédito, que é de suma importância, pois se trata de um tema extremamente presente em nosso cotidiano, bem como, é de notável relevância tal conhecimento para os juristas e principalmente para a completa formação dos estudantes. 
REFERêNCIAS:
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, Volume I: Direito de Empresa. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. 455. p. 324-373.

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