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Diagnóstico Renal Por Imagem Em Felinos

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UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
RICHARDSON SILVEIRA TRINDADE DA SILVA
VIVIANE MARIA DA SILVEIRA
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO RENAL POR IMAGEM EM GATOS
RECIFE 
2015
UNIVERSIDADE MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU
RICHARDSON SILVEIRA TRINDADE DA SILVA
VIVIANE MARIA DA SILVEIRA
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO RENAL POR IMAGEM EM GATOS
Trabalho Acadêmico apresentado ao Professor Arthur Fernandes como parte das exigências para obtenção de parte da nota bimestral no curso de Medicina Veterinária.
Turma: MA
Período: II 
RECIFE 
2015
Sumário
1 Introdução	3
2 Radiografia Comum	4
3 Urografia Excretora	4
4 Ultrassonografia Renal	5
5 Ultrassonografia Doppler	7
6 Cintilografia Renal	7
7 Tomografia Computadorizada	7
Referências Bibliográficas	8
1 Introdução
Os órgãos urinários dos felinos são um dos mais atingidos por doenças, causadas principalmente por infecções microbianas, inflamações, idade avançada, traumas ou uma dieta com excesso de proteínas. Os sintomas de doenças renais são facilmente identificados, os felinos contaminados com doenças do tipo geralmente apresentam úlceras na região bucal, mau hálito, anemia, desidratação, presença de sangue na urina, entre outros sintomas que variam de acordo com a enfermidade apresentada.
Posicionados no abdômen, entre a primeira e a quarta vértebra lombar, os rins dos gatos possuem praticamente o mesmo tamanho (em média 4,2 cm de comprimento, 2,9 cm de altura e 2,75 cm de espessura), variando de tamanho, no entanto, entre os machos e as fêmeas, estas possuem rins, aparentemente, menores; animais castrados ou com idade avançada também apresentam rins menores que o normal.
Apesar da fragilidade do trato urinário, os cães são mais atingidos por essas doenças do que os felinos. Alguns recursos podem ser utilizados para identificação de alterações morfológicas nos rins, tais como: a radiologia, ultrassonografia e até mesmo a tomografia computadorizada. Já para alterações funcionais, a cintilografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética tornam-se melhores opções no diagnóstico. Apesar disso, a radiologia é a opção mais utilizada para diagnósticos iniciais. 
2 Radiografia Comum
Em radiografias, os rins são facilmente visualizados, exceto em casos de deficiência de gordura ou acúmulo de líquidos na região retroperitoneal. A análise de alterações patológicas radiograficamente nos rins pode ser feita através de verificações no tamanho, na posição, na forma, e, principalmente, na densidade de simetria do órgão. 
Como padrão, a radiografia deve ser realizada a partir da lateral direita ou da região ventro-dorsal do abdômen, estando o paciente em jejum de no mínimo 12 horas e no máximo 24 horas (exceto pacientes com diabetes mellitus), neste intervalo de tempo o consumo de água é permitido. 
Decorrente de doenças, as alterações podem tornar os rins menores ou maiores que o normal. Algumas patologias que causam essa alteração podem ser diagnosticadas através da radiografia como por exemplo a pielonefrite, a nefrite intersticial crônica, tumores primários ou secundários, linfossarcoma, cistos, abscessos, trombose, displasia, hipoplasia e a hiperplasia compensatória. 
As alterações na densidade de simetria dos rins geralmente são causadas por nefrocalcinose (um distúrbio do rim que envolve depósitos de cálcio e oxalato ou fosfato nos túbulos renais nas áreas entre os túbulos), alterações celulares, como metaplasia, tromboses ou por abscessos. 
Apesar da grande mobilidade dos rins dos gatos, esse tipo de alteração é raramente encontrado. De forma natural, os rins se movem caudalmente quando o estômago do animal está cheio e craniamente no caso de fêmeas grávidas. Em gatos com idade avançada e/ou com obesidade, os rins se movem mais ventralmente e caudalmente. Inchaços na glândula adrenal causam um deslocamento ventral dos rins, enquanto inchaços no ovário causam um deslocamento cranial. É válido ressaltar, ainda, que traumas e anomalias congênitas também causam alterações nas posições dos rins.
3 Urografia Excretora
A urografia excretora consiste na sobreposição de diversas radiografias que atuam em conjunto com meios de contraste a base de iodo. Para a realização do procedimento, o gato deve estar em jejum de 24h, sendo permitido o consumo irrestrito de água nesse período. Gatos anúricos (sem urina), desidratados ou com dificuldades de secretar urina não podem realizar o exame, uma vez que o meio de contraste iodado causa danos ao rim durante o fluxo de urina lento.
Feita a radiografia abdominal, é administrado intravenosamente, com aplicação rápida, de 600 a 800 miligramas por quilograma de massa corpórea de um meio de contraste solúvel em água e à base de iodo, como o Iopamidol. De cinco a vinte segundos após a aplicação, inicia-se a fase do nefrograma, onde devem ser feitas radiografias localizadas dos órgãos renais. Nessa fase, os rins devem aparecer densos nas radiografias tomadas. O resultado da análise dess afase é de suma importância na determinação qualitativa de patologias renais.
Após a injeção do meio de contraste, devem ser tomadas três radiografias em três intervalos de tempo: 5 minutos, 20 minutos e 40 minutos. Nas radiografias tomadas, deverão ser utilizadas a projeção lateral e ventrodorsal do paciente. 
Na análise final das radiografias, o ponto de máximo efeito do meio de contraste e as variações da densidade dos rins ao longo do efeito do meio de contraste são responsáveis por diferenciar os diversos estágios e processos das patologias renais.
4 Ultrassonografia Renal
Quando há um diagnóstico clínico ou laboratorial de uma patologia renal, a ultrassonografia torna-se obrigatória, tendo como função o acompanhamento do estágio da doença ou a verificação de eficiência do tratamento. Sobressaindo-se entre os demais métodos de imagem, a ultrassonografia se destaca por ser de baixo custo e deixar de lado a utilização de radiação ionizante ou meios de contraste, permitindo assim um constante uso do método sem que haja prejuízo na saúde do paciente. Contudo, algumas limitações prejudicam o uso desse método como: menor sensibilidade que a urografia excretora, dificuldade de visualização dos rins através de ossos ou estruturas cheias de gases (intestinos). Este método também não permite a visualização do funcionamento renal e, ainda, não dispõe de resultados específicos.
Normalmente, são utilizados na ultrassonografia trandutores de 7,5-10 MHz, porém como os rins estão na região proximal, é recomendável utilizar um trandutor de 7,5 MHz. Como padronizado, devem ser feitos os planos sagitais e transversos. Além do tamanho, forma e da posição, a ultrassonografia também pode diferenciar algumas partes do rim como a cápsula, o córtex, a medula, os recessos colaterais, o hilo e a pelve. 
Os cistos renais são lesões arrendondadas, anecoicas, com margem lisa. Geralmente, os cistos localizam-se em uma posição de fácil localização porém podem deformar o contorno renal quando localizados em áreas implícitas, principalmente quando apresentados na forma policística. Na ultrassonografia, cistos renais podem aparecer como ecogênicos ou, mais raramente, como formas arrendodadas hipoecogênicas. A dificuldade em diferenciar os cistos renais de neoplasias em radiografias torna a ultrassonografia uma ótima opção no diagnóstico desses cistos. 
Tumores renais em animais não são comuns; em gatos, o linfossarcoma é o que ocorre com maior incidência nessa região. O diagnóstico difícil desses tumores através da ultrassonografia exige uma certa atenção do manuseador da máquina ultrassônica para não passar despercebido nenhum tumor. Geralmente, uma neoplasia se destaca por distorções na forma do rim e um aumento no tamanho do órgão atingido. Para enxergar bem as lesões é necessário que o manuseador faça a ultrassonografia nos três planos padrões e utilize um aparelho de maior frequência, para assim detectaralguma anomalia. Para um diagnóstico preciso e definitivo, é necessária a realização de uma biópsia no paciente.
Dilatações na via de fluxo do trato renal, hidronefroses, também podem ser identificadas através da ultrassonografia. A hidronefrose pode ser de dois tipos: adquirida ou congênita. A hidronefrose adquirida é comumente resultado da obstrução de um ureter, enquanto a hidronefrose congênita é originada, geralmente, de um posicionamento incorreto dos ureteres. Em longo prazo, esse mau posicionamento causa uma dilatação da região pélvica. Mesmo com a obstrução, a urina continua a ser produzida, ocasionando a dilatação da saída do fluxo urinário renal e, assim, tornando o rim um grande depósito de urina que, consequentemente, para de produzi-la. A identificação ultrassônica dessa patologia é feita através da observação da dilatação da pelve renal e do ureter.
Rins cirróticos, facilmente identificados através do método ultrassônico, apresentam, sobretudo, uma diminuição de seu tamanho e uma impossibilidade de diferenciação entre a medula e o córtex, além disso, são resultados de nefropatias crônicas e avançadas. 
A biópsia renal monitorizada por ultrassom perdeu gradativamente seu espaço e importância devido ao grande risco causado aos gatos. O risco de complicações na biópsia é estimado em 18,5%, predominantemente dominado por ocorrências de graves hemorragias.
5 Ultrassonografia Doppler
A ultrassonografia doppler é responsável por examinar as características do fluxo do sangue. No caso das artérias renais, o exame possibilita a observação de lesões obstrutivas, da redução das dimensões renais, possibilitando uma alteração no tratamento de doenças específicas do trato urinário. A identificação de doenças no trato urinário, como insuficiência renal aguda, é baseada em dois parâmetros: o índice de resistência e o índice de pulsatilidade.
6 Cintilografia Renal
A cintilografia é um importante complemento no diagnóstico realizado através de radiografias e/ou ultrassonografias. Esse método divide-se em dois tipos: cintilografia estática e cintilografia dinâmica. A cintilografia estática utiliza um radiofármaco para fornecer características morfológicas renais. Já a cintilografia dinâmica utiliza, também, um radiofármaco para fornecer informações sobre as taxas de filtração glomerular ou tubular.
7 Tomografia Computadorizada
O método mais adequado para identificação de tumores no trato urinário é a tomografia abdominal, exame médico que fornece informações anatômicas que dão perfeitas condições de diferenciar tumores de estruturas semelhantes. Além disso, a CT (Computer Tomography) é eficiente e rápida na identificação e quantificação da diferença de densidades durante a injeção do contraste. Usando imagens funcionais, torna-se possível identificar defeitos de perfusão renal aguda. Por exemplo, no diagnóstico de trombose venosa renal, é possível através da representação do trombo nas veias renais, da massa renal, do diâmetro das veias e dos vasos colaterais confirmar o diagnóstico da doença. Da mesma forma, a CT auxilia também no pré-operatório de pacientes que necessitam de transplante renal.
Referências Bibliográficas
SEYREK-INTAS, Deniz; KRAMER, Martin. Renal imaging in cats. Veterinary Focus, v. 18, n. 2 , p. 23-30, 2008.
MCALLISTER, Hester; GRAHAM, John. Radiografia e Ultrassonografia do Cão e do Gato. 5ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 594p.
IWASAKI, Masao. Urografia excretora em cães e gatos: Afecções Urinárias. Iwasaki, v.27, n. 21, 1990.

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