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VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Prof. Adriana Dantas Referência: ROUQUAYROL, M. Z. ; FILHO, N. A.. Epidemiologia e saúde. 5 ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. CONCEITO Inicialmente, o termo vigilância epidemiológica era aplicado para: designar o controle de doenças transmissíveis; observar sistematicamente casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos. Posteriormente, o conceito ampliou. Passando a ser aplicado a variados problemas de saúde pública, além das doenças transmissíveis: malformações congênitas; envenenamento da infância; leucemia; abortos; acidentes; doenças profissionais e etc. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança de fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos (BRASIL, 1990 apud TEIXEIRA;JUNIOR, 1999) OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA [...] fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos [...] (WALDMAN, 1991 apud TEIXEIRA;JUNIOR, 1999) Para esse fim, busca disponibilizar informações atualizadas sobre a ocorrência de: Doenças, agravos e eventos fatores que os condicionam, numa área geográfica ou população definida DOENÇA X AGRAVO X EVENTO Doença = efermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um dano significativo para os seres humanos. Agravo = qualquer dano a integridade física, metal e social dos indivíduos provocados por circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicação, abuso de drogas, [...]. Evento = manifestação de doença ou uma ocorrência que apresente potencial para causar doença. PORTARIA N. 104, 25/01/2011 OPERACIONALIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Diferentes funções são desempenhadas com fins de conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo de ação e, assim, possam ser desencadeadas medidas de intervenção pertinentes. As funções da vigilância epidemiológica são: Coleta de dados; Processamento de dados coletados; Análise e interpretação dos dados; Promoção de ações de controle; Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; Divulgação de ações pertinentes. Todas essas funções são de competência de todos os níveis (municipal, estadual e federal) FUNÇÃO: COLETA DE DADOS E INFORMAÇÕES Diversas fontes podem ser utilizadas para a obtenção de dados. As principais são: notificação (Sistema Nacional de Agravos Notificáveis) Demais sistemas de informação Resultados laboratoriais investigação epidemiológica Imprensa e população Sistemas sentinelas Investigações FONTE DE DADOS: NOTIFICAÇÃO [...] é a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes (TEIXEIRA;JUNIOR, 1999) A notificação compulsória é a principal fonte da vigilância epidemiológica O Ministério da Saúde estabelece e atualiza, constantemente, as doenças que devem ser notificadas pelos profissionais de saúde Tais dados alimentam o Sistema Nacional de Agravos notificáveis (SINAN) Os estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA (2011) Referente a doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública (45) Acidentes por animais peçonhentos. Atendimento antirrábico. Dengue Febre Amarela Leptospirose Malária HIV Sarampo Tuberculose Violência doméstica, sexual e/ou outras violências LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA (2011) Doenças, agravos e eventos que devem ser notificados às Secretarias estaduais e municipais em, no máximo, 24 horas a partir da suspeita inicial (31) LISTA DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA EM UNIDADES SENTINELAS (2011) Referente a doenças, agravos e eventos de importância para a saúde pública (14) Acidente de trabalho por mutilação Acedente de trabalho em crianças e adolescentes Acidente de trabalho fatal Perda auditiva induzida por ruído – PAIR relacionada ao trabalho Transtornos mentais relacionados ao trabalho Rotavírus Pneumonias SISTEMA SENTINELA Informações capazes de monitorar indicadores- chave na população geral ou em grupos especiais que sirvam de alerta precoce para o sistema de vigilância (TEIXEIA et al., 1998 apud TEIXEIRA;JUNIOR, 1999). O monitoramento de grupos-alvos, através de exames periódicos é de grande valor na prevenção de doenças ocupacionais TEIXEIRA;JUNIOR, 1999). A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de saúde médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, biomédico, farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino [...](BRASIL, 2011) Contudo, nem sempre as notificações são realizadas, devido a desconhecimento de sua importância e, também, por descrédito nas ações que dela devem resultar. TIPOS DE DADOS Demográficos, ambientais e sócio-econômicos Caracterização da dinâmica populacional e das condições de vida, às quais se vinculam os fatores condicionantes de doenças ou agravo sob vigilância Morbidade Dados mais utilizados em vigilância epidemiológica,por permitirem a detecção imediata ou precoce de problemas sanitários Oriundos das notificações de casos e surtos, da produção de serviços laboratoriais e hospitalares, da investigação epidemiológica, da busca ativa de casos, entre outras formas. TIPOS DE DADOS Mortalidade São de fundamental importância como indicadores da gravidade do fenômeno vigiado, sendo, no caso de doenças de maior letalidade, mais válidos do que os dados de morbidade. Oriundos das declarações de óbitos Mortalidade x letalidade x morbidade MORTALIDADE X LETALIDADE X MORBIDADE Mortalidade – coeficiente que mede a relação entre o números de óbitos existentes e os expostos ao risco. Letalidade - refere-se ao menor ou maior poder que tem uma doença de provoca a morte das pessoas que adoeceram por esta doença. O coeficiente mede a relação entre o números de óbitos devido a determinada causa e o número de pessoas que foi realmente acometido pela doença. Permite avaliar a gravidade de uma doença. Morbidade - coeficiente que mede a relação entre o números de casos de uma doença e aos expostos a contrair a doença. FUNÇÃO: PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS Os dados são ordenados de acordo com as características das pessoas, tempo e lugar. São consolidados em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxos de pacientes e outros. Essa disposição fornece visão global do evento, permitindo a avaliação de acordo com as variáveis de tempo, espaço e pessoas (Quando? Onde? Quem?) e de associação causal (por que?) FUNÇÃO: RETROALIMENTAÇÃO DO SISTEMA Compromisso de responder aos informantes de forma adequada e oportuna (pilar do funcionamento do sistema de vigilância) Resposta (retroalimentação) = retorno regular de informações às fontes produtoras (profissionais de saúde e as lideranças comunitárias), demonstrando a sua contribuição no processo. Formar de materialização: informes epidemiológicos sobre a situação local, regional, estadual, macrorregional ou nacional; boletinsrelacionados aos dirigentes com poder de decisão FUNÇÃO: AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS Aferição do funcionamento do sistema de vigilância epidemiológica para: correções de rumo oportunas; demonstração de resultados obtidos , justificando recursos investidos em sua manutenção. Capacidade demonstrada em informar com precisão, a cada momento, a situação epidemiológica de determinada doença ou agravo, as tendências esperadas, os impactos das ações de controle efetivas e a indicação de outras medidas necessárias. As atividade do sistema de vigilância devem ser acompanhadas e avaliadas continuamente, com vistas a aprimorar a qualidade, eficácia, eficiência e efetividade das ações. FUNÇÃO: AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS Aspectos a serem avaliados: Atualidade da lista de doenças e agravos mantidos no sistema. Pertinência das normas e instrumentos utilizados. Cobertura da rede de notificação e participação das fontes que as integram. Funcionamento do fluxo de informações. Abrangência do tipo de dados e das bases informacionais utilizadas. Organização da informação coletada e produzida. Investigações realizadas e sua qualidade Retroalimentação do sistema Integração com a comunidade científica e centros de referência
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