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Escola Inclusiva

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Escola Inclusiva
Israel Brizola da Silva
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
IsraelMarroisz@outlook.com
Pamela Becker
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pamela_becker@live.com.pt
Resumo
A partir dos anos 1960, novos conceitos e práticas começaram a ser introduzidos no âmbito das respostas educativas a dar às crianças e jovens em situação de deficiência. Educação inclusiva será o tema deste trabalho em que iremos abordar assuntos contemporâneos sobre inclusão social e em que afeta o meio escolar. O contexto histórico em que se define a educação inclusiva contém característica marcante da mudança social, no período em que a escola inclusiva se tornou alvo de trabalhos, o meio escolar estava sobre fortes estudos de psicólogos e pesquisadores comportamentais. Deste modo, a educação inclusiva é somente uma parte do que havia sido estudado, ou seja, um pequeno fragmento do que podemos chamar de “ondas de pesquisas”.
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Inclusão: Seu significado
	Incluir ou integrar aquilo que, de fato, pode estar excluso. A inclusão pode ser estudada como um fenômeno que uma espécie abrange outra e torna um conjunto, mas ocorrências como estas podem acontecer entre indivíduos de mesma espécie, simplesmente pelo fato de que o(s) ser(es) que estiver(em) contido(s) em algo descriminar ou delimitarem as características abrangentes do grupo, tornando um indivíduo, que diferente do padrão, excluído.
Tipos de inclusão
Inclusão social
Inclusão escolar
Inclusão cultural
Inclusão indígena
Inclusão no mercado de trabalho
Contexto Histórico
A escolarização fora do sistema regular de ensino para todos os que se encontravam em situação de deficiência começa a ser posta em causa, a partir de 1959, na Dinamarca, que inclui na sua legislação o conceito de “normalização”, entendido como a possibilidade de o deficiente mental desenvolver um tipo de vida tão normal quanto possível (Bank-Mikkelsen1, 1969), estendendo-se a seguir por toda a Europa e América do Norte (Jiménez, 1997). A sua generalização no meio educativo vai desencadear “a substituição das práticas segregadoras por práticas e experiências integradoras” (Jiménez²), iniciando-se assim o movimento de integração escolar e a desinstitucionalização dos então chamados “deficientes”. Para Wolfensberger³ (1972), “a integração é o oposto a segregação, consistindo o processo de integração nas práticas e nas medidas que maximizam (potencializam) a participação das pessoas em atividades comuns da sua cultura”. A National Association of Retarded Citizens (E.U.A.) define a integração escolar como a “oferta de serviços educativos que se põem em prática mediante a disponibilidade de uma variedade de alternativas de ensino e de classes que são adequadas ao plano educativo, para cada aluno, permitindo a máxima integração institucional, temporal e social entre alunos deficientes e não-deficientes durante a jornada escolar normal”.
 Sanz del Rio5 (1985), citando Kaufman, entende a integração escolar como uma “integração temporal, instrutiva e social de crianças diferentes com os seus companheiros normais, baseada numa planificação educativa e num processo programador evolutivo e individualmente determinado”.
Segundo Soder4 (1981), existiam quatro graus de integração: física (compartilham espaços), funcional (utilizam os mesmos espaços e recursos), social (integram a classe regular) e comunitária (continuam a integração na juventude e vida adulta).
A nível europeu, os países nórdicos foram os que mais distinguiram nesta modalidade de atendimento às crianças e jovens com necessidades educativas especiais, ao lado da Itália que, nos anos 70, extinguiu as escolas de ensino especial e encaminhou todas as suas crianças e jovens para a escola regular. Portugal aderiu parcialmente, uma vez que as escolas especiais continuam a funcionar ao lado da integração da maioria destes alunos nas classes do ensino regular.
A integração escolar retirou as crianças e os jovens em situação de deficiência das instituições de ensino especial, em defesa da sua normalização, o que lhes permitiu o usufruto de um novo espaço e novos parceiros de convívio, de socialização e de aprendizagem (a escola regular). As práticas pedagógicas foram também transportadas das instituições de ensino especial para a escola regular, numa vertente mais educativa, configuradas num programa educativo individual, de acordo com as características do aluno, desenhado e desenvolvido, essencialmente, pelo professor de educação especial.
Quanto ao objetivo
	a expressão ”necessidades educativas especiais” refere-se a todas as crianças e jovens cujas carências se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares. Muitas crianças apresentam dificuldades escolares e, consequentemente, têm necessidades educativas especiais, em determinado momento da sua escolaridade.
Armstrong & Barton, 2003.
O principal problema de uma criança com deficiência não se trata de um empecilho físico ou financeiro, mas sim um obstáculo social. A aceitação, por ser individual e pessoal, acaba sendo a pior barreira, pois não se pode mudar a concepção de uma pessoa através de estruturas ou esquemas, se deve implantar progressivamente a experiência diferente para as outras crianças e também para o portador que deverá se adaptar e deixar de ser o centro das atenções como nas escolas especiais, se torna mais um indivíduo em uma escola comum. Para o portador de deficiência, essa mudança pode demorar muito ou pode vir a não acontecer.
Neste contexto, fica evidenciado o principal objetivo da inclusão escolar: A variabilidade individual. Contextualizar o aluno com necessidades especiais em uma escola pública acaba sendo uma ótima experiência para os demais, deste modo se adaptarão e aprenderão a conviver com as diferenças individuais, sendo elas físicas, comportamentais ou mentais.
Outros objetivos e Ações afirmativas
	Atualmente, custear um aluno em uma escola especial requer tempo e dinheiro, pensando neste caso, alguns países constroem programas de inclusão que retira das escolas especiais para levar à escolas comuns, mas obviamente, com adaptações físicas para comportar os mesmos, Deste modo, incentivará a diversificação singular e a inclusão.
	No Brasil, esse fato ocorre em alguns municípios e pretende se expandir integralmente no território nacional; “Direito à Diversidade”, programa do ministério da educação, inclui alunos com necessidades especiais em escolas publicas de ensino básico, médio e superior.
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Mais sobre o programa
 Objetivos
Subsidiar filosófica e tecnicamente o processo de transformação do sistema educacional brasileiro em um sistema inclusivo;
Sensibilizar e envolver a sociedade em geral e a comunidade escolar em particular;
 Preparar gestores e educadores dos Municípios-polo para dar continuidade à política de Educação Inclusiva;
Preparar gestores e educadores para atuarem como multiplicadores nos Municípios de sua área de abrangência;
 Desenvolver projetos de formação de gestores e educadores para dar continuidade ao processo de implementação de sistemas educacionais inclusivos;
O Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade disponibiliza equipamentos, mobiliários e material pedagógico para que sejam implantadas Sala de Recursos para viabilização do atendimento nos municípios-polo, apoiando o processo de inclusão educacional na rede pública de ensino. A meta prevista é de até o final de 2006 realizar a formação de gestores e educadores para a educação inclusiva em 83,5% dos municípios brasileiros, alcançando de cerca de 80.000 educadores. como parte da mesma ação inclusiva, a Secretaria de Educação Especial vem desenvolvendo desde 2004 o Projeto Educar na Diversidade, que visa a formação de professores inclusivistas nos 144 municípios-polo. Até o final de 2006 o projeto deve atingir aproximadamente 30 mil educadores que atuam em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
 “...A inclusão não significa tornar todosiguais, mas respeitar as diferenças. Isto exige a utilização de diferentes métodos para se responder às diferentes necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. O ensino integrado é algumas vezes visto como um passo em direção à inclusão, no entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, apenas algumas crianças serão integradas...”
 Problemas
Contudo, todo programa tem seus obstáculos, na educação inclusiva, tem como seu empecilho o acompanhamento de todos os alunos especiais em função do aprendizado com o coletivo.
“Todo movimento no cotidiano escolar e fora dele é diferente, cada ser tem seu ritmo corporal e cognitivo, sendo um movimento de desordem, desestabilidades e desvio.”
Pensamento relacionado à Skinner, com seu método bahaviorista de ensino. Contudo, podemos concluir que para termos um ensino mais efetivo na educação inclusiva brasileira precisamos mudar o estilo de escola tradicional para outra, como cita o problema, o desenvolvimento desordenado.
	Podemos propor que se ao invés de mudarmos o ritmo ordenado dos alunos e trocar o método cognitivista, Skinner propusera um método que coincide com este caso.
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Escola Inclusiva x Escola Integrada
A seguir, uma breve conclusão de comparação entre a escola integral e a escola inclusiva.
 (Quadro 1 – Comparação)
	Integração escolar / Educação especial
	Inclusão escolar / Educação inclusiva
	Homogeneidade
	Diversidade
	Normalização
	Direito à diferença
	Isolamento
	Cooperação
	Aventura solitária
	Responsabilidade coletiva
	Diferença com um problema
	Diferença como um desafio
	Indiferença à diferença
	Valorização da diferença
	Currículo único
	Currículo flexivo
	Indivíduo
	Contexto
	Seleção dos melhores
	Sucesso para todos
Papel do professor
	Ao se deparar com uma turma totalmente diversificada e desnivelada, para desenvolvê-la o professor precisa estar preparado, conseguir trabalhar com inclusão e também com a igualdade individual, sem dar mais atenção para tal aluno do que para outro se torna algo muito difícil se o professor não estiver preparado. Para explicitar este contexto, o professor Mel Ainscow em 1997, lança uma serie de artigos que mostro os dois lados do problema e também diz a principal função do professor. Ainscow mostra as chaves da educação inclusiva:
-“Planificação para a classe, como um todo” – a preocupação central do professor tem que ser a planificação das atividades para a classe, no seu conjunto e não para um aluno, em particular; 
-Utilização eficiente de recursos naturais: os próprios alunos – valorizando os conhecimentos, experiências e vivências de cada um; reconhecendo a capacidade dos alunos para contribuir para a respectiva aprendizagem, reconhecendo que a aprendizagem é um processo social, desenvolvendo o trabalho a pares/cooperativo, criando ambientes educativos mais ricos, desenvolvendo a capacidade de resposta dos professores ao feedback dos alunos, no decorrer das atividades;
-“Improvisação” – o professor deve ser capaz de fazer uma alteração de planos e atividades em resposta às reações dos alunos, encorajando uma participação ativa e a personalização da experiência da aula.
Ainscow conseguiu resumir em três maneiras de conseguir trabalhar com uma sala de aula inclusiva, neste pensamento o professor, como mediador do conhecimento não deve reter o conhecimento somente para o aluno deficiente, nem mesmo para os demais excluindo o indivíduo especial, portanto ele deve trabalhar com os materiais necessários para que todos os alunos se acompanhem.
	O professor como mediador*, deve estar munido de todo o conhecimento possível, dominar o conhecimento proporcionado e selecionar o que deve ser exibido sem faltar conteúdo (ocasionando em alunos com aptidões insuficientes para progredir) e sem exagerar com os estudos (ocasionando em alunos confusos).
Considerações finais
A inclusão escolar é um projeto que, desde sua criação, exprime uma grande importância não simplesmente na educação escolar, mas também na igualdade de gênero. Tornar uma escola inclusiva significa a aceitação de TODOS os tipos de indivíduos convivendo em uma sala de aula. Para realizar tal ação, primeiro deve-se estar preparado para comportar alunos especiais, não somente físicas, mas institucionalmente o professor precisa estar munido de todo o conhecimento e estratégias possíveis para ser utilizados em sala de aula.
	Observando todo este contexto, investir na educação não é um investimento que exibirá efeitos instantâneos, necessita de tempo para que todo o tempo e capital investido mostre seu verdadeiro valor.
Bibliografia
Ainscow, M., Porter, G. & Wang, M. (1997). Caminhos para as escolas inclusivas. Lisboa: Instituto de Inovação Educacional (textos originais em inglês, apresentados em Salamanca, 1994).
Soder, M. (1981). Devolver o deficiente à comunidade de onde foi excluído. Correio da Unesco, 9, nº 8, 20-23.
Vigotsky, L., S. (1985). Le problème de l’enseignement et du développement à l’âge scolaire. In B. Schneuwly& J. P. Bronckart (eds.). Vigotsky aujourd’hui. Neuchâtel: Delachaux et Niestlé.
Warwick, C. (2001). O apoio às escolas inclusivas. In D. Rodrigues (org.), Educação e diferença. Valores e práticaspara uma educação inclusiva. Porto: Porto Editora.
Ana Paula Mesquita da Silva & Aparecida Luvizotto Medina Martins Arruda (2014). O Papel do Professor Diante da Inclusão Escolar (UNINOVE).
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� Niels Erik Bank-Mikkelsen, Advogado dinamarquês que trabalhou em defesa de seu país
2 R. B. jiménez, Escritor e filósofo catalão que se dedicou a escutar o fenômeno da inclusão.
³ Wolf Wolfensberger, escritor acadêmico alemão (na época em questão) que estudou função social.
4 Matin Soder, Escrito alemão que publicava trabalhos embasados na inclusão social.
5 Julián Sanz del Río, jurista e filosofo espanhol mas possui passagens nas áreas de ética, psicologia
	e direito.
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