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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA JUSTIÇA SIMULADA DA COMARCA DE PORTO ALEGRE – RS. 
	Com pedido de Assistência Judiciária Gratuita.
Pedro Barroco Silveira, brasileiro, solteiro, bancário, portador da identidade nº 9105238753 e do CPF nº 866.124.740-65, com endereço eletrônico peedrobsilv@gmail.com, residente e domiciliado na Rua Copacabana, n º 170, Bairro Assunção, Porto Alegre, CEP 91900-050, Rio Grande do Sul, vem através de sua procuradora, Barbara Tesche da Rosa, conforme instrumento procuratório incluso, inscrita na OAB/RS número 97.890, com escritório profissional na Rua General João Telles, nº 856, bairro Bom Fim, Porto Alegre, CEP 90035-120, Rio Grande do Sul, onde receberá intimações e notificações de lei, à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, propor: 
AÇÃO INDENIZATÓRIA PARA REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS, com fundamentação legal nos artigos 5º, inciso X, da CF; 186 e 927 do CC, em face de
Londair Linhas Aéreas, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº 05.062.960/0003-70, com endereço à Av. Paulista, nº 1879, bairro Bela Vista, São Paulo (SP), CEP 01311-300, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS
No dia 02 de novembro de 2012 era previsto que o autor embarcasse num vôo para Londres pela empresa aérea Londair (ré). O vôo sairia de Porto Alegre às 7h20 e teria conexão em Madrid, destinando-se por fim à Londres.
Entretanto, não foi o que ocorreu. O autor chegou com antecedência ao local do embarque, fez check-in, entrou na aeronave e pensou que estava prestes a decolar. Novamente, não foi o que ocorreu. O vôo teve um atraso de duas horas e, questionados pelo motivo do atraso, os funcionários alegaram estar aguardando outros dois passageiros que fariam a mesma conexão. 
Pode-se dizer que foi constatada a prática de overbooking pela empresa. O vôo, previsto para às 07h20, decolou apenas 09h20. Este fato trouxe prejuízos ao autor, que viajava a trabalho. Além de perder duas horas dentro do avião, quando chegou a Madrid soube que havia perdido o vôo de conexão para Londres. A empresa, extremamente negligente, não fornecia amparo necessário ao passageiro e nem prestava melhores esclarecimentos. O autor teve que aguardar em torno de oito horas no aeroporto de Madrid até conseguir um encaixe no vôo seguinte. 
Como não estava previsto que isso acontecesse e por estar com o dinheiro contado/separado para o necessário, o autor saiu no prejuízo tendo que arcar com alimentação já que não recebeu nenhum auxílio financeiro, além do fato de a empresa ré não ter proporcionado um lugar adequado para a espera, o que também fez o autor ter mais prejuízos. O autor se sentiu perdido e desamparado, além de ter muita dificuldade para conseguir informações sobre o novo vôo. 
Mas isso não foi suficiente, além do atraso, a companhia aérea também perdeu as malas do cliente e que até o presente momento não foram localizadas. Em decorrência deste extravio o autor ficou sem seus objetos particulares, em especial um notebook modelo Samsung ATIV Book 2 no valor de R$ 2.580,00, um terno da marca Brooksfield no valor de R$1.200,00, uma jaqueta de couro no valor de R$700,00, além de outros pertences pessoais e roupas. 
Agora estamos em maio de 2014 e a empresa-ré não devolveu ou se quer localizou a mala extraviada, causando prejuízo ao autor, além de inúmeros transtornos decorrentes do extravio. 
O autor então pleiteou junto a empresa-ré a devolução da quantia em dinheiro dos pertences que estavam na mala extraviada e um ressarcimento pelos danos causados, sendo, no entanto negado por esta. Não obtendo sucesso de forma amigável, restou ao autor somente a tutela jurisdicional para reparar os danos materiais e morais causados pela empresa-ré.
II – DOS DIREITOS
Em razão dos fatos anteriormente narrados, podemos concluir que o Autor tem direito de ser totalmente indenizado pelos prejuízos que sofreu da empresa Ré.
Assim, o art. 5º, inciso X, da CF, determina que “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
Dispõe o art. 186 do CC “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. 
Determina, ainda, o art. 927 do CC “Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. 
Então concluímos que aquele que por ato ilícito causar dano a outrem tem a obrigação de indenizá-lo. 
O art. 6º, inciso VIII, do CDC, dispõe como direitos básicos do consumidor "a facilitação da defesa dos seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência;".
O CDC estabelece, em seu art. 6º, inciso "São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos". Esse artigo complementa-se com o art. 14 do CDC "O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. 
O art. 22, também do CDC, dispõe que “Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código”. A Ré enquadra-se na condição de fornecedora de serviços voltados ao transporte de pessoas e bagagens (concessionária de serviço de transporte aéreo) devendo responder de forma objetiva pelos vícios ou problemas oriundos de uma má prestação de serviços. 
A lei n.º 7.565/86 prevê em seu art. 260: “A responsabilidade do transportador por dano, conseqüente da destruição, perda ou avaria da bagagem despachada ou conservada em mãos do passageiro, ocorrida durante a execução do contrato de transporte aéreo, limita-se ao valor correspondente a 150 (cento e cinquenta) Obrigações do Tesouro Nacional (OTN), por ocasião do pagamento, em relação a cada passageiro."
A título ilustrativo colacionamos as jurisprudências abaixo: 
“RECURSO INOMINADO. TRANSPORTE AÉREO. VIAGEM turística. impossibilidade de embarque. prática de OVERBOOKING. INOCORRÊNCIA de assistência ao consumidor. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA COMPANHIA AÉREA. RECURSO DA PARTE AUTORA QUANTO AO QUANTUM FIXADO. vaLOR MAJORADO. 
 1. Os demandantes adquiriram as passagens aéreas previamente, com saída no Panamá ao destino de Porto Alegre. Na data do embarque restaram impossibilitados de embarcar no vôo contratado, em razão de super lotação. Prática de overbooking, consistente na celebração de contratos em capacidade superior ao que a companhia pode cumprir evidenciada. 
2. Danos morais fixados na monta de R$ 1.000,00 para cada autor que merece ser majorado. Demandantes que foram realocados em novo vôo apenas no dia seguinte sem qualquer elemento no feito a demonstrar a alegada assistência disponibilizada. Ainda que o pagamento do hotel tenha restado incontroverso, certo é que o autores suportaram transtornos e angústia pela considerável demora para o novo embarque. Demandantes que restaram impossibilitados de votar face ao atraso perfectibilizado pela prática da ré. Quantum indenizatório majorado para R$ 2.500,00 para cada autor, pois quantia que melhor se amolda ao caso em tela e esta de acordo com os parâmetros usualmente adotados pelas Turmas Recursais em hipóteses análogas.RECURSO PROVIDO. Nº 71005593884”
“APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE TRANSPORTE DE PESSOAS. TRANSPORTE AÉREO. OVERBOOKING. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PEDIDO DE MAJORAÇÃO. Observando-se os parâmetros da Câmara em casos análogos, majora-se o valor da indenização pelos danos morais para R$ 6.000,00 (seis mil reais), montante que deverá ser corrigido monetariamente pelo IGP-M a partir da sessão de julgamento (Súmula n. 362 do STJ) e acrescido de juros moratórios de 1% ao mês a contar da citação, por se tratar de responsabilidade contratual (art. 219, caput, do Código de Processo Civil). O valor já adimplido pela ré - no que tange os danos morais - deverá ser abatido da condenação atualizada, devidamente corrigido desde a data do pagamento efetuado. APELO PROVIDO. Nº 70060270535”
“apelação cível. contrato de transporte. empresa aérea. cancelamento do voo. não cumprimento do contrato. extravio definitivo da bagagem. dano material e dano moral. quantum indenizatório. 
Não havendo nos autos qualquer prova, ainda que indiciária, de que os pertences que se encontravam na mala extraviada ultrapassam o quantum indenizatório, é de ser mantida a indenização por danos materiais fixadas na sentença.
Dano moral que comporta majoração, a fim de adequar-se aos postulados de razoabilidade e proporcionalidade. Longo atraso e extravio definitivo da bagagem que culminaram no embarque da autora em um cruzeiro de 15 dias sem qualquer pertence.
Quantum indenizatório majorado para R$15.000,00.
APELO PARCIALMENTE PROVIDO. UNÂNIME. Nº 70066352485”
“RECURSO INOMINADO. LINHAS AÉREAS. açÃo indenizatória por danos morais e materiais. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO TRANSPORTADOR AÉREO. ARTIGO 14, DO cdc. incontroversa a irregularidade com a bagagem que não chegou Ao destino como contratado. devolução da bagagem SEIS dias APÓS O DESEMBARQUE. dano moral CARACTERIZADO. QUANTUM MAJORADO. 
A requente postulou a condenação das empresas rés ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, em razão do extravio de sua mala, entregue 06 dias após o desembarque na Itália, e às vésperas do dia de retorno da viagem. A sentença condenou as rés ao pagamento de R$ 1.336,17 de danos materiais e R$ 2.500,00 de danos morais. Recorreu a parte autora quanto ao valor fixado a título de indenização de ordem extrapatrimonial. 
Ainda que a bagagem tenha sido posteriormente localizada, certo é que a demandante passou a maior parte do passeio sem seus pertences. Ademais, denota-se (pela ausência de impugnação da parte contrária no ponto) que houve descaso por parte da ré que indicou erroneamente a data da chegada da bagagem, fazendo a autora ficar a sua mercê, esperando a entrega da mala por diversas oportunidades, inutilmente. Outrossim, restou demonstrado pela prova testemunhal que o motivo da viagem era para realização de curso de gastronomia, e que a noite eram realizados jantares de gala, situação que agrava ainda mais o dano suportado, pela privação de sua bagagem e seus pertences. Assim, o quantum merece ser majorado para R$ 4.000,00, pois quantia que se revela adequada a compensar a angústia suportada pela recorrente. RECURSO PROVIDO. Nº 71005683040”
Sofreu o autor dano material e moral em decorrência do fato danoso ocorrido que foi propiciado pela empresa ré, que tinha a obrigação de conduzi-lo, auxiliá-lo e a entregar sua bagagem em perfeito estado até o seu destino pretendido, o que não aconteceu, já que a bagagem do A. não chegou aonde deveria, extraviando-se. Houve então inadimplemento contratual, já que ambos haviam celebrado pacto contratual através de contrato de adesão. Cumpre então ao causador do fato danoso a obrigação de indenizar tanto por danos morais quanto por materiais.
III – DOS PEDIDOS
A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, pois o autor não pode arcar com custas e despesas do processo sem comprometer seu sustento. 
A inversão do ônus da prova, invocando o Código de Defesa do Consumidor. 
A condenação da demandada nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios. 
Condenação da ré a indenização dos danos morais sofridos pelo autor, em valor não inferior ao equivalente a quarenta salários mínimos nacionais e danos materiais, em função dos bens perdidos com o extravio da mala, fixados no valor de 7.000,00. 
( não esquecer da citação da parte ré) 
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas. 
Dá à causa, provisoriamente, o valor de alçada. 
Porto Alegre, 05 de maio de 2014. 
Dra. Barbara Tesche da Rosa 
OAB/RS 97.890

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