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Danyela Luz

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Questões resolvidas

Prévia do material em texto

ONHB17 Oficial / Fase 2
ONHB / IFCH - Unicamp
Conteúdo
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Questões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
12 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
13 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
14 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
15 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
16 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
17 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
18 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
19 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
20 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
21 / Questão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
22a / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
22b / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
1
22c / Tarefa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
018: Me chame pelo meu nome . . . . . . . . . . . 56
019: Angústia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
020: Carta de Helena Silva Stein para sua irmã Flávia 60
021: Muito antes de Biden, Roosevelt já tinha des-
bravado Amazônia . . . . . . . . . . . . . . 62
022: A Volta pra Casa . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
023: Efemérides Brasileiras . . . . . . . . . . . . . 70
024: Uma História, 1819-1820 . . . . . . . . . . . 71
025: Folk-lore do Brasil Central . . . . . . . . . . . 72
026: Recibo de pagamento por serviços prestados . 75
027: Descrição fantasiosa de animais da fauna bra-
sileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
028: Omundo novo e desconhecido, ou descrição de
americanos e sulistas . . . . . . . . . . . . . 77
029: Humanae I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
030: Humanae II . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
2
Introdução
A aventura continua...
Sejam bem-vindo(a)s à Fase 2 da décima sétima edição da
Olimpíada Nacional em História do Brasil!
A segunda fase da 17ª Olimpíada inicia dia 12 de maio
(segunda-feira) e encerra às 23:59 [horário de Brasília] do dia 17
de maio (sábado). Esta fase é composta por 10 Questões e 1
Tarefa. Lembre-se: em nossa prova, cada questão possui quatro
alternativas. Há mais de uma resposta correta, mas cabe a sua
equipe escolher qual alternativa considera como a mais adequada
e selecioná-la. A prova pode ser salva em “rascunho”, mas não se
esqueçam de confirmar as respostas até a data limite, clicando
em “entregar a questão”. Após clicar em “entregar a questão” não
será mais possível realizar alterações na questão.
Bom trabalho a todos!
3
Questões
12 / Questão
Documento 018 Peça publicitária p. 56
Me chame pelo meu nome
Sobre o documento e o tema que ele trata assinale a alternativa
mais pertinente.
A. A peça publicitária faz parte de uma campanha sobre
capacitismo realizada em referência ao Dia Internacional da
Pessoa com Deficiência.
B. A Lei N 13.146/2015 instituiu o Estatuto da Pessoa com
Deficiência com objetivo de garantir a essas pessoas
condições de igualdade no exercício da cidadania.
C. A categorização e exclusão de pessoas com deficiência veio
de uma prática eugenista adotada pelo Estado brasileiro que
culminou na criação das paraolimpíadas.
D. A campanha para erradicar o uso de expressões ofensivas
expõe uma das ferramentas na luta contra a exclusão da
pessoa com deficiência.
4
13 / Questão
Leia o trecho a seguir, retirado do livro Angústia, de Graciliano
Ramos, publicado em 1936.
Documento 019 Romance p. 57
Angústia
A partir do texto, escolha uma das alternativas:
A. Ambientada na cidade de Maceió, Alagoas, a trama de
Angústia apresenta, por meio de seus personagens, as
contradições de uma sociedade em transformação.
B. Divergindo dos primeiros romances do autor alagoano,
identificados no documento, Angústia não apresenta críticas
à sociedade burguesa, tampouco ao conservadorismo.
C. Além de associar o casamento a uma série de dispêndios
supérfluos, o trecho evidencia os contrastes entre Luís da
Silva, o narrador-personagem, e Julião Tavares.
D. Enquadrado como subversivo, Graciliano Ramos foi um dos
alvos da Lei de Segurança Nacional promulgada em 1935 e
estava preso quando Angústia foi publicado.
5
14 / Questão
Documento 020 Carta p. 60
Carta de Helena Silva Stein para sua irmã Flávia
O evento de que fala a carta:
A. Foi a enchente que acometeu Porto Alegre em 1941,
deixando milhares de pessoas em situação de flagelo.
B. É utilizado por negacionistas como argumento de que
desastres ambientais recentes não estão relacionados à
emergência climática nem à negligência de autoridades.
C. Motivou, na década de 1970, a construção de um muro e de
diques para servir de barreira contra novos alagamentos.
D. Levou mais de 70 municípios a decretarem situação de
calamidade pública e outros 300 à situação de emergência,
sendo o maior desastre climático da história do estado.
6
15 / Questão
Documento 021 Matéria jornalística p. 62
Muito antes de Biden, Roosevelt já tinha desbravado
Amazônia
A expedição Roosevelt-Rondon
A. forneceu acervos naturais para o American Museum of
Natural History de Nova Iorque e para o Museu Nacional, no
Rio de Janeiro.
B. ocorreu com objetivos de expedição científica e de
exploração de um rio com foz desconhecida.
C. apresenta elementos do pensamento indigenista, voltado à
integração nacional, do marechal Cândido Rondon.
D. teve como pano de fundo combater o desmatamento da
floresta Amazônica e os conflitos entre indígenas e
garimpeiros.
Conteúdo adicional
LINK: Medo e devastação nos caminhos centenários da expedição Roosevelt-Rondon
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2020/05/medo-e-devastacao-
nos-caminhos-centenarios-da-expedicao-roosevelt-rondon
7
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2020/05/medo-e-devastacao-nos-caminhos-centenarios-da-expedicao-roosevelt-rondon
https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2020/05/medo-e-devastacao-nos-caminhos-centenarios-da-expedicao-roosevelt-rondon
16 / Questão
Documento 022 Videoclipe p. 67
A Volta pra Casa
O videoclipe da canção A Volta pra Casa , de Rincon Sapiência:
A. Refere-se à instituição do transporte público gratuito e da lei
de vagões de metrô de uso exclusivo de mulheres.
B. Expressa a violência no espaço público, relacionada
também a questões de gênero e classe social.
C. Apresenta os desafios e dificuldades enfrentados pelos
trabalhadores no movimento entre a casa, o trabalho, a
faculdade e o retorno ao lar.
D. Vale-se de uma estética com componentes raciais e
anacrônicos.
8
17 / Questão
Para responder esta questão, leia o trecho do livro “Efemérides
Brasileiras”, do Barão de Rio Branco e em seguida veja a obra de
Henry Chamberlain:
Documento 023 Trecho de Livro p. 70
Efemérides Brasileiras
Documento 024 Gravura p. 71
Uma História, 1819-1820
A partir da leitura dos documentos e de seus conhecimentos
prévios, assinale uma alternativa:
A. A proibição dos muxarabis em 1809 estava diretamente
ligada à instalação da família real portuguesa no Brasil.
B. Os muxarabis são elementos arquitetônicos de origem
árabe que permitiam e também limitavam a comunicação
entre as casas e a rua.
C. Os muxarabis são raros no Brasil e não formam o patrimônio
nacional dado o sucesso da colonização portuguesa.
D. A arquitetura colonial impactava de modo distinto a vivência
de mulheres brancas e mulheres negras.
9
18 / Questão
Leia o texto “Folk-lore no Brasil Central”, de Henrique Silva,
publicado em 1911.
Documento 025 Artigo de opinião p. 72
Folk-lore do Brasil Central
A partir da leitura do documento e suas pesquisas, é correto
afirmar que Henrique Silva
A. exalta a cultura e a população de Goiás como produtos da
mestiçagem, a partir das discussões intelectuais brasileiras,
que buscavam promover o embranquecimento
populacional.
B. compara Goiás e o interior do Brasil com o faroeste
estadunidense, convidandoos pesquisadores e investidores
para a região, de modo a desenvolvê-la economicamente.
C. nos anos seguintes deu continuidade, na revista Informação
Goyana, à publicações em defesa da cultura popular de
Goiás.
D. busca valorizar as riquezas humanas de Goiás e regiões
vizinhas, como sua cultura e história e critica que o local seja
ignorado pelos pesquisadores.
10
19 / Questão
Documento 026 Recibo p. 75
Recibo de pagamento por serviços prestados
A partir do recibo emitido pelo diretor da Empresa de Terras e
Colonização de Grão Pará/SC, assinale uma alternativa correta:
A. A proclamação da República impactou a atuação de
empresas colonizadoras, finalizando suas atividades e a
perseguição aos indígenas.
B. Os bugreiros, nome atribuído aos caçadores de indígenas,
surgiram a partir da extinção da Companhia de Pedestres
em 1879.
C. Além dos bugreiros, o Estado e as empresas colonizadoras
foram responsáveis diretos pela execução de povos
indígenas.
D. O documento, assinado em 1891, evidencia a existência de
expedições com o objetivo de investir contra os indígenas.
11
20 / Questão
Os documentos abaixo foram retirados da obra publicada no ano
de 1671, “O mundo novo e desconhecido, ou descrição de
americanos e sulistas”, na qual seu autor, o holandês Arnoldus
Montanus, descreve regiões de todo o continente americano.
Observe a gravura e, em seguida, leia o trecho que a acompanha.
Documento 027 Gravura p. 76
Descrição fantasiosa de animais da fauna brasileira
Documento 028 Excerto de Livro p. 77
O mundo novo e desconhecido, ou descrição de america-
nos e sulistas
A partir da leitura dos documentos, escolha uma alternativa:
A. A representação da fauna brasileira é elaborada a partir de
elementos fantásticos que intensificam a sua estranheza
aos olhos dos europeus, reforçando a ideia de um território
peculiar.
B. A disseminação dos relatos de viagem pela imprensa
impactou diretamente na criação de um mercado europeu
voltado para a comercialização de produtos exóticos.
C. A descrição exuberante da natureza era uma forma de
demarcar a extensão e a variedade dos territórios
ultramarinos, participando de uma tradição de registros
ligados à manutenção das lógicas coloniais.
D. A popularização de narrativas sobre o Novo Mundo
12
estimulou a expansão náutica europeia uma vez que seus
autores precisavam se deslocar da Europa ao estrangeiro
para produzir novas obras.
13
21 / Questão
Documento 029 Fotografia p. 79
Humanae I
Documento 030 Fotografia p. 80
Humanae II
A partir do projeto fotográfico em processo denominado
Humanae , de autoria de Angélica Dass, assinale a alternativa
mais pertinente:
A. A abrangência geográfica e a diversidade de pessoas que
participam do projeto estão relacionadas à tese da
democracia racial brasileira.
B. Trata-se da colagem de fotografias de rostos de pessoas
diferentes com a indicação do código de classificação da cor
Pantone correspondente.
C. Pantone é uma das empresas que tentam criar sistemas de
identificação e categorização de cores que passam a ser
utilizados como referência internacional.
D. Ao utilizar os padrões industriais na representação da
diversidade da sociedade, a artista problematiza temas
como o racismo.
Conteúdo adicional
LINK: Angélica Dass https://angelicadass.com/pt/foto/humanae/
14
https://angelicadass.com/pt/foto/humanae/
22a / Tarefa
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Óleo sobre Tela: “Embarque da família real para o Brasil”,
S/D, atribuída a Nicolas-Luis-Albert Delerive (1755-1818).
22b = Gravura (Charge): ”O voto às mulheres: quadros de futuro”,
1917.
22c = Fotografia: ”Festa da Uva”, 1932, de Giacomo Geremia.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às
frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para
todos os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos os
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
15
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
16
IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
1
2
3
4
5
6
7 8
9
10
11
12
13
141516
17
18
19
20
MIGALHAS
[migalha 1 ]
17
[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
18
[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
19
[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
20
[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
21
[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
22
[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
23
[migalha 14 ]
[migalha 15 ]
24
[migalha 16 ]
[migalha 17 ]
25
[migalha 18 ]
[migalha 19 ]
26
[migalha 20 ]
AFIRMAÇÕES
[ A ] É possível ver pessoas humildes (mulheres e crianças) em
posição suplicante.
[ B ] O príncipe regente Dom João conduz sua esposa e filhas em
uma carruagem.
[ C ] Há embarcações ancoradas no mar.
[ D ] Homens agarrados a um mastro auxiliam a içar as velas.
[ E ] Militares estão montados e trazem espadas em riste.
[ F ] É possível ver um casario de arquitetura diversa e também
tendas armadas.
[ G ] É possível ver o príncipe regente de Portugal vestindo casaca
e portando banda e chapéu armado.
[ H ] Trata-se de uma cena urbana retratada à beira de um cais.
27
[ I ] Bois tracionam, com grande esforço, uma carroça com as
bagagens.
[ J ] Um homem da comitiva real segura a Constituição
Portuguesa, para indicar a obediência às leis.
[ K ] Pessoas de diferentes posições sociais estão reunidas em
conjuntos.
[ L ] Mulheres e crianças da Família Real, impedidas de fazer a
viagem, ajoelham-se e choram.
[ M ] Um veículo puxado por parelhas de cavalos traz a insígnia
real.
[ N ] Um homem está em reverência de “beija-mão”.
[ O ] Há monges (ou frades) católicos com penteado em tonsura.
[ P ] Homens usando perucas denotam nobreza e autoridade.
[ Q ] Uma das embarcações ostenta um símbolo da monarquia.
[ R ] Uma fortificação ao fundo, com bandeira hasteada, é
possivelmente uma representação da Torre de Belém.
[ S ] Carregadores são vistos embarcando baús abertos contendo
os livros da Biblioteca Real.
[ T ] Cavalos tracionam, com grande esforço, um meio de
transporte.
[ U ] Na cena é possível visualizar dois cachorros.
[ V ] Três homens estão com a mão esquerda por dentro do
casaco.
[ W ] Trata-se de uma cena à beira de um cais retratando a
chegada da Família Real ao Brasil.
28
[ X ] Guardas uniformizados e armados estão enfileirados.
[ Y ] Há coches com teto (tejadilho) levantado e figuras
masculinas e femininas em seu entorno.[ Z ] O céu nublado e escurecido confere dramaticidade à cena.
29
22b / Tarefa
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Óleo sobre Tela: “Embarque da família real para o Brasil”,
S/D, atribuída a Nicolas-Luis-Albert Delerive (1755-1818).
22b = Gravura (Charge): ”O voto às mulheres: quadros de futuro”,
1917.
22c = Fotografia: ”Festa da Uva”, 1932, de Giacomo Geremia.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às
frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para
todos os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos os
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
30
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
31
IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
MIGALHAS
[migalha 1 ]
32
33
[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
34
[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
35
[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
36
[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
37
[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
38
[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
39
[migalha 14 ]
AFIRMAÇÕES
[ A ] A senhora lê um jornal chamado “O Sufragista”.
[ B ] Dois homens interagem no canto da imagem, um mostrando
ao outro a cena.
[ C ] Com o auxílio de um espelho, um homem cuida de sua
aparência.
[ D ] O texto sob a charge expressa apoio ao voto das mulheres.
[ E ] A vestimenta da personagem feminina em evidência é
composta por acessórios neutros, sem marcação de gênero
(como paletó, monóculo, chapéu, bengala e pasta).
[ F ] Acessórios tradicionalmente masculinos (como paletó,
monóculo, chapéu, bengala e pasta) compõem a vestimenta da
personagem feminina em evidência.
40
[ G ] Sentados em suas respectivas poltronas, um casal de idosos
realiza, cada qual, uma atividade: enquanto o homem tricota, a
mulher fuma e lê um jornal.
[ H ] O texto sob a charge expressa uma crítica ao voto feminino e
às suas possíveis consequências.
[ I ] Ambas as mulheres adultas estão fumando: a mais velha um
cachimbo e a mais jovem um cigarro.
[ J ] O título da charge remete a um futuro com papeis sociais
“invertidos” caso ocorra o sufrágio feminino.
[ K ] A assinatura do cartunista e a data de produção da charge
indicam se tratar.
[ L ] No primeiro plano, uma mulher fuma enquanto segura uma
bengala e uma pasta.
[ M ] Uma menina brinca com uma bola de futebol.
[ N ] O título da charge remete a um futuro com papéis sociais
invertidos caso não seja autorizado o sufrágio feminino.
[O ] Trata-se de uma charge publicada em um periódico, em 1917.
[ P ] Sentados em suas respectivas poltronas, um casal de idosos
realiza suas atividades; ela lê e usa sapatos femininos; ele toma
sopa e usa uma bota masculina.
[ Q ] A assinatura do cartunista e a data de produção indicam o
ano de 1917.
[ R ] Trata-se de um cartão postal impresso em 1917 como brinde
de uma loja de roupas para toda a família.
[ S ] Um menino brinca com uma boneca.
[ T ] Ao fundo, um homem de avental carrega e alimenta um bebê.
41
22c / Tarefa
Nesta tarefa, propomos às equipes o trabalho com um
instrumento que é muito importante para os historiadores:
analisar e compreender imagens, observando seus detalhes e
tirando conclusões a partir deles. Esta tarefa é composta por
TRÊS partes, ou seja, 3 imagens:
22a = Óleo sobre Tela: “Embarque da família real para o Brasil”,
S/D, atribuída a Nicolas-Luis-Albert Delerive (1755-1818).
22b = Gravura (Charge): ”O voto às mulheres: quadros de futuro”,
1917.
22c = Fotografia: ”Festa da Uva”, 1932, de Giacomo Geremia.
Em cada uma destas imagens, as equipes encontrarão
“números”. A tarefa consiste em associar estes números às
frases que preparamos e que aparecerão ao lado de cada parte
destacada na imagem. São frases que descrevem aspectos da
imagem. Cada número deve ser associado a uma única frase
(indicada por uma letra). Entretanto, as equipes encontrarão mais
frases do que números, ou seja, há frases que não serão
associadas a nenhum número.
Para visualizar detalhes da imagem você pode utilizar o zoom (as
lupas estão ao lado esquerdo das imagens). Ao clicar o cursor
sobre o número escolhido, abrirá uma página com todas as frases.
Escolha a mais pertinente e clique sobre ela.
Deste modo, você associou o número à frase. Faça isso para
todos os números de cada imagem.
ATENÇÃO: Ao clicar sobre uma frase ela é salva
AUTOMATICAMENTE EM RASCUNHO e mesmo que você saia da
página da Olimpíada e retorne depois, o rascunho estará salvo e
disponível, podendo ser alterado. Após ter associado todos os
números às frases NESTA imagem, o botão “Entregar a Questão”
ficará disponível, assim não esqueça de confirmar esta parte de
sua tarefa, clicando no botão “Entregar a Questão”.
O envio da tarefa 22 ocorre SEPARADAMENTE para cada imagem
42
[22a, 22b e 22c], assim quando a equipe clicar em “Entregar a
Questão” envia as respostas para uma imagem. Após clicar em
“Entregar a Questão” nenhuma alteração poderá ser feita. Por
isso, só clique em “Entregar a Questão” após ter certeza de que
todos os números na imagem estão associados às frases e que
sua equipe deseja entregar.
Um pouquinho de calma e muita atenção são importantes para o
sucesso desta atividade.
Bom trabalho a todos.
43
IMAGEM COM AS MIGALHAS
Para uma versão em alta resolução acesse o site, para cada migalha abaixo você encontra imagens com
mais detalhes abaixo.
1
2
3
4
5
6 7
8
9
10
11
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15
16
17
18
19
MIGALHAS
[migalha 1 ]
44
[migalha 2 ]
[migalha 3 ]
45
[migalha 4 ]
[migalha 5 ]
46
[migalha 6 ]
[migalha 7 ]
47
[migalha 8 ]
[migalha 9 ]
48
[migalha 10 ]
[migalha 11 ]
49
[migalha 12 ]
[migalha 13 ]
50
[migalha 14 ]
[migalha 15 ]
51
[migalha 16 ]
[migalha 17 ]
52
[migalha 18 ]
[migalha 19 ]
53
AFIRMAÇÕES
[ A ] A imigração que define essa localidade é reafirmada pela
bandeira do Reino da Itália.
[ B ] Há um local para lazer, marcado por um conhecido brinquedo.
[ C ] Componentes de uma banda militar, com instrumentos
musicais, observam o que se passa mais abaixo.
[ D ] Pessoas com guarda-chuvas e sombrinhas protegem-se do
sol.
[ E ] O trabalho de um fotógrafo conta com o auxílio de um tripé.
[ F ] É possível ver árvores e arbustos com bancos ao redor e
também pessoas sentadas.
[ G ] Componentes de uma banda militar, com instrumentos
musicais, executam uma música para a plateia.[ H ] Um prédio comercial anuncia produtos em promoção.
[ I ] Uma platibanda está decorada com o principal símbolo da
maçonaria.
[ J ] Num espaço coberto, autoridades estão de frente para a
multidão de espectadores.
[ K ] Um letreiro identifica que o evento é uma festa promovida
pela União do Vale dos Agricultores, em 1932.
[ L ] Pessoas com guarda-chuvas e sombrinhas protegem-se da
garoa.
[ M ] Uma estátua com uma figura feminina segura a chama da
liberdade.
[N ] O público aglomerado é formado por uma maioria de homens.
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[ O ] Uma platibanda está decorada com uma representação
religiosa.
[ P ] Em meio à multidão, é possível visualizar meios de transporte.
[ Q ] A imigração que define essa localidade é reafirmada pelo
estandarte oficial da Alemanha.
[ R ] Homens vestidos com paletó e gravata reforçam a
importância da solenidade.
[ S ] É possível observar prédios de arquitetura religiosa e
comercial.
[ T ] Uma construção ao fundo traz um letreiro, possivelmente
com a palavra INDÚSTRIA.
[ U ] Um letreiro identifica que o evento é uma festa de produto
agrícola em 1932.
[ V ] Mulheres usam vestidos folclóricos.
[ W ] A imagem traz um evento ocorrendo em área urbana com a
participação de um grande número de pessoas.
[ X ] É possível ver crianças de diferentes idades que se divertem
em um parque, marcado por um conhecido brinquedo.
[ Y ] Uma das autoridades está fazendo a saudação fascista.
55
Documentos
Documento 018
Me chame pelo meu nome
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Peça publicitária ORIGEM: Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com
Deficiência, em parceria com a Prefeitura de Curitiba. Disponível
em: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/campanha-de-curitiba-reforca-importancia-de-combater-
capacitismo-e-aumentar-a-inclusao/66451. Acesso em: 24 fev. de 2025. CRÉDITOS: Conselho
Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Prefeitura de Curitiba
PALAVRAS-CHAVE: capacitismo, pessoas com deficiência
56
Documento 019
Angústia
Alguns dias depois Marina me chamou para mostrar os objetos
que tinha comprado. Não era quase nada: calças de seda,
camisas de seda e outras ninharias.
— Que é do resto?
— Que resto? perguntou espantada. É só isto. Veja se as
camisas estão bem-feitas, diga se as cores lhe agradam.
— Muito boas, murmurei.
— Mas você nem está olhando.
— Para quê? Não entendo. O que vejo é que falta quase tudo.
— Que se há de fazer? É a carestia. Em todo o caso julgo que
você aprova…
Que remédio! Havia de brigar com ela, dizer-lhe que tivesse
juízo, explicar que sou pobre, não posso comprar camisas de
seda, pó de arroz caro, seis pares de meias de uma vez? Seis
pares de meias, que desperdício! Se ela suasse no veio da
máquina ou aguentasse as enxaquecas do chefe na repartição,
não faria semelhante loucura. Mas não despropositei, como o
coração me pedia.
— Está bem. Vamos comprar o resto. Faça economia, ouviu? Os
cobres estão escassos. Sangrei mais quinhentos mil-réis.
Depois sangrei duzentos, adquiri móveis em leilão e vesti-me
de novo, porque as minhas camisas estavam esfiapadas e o
paletó se cobria de nódoas . Marina aplaudia a transformação
que se ia operando no meu exterior:
— Precisa é mandar consertar essa gola. O corpo está bom. Os
pés não prestam, com esses sapatos indecentes. Dê por visto
um pavão.
Ofereci a seu Ivo os meus sapatos cambados e reformei os
pés. O dinheiro sumia-se, essas alterações chupavam-me as
reservas acumuladas com paciência. Eu vivia preocupado,
fazendo cálculos na rua. E ainda não havia comprado uma
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lembrança para Marina.
Liquidei a minha conta no banco, estudei cuidadosamente
uma vitrina de joias, escolhi um relógio-pulseira e um anel. Saí
da joalharia com vinte mil-réis na carteira, algumas pratas e
níqueis. Mais nada. Apenas confiança no futuro, apesar dos
encontrões que tenho suportado. (...)
Ia cheio de satisfação maluca. Não tirava a mão do bolso,
apalpava as caixinhas, sentia através do papel de seda a
macieza do veludo. Na alvura do braço roliço a fita do relógio
faria uma cinta negra; a pedrinha branca faiscaria no dedo
miúdo.
— Moisés me emprestará cinquenta mil-réis até o mês
vindouro.
Ao chegar à rua do Macena recebi um choque tremendo. Foi a
decepção maior que já experimentei. À janela da minha casa,
caído para fora, vermelho, papudo, Julião Tavares pregava os
olhos emMarina, que, da casa vizinha, se derretia para ele, tão
embebida que não percebeu a minha chegada. Empurrei a
porta brutalmente, o coração estalando de raiva, e fiquei em pé
diante de Julião Tavares, sentindo um desejo enorme de
apertar-lhe as goelas. O homem perturbou-se, sorriu amarelo,
esgueirou-se para o sofá, onde se abateu.
— Tem negócio comigo?
A cólera engasgava-me. Julião Tavares começou a falar e pouco
a pouco serenou, mas não compreendi o que ele disse.
Canalha. Meses atrás se entalara num processo de
defloramento , de que se tinha livrado graças ao dinheiro do
pai. Com o olho guloso em cima das mulheres bonitas, estava
mesmo precisando uma surra. E um cachorro daquele fazia
versos, era poeta.
Aprumava-se, as palavras corriam-lhe facilmente, mas
continuei a ignorar o que significavam.
— Tem negócio comigo? repeti sem pensar que o tipo já havia
provavelmente dado resposta.
A loquacidade de Julião Tavares aborrecia-me. Uma voz
líquida e oleosa que escorria sem parar. A minha cólera
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esfriava, o suor colava-me a camisa ao corpo.
A roupa do intruso era bem-feita, os sapatos brilhavam. Baixei
a cabeça. Os meus sapatos novos estavammal engraxados,
cobertos de poeira. Pés de pavão.
Julião Tavares falou sobre a política do país. A enxurrada
cobria-se de nódoas de gordura, que se alastravam. Ia lá
discutir com aquele bandido?
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Romance ORIGEM: RAMOS, Graciliano. Angústia. ed. 95. Rio de Janeiro:
Record, 2023, pp. 95-97. CRÉDITOS: Graciliano Ramos. GLOSSÁRIO: Nódoa: mancha.
Cambado: torto, acalcado, que foi pisado com força.
Defloramento : Fazer (mulher virgem) ”perder” a virgindade; Desvirginar. O artigo 267, do Código Penal
de 1890, definia tal crime como o ato de “deflorar uma mulher de menor idade, empregando sedução,
engano ou fraude”. PALAVRAS-CHAVE: brasil republicano, literatura
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Documento 020
Carta de Helena Silva Stein para sua irmã Flávia
Porto Alegre, 26 de maio de 1941
Flavinha querida, saudades!
Respondo com carinho tua querida cartinha de 28 do mês
passado e que só me veio às mãos ontem. Imagina! Quase um
mês!
Como se foram de enchente? Aqui em Porto Alegre foi um
assunto muito sério! As águas atingiram a Rua da Praia. A zona
que mais sofreu foi Navegantes, São João e Menino Deus. Foi
até Floresta e Passo da Mangueira.
Tia Maria saiu de casa. Nós quase que saímos, pois faltou uns
quatro metros para chegar aqui em casa! Zilá e Carlos
passaram várias semanas aqui, flagelados. A água lá foi um
bom pedaço acima do assoalho. Este estragou-se
completamente, ficando todo abaulado .
A cidade esteve vários dias às escuras, sem água, sem leite,
sem jornal, foi mesmo de assustar! A coitada da Belmira
perdeu tudo, tudo... os móveis abriram-se todos,
estragaram-se completamente.
Os trens pararam e o telégrafo interrompeu. Estávamos
simplesmente isolados do interior. Cinemas, colégios,
Faculdade de Medicina e Direito ficaram cheios de flagelados e
o governo sustentando todo o pessoal. Flagelados, 17.000! O
professorado todo dando comida e cuidando deles.
No Pão dos Pobres foi até ao segundo andar, quase cobriu a
Igreja de Santo Antônio. Os meninos saíram e o prejuízo foi
calculado em 5mil contos!
Dizem que em São Jerônimo foi uma coisa horrorosa!
Cachoeira do Sul, a não ser as lavouras, a cidade não sofreu
nada, mas o arroz, perderam todo.
Ficha técnica
60
TIPO DE DOCUMENTO: Carta ORIGEM: Carta de Helena Silva Stein (então com 16 anos) à sua irmã
Flávia, residente no Rio de Janeiro - RJ.In.: MACHADO, Simone. ’Foi assustador’: carta de 83 anos
detalha estragos da grande enchente de 1941 no Rio Grande do Sul. BBC Brasil [site], 18/5/2024.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2898rxg1j9o.Acesso em 24 fev. de 2025.
CRÉDITOS: Helena Silva Stein GLOSSÁRIO: Abaulado : que tem forma convexa, como a da tampa de
um baú.
Pão dos Pobres : A Fundação O Pão dos Pobres de Santo Antônio foi criada em 1895 para amparar as
viúvas e os filhos das vítimas da Revolução Federalista. Atualmente, atende a 1,4 mil crianças,
adolescentes e jovens. PALAVRAS-CHAVE: brasil republicano, história das cidades
61
Documento 021
Muito antes de Biden, Roosevelt já tinha
desbravado Amazônia
Quando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pousar
emManaus no domingo (17/11/2024), ele ganhará o status de
primeiro presidente do país a visitar a Amazônia no exercício
do cargo. Mas um outro famoso ex-presidente americano,
Theodore Roosevelt, já pisou por lá, e de formamuito mais
radical: fez uma expedição de 136 dias para desbravar um rio
então desconhecido.
Quando foi convidado a visitar a Amazônia, em 1913,
Roosevelt, então com 55 anos, já não era mais presidente. Um
ano antes, ele até tentara voltar à Casa Branca, sem sucesso:
após dois mandatos consecutivos, de 1901 a 1909, perdeu a
eleição de 1912 para o democrata WoodrowWilson (...)
O convite para desbravar a Floresta Amazônica partiu de Lauro
Müller, então ministro das Relações Exteriores do governo
Hermes da Fonseca. Ele sugeriu que Roosevelt fosse
acompanhado por um ex-colega da Escola Militar, Cândido
Rondon. O coronel topou, mas impôs uma condição: não
queria ser guia turístico de uma caçada esportiva e, sim, o líder
de uma expedição científica. Enquanto Roosevelt coletaria
espécies da flora e da fauna brasileiras para o acervo do Museu
de História Natural de Nova York, Rondon investigaria a foz de
um rio que, não por acaso, era chamado como rio da Dúvida –
ninguém sabia ao certo onde ele desaguava.
A expedição científica Roosevelt-Rondon (ou
Rondon-Roosevelt, como preferem alguns) teve início em 12
de dezembro de 1913 e chegou ao fim em 27 de abril de 1914.
Na comitiva de 22 homens, Roosevelt levou, além do filho,
Kermit, de 25 anos, dois cientistas do Museu de História
Natural, George K. Cherrie e Leo E. Miller, e um padre, John A.
Zahm. A certa altura, Zahm chegou a ser convidado por
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Roosevelt a voltar para casa. Motivo? Queria ser carregado
numa padiola por indígenas do povo pareci. Já Rondon levou,
entre os 18 homens de sua confiança, ummédico, um
cozinheiro e um mateiro indígena. Além de três cachorros:
Trigueiro, Cartucho e Lobo.
A expedição foi repleta de perigos. A começar pelo rio.
Descoberto em 1909 pelo próprio Rondon, tem 679
quilômetros de extensão e percorre três estados: nasce em
Rondônia, atravessa o Mato Grosso e desemboca no Amazonas.
Lá, torna-se afluente do Aripuanã.
Quatro canoas foram tragadas por redemoinhos, levando boa
parte dos mantimentos. Num deles, o remador Antônio
Simplício da Silva, depois de fazer umamanobra arriscada a
pedido de Kermit, morreu. Famintos e exaustos, os membros
da expedição tiveram que talhar novas embarcações em
troncos de tatajuba . ”A expedição precisava de gente que
soubesse fazer canoa porque, mais cedo ou mais tarde, eles
iam precisar”, explica o jornalista Pedro Libânio (...). ”Os
expedicionários americanos cogitaram a hipótese de trazer
canoas canadenses para o Brasil. Já imaginou? Não iam durar
nem umminuto”.
Em outro trecho da expedição, brasileiros e americanos,
impedidos de seguir viagem pelo rio caudaloso, foram
obrigados a arrastar as canoas floresta adentro. Para piorar, o
cardápio da comitiva se resumia, por vezes, a apenas dois
pratos: carne de macaco ou sopa de tartaruga.
”Roosevelt demonstrou menosprezo pelo homem da Amazônia
ao afirmar que, por mais fortes e diligentes que fossem, os
caboclos ribeirinhos não se comparavam aos hábeis
lenhadores do Hemisfério Norte”, relata o historiador João
Klug, (...) ”Para Roosevelt, a floresta tropical era uma espécie
de barbárie que precisava de um choque civilizacional. A
fauna brasileira era vista como inferior e não como diferente.
Os jacarés eram animais horrendos que precisavam ser
abatidos a todo custo”.
63
Três mortos e ataque de flechas
A expedição teve ao menos três baixas: morreram, além de
Simplício da Silva, o sargento Manoel Vicente da Paixão, por
assassinato, e o soldado Júlio de Lima, que desertou. Paixão, o
cozinheiro da tropa, suspeitou que Lima estivesse roubando
comida. Acuado, Limamatou Paixão com um tiro de
espingarda. ”O episódio ilustra bem o choque de mentalidades
entre Rondon, um humanista, e Roosevelt, um pragmático.
Enquanto Roosevelt queria executar o assassino, Rondon
declarou que não havia pena de morte no Brasil. Por essa
razão, o criminoso deveria ser julgado”, cita o cineasta Joel
Pizzini (...)
Enquanto os dois discutiam em francês – a única língua que
ambos dominavam –, Lima correu para o mato e nunca mais
foi visto. Suspeita-se que tenha sido atacado por indígenas ou
devorado por onças. ”Questões levantadas por Rondon, como a
convivência pacífica com os povos originários e o
desenvolvimento autossustentável da Amazônia, seguem
atuais”.
O roteirista Igor Miguel Pereira (...) aponta outro episódio
tenso: o dia em que a expedição foi alvo de flechas. ”Rondon,
um descendente de indígenas, defendia o diálogo. Já Roosevelt,
um autêntico caubói, buscava o confronto”, compara. ”Outro
aspecto interessante é o contraste das visões de mundo. Para
Roosevelt, a floresta era um desafio a ser vencido; para
Rondon, ummeio de sobrevivência. Na Amazônia, Roosevelt
descobriu que mosquitos e formigas podem ser bemmais
desafiadores do que leões e rinocerontes.
Entre um apuro e outro, Roosevelt ainda encontrou tempo para
praticar seu passatempo favorito: a caça. Abateu onças, veados
e jacarés. E também para contemplar a natureza. Ficou
encantado, por exemplo, com a cachoeira de Utiariti, de 85
metros de altura. ”Não há na América do Norte, com exceção
do Niágara, outra que se possa comparar em volume e beleza”,
escreveu no seu diário.
64
Ao final, 30 quilos mais magro
Em 27 de março de 1914, o ex-presidente americano se feriu
numa pedra. Sua perna infeccionou e ele teve que ser operado
às pressas, na casa de um seringueiro. Desesperado, chegou a
suplicar a Rondon que seguisse viagem e o deixasse para trás.
”Em vários aspectos, o verdadeiro herói da expedição foi o
médico José Antônio Cajazeiras. Se não fosse ele, Roosevelt
teria morrido. Fez duas operações em condições bastante
precárias”, elogia o jornalista americano Larry Rohter (...)
Não bastasse, o ex-presidente americano ainda contraiu
malária e sofreu com furúnculos pelo corpo. Nos últimos dias,
não conseguia mais sentar e teve que ser conduzido de bruços
sobre umamaca. Resultado: chegou a Manaus, a última parada
da expedição, 30 quilos mais magro. Para não pegar malária,
Rondon tomava, antes de cada refeição, uma dose de quinina .
Naquele ano, quando lançou Nas selvas do Brasil (Through the
Brazilian wilderness, no original), Roosevelt se referiu à
Floresta Amazônica como ”natureza infernal”. Morreu no dia 6
de janeiro de 1919, de ataque cardíaco. Tinha 60 anos.
Roosevelt dedicou o livro a Rondon: ”brilhante” e ”intrépido”
foram alguns dos adjetivos usados. Comparou os mosquitos a
”pragas noturnas”, descreveu o tamanduá-bandeira como
”gigante comedor de formigas” e denominou as piranhas de
”os peixes mais ferozes do universo”. ”Das muitas imagens que
analisei no Museu de História Natural, não vi nenhuma do
Roosevelt dentro d’água. Seria medo de piranhas?”, indaga o
historiador Sérgio Luiz Augusto de Andrade de Almeida (...) 
”De todos os animais da fauna brasileira, nenhum incomodou
mais o ex-presidente do que os mosquitos. Em várias imagens,
aparece usando um chapéu de caçador com uma rede
cobrindo o rosto. Dizia que os insetos eram o verdadeiro perigo
da selva”. (...)
Terminada a expedição, o rio da Dúvida foi rebatizado de
Roosevelt. É tão caudaloso que, em 2018, Bruno Barreto tentou
transformá-lo em locação, mas não conseguiu. O jeito foi rodar
65
O hóspede americano em outros cenários, como a Chapada dos
Guimarães (MT). Na minissérie, Aidan Quinninterpreta
Roosevelt e Chico Diaz, Rondon. ”Ninguémmorreu, mas
chegamos perto várias vezes”, brincou o ator americano, por
ocasião das filmagens. Um pequeno afluente tambémmudou
de nome. Virou Kermit, em homenagem ao filho do
ex-presidente.
”Nem Rondon, o maior conhecedor de rios da Amazônia,
encontrou, antes ou depois, um rio tão difícil de ser
explorado”, analisa o sociólogo José Augusto Drummond (...)
”Bem, se o objetivo de Roosevelt era experimentar nossa
natureza selvagem, acho que ele foi plenamente alcançado”.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Matéria jornalística ORIGEM: Adaptado de: BERNARDO, André. Muito antes de
Biden, Roosevelt já tinha desbravado Amazônia. Portal Deutsche Welle, 16/11/2024. Disponível em:
https://www.dw.com/pt-br/muito-antes-de-biden-roosevelt-j%C3%A1-tinha-desbravado-
amaz%C3%B4nia/a-70797453. Acesso em: 20 jan. 2025. CRÉDITOS: André Bernardo, Deutsche
Welle GLOSSÁRIO: Padiola : cama de lona portátil em que se transportam doentes ou feridos; maca.
Mateiro : indivíduo que, por sua grande vivência em matas cerradas, trabalha como guia para outras
pessoas.
Tatajuba : árvore pertencente à família ‘Moraceae’, nativa das Guianas e do Brasil.
Quinina : alcalóide com propriedades antitérmicas, antimaláricas e analgésicas, extraída da casca da
planta Quina. PALAVRAS-CHAVE: brasil republicano, territórios, história da ciência
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Documento 022
A Volta pra Casa
Rincon Sapiência
Conhecido também comoManicongo, certo?
Eis aqui mais uma canção dedicada a toda classe trabalhadora
Tão cansativa como a rotina de trabalho
É aquele longo trajeto de ir e vir
Vamo nessa!
Trabalhadora voltando pra casa
Perguntando pra Deus: ”por que não tenho asas?”
Pra voar pelos ares e voltar para o lar
A real, ônibus cheio dói só de pensar
Na bolsa um livro novo, não tem condição
Leitura na multidão, frustração
Nove horas o trabalho é bemmais suave
Que as duas horas balançando na condução
O dia inteiro dando duro
Uma volta cansativa, ainda desce bem no ponto mais escuro
A violência subindo de nível
Do receio da solidão
A sensação da mulher é horrível
Ela caminha, semblante preocupado
Escuridão, o bar da rua se encontra fechado
Quanto vale uma vida? Pensa no seu pivete
Na bolsa tem a Bíblia, também tem canivete
Faça o bem que o bem vai te merecer
Mas ela sabe que o pior pode acontecer
Namadrugada pelo bairro impera o sono
Holofote quebrado, matagal, abandono
Se ela atrasa, seu dinheiro será descontado
E a firma, ao menos, oferece o ônibus fretado
E a sua mente, quente, como brasa
Só vai relaxar quando entrar dentro de casa
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É hora de voltar pra casa
Trabalhador só quer chegar bem
Infelizmente não tem asas
E precisa das ruas, e das linhas do trem
A condução está tão cara
Conforto é algo que não tem
Mas o trabalhador encara essa rotina
Sem nunca depender de ninguém
Da casa pro trampo, do trampo pra faculdade
O corpo exausto, apesar da pouca idade
Sem novidade, a mesmice na rota
Tentando ser um bom funcionário com boas notas
Trabalhar, estudar, nem sempre se encaixa
Nemmesmo no fim da aula o aluno relaxa
Pensa na volta, no clima lá fora
Ometrô não funciona por 24 horas
Logo vem namente os lençóis
E o busão vai parando nos pontos e nos faróis
É feroz esse desafio
Manhã, tarde ou noite, é raro um busão vazio
Ele se adianta, violência espanta
Sua família ansiosa o espera pra janta
A madruga é tensa quando um estouro canta
Amãe já pensa coisas, dá um nó na garganta
Ow, perigo em todos os lados
Quanto mais dinheiro, vivemmais isolados
A violência na cidade tem se espalhado
Se isola mais ainda quem tem um carro blindado
Andando com cuidado, os passos apertados
Receio de sofrer abuso de um homem fardado
Chegando em casa, ele se sente mais aliviado
É recebido com o calor de um abraço apertado, ow
É hora de voltar pra casa
Trabalhador, só quer chegar bem
Infelizmente não tem asas
E precisa da ruas e das linhas do trem
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A condução está tão cara
Conforto é algo o que não tem
Mas o trabalhador encara essa rotina
Sem nunca depender de ninguém
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Videoclipe ORIGEM: Música: ”A Volta pra Casa”
Composição, Interpretação e Produção Musical: Rincon Sapiência
Arranjo de Cordas, Coprodução e Direção Musical: William Magalhães
Selo: Boia Fria Produções CRÉDITOS: Composição, Interpretação e Produção Musical: Rincon
Sapiência
Arranjo de Cordas, Coprodução e Direção Musical: William Magalhães
Selo: Boia Fria Produções PALAVRAS-CHAVE: brasil republicano, história da música
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Documento 023
Efemérides Brasileiras
“1809 – O Rio de Janeiro dos tempos coloniais tinha o aspecto
de uma cidade do Oriente. As casas de um emais andares
apresentavammuxarabis, isto é, rótulas em sacada (em
francês moucharabi, segundo Maspero). Um edital, desta data,
do intendente-geral de polícia, Paulo Viana, ordenou a
remoção dos muxarabis dentro do prazo de oito dias, devendo
ser substituídos por grades de ferro ou balaústres demadeira.”
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Trecho de Livro ORIGEM: Obras do Barão do Rio Branco VI: efemérides
brasileiras. / Rodolfo Garcia, organizador – Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2012 [1891]. 968 p.
Disponível em: https://funag.gov.br/loja/download/975-
Obras_do_Barao_do_Rio_Branco_VI_Efemerides_Brasileiras.pdf. Acesso em: 25 fev. de 2025.
CRÉDITOS:  Barão do Rio Branco PALAVRAS-CHAVE: memorialismo, história das cidades
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Documento 024
Uma História, 1819-1820
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Gravura ORIGEM: Henry Chamberlain, Uma História. Vistas e costumes da
cidade e arredores do Rio de Janeiro em 1819-1820. Segundo desenhos feitos pelo Tte. Chamberlain, da
artilharia real durante os anos de 1819 a 1820 com descrições ; tradução e prefácio de Rubens Borba de
Moraes. Rio de Janeiro: Livraria Kosmos, 1943, p. 100. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/227375. Acesso em: 22 jan. 2025. CRÉDITOS: Henry
Chamberlain PALAVRAS-CHAVE: história das cidades, brasil imperial
71
Documento 025
Folk-lore do Brasil Central
[...]
Goyaz é como disse o mallogrado André Rebouças: - um
Egypto que tem dois Nilos (o Tocantins e o Araguaya), mas que
não tem desertos de areia, que é todo elle fertil, que tem ouro e
diamantes, crystaes de rocha ao infinito, soberbas montanhas
e planaltos de 1.000 a 2.000 metros de altitude, cobertos de
gramineas campesinas e de odoriferas florestas povoadas
das mais ricas madeiras do mundo.
O nosso Far-West temmais de um ponto de analogia e
semelhança com o dos Estados Unidos da America: traz no
seio a virtualidade de um alto destino social e humano no
irradiar da futura civilisação sul-americana.
Mas a tapuirama que povoava o nosso, ao tempo da descoberta,
não teve o seu Fenimore Cooper , nem os cowboys goyanos e
mato-grossenses ainda nemmereceram as vistas e solicitudes
de um Roosevelt nosso - historiador e geographo a um tempo, e
que nos desse a conhecer a conquista desse oeste, onde se
encontraram as três raças distinctas que amalgamadas e
fundidas ao sol do sertão, produziram um typo inteiramente
novo - o mestiço, que, por transformação physiologica, será o
brasileiro d’amanhã, arbitro na extensão continental da Sul
America.
La é que o senhor Euclydes Cunha, com rara felicidade,
encontraria o typo do véro sertanejo que não esse
depauperado jagunço, pária da zona estreita da Bahia visinha
do littoral e em contacto com o elemento estrangeiro, que nos
vae desirracionalisando pelo cosmopolitismo crescente.
Os nossos historiadores, que por ahi vivem eternamente a
fazer sediças prelecções sobre a descoberta do littoral, a
investigar quando as armadas vieram efectivamente, a
explicar uma porção de pontos obscuros da vida de boçaes
72
donatarios das capitanias, esses, ou seja por ignorancia ou má
vontade, ainda não tentaram o estudo dos motins políticos, das
luctas de todo genero travadas no interior do Brasil, desde a
dispersão do nucleo colonial dos campos de Itapiranga até a
Independencia, como, por exemplo, o famozo 30 de maio, que
em Cuyabá foi o exterminio completo, radical, da gente de
baixo, como lá eram conhecidosos portugueses.
Tal acontecimento teve mais consequencias e influiu mais na
vida do Brasil central que a lucta entre paulistas e emboaras
nas margens do Rio das Mortes, longamente celebrado pelo
romancista Bernardo Guimarães.
O norte de Goyaz esteve por muito tempo em armal,
politicamente separado do sul, com a séde de um governo
republicano a villa de Cavalcante.
Episodio historico tão natural como esse na nossa vida política,
nem sequer solicitou a penna dos publicistas que se têm
occupado ás vezes dos mais insignificantes motins e rebelliões
praieiras que se deram em outras provincias, sempre em foco,
em todos os tempos.
[...]
Si, como disse um escriptor, “mais do que em suas
superstições e festas, que são o seu lado excepcional, devemos
estudar o povo no seu trabalho, que é a sua feição normal” -
certo que foi lavrando as minas auriferas e diamantiferas, no
interior do nosso paiz que a raça africana importada nos
tempos coloniaes trabalhou mais, cantando, e, portanto, foi lá
que ella mais cantou, e lá é que devemos procurar de
preferência seus cantares, as suas superstições; e igualmente
será nas zonas mais intensivamente pastoris e ganadeiras
nossas, que se estendem de Minas até Goyaz e Matto Grosso,
que havemos de estudar, em flagrante, a raça mestiça nos seus
typos de vaqueiros, vestidos de couro, que pastoreiam o gado e
conduzem as boiadas destinadas ao consumo nas cidades
littoraneas.
[...]
A poesia lyrica, repassada de sentimentalismo, pode ser alli
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melhor apreciada que ao norte ou sul do Brasil, pois somente
na tradicional viola mineira de Queluz magico instrumento
musical que excede ao cavaquinho nortistas e á guitarra serra
do Rio Grande do Sul, é que reside o encanto inegualavel, a
denguice indizivel dos ponteados, dos batuques e caterêos de
Minas, oeste de S. Paulo, Goyaz e Matta Grosso [...]
Comomuito bem observou Affonso Avinos, nos sertões
goyanos a musica popular se irmana no seio do povo com os
proprios hymnos e as cerimonias da egreja.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Artigo de opinião ORIGEM: Adaptado de: SILVA, Henrique. “Folk-lore do Brasil
Central”. Almanaque Brasileiro Garnier, n.º 13, ano IX, 1911, p. 412-416. Disponível
em: https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/348449/per348449_1911_00013.pdf. Acesso em 26 fev. 2025.
CRÉDITOS: Henrique Silva GLOSSÁRIO: Goyaz: Goiás.
Malogrado: que não teve êxito.
Odoríferas: que liberam odor.
Far-West: Oeste distante, referência ao Oeste estadunidense.
Fenimore Cooper : Político e escritor estadunidense do século XIX.
Amalgamadas: misturadas.
Depauperado: pobre.
Cosmopolitismo: do contato com vários povos e nações.
Sediças: rebeliões.
Prelecções: explorações.
Boçaes: ignorante.
Emboaras: emboabas.
Ganadeiras: guardadoras de gado.
Irmana: une. PALAVRAS-CHAVE: brasil republicano, folclore, cultura popular
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Documento 026
Recibo de pagamento por serviços prestados
Transcrição
“Rs12$500
Recebi do Sr. Diretor da Colônia Grão Pará a quantia de doze
mil e quinhentos reis, proveniente do meu trabalho de 5 dias
como camarada na expedição contra os bugres para a proteger
os colonos.
Orleans do Sul, 22 abril 1891.
A rogo de Generoso Leandro Demetrio
Paschoal Limorie
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Recibo ORIGEM: Arquivo do Centro de Documentação Histórica Plínio Benício
(CEDOHI), Orleans/SC. BÖGER, Valdirene Borigon; GHIZZO, Idemar. Povos indígenas: registros dos povos
Xoclengs em Orleans e região Sul Catarinense. Catálogo de exposição. Orleans: Gráfica do Lelo, 2024, p.
09. CRÉDITOS: Arquivo do Centro de Documentação Histórica Plínio Benício (CEDOHI)
GLOSSÁRIO: Colônia Grão Pará : fundada em 1882 pela família imperial, foi um dos primeiros
povoamentos do sul de Santa Catarina destinados a imigração. PALAVRAS-CHAVE: mundos do
trabalho, indígenas
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Documento 027
Descrição fantasiosa de animais da fauna
brasileira
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Gravura ORIGEM: MONTANUS, Arnoldus. [Descrição fantasiosa de animais da
fauna brasileira]. Amsterdã, 1671. Gravura em Metal, 31,4 x 20. Biblioteca Brasiliana Guita e José
Mindlin. Disponível em: https://www.brasilianaiconografica.art.br/obras/23727/descricao-fantasiosa-de-
animais-da-fauna-brasileira. Acesso em: 6 fev. 2025. CRÉDITOS: Arnoldus Montanus
PALAVRAS-CHAVE: brasil colônia, fauna
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Documento 028
O mundo novo e desconhecido, ou descrição de
americanos e sulistas
Nessa ilha há também todos os tipos de macacos e símios,
entre os quais há ummuito notável, chamado The Zimme Cayon
, todo peludo, com uma longa barba branca, rosto de homem
velho, orelhas calvas, olhos pretos e cauda longa, que eles
enrolam em um galho e, assim, pendurados, balançam-se de
uma árvore para outra; são muito ferozes e também elusivos ,
se forem feridos por uma flecha, atacam o inimigo sem o
menor medo; Quando sobem nas árvores, enchem a boca e as
mãos de pedras para atirar nos viajantes e, se algum deles for
ferido, todos os outros que estiverem por perto o ajudam e
tapam o ferimento com folhas e coisas do gênero; os jovens se
penduram nas costas de suas mães, que corremmuito rápido
com eles e pulam de uma árvore para outra.
Juan Ardenois relata que os Coyons jogam certos jogos com os
nativos por dinheiro e gastam o que ganham em bares.
Joseph de Acosta nos conta que um desses tipos de criaturas, ao
ser enviado a uma taverna para tomar vinho, não se separava
de seu dinheiro antes de encher o pote, que ele defendia dos
meninos que se ofereciam para tomá-lo, atirando-lhes pedras;
e, embora gostasse muito de vinho, sempre o levava para casa
sem provar.
Não é menos maravilhoso o que Peter Martyr relata sobre uma
dessas criaturas, a saber, que ao ver um sujeito pronto para
disparar uma arma contra uma delas, antes que ele pudesse
atirar, a mesma pulou da árvore e agarrou uma criança,
segurando-a como um escudo diante de si.
(Texto adaptado, itálicos e nomes próprios mantidos do
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original).
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Excerto de Livro ORIGEM: Adaptado de: MONTANUS, Arnoldus. De nieuwe en
onbekende weereld, of, Beschryving van America en ’t zuid-land : vervaetende d’oorsprong der
Americaenen en zuid-landers, gedenkwaerdige togten derwaerds, gelegendheid der vaste kusten,
eilanden, steden, sterkten, dorpen, tempels, bergen, fonteinen, stroomen, huisen, de natuur van beesten,
boomen, planten en vreemde gewasschen, Gods-dienst en zeden, wonderlijke voorvallen, vereeuwde en
nieuwe oorloogen : verciert met af-beeldsels na ’t leven in America gemaekt. [O mundo novo e
desconhecido, ou descrição de americanos e sulistas, passeios memoráveis pelo mundo, validade das
ilhas continentais, cidades, fortalezas, aldeias, templos, fontes de Berger, riachos, casas, a natureza dos
animais, árvores, plantas e cultivo Colheitas, Deus]. Amsterdam: Jacob Meurs, 1671. Disponível em:
http://archive.org/details/denieuweenonbeke00mont. Acesso em: 5 fev. 2025. CRÉDITOS: Arnoldus
Montanus GLOSSÁRIO: Elusivo: que tende a esgueirar-se ou esquivar-se habilmente.
PALAVRAS-CHAVE: brasil colônia, fauna
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Documento 029
Humanae I
©Humanae por Angélica Dass, 2012-Trabalho em curso.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Fotografia OBSERVAÇÃO: Agradecemos Angélica Dass por gentilmente ceder a
imagem para uso na ONHB.
A ONHB tem autorização para a utilização em sua prova e não se responsabiliza pelo uso indevido da
obra, cabendo a quem pretende reproduzir o material entrar em contato com o detentor de direitos legais
sobre o documento. ORIGEM: Humanae. Angélica Dass. Cedido pela autora. CRÉDITOS: Angélica
Dass PALAVRAS-CHAVE: fotografia, pesquisa sociológica
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Documento 030
Humanae II
©Humanae por Angélica Dass, 2012-Trabalho em curso.
Ficha técnica
TIPO DE DOCUMENTO: Fotografia OBSERVAÇÃO: Agradecemos Angélica Dass por gentilmente ceder a
imagem para uso na ONHB.
A ONHB tem autorização para a utilização em sua prova e não se responsabiliza pelo uso indevido da
obra, cabendo a quem pretende reproduzir o material entrar em contato com o detentor de direitos legais
sobre o documento. ORIGEM: Humanae. Angélica Dass. Disponívelem: https://angelicadass.com/pt/.
Acesso em: 24 fev. de 2025.  CRÉDITOS:  Angélica Dass PALAVRAS-CHAVE: pesquisa sociológica,
fotografia
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	Introdução
	Questões
	12 / Questão
	13 / Questão
	14 / Questão
	15 / Questão
	16 / Questão
	17 / Questão
	18 / Questão
	19 / Questão
	20 / Questão
	21 / Questão
	22a / Tarefa
	22b / Tarefa
	22c / Tarefa
	Documentos
	018: Me chame pelo meu nome
	019: Angústia
	020: Carta de Helena Silva Stein para sua irmã Flávia
	021: Muito antes de Biden, Roosevelt já tinha desbravado Amazônia
	022: A Volta pra Casa
	023: Efemérides Brasileiras
	024: Uma História, 1819-1820
	025: Folk-lore do Brasil Central
	026: Recibo de pagamento por serviços prestados
	027: Descrição fantasiosa de animais da fauna brasileira
	028: O mundo novo e desconhecido, ou descrição de americanos e sulistas
	029: Humanae I
	030: Humanae II

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