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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
DCEEng – Departamento de Ciências Exatas e Engenharias
Cursos: Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica e Ciência da Computação
APOSTILA DE CÁLCULO III
Professora: Marilia Vasconcellos
Santa Rosa, 2013
2
1. INTEGRAIS MÚLTIPLAS
A noção de integral definida pode ser estendida para funções de duas ou mais variáveis.
Sabemos que a integral definida de uma função de uma variável
n
i
ii
b
a
n
xxfdxxf
1
)(lim)(
originou-se do problema da determinação de áreas sob curvas. As integrais das funções de duas
variáveis originam-se do problema da determinação de volumes sob superfícies.
Dada uma função f de duas variáveis, contínua e não-negativa numa região R do plano xy,
achar o volume do sólido compreendido entre a superfície ),( yxfz e a região R.
O procedimento para calcular o volume consiste em subdividir a região R em n retângulos e
para cada ponto arbitrário ),( ii yx de cada retângulo, obter a altura ),( ii yxf . Com isso é possível
calcular o volume de um paralelepípedo com área da base iA e altura ),( ii yxf como o produto
iii Ayxf ).,( , de modo que o somatório
n
i
iii Ayxf
1
).,(
pode ser considerado como uma aproximação do volume V do sólido inteiro.
Exemplo:
1) Calcule o volume (aproximado) do sólido compreendido entre x = 0, x = 2, y = 0, y = 3, z = 0 e
1 yxz .
Resolução:
3
1.1. Cálculo de Integrais Duplas e Integrais Iteradas
Seja um sólido S de volume V, limitado na base pelo plano 0z , nas laterais pelos planos
0x , ax , 0y , by e na parte superior pela função ),( yxfz , conforme figura abaixo.
O volume V de S pode ser calculado somando as “fatias” de espessura y e volume
a
i ydxyxfV
0
.),( .
Se aumentarmos as subdivisões de modo que os comprimentos e as larguras dos retângulos
da base tendam para zero, então é admissível que o volume exato seja:
nVVVV ...21
n
i
a
ydxyxfV
1 0
.),(
n
i
a
n
ydxyxfV
1 0
.),(lim
4
As somas acima são chamadas somas de Riemann e o limite das somas de Riemann é
denotado por:
b a
dxdyyxfV
0 0
),( (1)
que é chamada integral dupla de f(x,y) em R.
A equação (1) pode ser reescrita como:
R
dAyxfV ),( (2)
A integral dupla pode ser entendida como duas integrais iteradas. A solução de (2) é obtida
resolvendo primeiramente a integral interna e depois, com este resultado, a integral externa.
As derivadas parciais de uma função são calculadas mantendo-se uma das variáveis
fixa e diferenciando em relação a outra variável. Consideremos o inverso deste processo, integração
parcial. Os símbolos:
∫ ∫
denotam integrais definidas parciais; a primeira integral, chamada integral definida parcial em
relação a x, é calculada mantendo y fixo e integrando em relação a x e a segunda integral, chamada
integral definida parcial em relação a y, é calculada mantendo x fixo e integrando em relação a y.
Exemplos:
2) Resolva a integral:
1
0
2
0
)( dxdyyx .
3) Resolva a integral:
0
2
2
1
²)²( dxdyyx .
4) Resolva a integral:
2
1
3
0
²)3²2( dydxxyy .
5) Resolver o problema do exemplo 1, usando integral dupla.
5
6) Resolva a integral: dxdyxxsen
2
0
)]cos()([ .
7) Resolva a integral:
1
0
1
0
dydxe yx
.
6
1.2 Propriedades das integrais duplas:
Se f e g são funções integráveis em R e c é constante, então:
i)
R RR
dAyxgdAyxfdAyxgyxf ),(),(),(),(
ii)
R RR
dAyxgdAyxfdAyxgyxf ),(),(),(),(
iii)
RR
dAyxfcdAyxfc ),(.),(.
Teorema: Seja R o retângulo definido pelas desigualdades:
bxa e dyc
Se f(x, y) for contínua nesse retângulo, então:
d
c
b
a
b
a
d
cR
dydxyxfdxdyyxfdAyxf ),(),(,
Exemplo:
8) Verifique se a igualdade é verdadeira:
3
0
2
1
2
1
3
0
22 ydxdyxydydxx
9) Calcule a integral dupla
R
dAxy² no retângulo 10,23/),( yxyxR
7
EXERCÍCIOS – Lista 1
1) Encontre um valor aproximado da integral dupla dada onde R é a região retangular com vértices P
e Q e Δ é uma partição regular de R.
a)
R
dAyx )( 2
onde P (0, 0); Q (4, 2); Δ: x1 = 0, x2 = 1, x3 = 2, x4 = 3, y1 = 0 e y2 = 1.
b)
R
dAyx )2( onde P (0, 0); Q (6, 4); Δ: x1 = 0, x2 = 2, x3 = 4, y1 = 0 e y2 = 2.
2) Calcular as integrais iteradas
a)
1
0
2
0
dxdy)3x( b)
3
1
1
1
2 dxdy)y4x(
c)
4
2
1
0
2 dydx)yx( d)
0
2
2
1
22 dydx)yx(
e)
3ln
0
2ln
0
yx dxdy)e( f)
2
0
1
0
)( dxdyxysen
g)
0
1
5
2
dydx h)
6
4
7
3
dxdy
i)
1
0
1
0
2
dxdy
)1xy(
x
j)
2
2
1
)cos( dxdyxyx
k)
2ln
0
1
0
xy dxdy)xye(
2
l)
4
3
2
1
2
dxdy
)yx(
1
3) Nos exercícios abaixo, calcular as integrais duplas na região retangular R:
a)
R
3dAxy4 }2y2,1x1:)y,x{(R
b)
R 22
dA
1yx
xy
}1y0,1x0:)y,x{(R
8
c)
R
2 dAx1x }3y2,1x0:)y,x{(R
d)
R
dA)senxxseny( }
3
y0,
2
x0:)y,x{(R
Respostas:
1) a) V = 50 u.v. b) V = 72 u.v.
2) a) 7 b) 52/3 c) 2 d) 14 e) 2
f)
2
1
2
)2cos(
01,0 ou g) 3 h) 20 i) 30,0
j) -2 k)
2
1)2ln(
l) )4ln()5ln(2)6ln(
3) a) 0 b)
3
1
3
24
3 c) 1/3 d)
163
2
9
1.3 Integrais Iteradas com Limites de Integração Não-Constantes
Definição:
(a) Uma região do tipo I é limitada à esquerda e á direita por retas verticais ax e bx e é
limitada abaixo e acima por curvas contínuas )(1 xgy e )(2 xgy , onde )()( 21 xgxg para
bxa .
(b) Uma região do tipo II é limitada abaixo e acima por retas horizontais y = c e y = d e é limitada à
direita e à esquerda por curvas contínuas )(1 yhx e )(2 yhx , que satisfazem )()( 21 yhyh para
dyc .
Exemplo:
1) Calcule
R
dAyx )2( , onde R é a região limitada pelas parábolas
22xy e
21 xy .
2) Calcule o volume do sólido limitado por 0x , 0y , 0z , 2 xy e
22 yxz
Se R é uma região do tipo I, na qual ),( yxf é contínua,
então:
R
b
a
xg
xg
dydxyxfdAyxf
)(
)(
2
1
),(),(
Se R é uma região do tipo II, na qual ),( yxf é contínua,
então:
R
d
c
yh
yh
dxdyyxfdAyxf
)(
)(
2
1
),(),(
10
3) Encontre o volume do sólido S que fica abaixo do paraboloide , acima da região no
plano xy e delimitada pelas superfícies e .
11
EXERCÍCIOS – Lista 2
1) Calcular as integrais iteradas com limites não constantes:
a)
1
0
x
x
2
2
dxdy)xy( b)
3
0
9
0
2y
dydxy
c)
2
0
3x
dxdy
x
y
sen d)
2
0
2
cos
1
x
dxdy
x
y
x
e)
1
0
x
0
22 dxdyyxy f)
2
1
x2
0
3 dxdy)xy(
g)
4
0 0
y
dydx h)
1
0 0
/
2y
yx dydxe
2) Calcule a integral dupla
R
22 dAy9x , R é a região limitada pela circunferência 9yx 22 .
3) Calcule a integral dupla
R
dAsenx , R é a região limitada pelas retas x2y ;
2
x
y e x .
4) Calcule a integral dupla
R
dAyx , R é a região limitada pelas retas 0y ; 2yx e a parábola
2yx .
5) Calcular o volume do sólido delimitado pelos planos 1yxz ; 0z ; 0y ; x = 0 e 1yx .
6) Calcule a integral dupla
R
2 dAx , R é a região limitada pelas retas
x
16
y ; xy e 8x .
7) Calcule a integral dupla
R
dAyx )cos( , R é a região limitada pelas retas y = x, x = e x = 0.
Respostas:
1) a) 1/40 b) 9 c) 2/ d) 1 e) 1/12 f) 42
g) 8 h) 1/2
2) 864/5 3) 2/3 4) 676/1155 5) 5/6 6) 576 7) 2
12
1.3. Área de Superfície
Seja S a superfície com equação ),( yxfz , onde f tem derivadas parciais contínuas,
0),( yxf em R. Dividindo R em retângulos pequenos
ijR com área yxA . , sendo ),( ii yx o
canto de
ijR mais próximo da origem e )),(,,( iiiiij yxfyxP o ponto de S diretamente acima,
conforme figura abaixo:
O plano tangente a S em
ijP é uma aproximação de S perto de
ijP . Assim, a área
ijT da parte
desse plano tangente (um paralelogramo) que está diretamente acima de
ijR é uma aproximação da
área
ijS da parte de S que está diretamente acima de
ijR .
Então, a soma ijT é uma aproximação da área total de S, e essa aproximação parece
melhorar à medida que aumentamos o número de retângulos. Portanto, definimos a área da superfície
S como:
m
i
n
j
ij
nm
TSA
1 1
,
lim)( (1)
Agora, precisamos obter uma fórmula para calcular o limite na expressão (1). Para isso,
consideremos a e b os vetores que começam em
ijP e correspondem aos lados do paralelogramo com
área ijT , conforme figura a seguir:
13
Sabemos que axbTij e que ),( iix yxf e ),( iiy yxf são as inclinações das retas tangentes
a
ijP com direções a e b. Portanto:
xkyxfxia iix ),(
ykyxfyjb iiy ),(
e
yyyxfy
xxyxfx
jikji
axb
iiy
iix
0),(0
0),(0
ykxyjxyxfyixyxfaxb iiyiix ),(),(
Akjyxfiyxfaxb iiyiix ),(),(
Logo:
AyxfyxfaxbT iiyiixij 1),(),(
22
Da definição 1 temos que:
m
i
n
j
ij
nm
TSA
1 1
,
lim)(
14
m
i
n
j
iiyiix
nm
AyxfyxfSA
1 1
22
,
1),(),(lim)(
Como este limite é uma integral dupla, temos que:
A área da superfície (S) com equação ),( yxfz , com Ryx ),( , onde fx e fy são contínuas,
é:
R
yx dAyxfyxfSA 1),(),()(
22
Exemplo:
1) Ache a área da superfície que é cortada do cilindro 1622 zx pelos planos 0x , 2x , 0y
e 3y .
2) Encontre a área da superfície √ que fica acima do retângulo R do plano xy cujas
coordenadas satisfazem
15
1.4. Integral Tripla
Seja f uma função de três variáveis e suponha que f seja contínua e definida numa região
retangular:
szrdycbxazyxB ,,/,,
O primeiro passo é dividir B em subcaixas. Fazemos isso dividindo o intervalo ba, em l
subintervalos ii xx ,1 de comprimentos iguais x , dividindo dc, em m subintervalos de
comprimentos y e dividindo sr, em n subintervalos de comprimentos z , conforme figura
abaixo:
Cada subcaixa tem volume zyxV .. . Assim, formamos a soma tripla de Riemann.
l
i
m
j
n
k
ijkijkijk Vzyxf
1 1 1
.,,
Por analogia com a definição de integral dupla (vista em aulas anteriores) definimos a integral
tripla como o limite das somas triplas de Riemann.
Definição: A integral tripla de f sobre a caixa B é:
l
i
m
j
n
k
ijkijkijk
B
nml
VzyxfdVzyxf
1 1 1
,,
.,,lim,,
se o limite existir.
16
Como para integrais duplas, o método prático para calcular uma integral tripla consiste em
expressá-la como uma integral iterada:
dzdydxzyxfdVzyxf
B
s
r
d
c
b
a
..,,,,
A integral iterada do lado direito da igualdade indica que primeiro integramos em relação a x
(mantendo y e z constantes), em seguida integramos em relação a y (mantendo z fixo) e finalmente
em relação a z.
Obs: Existem outras ordens possíveis de integração, todas fornecendo o mesmo resultado.
Exemplo:
1) Calcule a integral tripla
G
dVzxy ³²12 na caixa retangular G definida pelas desigualdades
2) Calcule a integral tripla
B
dVxyz 2
, onde B é a caixa retangular dada por:
30,21,10/,, zyxzyxB .
3) Calcule a integral tripla:
∫ ∫ ∫
17
EXERCÍCIOS – Lista 3
1) Calcule a área da superfície cilíndrica 122 zx , no primeiro octante para 0particular.
0).(),( dyyxNdxyxM dx
0).(),(
dx
dy
yxNyxM
0)..(),( ' yyxNyxM
21
Problema do Valor Inicial – PVI
Como podemos ver uma equação diferencial não possui solução única. Porém, se impusermos
certas condições, poderemos encontrar única solução. Uma equação diferencial de ordem m requer
m – 1 condições, a fim de se obter uma única solução. Essas condições adicionais são denominadas
Problema de Valor Inicial (PVI).
Seja a EDO apresentada no exemplo, observa-se que são conhecidas condições adicionais,
então é possível a obtenção de soluções particulares para a equação diferencial e se não são
conhecidas condições adicionais obtém a solução geral.
Exemplo:
1) EDO de primeira ordem uma condição inicial
{
2) EDO de segunda ordem duas condições iniciais:
{
3) EDO de terceira ordem três condições iniciais
{
Obs: Lembrando sempre que as condições iniciais serve para encontrar o valor das constantes Cn da
solução geral
22
2.4. Variáveis Separáveis
Uma equação separável é aquela diferencial de primeira ordem que pode ser expresso da
seguinte forma:
)()( xg
dx
dy
yh (1)
Tais equações de primeira ordem são denominadas separáveis. A terminologia decorre da
possibilidade de reescrever essas equações no formato:
dxxgdyyh )()( (2)
Em que as expressões envolvendo x aparecem de um lado e as envolvendo y do outro lado da
equação. O processo de reescrever (1) no formato de (2) é denominado separar as variáveis.
Assim, basta integrar ambos os lados da equação para obter a solução, uma integral em
função de y e a outra em função de x:
∫ ∫
ou equivalentemente:
onde C denota uma constante de integração.
Temos que a equação (4) é a solução da equação (1).
Exemplo:
Resolva as seguintes equações, utilizando o método da separação de variáveis:
a) 2
2
y
x
dx
dy
b)
ey
xyyxseny
)6/(
0)cos().ln()(.'
c) {
d)
1)1(
. 3
y
xx
dx
dy
e y
23
EXERCÍCIOS – Lista 5
1) Verifique se cada função abaixo é solução da equação diferencial correspondente (c1, c2, c3,... =
constante).
a) )cos()( 21 xcxsency 0'' yy
b)
xx ececy 2
21 023 ''' yyy
c)
xexcy 12 xyy 12'
2) Resolva as seguintes equações aplicando o método da separação de variáveis:
a) x sen(y) dx + e
-x
dy = 0 b) y dx xydy2 1
c) y’ cotg (x) + y = 2 d) y’ cos(x) =
y
yln
e) 3x
2
y dx + x
3
dy = 0 f) 3(x-1)
2
dx - 2y dy = 0
g) 4y dx + x dy = 0 h) -x(1+2y) dx + (4-x
2
) dy = 0
i) (1+y) dx - (1+x) dy =0 j) 2x
5
y
2
dx +
1
0
x
dy
k) e
x+y
dy = e
2x-y
dx l) ex y2 2 y dy = x dx
m) y’ = e
x-y
Respostas:
1) a) é solução b) é solução c) não é solução
2) a)
xx execegycotyseccos b) 1))(ln( 2 cxy
c) xcosc2y d)
c)tagxxln(sec2
ey
e) 3cxy
f) c)1x(y 3 g) 4cxy h)
2
1
)x4(2
c
y
2
i) 1)1x(cy j)
cx2
7
y
7
k)
2
)ce2ln(
y
x
l) )celn(y
2x m) )celn(y x
24
2.5. Equações Diferenciais de Primeira Ordem Lineares
Uma equação diferencial de primeira ordem é dita linear quando ela tem a seguinte forma geral:
em que são funções contínuas definidas em x.
Quando é a função identicamente nula, dizemos que a equação é homogênea. Caso
contrário, ela é dita não homogênea.
A equação
é não homogênea, enquanto,
é homogênea.
Solução:
Caso homogêneo:
que é uma equação de variáveis separáveis, portanto
Logo obtemos a solução:
∫
que é a solução geral da EDO de 1ª ordem homogênea apresentada na equação (2).
Caso não homogêneo – Fator Integrante:
Considera-se a EDO de 1ª ordem não-homogênea dada por
Para resolvê-la usa-se um artifício de cálculo, ou seja, multiplica-se a mesma por uma
função “u(x)” de tal forma que é possível comparar a equação (5) com a derivada de um
produto. Este artifício é usado para encontrar a função u(x).
Resolvendo todos os cálculos matemáticos, chegamos a solução da equação que é dada por:
∫ [ ∫ ∫ ]
Que é a solução geral da EDO 1ª ordem linear não-homogênea.
25
Exemplos:
1) Seja a EDO de 1ª ordem linear e homogênea
Encontre sua solução geral e sua solução particular para y(1) = 2
2) Ache a solução geral da EDO
26
2.6.Alguns Modelos Matemáticos de EDO de 1ª Ordem
Crescimento Populacional
Para apresentar uma aplicação de equações diferenciais relacionado com este problema,
consideraremos o modelo matemático mais simples para tratar sobre o crescimento populacional de
algumas espécies. Ele é chamado o Modelo de Crescimento Exponencial, isto é, a taxa de variação
da população em relação ao tempo, aqui denotada por
, é proporcional à população presente. Em
outras palavras, se mede a população, nós temos.
𝑘
onde, a taxa k é uma constante. É simples verificar que se k > 0, nós teremos crescimento e se kde café obedece à lei de Newton do resfriamento. Se o
café está a uma temperatura inicial de 90ºC e um minuto depois a temperatura diminui para
8,5ºC em uma cozinha que se encontra a temperatura ambiente a 25ºC.
a) Determine o tempo que o café levará para chegar a uma temperatura de 65ºC? R: 6,06 m
b) Qual a temperatura do café após 8 min. R: 59ºC.
6) Um corpo com temperatura de 100ºC é posto numa sala, onde a temperatura do ambiente
se mantém constante em 25ºC. Após 5 minutos, sua temperatura cai para 90ºC. Quanto
tempo decorrerá até o corpo atingir 50ºC. R: 30,38 min.
28
Respostas:
29
2.7.Equações Diferenciais de Primeira Ordem Exatas
Dada a equação diferencial:
dyyxNdxyxM ,,
Sejam M (x, y) e N(x, y) funções contínuas com derivadas parciais contínuas em uma região
retangular R definida por aé a equação de 1ª ordem:
0' ayy (a = constante) (1)
Sua solução (utilizando o método de separação de variáveis) é dada por:
axecy . .
A equação (1) teria sido resolvida também, tentando encontrar uma constante “m” tal que
mxe fosse sua solução, da seguinte maneira:
Se
mxey é solução de 0' ayy , então derivando teremos:
mxey 0' ayy
mxmey '
0 mxmx aeme
0. mxeam
0 am
am
Se am , em
mxey , teremos
axey .
Por definição, vimos que se y1 é uma solução cy1 também é (Definição 1). Portanto, como
axey é solução,
axcey também é, que é a mesma solução encontrada aplicando o modelo
da linear de 1ª ordem homogênea.
Este fato nos sugere encontrar a solução de (*), pela substituição
mxey , onde teremos:
mxmey '
;
mxemy 2'' ;
mxemy 3''' ; ...;
mxnn emy 22 ;
mxnn emy 11 ;
mxnn emy .
Substituindo estas derivadas em (*) teremos:
Esta equação final recebe o nome de equação característica (e é uma equação algébrica de
grau correspondente a ordem das derivadas) e através dela encontramos os valores que “m” pode
assumir. A equação característica possuí raízes, que podem ser: reais e distintas, reais e iguais ou
complexas conjugadas
39
Exemplo:
1) 02' yy 2) 052 '''''' yyyy
Equação característica: Equação característica:
2.10.1. Raízes Reais e Distintas:
Se a equação característica possui raízes reais e distintas, as raízes são números reais m1, m2,
..., mn com m1 ≠ m2 ≠ ... ≠ mn, onde cada uma das “n” soluções LI são dadas por
mxey , ou seja:
xm
ey 1
1
xm
ey 2
2
....
xm
n
ney
a solução da EDO linear de ordem “n” homogênea associada é dada por:
onde m1, m2, ..., mn são as raízes da equação característica.
Exemplos:
1) 0'2''''' yyy
40
2)
4)0(
5)0(
02
'
'''
y
y
yyy
2.10.2. Raízes Reais e Iguais:
Se a equação característica possui raízes reais e iguais, as “n” raízes reais, são: m1, m2, ..., mn
com m1 = m2 = ... = mn, onde
xm
ey 1
1 é uma solução, então devemos procurar y2, y3, ..., yn que
sejam LI com y1(w(x) ≠ 0).
Estas soluções serão da forma:
xm
ey 1
1
xm
xeyxyy 1
212
xm
exyyxy 12
31
2
3
....
xmn
n
n
n exyyxy 11
1
1
A solução geral será a combinação linear dessas “n” soluções que é dada por:
onde m1 é a raiz com multiplicidade “n” da equação característica.
Exemplos:
1) 044 ''' yy
41
2) 0'33 ''''' yyyy
2.10.3. Raízes Complexas:
Se im 1 é uma raiz complexa da EDO linear homogênea de ordem “n”, então
im 2 também é, e as duas soluções LI correspondentes a m1 e m2 (y1 e y2) são dadas por:
xisenxeeeeey xxixxixm cos.1
pois
xisenxe xi cos e portanto: xseniexey xx cos
Onde diremos que:
im 1 xey x cos1
im 2 xseney x 2
Solução Geral: 2211 ycycy
xsenecxecy xx
21 cos
OBS: Se houver repetição das soluções complexas se procede como no item 2.9.2, visto
anteriormente.
42
Exemplo:
1) Resolva a equação: 0544 ''' yyy
2) Se uma equação característica de uma EDO homogênea apresenta como raízes os números i32 ,
i32 , i32 , i32 , determine a solução geral dessa equação.
3) Resolva a equação: 0573 '''''' yyyy
43
EXERCÍCIOS – Lista 8:
1) Em cada caso, verifique se as funções dadas são soluções LI de uma equação diferencial
homogênea, e em caso afirmativo construa a solução geral:
a) 11 y )(2 xseny
b)
xey 1
xey 2
2
c) )(21 xseny )(2 xseny
d) )(1 xseny )cos()(2 xxseny
e)
xey 1
xxey 2
f) 21 y )(2 xseny )cos(33 xy
g)
2
1 xy
2
2 5xy
2) Nos exercícios abaixo, determine a solução geral das equações:
a) 06''' yyy b) 04242 '''''' yyyy
c)
3)0(
2)0(
065
'
'''
y
y
yyy
d) 012 '''''' yyy
e) 08676 '''''' yyyyy IV
f) 03612 ''' yyy
g) 02 ''' yyy h)
2)0(
0)0(
096
'
'''
y
y
yyy
i) 044 ''''' yyy IV
j)
1)1(
2)1(
044
'
'''
y
y
yyy
k) 0''' yyy l) 022 ''' yyy
m) 062 ''' yyy n)
1)0(
0)0(
04
'
''
y
y
yy
o) 0 yy IV
44
Respostas:
1) a) As soluções são LI. Solução geral: )(21 xsenccy
b) As soluções são LI. Solução geral:
xx ececy 2
21
c) As soluções são LD. Não possui solução geral
d) As soluções são LI. Solução geral: )]cos()([)( 21 xxsencxsency
e) As soluções são LI. Solução geral:
xx xececy 21
f) As soluções são LI. Solução geral: )cos(3)(2 321 xcxsenccy
g) As soluções são LD. Não possui solução geral
2) a) Solução geral:
xx ececy 2
2
3
1
b) Solução geral:
xxx ecececy 2
321
c) Solução geral:
xx ececy 3
2
2
1
Solução Particular:
xx eey 32 79
d) Solução geral:
xx ececcy 3
3
4
21
e) Solução geral:
xxxx ececececy 4
4
2
321
f) Solução geral:
xx xececy 6
2
6
1
g) Solução geral:
xx xececy 21
h) Solução geral:
xx xececy 3
2
3
1 Solução Particular:
xxey 32
i) Solução geral:
xx xececxccy 2
4
2
321
j) Solução geral:
xx xececy 2
2
2
1
Solução Particular:
)1(2)1(2 57 xx xeey
k) Solução geral:
xsenecxecy
xx
2
3
2
3
cos 2
1
2
2
1
1
l) Solução geral: xsenecxecy xx
21 cos
m) Solução geral: xsenecxecy xx .5.5cos 21
n) Solução geral: xsencxcy 22cos 21 Solução Particular: xseny 2
2
1
o) Solução geral: xsencxcececy xx
4321 cos
45
2.11. Equações Diferenciais Não Homogêneas – Método da Variação dos Parâmetros
Consideremos a Equação Diferencial de segunda ordem da forma:
onde ; com : são constantes e é uma função de x.
Exemplo:
a)
b)
Para resolvermos essa equação diferencial linear não homogênea precisamos fazer duas coisas:
i) Encontrar a solução da equação diferencial homogênea =
ii) Encontrar uma solução particular =
Assim, a solução geral da equação linear não homogênea será dada por:
Solução da Equação diferencial homogênea
A equação linear homogênea de segunda ordem é dada por:
e é resolvida pelo método visto anteriormente, ou seja, encontra-se a Equação Característica
associada:
Assim teremos quatro possíveis soluções para :
a) reais e distintas:
b) reais e iguais:
c) complexas conjugadas:
46
Solução Particular
O método consiste em substituir as constantes e da solução homogênea por funções de
, 𝑢 e a serem determinadas, tais que:
𝑢
Onde:
∫
∫
Ou substituindo, temos que
∫
∫
Lembrando que a solução geral da equação diferencial é dada por:
Exemplos:
1)
2)
Onde é o wronskiano que é
dado por:
|
|
47
2.12. Equações Diferenciais Não Homogêneas – Métododos Coeficientes a Determinar
Seja a equação:
)()()cos()(... 0
'
1
''
2
1
1 bxsenexbxexPyayayayay ax
n
ax
n
n
n
n
A solução também será dada por:
Onde:
é a solução da homogênea
é a solução particular da não homogênea
Resolução:
1) Escrever a homogênea correspondente;
2) Achar as soluções da homogênea:
3) Achar a solução
[
]
Onde:
r = número de repetições de bia nas km soluções da homogênea.
Exemplo:
Resolva a equação: 2''' xyyy
48
EXERCÍCIOS – Lista 9:
1) Resolva as seguintes equações utilizando o método da variação dos parâmetros:
a) )sec('' xyy b) 223 ''' yyy
c) xyy ''
d)
xeyy ''' 2
e) )sec(cos'' xyy f)
xeyyy 134 '''
2) Resolva as seguintes equações utilizando o método dos coeficientes a determinar:
a) )cos(2 ''' xyyy b) 1"''' xyy
c)
xexyy .''' d) xyy '''' 4
Respostas:
1) a) Solução geral: )(.)cos(ln).cos()()cos(. 21 xsenxxxxsencxcy
b) Solução geral: 1. 2
2
1 xx ececy
c) Solução geral: xxsencxcy )()cos(. 21
d) Solução geral:
xx eeccy 2
21
e) Solução geral: ))(ln().()cos(.)()cos(. 21 xsenxsenxxxsencxcy
f) Solução geral:
83
1
2
3
1
x
xx e
ececy
2) a) Solução geral: )(
2
1
21 xsenxececy xx
b) Solução geral:
3
321
6
1
xecxccy x
c) Solução geral:
x
x
x xe
ex
eccy
2
2
21
d) Solução geral:
22
3
2
21
8
1
xececcy xx
49
2.13. Aplicações de Equações Diferencias Ordinárias de Segunda Ordem
As equações diferenciais, que contêm uma função incógnita e suas derivadas, são utilizadas para
compreender e investigar diferentes problemas envolvendo
movimento de fluidos,
fluxo de corrente elétrica em circuitos,
dissipação de calor em objetos sólidos,
propagação e detecção de ondas sísmicas,
aumento de diminuição de populações
entre muitos outros, sendo denominadas da literatura de modelo matemático.
2.13.1 Circuitos Elétricos
Um circuito elétrico é a ligação de elementos elétricos, tais como resistores, indutores,
capacitores, linhas de transmissão, fontes de tensão, fontes de corrente e interruptores, de modo que
formem pelo menos um caminho fechado para a corrente elétrica.
Alguns Conceitos:
Uma corrente elétrica é um fluxo ordenado de partículas carregadas (partículas dotadas de carga
elétrica). Em um fio de cobre, por exemplo, a corrente elétrica é formada por minúsculas partículas
dotadas de carga elétrica negativa, denominadas elétrons, que são os portadores da carga elétrica. A
corrente no circuito é uma função do tempo, denotada por i(t).
A carga elétrica é uma propriedade física fundamental e é esta propriedade que determina algumas
das interações eletromagnéticas. Representada por q(t).
Um Capacitor é um componente que armazena energia num campo elétrico, e é indicado por C.
Indutores são condutores dispostos em forma de espiral nos quais os campos eletromagnéticos
formados geram correntes que tendem a se opor às variações das correntes aplicada nos mesmos, e é
indicado por L.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elemento_el%C3%A9trico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Resistor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indutor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capacitor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linha_de_transmiss%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_de_tens%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fonte_de_corrente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Interruptor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corrente_el%C3%A9trica
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%ADsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Intera%C3%A7%C3%A3o_eletromagn%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_el%C3%A9ctrico
50
Resistores são componentes que apresentam resistência à passagem da corrente elétrica. Um
resistor (chamado de resistência em alguns casos) é um dispositivo elétrico muito utilizado em
eletrônica, com a finalidade de transformar energia elétrica em energia térmica (efeito joule), a partir
do material empregado que pode ser, por exemplo, o carbono. O resistor é indicado por R.
Estudaremos a seguir, um circuito elétrico em série simples, L-R-C, ou seja, que contém um
indutor, resistor e capacitor.
Vários sistemas físicos podem ser descritos por uma equação diferencial. Assim, se i(t) denota a
corrente em um circuito elétrico em série L-R-C conforme a figura a baixo:
Figura 1: Circuito elétrico simples
então a queda de voltagem através do indutor, resistor e capacitor é dada por:
Pela segunda lei de Kirchoff a soma dessas voltagens é igual à voltagem E(t) impressa no
circuito, isto é,
)(
1
tEq
C
Ri
dt
di
L
Mas a carga q(t) (Coulombs) está relacionada com a corrente i(t) por
dt
dq
i , e então a equação
acima torna-se a equação diferencial linear de segunda ordem:
)(
1
2
2
tEq
Cdt
dq
R
dt
qd
L
Onde as condições iniciais são:
000
'
00 ititqqtq
51
Exemplo:
1. Encontre a função carga q(t) no capacitor em um circuito em série L-R-C quando: L = 0,05 henry;
R = 2 ohms; C = 0,01 farad; E(t) = 0 volt, q(0) = 5 coulombs e i(0) = 0 ampére. Logo a seguir
encontre a carga (q) no capacitor no instante t = 0,01 segundo.
52
EXERCÍCIOS – Lista 10:
1. Encontre a carga no capacitor em um circuito em série L-R-C quando L = 1/2 henry, R = 10 ohms,
C = 0,01 farad, E(t) = 150 volts, q(0) = 1 coulombs e i(0) = 0 ampére.
2. Encontre a carga no capacitor e a corrente no circuito L-R-C, onde L = 5/3 henry, R = 10 ohms,
C=1/30 farad, E(t) = 300 volts, q(0) = 0 coulombs e i(0)=0 ampére. A seguir determine a carga no
capacitor e a corrente no circuito, após 0,03 segundos.
3. Encontre a carga no capacitor em um circuito em série L-R-C quando L=1/2 henry, R=20 ohms,
C=0,001 farad e E(t)=100sen (60t), com q(0)=0 e i(0)=0.
Respostas:
1) Sol. Particular: 5,1)10(
2
1
)10cos(
2
1
)( 1010 tsenetetq tt
2) Sol. Particular (carga): 10)3(10)3cos(10)( 33 tsenetetq tt
Sol. Particular (corrente): )3(60)( 3' tsenetq t
coulombsq 0762,0)03,0(
ampèresq 92,4)03,0('
3) Sol. Particular (carga): )60(
26
1
)60cos(
52
3
)40(
104
9
)40cos(
52
3
)( 2020 tsenttsenetetq tt
53
2.13.2 Pêndulo Simples
A equação linear que descreve o movimento de “pequenos deslocamentos” de um pêndulo
simples é dada por:
0)t()t(
g
onde: é o comprimento da haste do pêndulo; g é a aceleração da gravidade (9,8 m/s
2
) e )t( é o
deslocamento angular do pêndulo.
EXERCÍCIOS – Lista 11:
1. Encontre a equação do movimento que descreve pequenos deslocamentos )t( de um pêndulo
simples de comprimento igual a 0,6125m, solto no instante t = 0s com um deslocamento de ½ rad à
direita do eixo vertical e velocidade angular )t( de 32 m/s para a direita e a seguir determine o
deslocamento angular )t( após 0,5 min.
2. Determine a equação do movimento que descreve pequenos deslocamentos de um pêndulo simples
de comprimento 0,392m, solto no instante t = 0s com um deslocamento de 0,2 rad à direita do eixo
vertical e velocidade angular )t( de 33 m/s para a direita e a seguir determine o deslocamento
angular )t( após 20s.
Respostas:
1) )4(
2
3
)4cos(5,0)( tsentt rad9099,0)30(
2) )5(
5
33
)5cos(2,0)( tsentt rad3537,0)20(
54
3. A TRANSFORMADA DE LAPLACE
Oliver Heaviside, quando estudava processos simples para obter soluções de Equações
Diferenciais, vislumbrou um método de Cálculo Operacional que leva ao conceito matemático da
Transformadade Laplace, que é um método simples que transforma, por exemplo, o Problema de
Valor Inicial (PVI), isto é, a Equação Diferencial com uma condição inicial, em uma equação
algébrica, de modo a se obter uma solução deste PVI de uma forma indireta, sem o cálculo de
integrais e derivadas, em seguida aplicando-se a Transformada de Laplace Inversa se obtém a
solução geral da Equação Diferencial dada. Pela simplicidade deste método o mesmo é muito usado
na Matemática, na Computação, nas Engenharias, na Física e em outras ciências aplicadas.
Portanto a Transformada de Laplace converte uma equação diferencial na função incógnita
, em uma equação algébrica . Este é um método que simplifica o problema de encontrar a
solução de uma EDO, pois equações algébricas são mais simples de serem resolvidas.
Notação:
A notação da Transformada de Laplace, considerando uma EDO na função incógnita :
{ }
Notação da Transformada de Laplace Inversa considerando uma equação algébrica :
{ }
Integrais Impróprias:
Uma integral imprópria é a integral que possui um ou ambos os limites de integração
infinitos. Segue as Definições:
Definição 1:
Se é uma função integrável em [ então:
Definição 2:
Se f é uma função integrável em ] então:
55
Definição 3:
Se é uma função integrável em , então:
Se nas definições anteriores os limites existirem, as integrais impróprias são ditas
convergentes; caso contrário, são ditas divergentes.
Exemplo: Resolva as seguintes integrais impróprias.
∫
∫
Obs: A Transformada de Laplace envolve uma integral com limites de integração de zero a infinito,
denominada integral imprópria.
Definição da Transformada de Laplace:
Definição 4:
Dada uma função definida para todo , a Transformada de Laplace de é uma
função definida como se segue:
para todos os valores de s para os quais a integral imprópria converge.
Exemplos:
1) Encontre a transformada de Laplace, a partir da definição, da função f(t) = 1.
2) Encontre a transformada de Laplace, a partir da definição, da função f(t) = a, onde a .
3) Encontre a transformada de Laplace, a partir da definição, da função f(t) = t.
4) Encontre a transformada de Laplace, a partir da definição, da função f(t) = .
56
Teorema 1: Linearidade da Transformada de Laplace.
Se a e b são constantes, então
para todo s tal que as transformadas de Laplace das funções f e g existem.
Tabela da Transformadas de Laplace das Principais Funções
f(t) F(s)
1
s > 0
T
s > 0
t
2
s > 0
t
n
n ≥ 0 inteiro
s > 0
e
at
s > a
t
n
.e
at
, n = inteiro positivo
s > a
Coskt
s > 0
Senkt
s > 0
Cos
2
kt
( )
s > 0
Coshkt
s > |k|
Senhkt
s > |k|
Senh
2
kt
( )
s > |k|
u(t-a)
s > 0
e
at
cosbt
s > a
e
at
senbt
s > a
Tcosat
s > 0
Tsinat
s > 0
57
Exemplos:
Encontre as transformadas de Laplace usando a tabela acima:
a) f(t) = -5t
2
b) f(t) = 4 e
-3t
– 10 sin5t.
c) f(t) = (1+t)
2
d) f(t) = (3+t)
2
+cosh2t
58
EXERCÍCIOS – Lista 12:
Use a Tabela de transformadas de Laplace para encontrar a transformada F(s) das seguintes funções
f(t):
a) b)
c) d)
e) f)
g) h)
i) j)
Respostas:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
59
4.1. Transformada Inversa de Laplace
Teorema 2: Unicidade da Transformada Inversa de Laplace.
Suponha que as funções e admitem transformadas de Laplace F(s) e G(s)
respectivamente. Se F(s) = G(s) para todo , então .
Logo através do Teorema 2 é dito que duas funções não podem ter a mesma transformada de
Laplace. Assim, se é a transformada de Laplace de alguma função contínua então é
univocamente determinada.
Esta observação permite fazer a seguinte definição. Se { } então chamamos de
f(t) a transformada de Laplace inversa de F(s) e definimos a mesma como
{ }
Exemplos:
Encontre a função f(t) aplicando a transformação inversa de Laplace nos exercícios a seguir:
a) F(s) = 1/s
3
b) F(s) = 1/(s+2)
c) F(s) = 2/(s
2
+9) d) F(s) = 1/(s
2
+7)
e) F(s) = (-2s+6)/(s
2
+4)
60
EXERCÍCIOS – Lista 13:
Encontre as transformadas inversas de Laplace das funções F(s):
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
Respostas:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
61
4.2. Transformação de Problemas de Valor Inicial
Aqui veremos a aplicação das transformadas de Laplace para resolver uma equação
diferencial linear com coeficientes constante não homogênea tal como:
(1)
com condições iniciais dadas y(0) = e
.
Pela propriedade da linearidade é possível aplicar em cada termo da equação (1) a
transformada de Laplace separadamente. Assim a equação transformada é:
{ } { } { } { } (2)
que envolve as derivadas e da função desconhecida . Para a resolução destas derivadas
observe o Teorema a seguir:
Teorema 4: Transformadas de Derivadas
Suponha que a função é contínua e suave por partes para e de ordem exponencial
quando t → , de modo que existem constantes não-negativas M, c e T tais que para
t ≥ T. Então:
{ }
{ } { }
{ } { }
{ } { }
Exemplo:
Resolva o problema do valor inicial: com condições iniciais dadas e
Exercícios:
1) Resolva o problema do valor inicial: com condições iniciais dadas e
Resp.
2) Resolva o problema do valor inicial: com condições iniciais dadas e
Resp.